Paciente do sexo masculino, 16 anos, estudante, vem
ao ambulatório com os pais, queixando-se de exageros
alimentares e variações de peso. Ele contou que, há um
ano, decidiu emagrecer, porque estava sendo alvo de
crítica dos amigos e estava incomodado com sua barriga e
braços “gordos e moles” (percentil de IMC/idade >
97kg/m2). Ele excluiu doces, frituras e refrigerantes da
alimentação. Depois, passou a diminuir a quantidade dos
carboidratos, como pães, arroz e massas, passando
longos períodos do dia sem comer. Perdeu 5 kg em 2
meses. Daí, iniciou a ter momentos de descontrole
alimentar, principalmente no final do dia, quando ingeria
grandes quantidades de comida com a sensação de perda
de controle, parando de comer apenas quando se sentia
nauseado. Em um desses episódios, descreveu que
consumiu uma lata de leite condensado, uma xícara de
arroz frio da geladeira, duas conchas de feijão e um
pacote de bolacha num período de 2 horas. Depois desses
descontroles alimentares, que ocorriam uma vez por
semana, sentia-se extremamente culpado e gordo.
Consequentemente, acabava diminuindo ainda mais a
quantidade de alimentos no dia seguinte para compensar
as calorias extras que havia ingerido. Além da dieta
restritiva, o paciente também passou a fazer exercícios
físicos aeróbicos diários na academia, durante duas horas,
com o objetivo de controlar seu peso. O paciente negava
vômitos ou uso de medicações para emagrecer. Ele
contou que se pesava pelo menos a cada dois dias e que
se assustava muito com as grandes variações de peso de
um dia para outro. Dizia que ainda achava seu corpo
grande e que queria ter um abdômen “tanquinho”. No
momento do atendimento, seu percentil de IMC/idade
estava entre 50 e 75 kg/m2
. Os pais relataram que
apoiaram a mudança na alimentação do filho, pois ele
comia muitas “tranqueiras” durante o dia e, naquele
momento, parecia mais saudável e magro. Eles contaram
que se preocupam com os exageros alimentares, pois
notaram que grandes quantidades de comida
desapareciam da despensa da casa. Tanto o paciente,
quanto seus pais gostariam de ter ajuda para eliminar os
episódios compulsivos. Assinale a opção em que há a
hipótese diagnóstica e as condutas mais adequadas para
o caso relatado.