Questões de Concurso Público SEDF 2022 para Professor de Educação Básica - Língua Portuguesa, Edital nº 31

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Q1977857 Português

Texto para o item.

Paisagem do Capibaribe 

Entre a paisagem

o rio fluía

como uma espada de líquido espesso.

Como um cão

humilde e espesso.

Entre a paisagem

(fluía)

de homens plantados na lama;

de casas de lama

plantadas em ilhas

coaguladas na lama;

paisagem de anfíbios

de lama e lama.

Como o rio

aqueles homens

são como cães sem plumas

(um cão sem plumas

é mais

que um cão saqueado;

é mais

que um cão assassinado.

Um cão sem plumas

é quando uma árvore sem voz.

É quando de um pássaro

suas raízes no ar.

É quando a alguma coisa

roem tão fundo

até o que não tem).

(…) 

João Cabral de Melo Neto. O cão sem plumas. In: O cão sem plumas e outros poemas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. 

A partir da leitura do poema acima, julgue o item.


Os versos livres do poema, assim como a temática ligada à representação da natureza, conectam-no aos aspectos formais da poesia bucólica pastoril do período colonial brasileiro. 

Alternativas
Q1977858 Português

Texto para o item.

Paisagem do Capibaribe 

Entre a paisagem

o rio fluía

como uma espada de líquido espesso.

Como um cão

humilde e espesso.

Entre a paisagem

(fluía)

de homens plantados na lama;

de casas de lama

plantadas em ilhas

coaguladas na lama;

paisagem de anfíbios

de lama e lama.

Como o rio

aqueles homens

são como cães sem plumas

(um cão sem plumas

é mais

que um cão saqueado;

é mais

que um cão assassinado.

Um cão sem plumas

é quando uma árvore sem voz.

É quando de um pássaro

suas raízes no ar.

É quando a alguma coisa

roem tão fundo

até o que não tem).

(…) 

João Cabral de Melo Neto. O cão sem plumas. In: O cão sem plumas e outros poemas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. 

A partir da leitura do poema acima, julgue o item.


A pluma (em relação ao cão), a voz (em relação à árvore), e as raízes (em relação ao pássaro) ocupam, nas imagens de que participam, posição análoga ao lugar do que, no verso final, é denominado “o que não tem”. 

Alternativas
Q1977859 Português

Texto para o item.

Paisagem do Capibaribe 

Entre a paisagem

o rio fluía

como uma espada de líquido espesso.

Como um cão

humilde e espesso.

Entre a paisagem

(fluía)

de homens plantados na lama;

de casas de lama

plantadas em ilhas

coaguladas na lama;

paisagem de anfíbios

de lama e lama.

Como o rio

aqueles homens

são como cães sem plumas

(um cão sem plumas

é mais

que um cão saqueado;

é mais

que um cão assassinado.

Um cão sem plumas

é quando uma árvore sem voz.

É quando de um pássaro

suas raízes no ar.

É quando a alguma coisa

roem tão fundo

até o que não tem).

(…) 

João Cabral de Melo Neto. O cão sem plumas. In: O cão sem plumas e outros poemas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. 

A partir da leitura do poema acima, julgue o item.


Ao introduzir a imagem dos “homens plantados na lama”, o poeta inicia a construção de uma crítica social a partir dos símiles propostos. 

Alternativas
Q1977860 Português

Texto para o item.


   Guardou a mão no bolso pra ainda ocupar menos lugar; encontrou um pedaço de giz; apertou ele com força e o giz se partiu em dois. Com um barulhinho gostoso mesmo. Barulhinho de escola. Vera lembrou da professora quebrando um pedaço de giz e escrevendo no quadro-negro. Pensou: quadro-negro é escuro assim. Quem sabe o giz também riscava a escuridão?


    Tirou a mão do bolso devagarinho. Tomou coragem e experimentou desenhar na frente dela a roda de um sol. E não é que saiu? Vera ficou tão feliz que berrou:


   — O escuro é que nem quadro-negro, Alexandre! Alexandre foi pra junto dela; pegou o outro pedaço de giz, e foi desenhando também. Uma casa. Uma árvore. Uma onda no mar. Quanto mais os dois desenhavam, menos iam se importando com o escuro. Fizeram uma flor nascendo, um rio correndo, dois besouros se encontrando; fizeram cada desenho lindo. E quanto menos se importavam com o escuro, mais gostoso iam desenhando. De repente, Alexandre teve uma ideia gozada:


   — Vou desenhar a cara do medo.


   Vera se assustou de novo:


   — Psiu! fala baixo.


   — Por quê?


   — Ele pode não gostar da ideia.


   — Mas ele ainda anda por aí?


   — Acho que sim.


   Alexandre achou melhor não dizer mais nada, mas começou a desenhar uma cara esquisita, toda inchada de um lado:


   — O medo tá com dor de dente. — E riu baixinho.


   O Pavão gostou tanto de ouvir Alexandre rindo, que riu também.


   Vera entrou na brincadeira: desenhou no medo uma orelha inchada e disse que ele estava com dor de ouvido também (…). E não se importaram mais se o medo ia ouvir ou não: desabaram numa gargalhada. 



Lygia Bojunga. A casa da madrinha. Casa Lygia Bojunga:

Rio de Janeiro, 2015 (com adaptações).


Com base no texto apresentado, julgue o item, relativos à literatura infantil brasileira.  


Devido ao público específico a que se dirige, a literatura infantil brasileira tem um sistema literário próprio, cuja historiografia é distinta da literatura escrita para o público em geral. 

Alternativas
Q1977861 Português

Texto para o item.


   Guardou a mão no bolso pra ainda ocupar menos lugar; encontrou um pedaço de giz; apertou ele com força e o giz se partiu em dois. Com um barulhinho gostoso mesmo. Barulhinho de escola. Vera lembrou da professora quebrando um pedaço de giz e escrevendo no quadro-negro. Pensou: quadro-negro é escuro assim. Quem sabe o giz também riscava a escuridão?


    Tirou a mão do bolso devagarinho. Tomou coragem e experimentou desenhar na frente dela a roda de um sol. E não é que saiu? Vera ficou tão feliz que berrou:


   — O escuro é que nem quadro-negro, Alexandre! Alexandre foi pra junto dela; pegou o outro pedaço de giz, e foi desenhando também. Uma casa. Uma árvore. Uma onda no mar. Quanto mais os dois desenhavam, menos iam se importando com o escuro. Fizeram uma flor nascendo, um rio correndo, dois besouros se encontrando; fizeram cada desenho lindo. E quanto menos se importavam com o escuro, mais gostoso iam desenhando. De repente, Alexandre teve uma ideia gozada:


   — Vou desenhar a cara do medo.


   Vera se assustou de novo:


   — Psiu! fala baixo.


   — Por quê?


   — Ele pode não gostar da ideia.


   — Mas ele ainda anda por aí?


   — Acho que sim.


   Alexandre achou melhor não dizer mais nada, mas começou a desenhar uma cara esquisita, toda inchada de um lado:


   — O medo tá com dor de dente. — E riu baixinho.


   O Pavão gostou tanto de ouvir Alexandre rindo, que riu também.


   Vera entrou na brincadeira: desenhou no medo uma orelha inchada e disse que ele estava com dor de ouvido também (…). E não se importaram mais se o medo ia ouvir ou não: desabaram numa gargalhada. 



Lygia Bojunga. A casa da madrinha. Casa Lygia Bojunga:

Rio de Janeiro, 2015 (com adaptações).


Com base no texto apresentado, julgue o item, relativos à literatura infantil brasileira.


No trecho, a metalinguagem da narrativa afasta a possibilidade de formação de um leitor-fruidor, como propõe a BNCC para os anos finais do Ensino Fundamental.   

Alternativas
Respostas
46: E
47: C
48: C
49: C
50: E