Questões de Concurso Público SEDF 2022 para Professor de Educação Básica - Língua Portuguesa, Edital nº 31
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Texto para o item.
Paisagem do Capibaribe
Entre a paisagem
o rio fluía
como uma espada de líquido espesso.
Como um cão
humilde e espesso.
Entre a paisagem
(fluía)
de homens plantados na lama;
de casas de lama
plantadas em ilhas
coaguladas na lama;
paisagem de anfíbios
de lama e lama.
Como o rio
aqueles homens
são como cães sem plumas
(um cão sem plumas
é mais
que um cão saqueado;
é mais
que um cão assassinado.
Um cão sem plumas
é quando uma árvore sem voz.
É quando de um pássaro
suas raízes no ar.
É quando a alguma coisa
roem tão fundo
até o que não tem).
(…)
João Cabral de Melo Neto. O cão sem plumas.
In: O cão sem plumas e outros poemas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.
A partir da leitura do poema acima, julgue o item.
Os versos livres do poema, assim como a temática ligada
à representação da natureza, conectam-no aos aspectos
formais da poesia bucólica pastoril do período colonial
brasileiro.
Texto para o item.
Paisagem do Capibaribe
Entre a paisagem
o rio fluía
como uma espada de líquido espesso.
Como um cão
humilde e espesso.
Entre a paisagem
(fluía)
de homens plantados na lama;
de casas de lama
plantadas em ilhas
coaguladas na lama;
paisagem de anfíbios
de lama e lama.
Como o rio
aqueles homens
são como cães sem plumas
(um cão sem plumas
é mais
que um cão saqueado;
é mais
que um cão assassinado.
Um cão sem plumas
é quando uma árvore sem voz.
É quando de um pássaro
suas raízes no ar.
É quando a alguma coisa
roem tão fundo
até o que não tem).
(…)
João Cabral de Melo Neto. O cão sem plumas.
In: O cão sem plumas e outros poemas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.
A partir da leitura do poema acima, julgue o item.
A pluma (em relação ao cão), a voz (em relação à árvore),
e as raízes (em relação ao pássaro) ocupam, nas imagens
de que participam, posição análoga ao lugar do que, no
verso final, é denominado “o que não tem”.
Texto para o item.
Paisagem do Capibaribe
Entre a paisagem
o rio fluía
como uma espada de líquido espesso.
Como um cão
humilde e espesso.
Entre a paisagem
(fluía)
de homens plantados na lama;
de casas de lama
plantadas em ilhas
coaguladas na lama;
paisagem de anfíbios
de lama e lama.
Como o rio
aqueles homens
são como cães sem plumas
(um cão sem plumas
é mais
que um cão saqueado;
é mais
que um cão assassinado.
Um cão sem plumas
é quando uma árvore sem voz.
É quando de um pássaro
suas raízes no ar.
É quando a alguma coisa
roem tão fundo
até o que não tem).
(…)
João Cabral de Melo Neto. O cão sem plumas.
In: O cão sem plumas e outros poemas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.
A partir da leitura do poema acima, julgue o item.
Ao introduzir a imagem dos “homens plantados na
lama”, o poeta inicia a construção de uma crítica social a
partir dos símiles propostos.
Texto para o item.
Guardou a mão no bolso pra ainda ocupar menos lugar; encontrou um pedaço de giz; apertou ele com força e o giz se partiu em dois. Com um barulhinho gostoso mesmo. Barulhinho de escola. Vera lembrou da professora quebrando um pedaço de giz e escrevendo no quadro-negro. Pensou: quadro-negro é escuro assim. Quem sabe o giz também riscava a escuridão?
Tirou a mão do bolso devagarinho. Tomou coragem e experimentou desenhar na frente dela a roda de um sol. E não é que saiu? Vera ficou tão feliz que berrou:
— O escuro é que nem quadro-negro, Alexandre! Alexandre foi pra junto dela; pegou o outro pedaço de giz, e foi desenhando também. Uma casa. Uma árvore. Uma onda no mar. Quanto mais os dois desenhavam, menos iam se importando com o escuro. Fizeram uma flor nascendo, um rio correndo, dois besouros se encontrando; fizeram cada desenho lindo. E quanto menos se importavam com o escuro, mais gostoso iam desenhando. De repente, Alexandre teve uma ideia gozada:
— Vou desenhar a cara do medo.
Vera se assustou de novo:
— Psiu! fala baixo.
— Por quê?
— Ele pode não gostar da ideia.
— Mas ele ainda anda por aí?
— Acho que sim.
Alexandre achou melhor não dizer mais nada, mas começou a desenhar uma cara esquisita, toda inchada de um lado:
— O medo tá com dor de dente. — E riu baixinho.
O Pavão gostou tanto de ouvir Alexandre rindo, que riu também.
Vera entrou na brincadeira: desenhou no medo uma orelha inchada e disse que ele estava com dor de ouvido também (…). E não se importaram mais se o medo ia ouvir ou não: desabaram numa gargalhada.
Lygia Bojunga. A casa da madrinha. Casa Lygia Bojunga:
Rio de Janeiro, 2015 (com adaptações).
Com base no texto apresentado, julgue o item, relativos à literatura infantil brasileira.
Devido ao público específico a que se dirige, a literatura
infantil brasileira tem um sistema literário próprio, cuja
historiografia é distinta da literatura escrita para o
público em geral.
Texto para o item.
Guardou a mão no bolso pra ainda ocupar menos lugar; encontrou um pedaço de giz; apertou ele com força e o giz se partiu em dois. Com um barulhinho gostoso mesmo. Barulhinho de escola. Vera lembrou da professora quebrando um pedaço de giz e escrevendo no quadro-negro. Pensou: quadro-negro é escuro assim. Quem sabe o giz também riscava a escuridão?
Tirou a mão do bolso devagarinho. Tomou coragem e experimentou desenhar na frente dela a roda de um sol. E não é que saiu? Vera ficou tão feliz que berrou:
— O escuro é que nem quadro-negro, Alexandre! Alexandre foi pra junto dela; pegou o outro pedaço de giz, e foi desenhando também. Uma casa. Uma árvore. Uma onda no mar. Quanto mais os dois desenhavam, menos iam se importando com o escuro. Fizeram uma flor nascendo, um rio correndo, dois besouros se encontrando; fizeram cada desenho lindo. E quanto menos se importavam com o escuro, mais gostoso iam desenhando. De repente, Alexandre teve uma ideia gozada:
— Vou desenhar a cara do medo.
Vera se assustou de novo:
— Psiu! fala baixo.
— Por quê?
— Ele pode não gostar da ideia.
— Mas ele ainda anda por aí?
— Acho que sim.
Alexandre achou melhor não dizer mais nada, mas começou a desenhar uma cara esquisita, toda inchada de um lado:
— O medo tá com dor de dente. — E riu baixinho.
O Pavão gostou tanto de ouvir Alexandre rindo, que riu também.
Vera entrou na brincadeira: desenhou no medo uma orelha inchada e disse que ele estava com dor de ouvido também (…). E não se importaram mais se o medo ia ouvir ou não: desabaram numa gargalhada.
Lygia Bojunga. A casa da madrinha. Casa Lygia Bojunga:
Rio de Janeiro, 2015 (com adaptações).
Com base no texto apresentado, julgue o item, relativos à literatura infantil brasileira.
No trecho, a metalinguagem da narrativa afasta a possibilidade de formação de um leitor-fruidor, como propõe a BNCC para os anos finais do Ensino Fundamental.