Questões de Concurso Público SEDUC-CE 2018 para Professor - Filosofia

Foram encontradas 8 questões

Q2026981 Português
A violência em Roraima é contra a imagem no espelho

Os venezuelanos encarnam o pesadelo real de que toda estabilidade é provisória e o pertencimento é sempre precário
Eliane Brum

Não se compreende a violência dos brasileiros contra os venezuelanos sem entender o que é estar na fronteira e se saber à beira do mapa, a borda como o precipício que lembra a quem se agarra ao lado de cá que há uma fera rosnando no desconhecido. Com exceção dos povos indígenas, a população não indígena de Roraima é formada por migrantes recentes, a maioria da segunda metade do século XX. E sempre chegando de um outro lugar em que o chão se tornou movediço embaixo dos pés. Muitos não desembarcaram em Roraima diretamente do lugar em que nasceram, mas antes tentaram pertencer a outros pontos do mapa e não puderam se fixar por falta de trabalho ou outras faltas. Quem alcança um estado como Roraima vindo das regiões mais pobres do Brasil — ou das porções mais pobres dos estados rico s— sabe que alcançou uma espécie de território limite. Dali pra frente não há mais para onde andar. Talvez o que um brasileiro de Roraima vislumbre num venezuelano desesperado e sem lugar seja o retrato de si mesmo. Uma velha foto bem conhecida empurrada para o fundo de uma gaveta da qual ninguém quer lembrar, mas que nunca pôde ser totalmente esquecida. Diante dos venezuelanos famintos, doentes e assustados, desejando desesperadamente entrar, a imagem se materializa como um espelho que é preciso destruir. O que destroem no corpo do outro é a imagem de si mesmos cujo retorno não podem aceitar. A angústia de não pertencer rugia dentro da maioria das pessoas que entrevistei em Roraima, em diferentes momentos. Mas isso jamais era admitido. Ao contrário. Como costuma acontecer neste tipo de fenômeno, ela se expressava como uma identidade feroz, a de ser o único cidadão legítimo, o único com o direito de estar ali, o único que trabalha e quer progredir. Isso se manifestava em três comportamentos clássicos: a hostilidade contra estrangeiros de outra língua, especialmente americanos, a desconfiança com relação a brasileiros não migrantes, o desejo de apagar as populações nativas, ainda que pela assimilação ou pela supressão de direitos.
(...)
A identidade roraimense é fomentada na população por velhas e novas elites locais a partir da ideia de que o Brasil é contra eles (ou os ignora ou só aparece para se meter onde não devia, como na atual disputa pelo fechamento da fronteira com a Venezuela), os “gringos” querem tomar a Amazônia de seus legítimos donos e os indígenas impedem o progresso do estado e também de cada indivíduo que ali chegou com o sonho de fazer história, fortuna e, principalmente casa — lugar de pertencimento para quem tanto peregrinou pelo mapa do Brasil até finalmente alcançar a sua borda. Essa é sempre a condição de fronteira entre aqueles que as disputam. (...) A fronteira é um espaço de sobreviventes, que já conheceram o pior de vários mundos, sofreram estigmas, preconceitos e indignidades, e estão lutando por um lugar e sabem muito bem o porquê.
(...)
A imagem dos venezuelanos entrando e entrando, desesperados, miseráveis e famintos, é a imagem que um migrante mais teme para si mesmo. É também a prova de que a estabilidade é sempre provisória, de que é possível perder tudo mais uma vez. É a evidência viva, encarnada, de que não há lugar seguro, de que o pertencimento é sempre precário. De que do outro lado da borda, o abismo espreita com olhos injetados de sangue. Quem viveu escorregando de todos os mapas sente a dor dessa experiência no corpo.

Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/27/opinion.html Acesso em 06/09/2018. Adaptação. 
O elemento que motivou a temática do texto é
Alternativas
Q2026982 Português
A violência em Roraima é contra a imagem no espelho

Os venezuelanos encarnam o pesadelo real de que toda estabilidade é provisória e o pertencimento é sempre precário
Eliane Brum

Não se compreende a violência dos brasileiros contra os venezuelanos sem entender o que é estar na fronteira e se saber à beira do mapa, a borda como o precipício que lembra a quem se agarra ao lado de cá que há uma fera rosnando no desconhecido. Com exceção dos povos indígenas, a população não indígena de Roraima é formada por migrantes recentes, a maioria da segunda metade do século XX. E sempre chegando de um outro lugar em que o chão se tornou movediço embaixo dos pés. Muitos não desembarcaram em Roraima diretamente do lugar em que nasceram, mas antes tentaram pertencer a outros pontos do mapa e não puderam se fixar por falta de trabalho ou outras faltas. Quem alcança um estado como Roraima vindo das regiões mais pobres do Brasil — ou das porções mais pobres dos estados rico s— sabe que alcançou uma espécie de território limite. Dali pra frente não há mais para onde andar. Talvez o que um brasileiro de Roraima vislumbre num venezuelano desesperado e sem lugar seja o retrato de si mesmo. Uma velha foto bem conhecida empurrada para o fundo de uma gaveta da qual ninguém quer lembrar, mas que nunca pôde ser totalmente esquecida. Diante dos venezuelanos famintos, doentes e assustados, desejando desesperadamente entrar, a imagem se materializa como um espelho que é preciso destruir. O que destroem no corpo do outro é a imagem de si mesmos cujo retorno não podem aceitar. A angústia de não pertencer rugia dentro da maioria das pessoas que entrevistei em Roraima, em diferentes momentos. Mas isso jamais era admitido. Ao contrário. Como costuma acontecer neste tipo de fenômeno, ela se expressava como uma identidade feroz, a de ser o único cidadão legítimo, o único com o direito de estar ali, o único que trabalha e quer progredir. Isso se manifestava em três comportamentos clássicos: a hostilidade contra estrangeiros de outra língua, especialmente americanos, a desconfiança com relação a brasileiros não migrantes, o desejo de apagar as populações nativas, ainda que pela assimilação ou pela supressão de direitos.
(...)
A identidade roraimense é fomentada na população por velhas e novas elites locais a partir da ideia de que o Brasil é contra eles (ou os ignora ou só aparece para se meter onde não devia, como na atual disputa pelo fechamento da fronteira com a Venezuela), os “gringos” querem tomar a Amazônia de seus legítimos donos e os indígenas impedem o progresso do estado e também de cada indivíduo que ali chegou com o sonho de fazer história, fortuna e, principalmente casa — lugar de pertencimento para quem tanto peregrinou pelo mapa do Brasil até finalmente alcançar a sua borda. Essa é sempre a condição de fronteira entre aqueles que as disputam. (...) A fronteira é um espaço de sobreviventes, que já conheceram o pior de vários mundos, sofreram estigmas, preconceitos e indignidades, e estão lutando por um lugar e sabem muito bem o porquê.
(...)
A imagem dos venezuelanos entrando e entrando, desesperados, miseráveis e famintos, é a imagem que um migrante mais teme para si mesmo. É também a prova de que a estabilidade é sempre provisória, de que é possível perder tudo mais uma vez. É a evidência viva, encarnada, de que não há lugar seguro, de que o pertencimento é sempre precário. De que do outro lado da borda, o abismo espreita com olhos injetados de sangue. Quem viveu escorregando de todos os mapas sente a dor dessa experiência no corpo.

Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/27/opinion.html Acesso em 06/09/2018. Adaptação. 
Considerando a tipologia do texto, é correto afirmar que ele é predominantemente
Alternativas
Q2026983 Português
A violência em Roraima é contra a imagem no espelho

Os venezuelanos encarnam o pesadelo real de que toda estabilidade é provisória e o pertencimento é sempre precário
Eliane Brum

Não se compreende a violência dos brasileiros contra os venezuelanos sem entender o que é estar na fronteira e se saber à beira do mapa, a borda como o precipício que lembra a quem se agarra ao lado de cá que há uma fera rosnando no desconhecido. Com exceção dos povos indígenas, a população não indígena de Roraima é formada por migrantes recentes, a maioria da segunda metade do século XX. E sempre chegando de um outro lugar em que o chão se tornou movediço embaixo dos pés. Muitos não desembarcaram em Roraima diretamente do lugar em que nasceram, mas antes tentaram pertencer a outros pontos do mapa e não puderam se fixar por falta de trabalho ou outras faltas. Quem alcança um estado como Roraima vindo das regiões mais pobres do Brasil — ou das porções mais pobres dos estados rico s— sabe que alcançou uma espécie de território limite. Dali pra frente não há mais para onde andar. Talvez o que um brasileiro de Roraima vislumbre num venezuelano desesperado e sem lugar seja o retrato de si mesmo. Uma velha foto bem conhecida empurrada para o fundo de uma gaveta da qual ninguém quer lembrar, mas que nunca pôde ser totalmente esquecida. Diante dos venezuelanos famintos, doentes e assustados, desejando desesperadamente entrar, a imagem se materializa como um espelho que é preciso destruir. O que destroem no corpo do outro é a imagem de si mesmos cujo retorno não podem aceitar. A angústia de não pertencer rugia dentro da maioria das pessoas que entrevistei em Roraima, em diferentes momentos. Mas isso jamais era admitido. Ao contrário. Como costuma acontecer neste tipo de fenômeno, ela se expressava como uma identidade feroz, a de ser o único cidadão legítimo, o único com o direito de estar ali, o único que trabalha e quer progredir. Isso se manifestava em três comportamentos clássicos: a hostilidade contra estrangeiros de outra língua, especialmente americanos, a desconfiança com relação a brasileiros não migrantes, o desejo de apagar as populações nativas, ainda que pela assimilação ou pela supressão de direitos.
(...)
A identidade roraimense é fomentada na população por velhas e novas elites locais a partir da ideia de que o Brasil é contra eles (ou os ignora ou só aparece para se meter onde não devia, como na atual disputa pelo fechamento da fronteira com a Venezuela), os “gringos” querem tomar a Amazônia de seus legítimos donos e os indígenas impedem o progresso do estado e também de cada indivíduo que ali chegou com o sonho de fazer história, fortuna e, principalmente casa — lugar de pertencimento para quem tanto peregrinou pelo mapa do Brasil até finalmente alcançar a sua borda. Essa é sempre a condição de fronteira entre aqueles que as disputam. (...) A fronteira é um espaço de sobreviventes, que já conheceram o pior de vários mundos, sofreram estigmas, preconceitos e indignidades, e estão lutando por um lugar e sabem muito bem o porquê.
(...)
A imagem dos venezuelanos entrando e entrando, desesperados, miseráveis e famintos, é a imagem que um migrante mais teme para si mesmo. É também a prova de que a estabilidade é sempre provisória, de que é possível perder tudo mais uma vez. É a evidência viva, encarnada, de que não há lugar seguro, de que o pertencimento é sempre precário. De que do outro lado da borda, o abismo espreita com olhos injetados de sangue. Quem viveu escorregando de todos os mapas sente a dor dessa experiência no corpo.

Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/27/opinion.html Acesso em 06/09/2018. Adaptação. 
Assinale a opção em que a palavra “mapa” está empregada em um sentido metafórico e abstrato mais saliente. 
Alternativas
Q2026984 Português
A violência em Roraima é contra a imagem no espelho

Os venezuelanos encarnam o pesadelo real de que toda estabilidade é provisória e o pertencimento é sempre precário
Eliane Brum

Não se compreende a violência dos brasileiros contra os venezuelanos sem entender o que é estar na fronteira e se saber à beira do mapa, a borda como o precipício que lembra a quem se agarra ao lado de cá que há uma fera rosnando no desconhecido. Com exceção dos povos indígenas, a população não indígena de Roraima é formada por migrantes recentes, a maioria da segunda metade do século XX. E sempre chegando de um outro lugar em que o chão se tornou movediço embaixo dos pés. Muitos não desembarcaram em Roraima diretamente do lugar em que nasceram, mas antes tentaram pertencer a outros pontos do mapa e não puderam se fixar por falta de trabalho ou outras faltas. Quem alcança um estado como Roraima vindo das regiões mais pobres do Brasil — ou das porções mais pobres dos estados rico s— sabe que alcançou uma espécie de território limite. Dali pra frente não há mais para onde andar. Talvez o que um brasileiro de Roraima vislumbre num venezuelano desesperado e sem lugar seja o retrato de si mesmo. Uma velha foto bem conhecida empurrada para o fundo de uma gaveta da qual ninguém quer lembrar, mas que nunca pôde ser totalmente esquecida. Diante dos venezuelanos famintos, doentes e assustados, desejando desesperadamente entrar, a imagem se materializa como um espelho que é preciso destruir. O que destroem no corpo do outro é a imagem de si mesmos cujo retorno não podem aceitar. A angústia de não pertencer rugia dentro da maioria das pessoas que entrevistei em Roraima, em diferentes momentos. Mas isso jamais era admitido. Ao contrário. Como costuma acontecer neste tipo de fenômeno, ela se expressava como uma identidade feroz, a de ser o único cidadão legítimo, o único com o direito de estar ali, o único que trabalha e quer progredir. Isso se manifestava em três comportamentos clássicos: a hostilidade contra estrangeiros de outra língua, especialmente americanos, a desconfiança com relação a brasileiros não migrantes, o desejo de apagar as populações nativas, ainda que pela assimilação ou pela supressão de direitos.
(...)
A identidade roraimense é fomentada na população por velhas e novas elites locais a partir da ideia de que o Brasil é contra eles (ou os ignora ou só aparece para se meter onde não devia, como na atual disputa pelo fechamento da fronteira com a Venezuela), os “gringos” querem tomar a Amazônia de seus legítimos donos e os indígenas impedem o progresso do estado e também de cada indivíduo que ali chegou com o sonho de fazer história, fortuna e, principalmente casa — lugar de pertencimento para quem tanto peregrinou pelo mapa do Brasil até finalmente alcançar a sua borda. Essa é sempre a condição de fronteira entre aqueles que as disputam. (...) A fronteira é um espaço de sobreviventes, que já conheceram o pior de vários mundos, sofreram estigmas, preconceitos e indignidades, e estão lutando por um lugar e sabem muito bem o porquê.
(...)
A imagem dos venezuelanos entrando e entrando, desesperados, miseráveis e famintos, é a imagem que um migrante mais teme para si mesmo. É também a prova de que a estabilidade é sempre provisória, de que é possível perder tudo mais uma vez. É a evidência viva, encarnada, de que não há lugar seguro, de que o pertencimento é sempre precário. De que do outro lado da borda, o abismo espreita com olhos injetados de sangue. Quem viveu escorregando de todos os mapas sente a dor dessa experiência no corpo.

Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/27/opinion.html Acesso em 06/09/2018. Adaptação. 
Analise as seguintes orações:
I. “...a população não indígena de Roraima é formada por migrantes recentes...” (linhas 07-08)
II. “... mas antes tentaram pertencer a outros pontos do mapa....”(linhas 13-15)
III. “Talvez o que um brasileiro de Roraima vislumbre num venezuelano desesperado e sem lugar seja o retrato de si mesmo.” (linhas 21-24)
IV. “A angústia de não pertencer rugia dentro da maioria das pessoas que entrevistei em Roraima, em diferentes momentos.” (linhas 34-36)
V. “...o desejo de apagar as populações nativas, ainda que pela assimilação ou pela supressão de direitos.” (linhas 46-49)
VI. “A identidade roraimense é fomentada na população por velhas e novas elites locais a partir da ideia de que o Brasil é contra eles...” (linhas 20-52)
No que diz respeito à função sintática dos termos sublinhados, é correto afirmar que em
Alternativas
Q2026985 Português
A violência em Roraima é contra a imagem no espelho

Os venezuelanos encarnam o pesadelo real de que toda estabilidade é provisória e o pertencimento é sempre precário
Eliane Brum

Não se compreende a violência dos brasileiros contra os venezuelanos sem entender o que é estar na fronteira e se saber à beira do mapa, a borda como o precipício que lembra a quem se agarra ao lado de cá que há uma fera rosnando no desconhecido. Com exceção dos povos indígenas, a população não indígena de Roraima é formada por migrantes recentes, a maioria da segunda metade do século XX. E sempre chegando de um outro lugar em que o chão se tornou movediço embaixo dos pés. Muitos não desembarcaram em Roraima diretamente do lugar em que nasceram, mas antes tentaram pertencer a outros pontos do mapa e não puderam se fixar por falta de trabalho ou outras faltas. Quem alcança um estado como Roraima vindo das regiões mais pobres do Brasil — ou das porções mais pobres dos estados rico s— sabe que alcançou uma espécie de território limite. Dali pra frente não há mais para onde andar. Talvez o que um brasileiro de Roraima vislumbre num venezuelano desesperado e sem lugar seja o retrato de si mesmo. Uma velha foto bem conhecida empurrada para o fundo de uma gaveta da qual ninguém quer lembrar, mas que nunca pôde ser totalmente esquecida. Diante dos venezuelanos famintos, doentes e assustados, desejando desesperadamente entrar, a imagem se materializa como um espelho que é preciso destruir. O que destroem no corpo do outro é a imagem de si mesmos cujo retorno não podem aceitar. A angústia de não pertencer rugia dentro da maioria das pessoas que entrevistei em Roraima, em diferentes momentos. Mas isso jamais era admitido. Ao contrário. Como costuma acontecer neste tipo de fenômeno, ela se expressava como uma identidade feroz, a de ser o único cidadão legítimo, o único com o direito de estar ali, o único que trabalha e quer progredir. Isso se manifestava em três comportamentos clássicos: a hostilidade contra estrangeiros de outra língua, especialmente americanos, a desconfiança com relação a brasileiros não migrantes, o desejo de apagar as populações nativas, ainda que pela assimilação ou pela supressão de direitos.
(...)
A identidade roraimense é fomentada na população por velhas e novas elites locais a partir da ideia de que o Brasil é contra eles (ou os ignora ou só aparece para se meter onde não devia, como na atual disputa pelo fechamento da fronteira com a Venezuela), os “gringos” querem tomar a Amazônia de seus legítimos donos e os indígenas impedem o progresso do estado e também de cada indivíduo que ali chegou com o sonho de fazer história, fortuna e, principalmente casa — lugar de pertencimento para quem tanto peregrinou pelo mapa do Brasil até finalmente alcançar a sua borda. Essa é sempre a condição de fronteira entre aqueles que as disputam. (...) A fronteira é um espaço de sobreviventes, que já conheceram o pior de vários mundos, sofreram estigmas, preconceitos e indignidades, e estão lutando por um lugar e sabem muito bem o porquê.
(...)
A imagem dos venezuelanos entrando e entrando, desesperados, miseráveis e famintos, é a imagem que um migrante mais teme para si mesmo. É também a prova de que a estabilidade é sempre provisória, de que é possível perder tudo mais uma vez. É a evidência viva, encarnada, de que não há lugar seguro, de que o pertencimento é sempre precário. De que do outro lado da borda, o abismo espreita com olhos injetados de sangue. Quem viveu escorregando de todos os mapas sente a dor dessa experiência no corpo.

Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/27/opinion.html Acesso em 06/09/2018. Adaptação. 
Considerando a justificativa para a acentuação da palavra “pôde” em “... mas que nunca pôde ser totalmente esquecida” (linhas 26- 27), assinale a opção em que a acentuação do termo destacado é justificada pelo mesmo motivo.
Alternativas
Respostas
1: B
2: A
3: D
4: A
5: D