Questões de Concurso Público SEDUC-CE 2018 para Professor - Línga Portuguesa
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Considerando o Romantismo da primeira metade do século XIX e o Realismo no Brasil, atente para os itens listados a seguir e escreva, nos parênteses, 1 para as características do Romantismo e 2 para as características do Realismo.
( ) Objetividade e compromisso com a verdade narrada com imparcialidade e impessoalidade diante dos fatos narrados e dos seres que inventa para viver esses fatos.
( ) O escritor preocupa-se com o seu momento histórico, presente.
( ) O escritor dá grande destaque ao passado.
( ) Observação impessoal e objetiva da realidade.
( ) Autêntica subjetividade e fantasia.
( ) Linguagem simples, preferência por períodos curtos, com clareza e harmonia, observando a correção gramatical, retratando fielmente os personagens.
A sequência correta, de cima para baixo, é
Sobre o contexto sócio-histórico do Realismo e do Naturalismo na segunda metade do século XIX, é correto afirmar que
I. a Revolução Francesa está diretamente associada ao nascimento da estética realista. Ela desencadeou mudanças tão profundas no modo de produção que se tornou responsável pela reordenação da economia mundial no século XIX.
II. a industrialização acarretou um efeito social de acentuada distinção entre a burguesia e a classe trabalhadora (proletariado). Acentua-se uma burguesia hipócrita e fútil, que explora o proletariado enquanto professa o amor à justiça e à igualdade, comportamento denunciado em boa parte dos romances escritos nesse período.
III. o interesse pelo funcionamento e pela organização da sociedade leva os escritores realistas a abordarem as necessidades materiais humanas (alimentação, moradia, etc.) e discutir as condições econômicas (aspectos referentes ao mundo do trabalho) necessárias para satisfazer tais necessidades.
IV. mudanças profundas ocorreram no Brasil na segunda metade do século XIX, afetando a economia, a política, a arte, como, por exemplo, a extinção do tráfico de escravos, o imigrante assalariado como nova mão de obra; livre comércio com o exterior; ampliação da burguesia mercantil; o avanço científico e o progresso tecnológico; crise entre a Igreja e o Governo; cisão entre o exército e o imperador; além da influência do positivismo, sobretudo no meio militar, na burguesia e entre alguns grupos de intelectuais.
É correto o que se afirma apenas em
A distinção entre o Realismo e o Naturalismo nem sempre é muito nítida, exceto nos textos em que se exagera a segunda tendência. Sobre isso, escreva V para o que for verdadeiro e F para o que for falso.
( ) Os naturalistas enfatizam o fato de a hereditariedade física e psicológica determinar o comportamento das personagens.
( ) A personagem naturalista é reduzida a quase nada; seu comportamento aproximase do comportamento animal.
( ) Uma característica frequente nas personagens realistas é a ênfase na satisfação de necessidades instintivas.
( ) O desequilíbrio das personagens realistas permanece latente até que o ambiente físico e social favoreça sua manifestação, portanto, juntando-se os fatores herança biológica e ambiente, criam-se condições para que se manifeste o conflito dramático da personagem realista.
A sequência correta, de cima para baixo, é
Considerando o Parnasianismo da segunda metade do século XIX e o Simbolismo do fim do século XIX e início do século XX no Brasil, atente para os itens listados a seguir e escreva, nos parênteses, 1 para as características do Parnasianismo e 2 para as características do Simbolismo.
( ) Volta ao Romantismo.
( ) Volta à cultura clássica.
( ) Exterioridade: culto à natureza.
( ) Interioridade: culto do sonho, da fantasia, da imaginação.
( ) Poema endereçado à emoção.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
Leia os textos simbolistas I e II.
Texto I
Alucinação
Cruz e Sousa
Ó solidão do Mar, ó amargor das vagas,
Ondas em convulsões, ondas em rebeldias,
Desespero do Mar, furiosa ventania,
Boca em fel dos tritões engasgada de pragas.
Velhas chagas do sol, ensanguentadas chagas
De ocasos purpurais de atroz melancolia,
Luas tristes, fatais, da atra mudez sombria
Da trágica ruína em vastidões pressagas.
Para onde tudo vai, para onde tudo voa,
Sumido, confundido, esboroado, à toa,
No caos tremendo e nu dos tempos a rolar?
Que Nirvana genial há de engolir tudo isto
- Mundos de Inferno e Céu, de Judas e de Cristo,
Luas, chagas do sol e turbilhões do Mar?!
Texto II
Ismália
Alphonsus de Guimaraens
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar…
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar…
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar…
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar…
Estava perto do céu,
Estava longe do mar…
E como um anjo pendeu
As asas para voar…
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar…
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par…
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar…
Escreva 1 para as características relativas ao Texto I, de Cruz e Sousa; 2 para as características relativas ao Texto II, de Alphonsus de Guimaraens e 3 para o que é comum aos Textos I e II.
( ) Morte como símbolo da eterna busca.
( ) Valorização das sensações provenientes de sentidos diferentes.
( ) Decadência anunciada em todos os elementos da natureza.
( ) Relações entre o mundo visível e o mundo das essências.
( ) Separação da matéria e do espírito sobrevivente às contingências terrenas.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
Leia o fragmento do conto pré-modernista “O Colocador de Pronomes”, de Monteiro Lobato (1924) para a resolução da questão.
Leia o fragmento do conto pré-modernista “O Colocador de Pronomes”, de Monteiro Lobato (1924) para a resolução da questão.
Leia o fragmento do conto pré-modernista “O Colocador de Pronomes”, de Monteiro Lobato (1924) para a resolução da questão.
Leia o fragmento (linhas 7-13) e analise as afirmações que se seguem:
“ - Hei-de influir na minha época. Aos tarelos hei de vencer. Fogem-me à férula os maráus de pau e corda? Ir-lhes-ei empós, fila-los-eis pela gorja... Salta rumor!
E foi-lhes “empós”, Andou pelas ruas examinando dísticos e tabuletas com vícios de língua.”
I. “Hei-de influir” e “hei de vencer” são as formas sintéticas antigas da morfologia analítica do futuro atual dos verbos influirei e vencerei, respectivamente.
II. “Ir-lhes-ei” e “fila-los-ei são exemplos de colocação pronominal mesoclítica, cujo emprego padrão, segundo a gramática normativa, é explicado pelo fato de o verbo estar no futuro em início de oração.
III. .“Fogem-me...” e “E foi-lhes...” são exemplos de colocação pronominal enclítica, cujo emprego padrão, segundo a gramática normativa, é explicado pelo fato de o verbo estar no início de oração, no primeiro, e antecedido da conjunção coordenada aditiva “E”, no segundo, em que o pronome é repetido.
É correto o que se afirma em
Leia o fragmento do conto pré-modernista “O Colocador de Pronomes”, de Monteiro Lobato (1924) para a resolução da questão.
A geração de 1930 vive um período de tensão e de crise e busca uma estabilização das conquistas modernas. Analise as afirmações sobre os poetas brasileiros dessa geração e sua produção.
I. Carlos Drummond de Andrade: as diferentes fases de sua poesia refletem a evolução de seu pensamento. Era também contista e cronista.
II. Jorge de Lima: sua poesia evoluiu de realista para uma poesia religiosa, mística, e então surrealista.
III. Vinicius de Morais: sua poesia evoluiu de católica para uma poesia erótica onde a presença da mulher é constante.
IV. Cecília Meireles: vem do Parnasianismo e filia-se ao Modernismo de segunda fase, quer pelo espiritualismo, quer pela forma, quer pela harmonia de seus versos.
É correto apenas o que se afirma em
Na primeira fase do modernismo, Oswald de Andrade, através do poema “Pronominais”, faz uma sátira contra a cultura acadêmica e, por extensão, contra o rigor da norma culta que privilegia os moldes lusitanos.
PRONOMINAIS
Oswald de Andrade
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
Fonte: https://www.todamateria.com.br/oswald-de-andrade. Acesso em 15/09/2018.
O conteúdo gramatical que o poeta utiliza para a
defesa de uma linguagem cotidiana brasileira é a
sintaxe
Embora não haja consenso em relação a uma etiqueta para as tendências literárias contemporâneas, mas, utilizando o termo “pós-modernismo, analise as asserções que se seguem.
I. Pós-modernismo é um nome geralmente dado às formas culturais de um período que aparecem desde os anos 60, abrangendo certas características como reflexão, ironia e um tipo de arte que mistura o popular e o erudito.
II. É visto ora como continuação dos aspectos mais radicais de modernismo, ora, ao contrário, como marcando uma ruptura com o modernismo como um modernismo não-histórico que anseia acabar.
III. Como alguns dos denominadores comuns que servem para definir o pós-modernismo, pode-se citar que os discursos pós-modernos instalam e subvertem convenções; que esses discursos não desafiam os limites fixos entre os gêneros, entre os tipos de arte, entre teoria e arte, entre arte erudita e cultura de massa.
IV. Uma das características marcantes do pós-modernismo é o pluralismo de estilos e, particularmente, o que caracteriza a poesia pós-modernista é o ludismo na criação da obra, presença marcante da intertextualidade, a intensificação da metalinguagem e o fragmentarismo textual; já o que caracteriza a prosa pós-modernista é o enaltecimento do intimismo e da “literatura-verdade” presente na prosa política (romance-reportagem e o realismo fantástico), que rejeita as prosas regionalista, urbana e autobiográfica.
É correto apenas o que se afirma em
Sobre os aspectos étnicos e raciais na literatura brasileira,
I. a presença do negro na literatura brasileira não escapa ao tratamento marginalizador que, desde as instâncias fundadoras, marca a etnia no processo de construção da sociedade brasileira.
II. a matéria negra, embora só ganhe presença mais significativa a partir do século XIX, surge na literatura brasileira desde o século XVI, nos versos satíricos e demolidores de Gregório de Matos.
III. evidenciam-se, na trajetória do negro no discurso literário nacional, dois posicionamentos: a condição negra como objeto, numa visão distanciada do escritor sobre o negro (Bernardo Guimarães e Castro Alves, no Romantismo; Aluísio de Azevedo e Adolfo Caminha, no Realismo, por exemplo) e o negro como sujeito, numa atitude compromissada do escritor negro (Luiz Gama no Romantismo; Cruz e Souza no Simbolismo: Lima Barreto no Pré-modernismo).
IV. Na terceira geração romântica brasileira, os poetas interessam-se mais pela idealização amorosa, em um sentimentalismo exacerbado, do que pelo conflito entre liberdade e escravidão, que atingia a sociedade da época.
V. Desde os anos de 1970, a designação literatura negra, tal como vem sendo utilizada no Brasil e em outros países da América, vincula-se à uma literatura feita por negros ou por descendentes assumidos de negros e emerge no bojo de uma situação histórica dada, configuradora da reivindicação pelos negros de determinados valores caracterizadores de uma identidade própria.
É correto apenas o que se afirma em
Atente para o que se afirma a seguir sobre o índio no imaginário literário do Brasil, e escreva V para o que for verdadeiro e F para o que for falso.
( ) O indianismo Barroco está presente na carta de Pero Vaz de Caminha, que define os índios como inocentes, curiosos e, até certo ponto, hospitaleiro, por receber os portugueses de modo acolhedor.
( ) O poeta árcade Basílio da Gama, no poema épico “O Uraguai”, compõe a história da resistência dos índios ao ataque português aos Sete Povos das Missões.
( ) No Brasil, os escritores indianistas dos romances românticos têm o interesse de retratar a cultura europeia, buscando resgatar a imagem do índio brasileiro como símbolo de um povo livre e soberano, de uma terra exuberante e incomparável.
( ) A imagem idealizada de pátria e de povo é questionada pelos modernistas, que promovem uma “releitura” dos textos quinhentistas e românticos, para propor uma visão desmistificada do Brasil e dos índios. O exemplo mais célebre dessa nova visão é “Macunaíma”, de Oswald de Andrade, em que Macunaíma é o índio indolente. Preguiçoso, sem caráter, que abre caminho para a desconstrução e dos mitos românticos e exemplifica a visão antropofágica defendida pelos modernistas.
A sequência correta, de cima para baixo, é: