Questões de Concurso Público UFGD 2019 para Técnico em Eletromecânica
Foram encontradas 50 questões
A MAIS POPULAR DAS DROGAS
Suzana Herculano-Houzel
O gosto é, francamente, ruim. Pergunte a qualquer criança de paladar inocente e ela lhe dirá que café é amargo que nem jiló. Mas depois que você é fisgado pelo aroma, o café rapidamente passa a ser presença constante em seu dia a dia. O que faz com que essa seja a beberagem psicoativa mais consumida do mundo?
Uns dizem que é porque a cafeína - o componente estimulante para o cérebro - vicia. Outros garantem que não, já que o consumo da substância não costuma aumentar progressivamente - apesar de os usuários ’sentirem falta’ daquele cafezinho. Afinal, é droga ou não é? Se for, a cafeína deve ativar o sistema de recompensa (um conjunto de estruturas na porção frontal do cérebro cuja ativação parece ser suficiente para gerar prazer) e assim garantir que o comportamento associado - como fazer sexo, comer, ir ao cinema ou usar cocaína, maconha ou nicotina - será repetido sempre que possível.
Para a alegria dos adeptos de um cafezinho, um estudo preliminar de imageamento funcional do cérebro mostrou, em 1999, que a cafeína não causa ativação aparente do sistema de recompensa do cérebro nem em ratos nem em humanos que receberam o equivalente a três xícaras de café. Mas isso acaba de mudar. Com uma técnica muito mais sensível, que mede diretamente a ativação do sistema de recompensa por meio da liberação de dopamina no núcleo acumbente (uma das estruturas principais do sistema), um grupo de neurocientistas dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA mostrou em agosto de 2002 que a cafeína age como qualquer droga, sim - ao menos no cérebro de ratos.
Enquanto o sexo, a comida e qualquer outro divertimento levam o próprio cérebro a ativar seu sistema de recompensa, a cafeína, como outras drogas, parece dispensar intermediários e ligar diretamente o núcleo acumbente, ao despejar dopamina no sistema de recompensa afora. Não é uma ativação espetacular, tanto que não se traduz em mudanças metabólicas cerebrais visíveis no imageamento funcional, como as que acontecem com a cocaína, a maconha ou o álcool. Mas é bastante respeitável — e suficiente para fazer qualquer animal querer mais.
Se age como droga, por que são tão raras as pessoas que parecem genuinamente viciadas? Talvez a resposta seja simples: porque é muito difícil conseguir ficar completamente ‘a seco’, sem ingerir cafeína alguma. Essa substância hoje é onipresente, encontrada em bebidas, sobremesas e até em inocentes ’remédios’ para a gripe ou dor de cabeça. Como ninguém passa muito tempo longe da droga, os sintomas da abstinência raramente aparecem. E se aparecerem, é só dar uma chegadinha à esquina e tomar uma coca-cola…
Disponível em http://cienciahoje.org.br/coluna/a-mais-popular-das-drogas/. Acesso em: 20 mai. 2018
A MAIS POPULAR DAS DROGAS
Suzana Herculano-Houzel
O gosto é, francamente, ruim. Pergunte a qualquer criança de paladar inocente e ela lhe dirá que café é amargo que nem jiló. Mas depois que você é fisgado pelo aroma, o café rapidamente passa a ser presença constante em seu dia a dia. O que faz com que essa seja a beberagem psicoativa mais consumida do mundo?
Uns dizem que é porque a cafeína - o componente estimulante para o cérebro - vicia. Outros garantem que não, já que o consumo da substância não costuma aumentar progressivamente - apesar de os usuários ’sentirem falta’ daquele cafezinho. Afinal, é droga ou não é? Se for, a cafeína deve ativar o sistema de recompensa (um conjunto de estruturas na porção frontal do cérebro cuja ativação parece ser suficiente para gerar prazer) e assim garantir que o comportamento associado - como fazer sexo, comer, ir ao cinema ou usar cocaína, maconha ou nicotina - será repetido sempre que possível.
Para a alegria dos adeptos de um cafezinho, um estudo preliminar de imageamento funcional do cérebro mostrou, em 1999, que a cafeína não causa ativação aparente do sistema de recompensa do cérebro nem em ratos nem em humanos que receberam o equivalente a três xícaras de café. Mas isso acaba de mudar. Com uma técnica muito mais sensível, que mede diretamente a ativação do sistema de recompensa por meio da liberação de dopamina no núcleo acumbente (uma das estruturas principais do sistema), um grupo de neurocientistas dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA mostrou em agosto de 2002 que a cafeína age como qualquer droga, sim - ao menos no cérebro de ratos.
Enquanto o sexo, a comida e qualquer outro divertimento levam o próprio cérebro a ativar seu sistema de recompensa, a cafeína, como outras drogas, parece dispensar intermediários e ligar diretamente o núcleo acumbente, ao despejar dopamina no sistema de recompensa afora. Não é uma ativação espetacular, tanto que não se traduz em mudanças metabólicas cerebrais visíveis no imageamento funcional, como as que acontecem com a cocaína, a maconha ou o álcool. Mas é bastante respeitável — e suficiente para fazer qualquer animal querer mais.
Se age como droga, por que são tão raras as pessoas que parecem genuinamente viciadas? Talvez a resposta seja simples: porque é muito difícil conseguir ficar completamente ‘a seco’, sem ingerir cafeína alguma. Essa substância hoje é onipresente, encontrada em bebidas, sobremesas e até em inocentes ’remédios’ para a gripe ou dor de cabeça. Como ninguém passa muito tempo longe da droga, os sintomas da abstinência raramente aparecem. E se aparecerem, é só dar uma chegadinha à esquina e tomar uma coca-cola…
Disponível em http://cienciahoje.org.br/coluna/a-mais-popular-das-drogas/. Acesso em: 20 mai. 2018
Os gêneros textuais são textos produzidos em uma determinada situação de uso da linguagem e que se definem por seus conteúdos, estilo, estrutura composicional e, sobretudo, em função dos objetivos que cumprem na situação comunicativa. Considerando essa afirmação e o texto acima, assinale a alternativa correta.
Leia a propaganda a seguir.
Assinale a alternativa em que as duas ocorrências do item lexical “grande” apresentam classificação morfológica correta.
Leia o texto a seguir.
Vivemos no mundo das redes, dos computadores portáteis, da telefonia móvel, na era da informação ubíqua, do passado imagético e midiático da notícia instantânea, global, planetária, que percorre – num átimo – as veias e artérias de fibra óptica do planeta. E, justamente por isso, estamos imbricados nesse incomensurável emaranhado de dados algorítmicos, nessa gigantesca trama de interações rizômicas, recíprocas e mutuamente influenciantes, que, com efeito, nos puxam e nos empurram, nos conectam e nos transformam, permeando a nossa existência veloz e fluidamente.
Revista Sociologia, edição 72, p. 52 (Excerto).
Assinale a alternativa que apresenta sentido equivalente à palavra destacada no texto.
Subi a escada. A escuridão era tão viscosa que se eu estendesse a mão, poderia senti-la amoitada como um bicho por entre os degraus. Tentei acender a vela, mas o vento me envolveu. [...]
TELLES, Lygia Fagundes. Os contos. 1.ed. São Paulo:
Companhia das Letras, 2018, p. 604.
O pronome oblíquo “la”, que se encontra destacado no fragmento, corresponde à
Do fragmento que segue foram extraídas cinco orações. Qual delas é uma oração subordinada substantiva objetiva direta?
Afastou-se quase sufocada. Compreendi então que estava num banco de jardim. E espantei-me de encontrar em redor tudo em ordem. A lua estava brincando com as nuvens, como se aquele extraordinário acontecimento não alterasse a harmonia do universo. Moviam-se lentamente os tinhorões. A fachada do armazém fronteiro não se tinha desmoronado. E a garça de bronze, à beira da água, levantava a perna inútil com displicência, mostrava-me o bico num conselho mudo, que não percebi.
RAMOS, Graciliano. Caetés. 28. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998, p. 60.
MAS HÁ A VIDA.
Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não Mata.
LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo: crônicas.
Rio de Janeiro: Roco, 1999, p. 346.
O termo “mas” é uma
Leia o texto a seguir.
O ESCRETE DE LOUCOS
[...]
Amigos, ninguém pode imaginar a frustração dos times europeus. Eles trouxeram, para 62, a enorme experiência de 58. Jogaram contra o Brasil na Suécia, trataram de desmontar o nosso futebol, peça por peça. Toda a nossa técnica e toda a nossa tática foram estudadas com sombrio élan. Sobre Garrincha, eis o que diziam os técnicos do Velho Mundo: — “Só dribla para a direita!” Era a falsa verdade que se tornaria universal. O próprio Pelé parecia um mistério dominado.
Após quatro anos de meditação sobre o nosso futebol, o europeu desembarca no Chile. Vinha certo, certo, da vitória. Havia, porém, em todos os seus cálculos, um equívoco pequenino e fatal. De fato, ele viria a apurar que o forte do Brasil não é tanto o futebol, mas o homem. Jogado por outro homem o mesmíssimo futebol, seria o desastre. Eis o patético da questão: — a Europa podia imitar o nosso jogo e nunca a nossa qualidade humana. Jamais, em toda a experiência do Chile, o tcheco ou o inglês entendeu os nossos patrícios. Para nos vencer, o alemão ou o suíço teria de passar várias encarnações aqui. Teria que nascer em Vila Isabel, ou Vaz Lobo. Precisaria ser camelô no largo da Carioca. Precisaria de toda uma vivência de botecos, de gafieira, de cachaça, de malandragem geral.
Aí está: — no Velho Mundo os sujeitos se parecem, como soldadinhos de chumbo. A dessemelhança que possa existir de um tcheco para um belga, ou um suíço, é de feitio os sul-americanos. Repito: o brasileiro é uma nova experiência humana.
O homem do Brasil entra na história com um elemento inédito, revolucionário e criador: a molecagem. Citei a brincadeira de Garrincha num final dramático de jogo. Era a molecagem. Aqueles quatro ou cinco tchecos, parados diante de Mané, magnetizados, representavam a Europa. Diante de um valor humano insuspeitado e deslumbrante, a Europa emudecia, com os seus túmulos, as suas torres, os seus claustros, os seus rios.
[...]
E mesmo fora do futebol, o europeu faz uma imitação da vida, enquanto que o brasileiro vive de verdade e ferozmente. Ninguém compreenderá que foi a nossa qualidade humana que nos deu esta Copa tão alta, tão erguida, de fronte de ouro. E mais: — foi o mistério de nossos botecos, e a graça das nossas esquinas, e o soluço dos nossos cachaças, e a euforia dos nossos cafajestes. Jogamos no Chile com ardente seriedade. Mas a última jogada de Mané, no adeus aos Andes, foi uma piada, tão linda e tão plástica. No mais patético das batalhas, o escrete soube brincar. Esse toque de molecagem brasileira é que deu à vitória uma inconcebível luz.
RODRIGUES, Nélson. A Pátria de Chuteiras. 2013. (Fragmento).
Assinale a alternativa que indica o gênero desse texto.
ISSO É MUITA SABEDORIA
Quando _________ (verbo fazer) tudo para que nos_________ (verbo amar) e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não _________ (verbo obter) o amor, o afeto ou a ternura que _________ (verbo haver) solicitado, melhor será _________ (verbo desistir)e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue; outras vezes, nada _________ (verbo dar) e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho... o de mais nada fazer.
Disponível em: https://www.pensador.com/clarice_lispector_textos. Acesso em: 10 fev. 2019.
Assinale a alternativa que apresenta as formas corretas da conjugação dos verbos pedidos para completar as lacunas, estabelecendo harmonia entre o sujeito e o verbo empregado.