Questões de Concurso Público UFPEL 2022 para Enfermeiro
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"As armas e os barões assinalados,/ Que da ocidental praia Lusitana,/ Por mares nunca de antes navegados,/ Passaram ainda além da Taprobana,/ Em perigos e guerras esforçados, / Mais do que prometia a força humana, / E entre gente remota edificaram/ Novo reino, que tanto sublimaram."
Assim começa a obra que pode ser considerada a certidão de nascimento da língua portuguesa. Publicada em 12 de março de 1572, há 450 anos, a célebre criação do poeta Luís Vaz de Camões (nascido provavelmente no ano de 1524 e morto provavelmente em 1580) é formada por dez cantos, 1.102 estrofes e 8.816 versos, todos em oitavas decassilábicas, sempre arranjados em um esquema rítmico fixo. Trata-se do poema épico Os Lusíadas, que narra a descoberta, pelo navegador português Vasco da Gama (1469-1524), da rota marítima para a Índia — um marco nas relações comerciais e exploratórias do século 15 e, de certa forma, a consolidação de um momento historicamente relevante para Portugal. (...) Mas a grandeza de Os Lusíadas não se resume ao engenhoso e esmerado formato adotado por Camões, nem pelo grande número de versos, tampouco pelas próprias histórias de heroísmo ali narradas. Os Lusíadas se tornou um marco pelo uso da língua portuguesa — na época chamada apenas de "linguagem", quase como de modo pejorativo quando comparada ao jeito culto de se expressar por escrito, ou seja, o latim. E, protagonista e fruto de um momento histórico de valorização de tais identidades, a obra é reconhecida como uma espécie de literatura fundadora do idioma hoje oficialmente praticado em Portugal e em outros oito países, inclusive o Brasil. Professora livre-docente da Universidade de São Paulo (...), a linguista Marcia Maria de Arruda Franco contextualiza a obra como parte de um momento de "dignificação da língua portuguesa como língua de cultura". "Até o século 16, era muito raro que um autor em Portugal escrevesse em português. E mesmo ao longo do século 16, as línguas de cultura preferidas dos letrados, tanto os humanistas puros que usavam o latim, como os impuros que usavam as línguas vulgares, era o castelhano ou o latim em vez do português", esclarece ela. (...)
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-60711413 Acesso em abril 2022.
Às informações explícitas no texto é INCOERENTE relacionar o pressuposto
Leia o texto a seguir para responder à questão
Canto VII
Dante Alighieri
Na guarda do quarto círculo, mais um demônio, Plutão, reage com linguagem ininteligível à entrada de Dante, mas é silenciado por Virgílio, que faz valer o apoio divino que os assiste. Aqui os avaros e os pródigos, divididos em dois grupos opostos e empurrando com os peitos nus grandes pesos, perfazem cada qual meia volta do círculo em sentidos opostos até se embaterem, retomando em seguida o caminho em sentido inverso, para chocarem-se de novo no ponto oposto do círculo.
Depois de uma argumentação de Virgílio sobre a vaidade da Fortuna, os poetas passam para o quinto círculo, onde nas águas escuras e lamacentas do Estige estão os iracundos: na superfície, os raivosos violentos a se esmurrar, e, completamente submersos, os tristes rancorosos se lamentando.
Analise as seguintes proposições:
I. Em relação ao texto, não resta dúvida de que os personagens estavam reencontrando Plutão, o que fica evidente na passagem “mais um demônio”.
II. Os termos aqui, até e onde são classificados gramaticalmente como advérbios, mas apenas dois deles foram empregados no texto com essa função.
III. O termo argumentação, presente no 2º parágrafo, poderia ser substituído por exposição, sem que houvesse prejuízo ao sentido original do texto.
IV. Os termos iracundos, raivosos e rancorosos pertencem ao mesmo campo semântico; semelhante tipo de aproximação, porém, não é coerente entre os vocábulos opostos, embaterem e inverso.
Estão corretas