Questões de Concurso Público UFR 2021 para Técnico de Laboratório Mecânica

Foram encontradas 50 questões

Q2424689 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto e responda às questões de 01 a 03.


Uma velhinha é uma velhinha


  1. Não sei se os outros pensam assim, mas, quando vejo uma velhinha e procuro imaginar que ela já tenha sido
  2. jovem, e tido um namorado, e feito todas as coisas a que o amor obriga, por mais que eu queira, não
  3. acredito. Ou, se acredito, não entendo. Porque uma velhinha é uma velhinha, tal qual uma
  4. rosa, que é uma rosa. Dá-me uma ideia do ser humano eterno, que sempre houve e não deixará de haver, com sua golinha de
  5. rendas, seu chapéu com aplicação de jasmins, seu guarda-chuva, seus sapatos de fivelas. As de Paris
  6. passeiam, de manhã, em Auteuil, comprando carne para os gatos, queijos e legumes para si. Passeiam seus
  7. cães, à tardinha, no Bois e, enquanto dão-lhes folga, discutem, umas com as outras, sobre a última e a
  8. próxima guerra. Queixam-se do frio, da bruma constante e, se um sinal de luz aponta para os lados de
  9. Versailles, dizem todas, ao mesmo tempo, numa felicíssima esperança: "vá faire beau!" Adoram o sol. Que
  10. engraçado vê-las ao sol! Ficam mexeriqueiras, rigorosas e bisbilhotam a vida de todas as velhinhas ausentes.
  11. Voltam à humildade de antes, quando o sol se cobre e a praça esfria outra vez, mandando-as para casa.
  12. Passava horas vendo as velhinhas de Paris. Na Ferme d'Auteuil, entre cinco e seis da tarde, tomavam seu
  13. chá, lentamente, e era uma delícia ouvi-las conversar. Mas nunca me consenti acreditar que houvessem sido
  14. mocinhas, ou que houvessem tirado aquela espécie de farda, um dia sequer, em suas vidas.
  15. Há pouco tempo, em um café de Friburgo, sentou-se uma velhinha para conversar. Precisava de um
  16. dinheiro, para caiar a casa e ajudar no casamento de uma neta. Aceitou uma xícara, beliscou de uns doces, e
  17. foram tantas as perguntas, que acabou contando sua vida. Tivera um namorado, andara fazendo suas
  18. facilidades com ele. Depois, casou com outro e, mesmo casada, facilitou também, porque não soubera
  19. resistir aos encantos de um primo, em Magé. Por fim, morreu-lhe o marido e, na campanha por um novo
  20. casamento, dera-se a duas ou três fantasias pouco recomendáveis, em senhoras viúvas. Isso representou para
  21. mim um choque muito grande. De repente, as velhinhas de Auteuil deixaram de ser os seres eternos que eu,
  22. sabiamente, imaginara. Todas se transformaram, violentamente, em gente igual a mim, que comete dos meus
  23. erros e, como eu, de felicidade em felicidade, de abraço em abraço, de ilusão em ilusão, inebriadamente,
  24. envelhece...


(Antônio Maria. Benditas sejam as moças: as crônicas de Antônio Maria. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2002.)

O texto constrói a coesão com base em diversos elementos linguísticos. Sobre esses elementos, assinale a afirmativa correta.

Alternativas
Q2424690 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto e responda às questões de 01 a 03.


Uma velhinha é uma velhinha


  1. Não sei se os outros pensam assim, mas, quando vejo uma velhinha e procuro imaginar que ela já tenha sido
  2. jovem, e tido um namorado, e feito todas as coisas a que o amor obriga, por mais que eu queira, não
  3. acredito. Ou, se acredito, não entendo. Porque uma velhinha é uma velhinha, tal qual uma
  4. rosa, que é uma rosa. Dá-me uma ideia do ser humano eterno, que sempre houve e não deixará de haver, com sua golinha de
  5. rendas, seu chapéu com aplicação de jasmins, seu guarda-chuva, seus sapatos de fivelas. As de Paris
  6. passeiam, de manhã, em Auteuil, comprando carne para os gatos, queijos e legumes para si. Passeiam seus
  7. cães, à tardinha, no Bois e, enquanto dão-lhes folga, discutem, umas com as outras, sobre a última e a
  8. próxima guerra. Queixam-se do frio, da bruma constante e, se um sinal de luz aponta para os lados de
  9. Versailles, dizem todas, ao mesmo tempo, numa felicíssima esperança: "vá faire beau!" Adoram o sol. Que
  10. engraçado vê-las ao sol! Ficam mexeriqueiras, rigorosas e bisbilhotam a vida de todas as velhinhas ausentes.
  11. Voltam à humildade de antes, quando o sol se cobre e a praça esfria outra vez, mandando-as para casa.
  12. Passava horas vendo as velhinhas de Paris. Na Ferme d'Auteuil, entre cinco e seis da tarde, tomavam seu
  13. chá, lentamente, e era uma delícia ouvi-las conversar. Mas nunca me consenti acreditar que houvessem sido
  14. mocinhas, ou que houvessem tirado aquela espécie de farda, um dia sequer, em suas vidas.
  15. Há pouco tempo, em um café de Friburgo, sentou-se uma velhinha para conversar. Precisava de um
  16. dinheiro, para caiar a casa e ajudar no casamento de uma neta. Aceitou uma xícara, beliscou de uns doces, e
  17. foram tantas as perguntas, que acabou contando sua vida. Tivera um namorado, andara fazendo suas
  18. facilidades com ele. Depois, casou com outro e, mesmo casada, facilitou também, porque não soubera
  19. resistir aos encantos de um primo, em Magé. Por fim, morreu-lhe o marido e, na campanha por um novo
  20. casamento, dera-se a duas ou três fantasias pouco recomendáveis, em senhoras viúvas. Isso representou para
  21. mim um choque muito grande. De repente, as velhinhas de Auteuil deixaram de ser os seres eternos que eu,
  22. sabiamente, imaginara. Todas se transformaram, violentamente, em gente igual a mim, que comete dos meus
  23. erros e, como eu, de felicidade em felicidade, de abraço em abraço, de ilusão em ilusão, inebriadamente,
  24. envelhece...


(Antônio Maria. Benditas sejam as moças: as crônicas de Antônio Maria. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2002.)

A respeito da ideia construída pela sentença: “Porque uma velhinha é uma velhinha, tal qual uma rosa, que é uma rosa”, assinale a afirmativa correta.

Alternativas
Q2424691 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto e responda às questões de 01 a 03.


Uma velhinha é uma velhinha


  1. Não sei se os outros pensam assim, mas, quando vejo uma velhinha e procuro imaginar que ela já tenha sido
  2. jovem, e tido um namorado, e feito todas as coisas a que o amor obriga, por mais que eu queira, não
  3. acredito. Ou, se acredito, não entendo. Porque uma velhinha é uma velhinha, tal qual uma
  4. rosa, que é uma rosa. Dá-me uma ideia do ser humano eterno, que sempre houve e não deixará de haver, com sua golinha de
  5. rendas, seu chapéu com aplicação de jasmins, seu guarda-chuva, seus sapatos de fivelas. As de Paris
  6. passeiam, de manhã, em Auteuil, comprando carne para os gatos, queijos e legumes para si. Passeiam seus
  7. cães, à tardinha, no Bois e, enquanto dão-lhes folga, discutem, umas com as outras, sobre a última e a
  8. próxima guerra. Queixam-se do frio, da bruma constante e, se um sinal de luz aponta para os lados de
  9. Versailles, dizem todas, ao mesmo tempo, numa felicíssima esperança: "vá faire beau!" Adoram o sol. Que
  10. engraçado vê-las ao sol! Ficam mexeriqueiras, rigorosas e bisbilhotam a vida de todas as velhinhas ausentes.
  11. Voltam à humildade de antes, quando o sol se cobre e a praça esfria outra vez, mandando-as para casa.
  12. Passava horas vendo as velhinhas de Paris. Na Ferme d'Auteuil, entre cinco e seis da tarde, tomavam seu
  13. chá, lentamente, e era uma delícia ouvi-las conversar. Mas nunca me consenti acreditar que houvessem sido
  14. mocinhas, ou que houvessem tirado aquela espécie de farda, um dia sequer, em suas vidas.
  15. Há pouco tempo, em um café de Friburgo, sentou-se uma velhinha para conversar. Precisava de um
  16. dinheiro, para caiar a casa e ajudar no casamento de uma neta. Aceitou uma xícara, beliscou de uns doces, e
  17. foram tantas as perguntas, que acabou contando sua vida. Tivera um namorado, andara fazendo suas
  18. facilidades com ele. Depois, casou com outro e, mesmo casada, facilitou também, porque não soubera
  19. resistir aos encantos de um primo, em Magé. Por fim, morreu-lhe o marido e, na campanha por um novo
  20. casamento, dera-se a duas ou três fantasias pouco recomendáveis, em senhoras viúvas. Isso representou para
  21. mim um choque muito grande. De repente, as velhinhas de Auteuil deixaram de ser os seres eternos que eu,
  22. sabiamente, imaginara. Todas se transformaram, violentamente, em gente igual a mim, que comete dos meus
  23. erros e, como eu, de felicidade em felicidade, de abraço em abraço, de ilusão em ilusão, inebriadamente,
  24. envelhece...


(Antônio Maria. Benditas sejam as moças: as crônicas de Antônio Maria. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2002.)

Sobre as relações morfossintáticas do texto, assinale a afirmativa correta.

Alternativas
Q2424692 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto e responda às questões de 04 a 08.


A lógica norueguesa


De todas as viagens que fiz, nenhum povo me surpreendeu mais do que o norueguês. Estive por lá num início da primavera e fiquei intrigado com um trator que arava a terra no acostamento da rodovia onde eu trafegava. Logo descobri: o governo da Noruega paga aos fazendeiros para fazer jardins ao lado das rodovias. Certamente viajar rodeado por flores agradaria muito mais a qualquer turista. (...)

Dinheiro não é problema. A Noruega é um dos 10 maiores exportadores de petróleo do mundo. O governo tem reservas para sustentar o país por 100 anos se não entrar mais um centavo nos cofres públicos e ocupa a 6ª posição entre os menos corruptos (a Dinamarca é o primeiro e o Brasil… bem, deixa isso pra lá). Nem por isso há distribuição de grana, o governo aperta o cidadão, cobra altos impostos, e assim mantém as pessoas sempre desafiadas para ganhar a vida.

Quem manda é um rei, talvez a única monarquia que foi eleita no mundo. Em 1905, a Noruega não quis mais fazer parte da Suécia e em um plebiscito decidiu pela separação com 99,95% dos votos (só 184 eleitores votaram contra). Decidiram também pela monarquia, mas faltava um rei. Convidaram então Carlos da Dinamarca, que só aceitou a missão depois que um plebiscito aprovou seu nome por esmagadora maioria. O atual monarca é Haroldo V da Noruega.

Talvez você se lembre de que um dos quadros da série O Grito foi roubado e os ladrões deixaram até um bilhete (“obrigado pela falta de segurança”). Mas não foi por acaso: os responsáveis pela segurança se preocuparam que alguém pudesse se ferir em um assalto e isso seria mais intolerável que qualquer roubo. “Todo mundo sabe que esse quadro é nosso, ninguém vai comprar”, disseram os noruegueses. Tiro e queda, o quadro voltou.

É claro que um povo assim não se contentaria apenas em separar o lixo com rigor. Isso é para principiantes.

Lá eles usam o lixo não reciclável para queimar e produzir energia elétrica. Imagina fazer um lixão num país tão lindo! Só que sempre surge um novo problema: falta lixo. Agora a Noruega se tornou importadora de lixo para produzir energia elétrica.

Gostei tanto que quis trazer para casa um aquavit, a bebida típica, com seus 40% de teor de álcool. No supermercado só achei cerveja e tive de perguntar. Não, não, destilados só em lojas controladas pelo governo (o vinmonopolet) que só vende para maiores de idade e jamais para pessoas embriagadas. Achei uma loja de licor e criei coragem de sacar meu cartão de crédito para pagar uma pequena fortuna pela garrafa. A vendedora, até então uma simpática idosa, me olhou horrorizada enquanto dizia: “como assim, você quer pagar bebida alcoólica com cartão de crédito?”. Tem toda lógica, convenhamos.

ARAÚJO, R. Disponível em: https://www.revistaviajemais.com.br/a-logica-norueguesa/#more-1248. Acesso em: 08/07/21.

A organização das ideias no texto segue o padrão descrito em:

Alternativas
Q2424693 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto e responda às questões de 04 a 08.


A lógica norueguesa


De todas as viagens que fiz, nenhum povo me surpreendeu mais do que o norueguês. Estive por lá num início da primavera e fiquei intrigado com um trator que arava a terra no acostamento da rodovia onde eu trafegava. Logo descobri: o governo da Noruega paga aos fazendeiros para fazer jardins ao lado das rodovias. Certamente viajar rodeado por flores agradaria muito mais a qualquer turista. (...)

Dinheiro não é problema. A Noruega é um dos 10 maiores exportadores de petróleo do mundo. O governo tem reservas para sustentar o país por 100 anos se não entrar mais um centavo nos cofres públicos e ocupa a 6ª posição entre os menos corruptos (a Dinamarca é o primeiro e o Brasil… bem, deixa isso pra lá). Nem por isso há distribuição de grana, o governo aperta o cidadão, cobra altos impostos, e assim mantém as pessoas sempre desafiadas para ganhar a vida.

Quem manda é um rei, talvez a única monarquia que foi eleita no mundo. Em 1905, a Noruega não quis mais fazer parte da Suécia e em um plebiscito decidiu pela separação com 99,95% dos votos (só 184 eleitores votaram contra). Decidiram também pela monarquia, mas faltava um rei. Convidaram então Carlos da Dinamarca, que só aceitou a missão depois que um plebiscito aprovou seu nome por esmagadora maioria. O atual monarca é Haroldo V da Noruega.

Talvez você se lembre de que um dos quadros da série O Grito foi roubado e os ladrões deixaram até um bilhete (“obrigado pela falta de segurança”). Mas não foi por acaso: os responsáveis pela segurança se preocuparam que alguém pudesse se ferir em um assalto e isso seria mais intolerável que qualquer roubo. “Todo mundo sabe que esse quadro é nosso, ninguém vai comprar”, disseram os noruegueses. Tiro e queda, o quadro voltou.

É claro que um povo assim não se contentaria apenas em separar o lixo com rigor. Isso é para principiantes.

Lá eles usam o lixo não reciclável para queimar e produzir energia elétrica. Imagina fazer um lixão num país tão lindo! Só que sempre surge um novo problema: falta lixo. Agora a Noruega se tornou importadora de lixo para produzir energia elétrica.

Gostei tanto que quis trazer para casa um aquavit, a bebida típica, com seus 40% de teor de álcool. No supermercado só achei cerveja e tive de perguntar. Não, não, destilados só em lojas controladas pelo governo (o vinmonopolet) que só vende para maiores de idade e jamais para pessoas embriagadas. Achei uma loja de licor e criei coragem de sacar meu cartão de crédito para pagar uma pequena fortuna pela garrafa. A vendedora, até então uma simpática idosa, me olhou horrorizada enquanto dizia: “como assim, você quer pagar bebida alcoólica com cartão de crédito?”. Tem toda lógica, convenhamos.

ARAÚJO, R. Disponível em: https://www.revistaviajemais.com.br/a-logica-norueguesa/#more-1248. Acesso em: 08/07/21.

Este texto representa um gênero textual cuja característica é:

Alternativas
Respostas
1: C
2: B
3: A
4: D
5: C