Questões de Concurso Público UFU-MG 2019 para Tradutor e Intérprete de Linguagem de Sinais
Foram encontradas 10 questões
Se, na primeira vez, o filme “Café com canela” me avassalou, agora então, sem qualquer cerimônia, atravessou meu coração! Estou, desde menina, chafurdada na magia dessa sétima arte que tanto admiro e na qual também trabalho. Portanto, acostumada às salas de cinema e a sua película tão parecida com sonho. Lo que passa és que o filme de Glenda Nicácio e Ary Rosa me é inaugural e o é para o cinema brasileiro, que é também o do mundo.
Ao falar a partir da própria aldeia com extrema maestria, Cachoeira, cidade do Recôncavo onde se passa a premiada obra, consegue abrigar nos seus 122 minutos todas as Áfricas e as não Áfricas também. É de e sobre o afeto. A afetividade é sua liga, argamassa, presença invisível e aderente em todos os “frames”. É o pontilhado discretíssimo que forma a imagem. O filme foi identificado já em seu lançamento em Brasília como uma obra de afeto. E aí traz o mundo inteiro no bolso.
Não só pelo afeto ser uma forma de conhecimento, como afirma Espinosa, mas porque, em seu bojo, a humanidade se esculpe. Tudo passa por essa via: os primeiros cuidados, a autoconfiança, o autoconhecimento, a relação com o outro, com o trabalho, com a natureza, com a política... tudo passa pela estrada do afeto. Tramas urdidas com esta linha decidem o jogo da vida. Por causa do afeto ou de sua falta, muitas tramas se banham em dramas.
Mas então é inaugural por que, se muitos filmes falam de afeto, sua doença, seu avesso, que é a guerra? É que o filme me atravessou por identificação! Vi os aniversários lá de casa. Vi minha madrinha, tios, primos, minha gente alegre na tela do cinema. Normal. Bebendo cerveja de bar, contando piada, sem chororô estereotipado, e tirando sempre onda do sofrimento. Sem negá-lo. Tirando de letra a pesada lida da vida de uma etnia que experimenta há séculos uma realidade estruturalmente racista. E tem que sobreviver. E arrumar saúde. E durar pra virar o jogo sem ser abatido em “pleno voo”, como diz Martha Medeiros. Mas o filme não fala disso. Não precisa. Sua prova factual é irrefutável. O filme é trágico sem ser triste. Está ali a dona morte visitando a realidade exposta, mas tudo é costurado na linha da oferenda, no caminho da generosidade, fundamento matriz da filosofia africana, sem a qual não teríamos sobrevivido até aqui. [...]
LUCINDA, Elisa. Disponível em: https://www.jb.com.br/colunistas/cercadinho_de_palavras/2018/08/1774-me-vi-no-cinema.html . Acesso em 08.jan2019.(Adaptado)
Se, na primeira vez, o filme “Café com canela” me avassalou, agora então, sem qualquer cerimônia, atravessou meu coração! Estou, desde menina, chafurdada na magia dessa sétima arte que tanto admiro e na qual também trabalho. Portanto, acostumada às salas de cinema e a sua película tão parecida com sonho. Lo que passa és que o filme de Glenda Nicácio e Ary Rosa me é inaugural e o é para o cinema brasileiro, que é também o do mundo.
Ao falar a partir da própria aldeia com extrema maestria, Cachoeira, cidade do Recôncavo onde se passa a premiada obra, consegue abrigar nos seus 122 minutos todas as Áfricas e as não Áfricas também. É de e sobre o afeto. A afetividade é sua liga, argamassa, presença invisível e aderente em todos os “frames”. É o pontilhado discretíssimo que forma a imagem. O filme foi identificado já em seu lançamento em Brasília como uma obra de afeto. E aí traz o mundo inteiro no bolso.
Não só pelo afeto ser uma forma de conhecimento, como afirma Espinosa, mas porque, em seu bojo, a humanidade se esculpe. Tudo passa por essa via: os primeiros cuidados, a autoconfiança, o autoconhecimento, a relação com o outro, com o trabalho, com a natureza, com a política... tudo passa pela estrada do afeto. Tramas urdidas com esta linha decidem o jogo da vida. Por causa do afeto ou de sua falta, muitas tramas se banham em dramas.
Mas então é inaugural por que, se muitos filmes falam de afeto, sua doença, seu avesso, que é a guerra? É que o filme me atravessou por identificação! Vi os aniversários lá de casa. Vi minha madrinha, tios, primos, minha gente alegre na tela do cinema. Normal. Bebendo cerveja de bar, contando piada, sem chororô estereotipado, e tirando sempre onda do sofrimento. Sem negá-lo. Tirando de letra a pesada lida da vida de uma etnia que experimenta há séculos uma realidade estruturalmente racista. E tem que sobreviver. E arrumar saúde. E durar pra virar o jogo sem ser abatido em “pleno voo”, como diz Martha Medeiros. Mas o filme não fala disso. Não precisa. Sua prova factual é irrefutável. O filme é trágico sem ser triste. Está ali a dona morte visitando a realidade exposta, mas tudo é costurado na linha da oferenda, no caminho da generosidade, fundamento matriz da filosofia africana, sem a qual não teríamos sobrevivido até aqui. [...]
LUCINDA, Elisa. Disponível em: https://www.jb.com.br/colunistas/cercadinho_de_palavras/2018/08/1774-me-vi-no-cinema.html . Acesso em 08.jan2019.(Adaptado)
Se, na primeira vez, o filme “Café com canela” me avassalou, agora então, sem qualquer cerimônia, atravessou meu coração! Estou, desde menina, chafurdada na magia dessa sétima arte que tanto admiro e na qual também trabalho. Portanto, acostumada às salas de cinema e a sua película tão parecida com sonho. Lo que passa és que o filme de Glenda Nicácio e Ary Rosa me é inaugural e o é para o cinema brasileiro, que é também o do mundo.
Ao falar a partir da própria aldeia com extrema maestria, Cachoeira, cidade do Recôncavo onde se passa a premiada obra, consegue abrigar nos seus 122 minutos todas as Áfricas e as não Áfricas também. É de e sobre o afeto. A afetividade é sua liga, argamassa, presença invisível e aderente em todos os “frames”. É o pontilhado discretíssimo que forma a imagem. O filme foi identificado já em seu lançamento em Brasília como uma obra de afeto. E aí traz o mundo inteiro no bolso.
Não só pelo afeto ser uma forma de conhecimento, como afirma Espinosa, mas porque, em seu bojo, a humanidade se esculpe. Tudo passa por essa via: os primeiros cuidados, a autoconfiança, o autoconhecimento, a relação com o outro, com o trabalho, com a natureza, com a política... tudo passa pela estrada do afeto. Tramas urdidas com esta linha decidem o jogo da vida. Por causa do afeto ou de sua falta, muitas tramas se banham em dramas.
Mas então é inaugural por que, se muitos filmes falam de afeto, sua doença, seu avesso, que é a guerra? É que o filme me atravessou por identificação! Vi os aniversários lá de casa. Vi minha madrinha, tios, primos, minha gente alegre na tela do cinema. Normal. Bebendo cerveja de bar, contando piada, sem chororô estereotipado, e tirando sempre onda do sofrimento. Sem negá-lo. Tirando de letra a pesada lida da vida de uma etnia que experimenta há séculos uma realidade estruturalmente racista. E tem que sobreviver. E arrumar saúde. E durar pra virar o jogo sem ser abatido em “pleno voo”, como diz Martha Medeiros. Mas o filme não fala disso. Não precisa. Sua prova factual é irrefutável. O filme é trágico sem ser triste. Está ali a dona morte visitando a realidade exposta, mas tudo é costurado na linha da oferenda, no caminho da generosidade, fundamento matriz da filosofia africana, sem a qual não teríamos sobrevivido até aqui. [...]
LUCINDA, Elisa. Disponível em: https://www.jb.com.br/colunistas/cercadinho_de_palavras/2018/08/1774-me-vi-no-cinema.html . Acesso em 08.jan2019.(Adaptado)
Se você acha que o maior vexame do Brasil, quando o tema é Copa do Mundo, foi o 7 a 1 contra a Alemanha, em 2014, em pleno Mineirão lotado, pode estar enganado. Para muitos, a grande vergonha completa 35 anos: o roubo da taça Jules Rimet, na sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
A Jules Rimet foi criada em 1928, e o troféu era entregue para a seleção campeã da Copa. A cada quatro anos, a relíquia tinha uma nova casa. Mas o primeiro país que conquistasse o tricampeonato ficaria com o prêmio definitivamente. Pelé, Jairzinho, Tostão, Carlos Alberto Torres e companhia conquistaram o tri em 1970, no México.
Desde então, o troféu ficava exposto na sede da CBF, no centro do Rio de Janeiro, na entrada da principal sala de reuniões da confederação. Mas, depois de 13 anos e meio da conquista, os seguranças do prédio foram rendidos e a taça foi roubada. Os ladrões não conseguiram quebrar o vidro à prova de balas, mas desmontaram as molduras de madeira e levaram a relíquia.
A Jules Rimet era feita em prata, ouro, com base em pedra semipreciosa, pesava 3,8 quilos, tinha 35 centímetros de altura e era a imagem da deusa da vitória. Na época, a CBF recebeu um valor de Cr$ 30 milhões (aproximadamente R$ 370 mil) de um seguro sobre o ouro que tinha na peça, cerca de 1,8 quilo.
A taça nunca mais foi encontrada, e a suspeita mais forte é que foi derretida e o ouro e a prata usados para fazer novas peças. Três pessoas foram condenadas pelo roubo, Sérgio Peralta, Chico Barbudo e Luiz Bigode; e uma por receptação, Juan Carlos Hernandes.
Depois de 70, a Fifa (Federação Internacional de Futebol) criou o troféu que é entregue atualmente, mas nenhum país fica com a taça definitivamente e, sim, com uma réplica da Copa do Mundo.
CANTERAS, Carla. Disponível em: https://esportes.r7.com/futebol/roubo-da-taca-jules-rimet-na-sede-da-cbf-completa-35-anos-19122018. Acesso em 03. jan.2019. (Adaptado)
Considere o enunciado a seguir, recortado do texto apresentado:
“A Jules Rimet foi criada em 1928, e o troféu era entregue para a seleção campeã da Copa. A cada quatro anos, a relíquia tinha uma nova casa. Mas o primeiro país que conquistasse o tricampeonato ficaria com o prêmio definitivamente. Pelé, Jairzinho, Tostão, Carlos Alberto Torres e companhia conquistaram o tri em 1970, no México”.
Sobre as formas verbais destacadas no trecho acima, é correto afirmar que
Indevida culpa materna
Se eu pudesse aliviar o mundo de um sofrimento, seria o de remover as culpas indevidas que a maioria das mulheres carrega dentro de si, na função de mãe.
Para qualquer problema comportamental apresentado por uma criança ou por um adolescente, ou até mesmo por alguns adultos, há uma mãe se responsabilizando por ele. Há, sem dúvida, responsabilidades de que as mães não podem se furtar na educação dos filhos, mas uma boa parte da culpa é devida à cultura da época e do local, e pode ser evitada.
Hoje a grande culpa indevida é a que a maioria das mães pensa/sente que está “em falta” com os filhos quando trabalha fora. Essa culpa, que sabota a felicidade familiar, deve-se ao pensamento de que ela deveria se dedicar mais aos filhos.
Algumas mães podem ter a opção de não trabalhar (fora) e permanecer mais tempo com os filhos. Mas estes não precisam delas o tempo todo e, se precisarem, é porque já existe uma dinâmica de comportamentos problemáticos: o sufocado produz e sustenta um folgado. Ou seja: embaixo de um sufocado (mãe) tem sempre um ou vários folgados (filhos e, às vezes, também outros adultos).
Enquanto a mãe não resolver essa equação, ficará cada vez mais sufocada, e os filhos, cada vez mais folgados, malcriados e tiranos. Essa sufocada mãe vai achar que 24 horas por dia são insuficientes para atender a tantos folgados e… lá vem a culpa indevida!
A sufocada vai se sufocando porque quer deixar todos os filhos satisfeitos somente quando aprenderem a cuidar de si e dos seus pertences e ajudar os conviventes necessitados. Essa prática entra em conflito com outro pensamento: é obrigação da mãe fazer sempre tudo e mais alguma coisa para os filhos.
Quem foi que estabeleceu essa lei? Quem ensinou a mãe a ser sufocada? Vem da época do machismo, quando surgiu a figura da “boa mãe”, que todas as mulheres buscavam e buscam ser, cujo resultado final é perpetuar os filhos no folgado e inadequado machismo.
A boa mãe ensina o filho a fazer o que é capaz e cobra. Cobrança, estabelecimento de limites, responsabilidade que gera liberdade, ética para ser bem tratada, mesmo estando ausente, perde quem não cuida do que tem, prazos existem para serem cumpridos, necessidades têm que ser satisfeitas e vontades, quando puder, são costumes que devem ser adotados em casa para que a mãe tenha prazer e paz ao voltar para o “lar, doce lar”.
TIBA, Içami. Disponível em:https://editoraintegrare.com.br/blogs/educacao/indevida-culpa-materna-por-icami-tiba. Acesso em 30.jan.2019.
Indevida culpa materna
Se eu pudesse aliviar o mundo de um sofrimento, seria o de remover as culpas indevidas que a maioria das mulheres carrega dentro de si, na função de mãe.
Para qualquer problema comportamental apresentado por uma criança ou por um adolescente, ou até mesmo por alguns adultos, há uma mãe se responsabilizando por ele. Há, sem dúvida, responsabilidades de que as mães não podem se furtar na educação dos filhos, mas uma boa parte da culpa é devida à cultura da época e do local, e pode ser evitada.
Hoje a grande culpa indevida é a que a maioria das mães pensa/sente que está “em falta” com os filhos quando trabalha fora. Essa culpa, que sabota a felicidade familiar, deve-se ao pensamento de que ela deveria se dedicar mais aos filhos.
Algumas mães podem ter a opção de não trabalhar (fora) e permanecer mais tempo com os filhos. Mas estes não precisam delas o tempo todo e, se precisarem, é porque já existe uma dinâmica de comportamentos problemáticos: o sufocado produz e sustenta um folgado. Ou seja: embaixo de um sufocado (mãe) tem sempre um ou vários folgados (filhos e, às vezes, também outros adultos).
Enquanto a mãe não resolver essa equação, ficará cada vez mais sufocada, e os filhos, cada vez mais folgados, malcriados e tiranos. Essa sufocada mãe vai achar que 24 horas por dia são insuficientes para atender a tantos folgados e… lá vem a culpa indevida!
A sufocada vai se sufocando porque quer deixar todos os filhos satisfeitos somente quando aprenderem a cuidar de si e dos seus pertences e ajudar os conviventes necessitados. Essa prática entra em conflito com outro pensamento: é obrigação da mãe fazer sempre tudo e mais alguma coisa para os filhos.
Quem foi que estabeleceu essa lei? Quem ensinou a mãe a ser sufocada? Vem da época do machismo, quando surgiu a figura da “boa mãe”, que todas as mulheres buscavam e buscam ser, cujo resultado final é perpetuar os filhos no folgado e inadequado machismo.
A boa mãe ensina o filho a fazer o que é capaz e cobra. Cobrança, estabelecimento de limites, responsabilidade que gera liberdade, ética para ser bem tratada, mesmo estando ausente, perde quem não cuida do que tem, prazos existem para serem cumpridos, necessidades têm que ser satisfeitas e vontades, quando puder, são costumes que devem ser adotados em casa para que a mãe tenha prazer e paz ao voltar para o “lar, doce lar”.
TIBA, Içami. Disponível em:https://editoraintegrare.com.br/blogs/educacao/indevida-culpa-materna-por-icami-tiba. Acesso em 30.jan.2019.
Considere os seguintes trechos recortados do texto.
“Vem da época do machismo, quando surgiu a figura da “boa mãe”
“... são costumes que devem ser adotados em casa para que a mãe tenha prazer e paz ao voltar para o “lar, doce lar”.
As aspas que foram empregadas nas expressões destacadas cumprem a função de
Contratam-se mulheres
Em períodos de crise, os empregadores preferem contratar ou manter mulheres em suas empresas, dizem professores entrevistados pela BBC News Brasil. Apesar de a taxa de desemprego ser tradicionalmente maior entre elas, durante recessões os empresários são guiados pela necessidade: mulheres têm salários menores do que homens e, em geral, aceitam condições de trabalho menos garantidas.
Em 2017, de acordo com a Pnad, os homens ganhavam, em média, 29,7% a mais do que as mulheres. "Elas têm uma formação melhor, mais escolaridade, mas salários menores. Ganhar menos ou aceitar emprego em condições piores, sem carteira, é uma característica do emprego feminino que atrai as empresas. As empresas querem reduzir custos, se livrar das leis trabalhistas. “É uma questão de sobrevivência", diz a professora do Departamento de Economia da PUC, Anita Kon.
As mudanças estruturais no mercado brasileiro foram fundamentais para permitir que mulheres se tornassem provedoras durante a crise, acrescenta a professora Angela Araújo. Uma dessas transformações foi o crescimento, na última década, do setor de serviços de educação e de saúde, onde elas são maioria. Desde o começo dos anos 2010, esse tipo de ocupação ultrapassou os serviços domésticos como a função que mais emprega brasileiras.
Por trás da expansão dos serviços, explicam os entrevistados, está a multiplicação de sistemas privados de educação e de saúde – faculdades e clínicas particulares –, muitos deles contratantes de empresas terceirizadas. Por causa disso, os professores alertam que boa parte dessas vagas oferece condições precárias de trabalho.
Para a economista e professora da UFRJ Lena Lavinas, a flexibilização, impulsionada pela reforma trabalhista, também pode ter ajudado a entrada ou a permanência das mulheres em seus cargos. Com a possibilidade de negociação direta entre patrão e funcionário e de contratos de trabalho intermitente com salários mais baixos, por exemplo, a resistência à contratação de mulheres – por receio de que engravidem ou faltem para se dedicar aos filhos – é menor. […]
As trajetórias profissionais das mulheres costumam ter um movimento de entrada e de saída do mercado para se adaptar ao itinerário da família, explica a professora do Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Juiz de Fora, Ana Claudia Moreira Cardoso. E seria por isso que muitas não conseguem subir na hierarquia profissional e permanecem auxiliares no sustento da casa.
Além dela, outros professores entrevistados pela BBC Brasil defendem que, apesar de consistente e representativa de uma luta por autonomia, a entrada das mulheres na força de trabalho aconteceu pela porta lateral.
FAGUNDEZ, Ingrid. Disponível em: https://noticias.r7.com/economia/mulheres-sobrecarregadas-e-homens-desempregados-familias-brasileiras-chegam-a-2019-ainda-em-crise-08012019. Acesso em 13.jan. 2019. (Adaptado)
Considere o seguinte enunciado.
“... a entrada das mulheres na força de trabalho aconteceu pela porta lateral.”
A partir da leitura do texto, é correto inferir que isso se deu porque as mulheres
A fome é um crime
Não há outra maneira de dizer. Não há atenuante. Em um mundo que produz alimentos suficientes para dar de comer a todos os seus habitantes, a fome nada mais é do que um crime. Todos os dias, assistimos, do conforto de nossas poltronas e a uma distância segura proporcionada pelas telas da televisão, ao desespero de pessoas pobres e vulneráveis que são forçadas a migrar nas condições mais humilhantes. A maioria delas são provenientes de áreas rurais.
Temos que fazer mais por essas pessoas. Não podemos permitir que elas fiquem para trás. Fazer vista grossa e não debater as causas mais profundas de como erradicar a fome e a pobreza é algo criminoso. Sabemos como fazê-lo. Sabemos o que funciona. Mas não teremos sucesso se a violência continuar, se os conflitos não terminarem.
Os dados mais recentes da FAO indicam que, após quase uma década de declínio, o número de pessoas afetadas pela fome no mundo aumentou novamente, com 815 milhões de habitantes sofrendo de desnutrição crônica em 2016. Em 2017, 124 milhões necessitaram de assistência alimentar de emergência, em comparação com os 108 milhões de 2016. Não é coincidência. Esses números refletem uma década de redução gradual da paz mundial, principalmente devido aos crescentes conflitos no Oriente Médio e na África, e seus efeitos indiretos em outras áreas, segundo dados do 2018 Global Peace Index publicado no início deste mês.
Assim, não nos faltam novas evidências: a fome tem aumentado em cenários mais violentos. A relação é direta. É em países como a Síria, Iêmen, Afeganistão, Sudão do Sul, Iraque e Somália que encontramos algumas das maiores taxas de insegurança alimentar. A América Latina também testemunha retrocesso de desenvolvimento – e, em alguns casos, testemunha também o retorno da fome e da exclusão social devido a conflitos internos e à instabilidade social.
Por isso, é um paradoxo notar que os gastos militares globais continuem aumentando, enquanto países destinam cada vez menos recursos para combater a fome no mundo. [...]
Esta relação é muitas vezes ignorada, mas todos os países devem ter em conta que a paz e o fim dos conflitos são essenciais para reduzir novamente o número de pessoas famintas. E todos devemos lembrar que a paz não é apenas a ausência de conflito. A paz é uma dinâmica muito mais complexa e permanente das relações entre pessoas e entre povos, em que os alimentos ocupam lugar fundamental.
Os direitos humanos e os povos são valores indivisíveis na construção democrática, sendo fundamentais para alcançar a plena igualdade. Por isso, é urgente que fortaleçamos as condições de vida e que trabalhemos pelo desenvolvimento dos povos. Apenas assim eles poderão firmar seus valores e desfrutar de uma vida digna.
Nesta dinâmica, há algo inquestionável: os mais pobres são aqueles que mais precisam do apoio e da solidariedade do resto do mundo. Somente a partir dessa concepção é que poderemos erradicar a fome e construir uma sociedade mais justa e mais humana para todos.
SILVA, José Graziano da e ESQUIVEL, Adolfo Pérez. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/06/26/opinion/1530022522_378648.html. Acesso em 09.jan.2019. (Adaptado)
No texto, os autores se valeram de dados da FAO e do 2018 Global Peace Index para sustentar a tese que
Considere o seguinte texto do anúncio.
No Brasil, existem aproximadamente 16 milhões de pessoas incapazes de ler e de escrever ao menos um simples bilhete. Considerando-se o conceito de “analfabeto funcional” que inclui as pessoas com menos de quatro séries de estudo concluídas, o número salta para 33 milhões.
Com base no texto do anúncio destacado acima, é correto afirmar que cerca de 16 milhões de brasileiros não vão ler o anúncio porque