Questões de Concurso Público UFU-MG 2021 para Pedagogo
Foram encontradas 10 questões
Leia o texto abaixo para responder às questões de 01 a 06.
O futuro é uma ideia nova na humanidade. Nós nunca tivemos futuro.[...]
O tempo é um conceito que se declina de várias formas. Física, biológica — envelhecimento celular —,
cosmológica, histórica, mitológica, estética, a duração da autopercepção subjetiva — o tempo existencial —,
social, enfim, muitas formas
Aqui me interessa apenas uma dessas formas: o tempo sociológico, aquele que nasce das interações
sociais e materiais que vão submetendo o cotidiano a esse processo.[...]
Durante milênios, “nada” aconteceu em termos de tempo sociológico porque o tempo social era parado.
Nenhuma grande mudança tirava o homo sapiens da sua condição prioritariamente natural.
Para o tempo social acontecer, se fazem necessárias transformações relevantes nos âmbitos da técnica
e da gestão da vida, da sobrevivência e da reprodução. E isso demorou muito a ocorrer em nossa pré-história
e história. Sem o fogo de Prometeu, não teríamos o tempo social de fato. [...]
Mas, mesmo nossa experiência concreta da natureza hoje é mediada pelo tempo social. O debate sobre
sustentabilidade e sofrimento do planeta é um debate sobre nossa natureza social e técnica em interação com
a natureza do planeta. Aquilo que os estoicos chamavam de logos.
Nunca tivemos futuro. Caçávamos, plantávamos, nos reproduzíamos, adorávamos divindades, mas
nada disso implica um futuro concreto como pensamos hoje. [...]
O tempo social só passa quando se impõe como cotidiano. Na modernidade, esse processo se acelerou. Nos últimos anos, mais ainda.
Isso nos causa vertigem e abre o mercado para todo tipo de picaretagem: inovação, quebra de
paradigmas, dirupção, como se tudo isso ocorresse no plano de um encontro corporativo num resort.
Não. A aceleração social da vida, fruto da agressividade crescente da técnica, nos faz sangrar.
Dito de forma metafórica, o futuro é o resultado da técnica socialmente engajada, como um avião, um celular, uma vacina, um projeto de democracia.
A clássica divisão de história e pré-história, marcada pelo surgimento da escrita e da possibilidade de ler o que nossos antepassados escreviam, e, portanto, saber como viviam no sentido mais largo da expressão anuncia o nascimento do tempo histórico — porque nos apropriamos do que já foi vivido, ou seja, do passado —, mas isso, por si só, não é suficiente para entendermos de modo mais claro o nascimento do futuro.
O futuro só nasce quando a ideia de progresso se impõe como mais significativa do que a de passado. E isso é moderno, não é bíblico ou milenarista.
Não evoluímos num ambiente em que existisse futuro à vista. Quem fazia guerra faria guerra sempre, quem dava à luz daria à luz sempre, quem caçava caçaria sempre. Nesse ambiente, não existe futuro.
O futuro é uma ideia nova na experiência do sapiens. Tão nova que não temos clareza de que ela só existe quando existe a possibilidade mesma do progresso técnico.
Ainda que esse progresso não seja o controle absoluto do nosso destino, tampouco da natureza, da contingência, nem do Sistema Solar, nosso tempo contemporâneo é devorado pela crença de que o futuro nos espera no horizonte como um dado da própria natureza das coisas.
O ser do universo é indiferente ao nosso tempo e para ele não existe o nosso futuro. O futuro da natureza das coisas não é o mesmo que o nosso futuro. O nosso é efêmero como tudo o que criamos ao longo de um tempo maior que, de certa forma, nunca passa porque nos ultrapassa.
PONDÉ, Luiz Felipe. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/2021/02/o-futuro-e-uma-ideia-nova-e-a-eternidade-e-indiferente-ao-sofrimento-humano.shtml Acesso em: 17 maio 2021. (Fragmento)
De acordo com as informações do texto, é correto afirmar que seu principal objetivo é
Leia o texto abaixo para responder às questões de 01 a 06.
O futuro é uma ideia nova na humanidade. Nós nunca tivemos futuro.[...]
O tempo é um conceito que se declina de várias formas. Física, biológica — envelhecimento celular —,
cosmológica, histórica, mitológica, estética, a duração da autopercepção subjetiva — o tempo existencial —,
social, enfim, muitas formas
Aqui me interessa apenas uma dessas formas: o tempo sociológico, aquele que nasce das interações
sociais e materiais que vão submetendo o cotidiano a esse processo.[...]
Durante milênios, “nada” aconteceu em termos de tempo sociológico porque o tempo social era parado.
Nenhuma grande mudança tirava o homo sapiens da sua condição prioritariamente natural.
Para o tempo social acontecer, se fazem necessárias transformações relevantes nos âmbitos da técnica
e da gestão da vida, da sobrevivência e da reprodução. E isso demorou muito a ocorrer em nossa pré-história
e história. Sem o fogo de Prometeu, não teríamos o tempo social de fato. [...]
Mas, mesmo nossa experiência concreta da natureza hoje é mediada pelo tempo social. O debate sobre
sustentabilidade e sofrimento do planeta é um debate sobre nossa natureza social e técnica em interação com
a natureza do planeta. Aquilo que os estoicos chamavam de logos.
Nunca tivemos futuro. Caçávamos, plantávamos, nos reproduzíamos, adorávamos divindades, mas
nada disso implica um futuro concreto como pensamos hoje. [...]
O tempo social só passa quando se impõe como cotidiano. Na modernidade, esse processo se acelerou. Nos últimos anos, mais ainda.
Isso nos causa vertigem e abre o mercado para todo tipo de picaretagem: inovação, quebra de
paradigmas, dirupção, como se tudo isso ocorresse no plano de um encontro corporativo num resort.
Não. A aceleração social da vida, fruto da agressividade crescente da técnica, nos faz sangrar.
Dito de forma metafórica, o futuro é o resultado da técnica socialmente engajada, como um avião, um celular, uma vacina, um projeto de democracia.
A clássica divisão de história e pré-história, marcada pelo surgimento da escrita e da possibilidade de ler o que nossos antepassados escreviam, e, portanto, saber como viviam no sentido mais largo da expressão anuncia o nascimento do tempo histórico — porque nos apropriamos do que já foi vivido, ou seja, do passado —, mas isso, por si só, não é suficiente para entendermos de modo mais claro o nascimento do futuro.
O futuro só nasce quando a ideia de progresso se impõe como mais significativa do que a de passado. E isso é moderno, não é bíblico ou milenarista.
Não evoluímos num ambiente em que existisse futuro à vista. Quem fazia guerra faria guerra sempre, quem dava à luz daria à luz sempre, quem caçava caçaria sempre. Nesse ambiente, não existe futuro.
O futuro é uma ideia nova na experiência do sapiens. Tão nova que não temos clareza de que ela só existe quando existe a possibilidade mesma do progresso técnico.
Ainda que esse progresso não seja o controle absoluto do nosso destino, tampouco da natureza, da contingência, nem do Sistema Solar, nosso tempo contemporâneo é devorado pela crença de que o futuro nos espera no horizonte como um dado da própria natureza das coisas.
O ser do universo é indiferente ao nosso tempo e para ele não existe o nosso futuro. O futuro da natureza das coisas não é o mesmo que o nosso futuro. O nosso é efêmero como tudo o que criamos ao longo de um tempo maior que, de certa forma, nunca passa porque nos ultrapassa.
PONDÉ, Luiz Felipe. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/2021/02/o-futuro-e-uma-ideia-nova-e-a-eternidade-e-indiferente-ao-sofrimento-humano.shtml Acesso em: 17 maio 2021. (Fragmento)
Assinale a alternativa cujo termo negritado apresenta diferença de sentido com o termo destacado no trecho “Dito de forma metafórica, o futuro é o resultado da técnica socialmente engajada, como um avião, um celular, uma vacina, um projeto de democracia.”.
Leia o texto abaixo para responder às questões de 01 a 06.
O futuro é uma ideia nova na humanidade. Nós nunca tivemos futuro.[...]
O tempo é um conceito que se declina de várias formas. Física, biológica — envelhecimento celular —,
cosmológica, histórica, mitológica, estética, a duração da autopercepção subjetiva — o tempo existencial —,
social, enfim, muitas formas
Aqui me interessa apenas uma dessas formas: o tempo sociológico, aquele que nasce das interações
sociais e materiais que vão submetendo o cotidiano a esse processo.[...]
Durante milênios, “nada” aconteceu em termos de tempo sociológico porque o tempo social era parado.
Nenhuma grande mudança tirava o homo sapiens da sua condição prioritariamente natural.
Para o tempo social acontecer, se fazem necessárias transformações relevantes nos âmbitos da técnica
e da gestão da vida, da sobrevivência e da reprodução. E isso demorou muito a ocorrer em nossa pré-história
e história. Sem o fogo de Prometeu, não teríamos o tempo social de fato. [...]
Mas, mesmo nossa experiência concreta da natureza hoje é mediada pelo tempo social. O debate sobre
sustentabilidade e sofrimento do planeta é um debate sobre nossa natureza social e técnica em interação com
a natureza do planeta. Aquilo que os estoicos chamavam de logos.
Nunca tivemos futuro. Caçávamos, plantávamos, nos reproduzíamos, adorávamos divindades, mas
nada disso implica um futuro concreto como pensamos hoje. [...]
O tempo social só passa quando se impõe como cotidiano. Na modernidade, esse processo se acelerou. Nos últimos anos, mais ainda.
Isso nos causa vertigem e abre o mercado para todo tipo de picaretagem: inovação, quebra de
paradigmas, dirupção, como se tudo isso ocorresse no plano de um encontro corporativo num resort.
Não. A aceleração social da vida, fruto da agressividade crescente da técnica, nos faz sangrar.
Dito de forma metafórica, o futuro é o resultado da técnica socialmente engajada, como um avião, um celular, uma vacina, um projeto de democracia.
A clássica divisão de história e pré-história, marcada pelo surgimento da escrita e da possibilidade de ler o que nossos antepassados escreviam, e, portanto, saber como viviam no sentido mais largo da expressão anuncia o nascimento do tempo histórico — porque nos apropriamos do que já foi vivido, ou seja, do passado —, mas isso, por si só, não é suficiente para entendermos de modo mais claro o nascimento do futuro.
O futuro só nasce quando a ideia de progresso se impõe como mais significativa do que a de passado. E isso é moderno, não é bíblico ou milenarista.
Não evoluímos num ambiente em que existisse futuro à vista. Quem fazia guerra faria guerra sempre, quem dava à luz daria à luz sempre, quem caçava caçaria sempre. Nesse ambiente, não existe futuro.
O futuro é uma ideia nova na experiência do sapiens. Tão nova que não temos clareza de que ela só existe quando existe a possibilidade mesma do progresso técnico.
Ainda que esse progresso não seja o controle absoluto do nosso destino, tampouco da natureza, da contingência, nem do Sistema Solar, nosso tempo contemporâneo é devorado pela crença de que o futuro nos espera no horizonte como um dado da própria natureza das coisas.
O ser do universo é indiferente ao nosso tempo e para ele não existe o nosso futuro. O futuro da natureza das coisas não é o mesmo que o nosso futuro. O nosso é efêmero como tudo o que criamos ao longo de um tempo maior que, de certa forma, nunca passa porque nos ultrapassa.
PONDÉ, Luiz Felipe. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/2021/02/o-futuro-e-uma-ideia-nova-e-a-eternidade-e-indiferente-ao-sofrimento-humano.shtml Acesso em: 17 maio 2021. (Fragmento)
Em “Durante milênios, ‘nada’ aconteceu em termos de tempo sociológico porque o tempo social era parado.”, as aspas no termo negritado indiciam sentido
Leia o texto abaixo para responder às questões de 01 a 06.
O futuro é uma ideia nova na humanidade. Nós nunca tivemos futuro.[...]
O tempo é um conceito que se declina de várias formas. Física, biológica — envelhecimento celular —,
cosmológica, histórica, mitológica, estética, a duração da autopercepção subjetiva — o tempo existencial —,
social, enfim, muitas formas
Aqui me interessa apenas uma dessas formas: o tempo sociológico, aquele que nasce das interações
sociais e materiais que vão submetendo o cotidiano a esse processo.[...]
Durante milênios, “nada” aconteceu em termos de tempo sociológico porque o tempo social era parado.
Nenhuma grande mudança tirava o homo sapiens da sua condição prioritariamente natural.
Para o tempo social acontecer, se fazem necessárias transformações relevantes nos âmbitos da técnica
e da gestão da vida, da sobrevivência e da reprodução. E isso demorou muito a ocorrer em nossa pré-história
e história. Sem o fogo de Prometeu, não teríamos o tempo social de fato. [...]
Mas, mesmo nossa experiência concreta da natureza hoje é mediada pelo tempo social. O debate sobre
sustentabilidade e sofrimento do planeta é um debate sobre nossa natureza social e técnica em interação com
a natureza do planeta. Aquilo que os estoicos chamavam de logos.
Nunca tivemos futuro. Caçávamos, plantávamos, nos reproduzíamos, adorávamos divindades, mas
nada disso implica um futuro concreto como pensamos hoje. [...]
O tempo social só passa quando se impõe como cotidiano. Na modernidade, esse processo se acelerou. Nos últimos anos, mais ainda.
Isso nos causa vertigem e abre o mercado para todo tipo de picaretagem: inovação, quebra de
paradigmas, dirupção, como se tudo isso ocorresse no plano de um encontro corporativo num resort.
Não. A aceleração social da vida, fruto da agressividade crescente da técnica, nos faz sangrar.
Dito de forma metafórica, o futuro é o resultado da técnica socialmente engajada, como um avião, um celular, uma vacina, um projeto de democracia.
A clássica divisão de história e pré-história, marcada pelo surgimento da escrita e da possibilidade de ler o que nossos antepassados escreviam, e, portanto, saber como viviam no sentido mais largo da expressão anuncia o nascimento do tempo histórico — porque nos apropriamos do que já foi vivido, ou seja, do passado —, mas isso, por si só, não é suficiente para entendermos de modo mais claro o nascimento do futuro.
O futuro só nasce quando a ideia de progresso se impõe como mais significativa do que a de passado. E isso é moderno, não é bíblico ou milenarista.
Não evoluímos num ambiente em que existisse futuro à vista. Quem fazia guerra faria guerra sempre, quem dava à luz daria à luz sempre, quem caçava caçaria sempre. Nesse ambiente, não existe futuro.
O futuro é uma ideia nova na experiência do sapiens. Tão nova que não temos clareza de que ela só existe quando existe a possibilidade mesma do progresso técnico.
Ainda que esse progresso não seja o controle absoluto do nosso destino, tampouco da natureza, da contingência, nem do Sistema Solar, nosso tempo contemporâneo é devorado pela crença de que o futuro nos espera no horizonte como um dado da própria natureza das coisas.
O ser do universo é indiferente ao nosso tempo e para ele não existe o nosso futuro. O futuro da natureza das coisas não é o mesmo que o nosso futuro. O nosso é efêmero como tudo o que criamos ao longo de um tempo maior que, de certa forma, nunca passa porque nos ultrapassa.
PONDÉ, Luiz Felipe. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/2021/02/o-futuro-e-uma-ideia-nova-e-a-eternidade-e-indiferente-ao-sofrimento-humano.shtml Acesso em: 17 maio 2021. (Fragmento)
De acordo com o texto, assinale a alternativa INCORRETA.
Leia o texto abaixo para responder às questões de 01 a 06.
O futuro é uma ideia nova na humanidade. Nós nunca tivemos futuro.[...]
O tempo é um conceito que se declina de várias formas. Física, biológica — envelhecimento celular —,
cosmológica, histórica, mitológica, estética, a duração da autopercepção subjetiva — o tempo existencial —,
social, enfim, muitas formas
Aqui me interessa apenas uma dessas formas: o tempo sociológico, aquele que nasce das interações
sociais e materiais que vão submetendo o cotidiano a esse processo.[...]
Durante milênios, “nada” aconteceu em termos de tempo sociológico porque o tempo social era parado.
Nenhuma grande mudança tirava o homo sapiens da sua condição prioritariamente natural.
Para o tempo social acontecer, se fazem necessárias transformações relevantes nos âmbitos da técnica
e da gestão da vida, da sobrevivência e da reprodução. E isso demorou muito a ocorrer em nossa pré-história
e história. Sem o fogo de Prometeu, não teríamos o tempo social de fato. [...]
Mas, mesmo nossa experiência concreta da natureza hoje é mediada pelo tempo social. O debate sobre
sustentabilidade e sofrimento do planeta é um debate sobre nossa natureza social e técnica em interação com
a natureza do planeta. Aquilo que os estoicos chamavam de logos.
Nunca tivemos futuro. Caçávamos, plantávamos, nos reproduzíamos, adorávamos divindades, mas
nada disso implica um futuro concreto como pensamos hoje. [...]
O tempo social só passa quando se impõe como cotidiano. Na modernidade, esse processo se acelerou. Nos últimos anos, mais ainda.
Isso nos causa vertigem e abre o mercado para todo tipo de picaretagem: inovação, quebra de
paradigmas, dirupção, como se tudo isso ocorresse no plano de um encontro corporativo num resort.
Não. A aceleração social da vida, fruto da agressividade crescente da técnica, nos faz sangrar.
Dito de forma metafórica, o futuro é o resultado da técnica socialmente engajada, como um avião, um celular, uma vacina, um projeto de democracia.
A clássica divisão de história e pré-história, marcada pelo surgimento da escrita e da possibilidade de ler o que nossos antepassados escreviam, e, portanto, saber como viviam no sentido mais largo da expressão anuncia o nascimento do tempo histórico — porque nos apropriamos do que já foi vivido, ou seja, do passado —, mas isso, por si só, não é suficiente para entendermos de modo mais claro o nascimento do futuro.
O futuro só nasce quando a ideia de progresso se impõe como mais significativa do que a de passado. E isso é moderno, não é bíblico ou milenarista.
Não evoluímos num ambiente em que existisse futuro à vista. Quem fazia guerra faria guerra sempre, quem dava à luz daria à luz sempre, quem caçava caçaria sempre. Nesse ambiente, não existe futuro.
O futuro é uma ideia nova na experiência do sapiens. Tão nova que não temos clareza de que ela só existe quando existe a possibilidade mesma do progresso técnico.
Ainda que esse progresso não seja o controle absoluto do nosso destino, tampouco da natureza, da contingência, nem do Sistema Solar, nosso tempo contemporâneo é devorado pela crença de que o futuro nos espera no horizonte como um dado da própria natureza das coisas.
O ser do universo é indiferente ao nosso tempo e para ele não existe o nosso futuro. O futuro da natureza das coisas não é o mesmo que o nosso futuro. O nosso é efêmero como tudo o que criamos ao longo de um tempo maior que, de certa forma, nunca passa porque nos ultrapassa.
PONDÉ, Luiz Felipe. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/2021/02/o-futuro-e-uma-ideia-nova-e-a-eternidade-e-indiferente-ao-sofrimento-humano.shtml Acesso em: 17 maio 2021. (Fragmento)
Em “Aqui me interessa apenas uma dessas formas: o tempo sociológico, aquele que nasce das interações sociais e materiais que vão submetendo o cotidiano a esse processo.”, o uso dos dois pontos tem por função
Leia o texto abaixo para responder às questões de 01 a 06.
O futuro é uma ideia nova na humanidade. Nós nunca tivemos futuro.[...]
O tempo é um conceito que se declina de várias formas. Física, biológica — envelhecimento celular —,
cosmológica, histórica, mitológica, estética, a duração da autopercepção subjetiva — o tempo existencial —,
social, enfim, muitas formas
Aqui me interessa apenas uma dessas formas: o tempo sociológico, aquele que nasce das interações
sociais e materiais que vão submetendo o cotidiano a esse processo.[...]
Durante milênios, “nada” aconteceu em termos de tempo sociológico porque o tempo social era parado.
Nenhuma grande mudança tirava o homo sapiens da sua condição prioritariamente natural.
Para o tempo social acontecer, se fazem necessárias transformações relevantes nos âmbitos da técnica
e da gestão da vida, da sobrevivência e da reprodução. E isso demorou muito a ocorrer em nossa pré-história
e história. Sem o fogo de Prometeu, não teríamos o tempo social de fato. [...]
Mas, mesmo nossa experiência concreta da natureza hoje é mediada pelo tempo social. O debate sobre
sustentabilidade e sofrimento do planeta é um debate sobre nossa natureza social e técnica em interação com
a natureza do planeta. Aquilo que os estoicos chamavam de logos.
Nunca tivemos futuro. Caçávamos, plantávamos, nos reproduzíamos, adorávamos divindades, mas
nada disso implica um futuro concreto como pensamos hoje. [...]
O tempo social só passa quando se impõe como cotidiano. Na modernidade, esse processo se acelerou. Nos últimos anos, mais ainda.
Isso nos causa vertigem e abre o mercado para todo tipo de picaretagem: inovação, quebra de
paradigmas, dirupção, como se tudo isso ocorresse no plano de um encontro corporativo num resort.
Não. A aceleração social da vida, fruto da agressividade crescente da técnica, nos faz sangrar.
Dito de forma metafórica, o futuro é o resultado da técnica socialmente engajada, como um avião, um celular, uma vacina, um projeto de democracia.
A clássica divisão de história e pré-história, marcada pelo surgimento da escrita e da possibilidade de ler o que nossos antepassados escreviam, e, portanto, saber como viviam no sentido mais largo da expressão anuncia o nascimento do tempo histórico — porque nos apropriamos do que já foi vivido, ou seja, do passado —, mas isso, por si só, não é suficiente para entendermos de modo mais claro o nascimento do futuro.
O futuro só nasce quando a ideia de progresso se impõe como mais significativa do que a de passado. E isso é moderno, não é bíblico ou milenarista.
Não evoluímos num ambiente em que existisse futuro à vista. Quem fazia guerra faria guerra sempre, quem dava à luz daria à luz sempre, quem caçava caçaria sempre. Nesse ambiente, não existe futuro.
O futuro é uma ideia nova na experiência do sapiens. Tão nova que não temos clareza de que ela só existe quando existe a possibilidade mesma do progresso técnico.
Ainda que esse progresso não seja o controle absoluto do nosso destino, tampouco da natureza, da contingência, nem do Sistema Solar, nosso tempo contemporâneo é devorado pela crença de que o futuro nos espera no horizonte como um dado da própria natureza das coisas.
O ser do universo é indiferente ao nosso tempo e para ele não existe o nosso futuro. O futuro da natureza das coisas não é o mesmo que o nosso futuro. O nosso é efêmero como tudo o que criamos ao longo de um tempo maior que, de certa forma, nunca passa porque nos ultrapassa.
PONDÉ, Luiz Felipe. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/2021/02/o-futuro-e-uma-ideia-nova-e-a-eternidade-e-indiferente-ao-sofrimento-humano.shtml Acesso em: 17 maio 2021. (Fragmento)
“O ser do universo é indiferente ao nosso tempo e para ele não existe o nosso futuro.”
Assinale a alternativa em que parafraseia o trecho acima sem prejuízo de sentido ao trecho original.
Este ___________ debate as dicotomias entre mobilidades físicas e imagéticas ocorridas na pandemia da COVID-19, considerando as restrições de fluxos de turistas contidos nas barreiras sanitárias e das comunicações turísticas que, ao mesmo tempo em que alertam para a necessidade de restrição ao turismo, promovem seus atrativos na perspectiva de retomada da atividade. Para tal, fez-se uma análise de contexto a partir dos conteúdos (tipologia, representação e discurso/interpretação) presentes nos materiais difundidos pela imprensa e pelos órgãos locais das Rotas Turísticas Costa do Sol/Região dos Lagos e São Paulo/Litoral Norte. Os conteúdos empíricos são expostos como exemplos, pois a essência do trabalho está nas dinâmicas e nos processos das mobilidades que os caracterizam e transmutam. Os resultados corroboram o argumento que as dimensões física e imagética do turismo ilustram dois elementos principais para se (re)pensar o conceito e as práticas mobilidades turísticas. Assim, as contribuições deste trabalho se colocam em duas vertentes: primeiro, no campo teórico-metodológico das mobilidades, ao ampliar a discussão sobre turismo para além da mobilidade física de corpos, orientados pelo Paradigma das Novas Mobilidades; segundo, coloca em discussão vertentes contraditórias sobre as práticas turísticas no presente, podendo orientar a gestão da atividade em função dos desdobramentos da pandemia.
COSTA, J. C. da; ALLIS, Thiago. Disponível em: https://www.rbtur.org.br/rbtur/article/view/2212. Acesso em: 31 ago. 2021
A palavra que corretamente preenche a lacuna no texto é
Alfabetizar todas as crianças na idade certa já era um desafio gigantesco e urgente para o Brasil, mas a pandemia do novo coronavírus tornou os obstáculos ainda maiores.
O cenário pré-Covid-19 já revelava uma tragédia silenciosa, uma vez que apenas 49% dos estudantes no 2º ano do ensino fundamental possuíam níveis suficientes de alfabetização em 2019, data do último levantamento realizado pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) — e este percentual foi muito menor em alguns estados, onde menos de 25% dos alunos tinham os conhecimentos esperados para essa etapa de aprendizagem.
Os números já eram alarmantes e devem piorar. É o que mostra a pesquisa realizada pelo Datafolha, a pedido da Fundação Lemann, do Itaú Social e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), sobre o processo de alfabetização durante a pandemia de estudantes matriculados nos 1º, 2º ou 3º anos do ensino fundamental. Os dados revelam uma estagnação ou até possíveis retrocessos: 51% dos estudantes ficaram no mesmo estágio de aprendizado, segundo a percepção de pais e de responsáveis entrevistados na pesquisa. A ausência de aulas presenciais e, por vezes, falta de capacidade técnica dos familiares para ensinar são alguns fatores apontados como as maiores dificuldades no processo de alfabetização durante este período de escolas fechadas. [...]
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2021/08/os-desafios-da-alfabetizacao-na-pandemia.shtml. Acesso em: 01 set. 2021. (Fragmento)
No texto acima, há alternância de tempos verbais no pretérito e no presente. Essa alternância ocorre para
Feijões brancos que parecem pintados à mão. Espigas de milho de grãos negros, vermelhos ou coloridos. Arroz basmati de tom avermelhado, que solta um perfume irresistível ao ser cozido. Essas são algumas das variedades de grãos nativos, também chamados crioulos, que começam a ser resgatadas do esquecimento por agricultores obstinados – em parceria com chefs de cozinha, eles lutam para preservar a diversidade no prato do brasileiro. Muito antes que o arroz branco, o feijão preto e o milho amarelo imperassem no mercado, as lavouras do país eram coloridas e variadíssimas. O que aconteceu depois é resultado de uma conjunção de fatores.
Há quem ponha toda a culpa no agronegócio, que elegeu as variedades mais produtivas (e lucrativas), sufocando a concorrência dos pequenos produtores. “O modelo industrial não apenas escanteou os agricultores como massificou o modo produtivo […]. A produção agrícola foi então progressivamente orientada para um número cada vez mais restrito de espécies e variedades cultivadas, criando dependência de insumos agrícolas industriais (sementes, agrotóxicos e fertilizantes) e respondendo ao insaciável mercado global”, afirma o documento de posicionamento sobre sementes, organismos geneticamente modificados e novas biotecnologias, publicado pelo movimento Slow Food em outubro de 2020.
PINHO, Flávia G. Disponível em: https://gamarevista.uol.com.br/estilo-de-vida/comida-bebida/o-resgate-dos-graos-nativos/. Acesso em: 31 ago. 2021. (Fragmento)
De acordo com o texto, é INCORRETO afirmar que
A pandemia obrigou muitas pessoas a transformar a casa em escritório. E quanto mais horas dentro do lar, mais barulho. Isso pode parecer até contraditório em um primeiro momento, mas o barulho que vem dos alto-falantes está afetando você lentamente.
E se você usa fones de ouvido ou um headset completo por muitas horas, o problema pode começar a se agravar mais rápido do que você imagina.
“O barulho em excesso, ao longo do tempo, pode causar prejuízos cada vez maiores à audição. Dependendo da intensidade, o ruído pode provocar, inclusive, como primeiro sintoma, o zumbido nas orelhas”, explica a fonoaudióloga Marcella Vidal, da empresa de soluções auditivas Telex.
As reuniões virtuais e as aulas on-line já surgem como parte do problema, juntamente com ouvir música alto ― considere que muita gente trabalha no home office, ouvindo música em um volume mais intenso. [...]
SOUSA FILHO, Fernando. Disponível em: https://www.terra.com.br/economia/home-office-e-aula-online-afetam-audicao-sem-vocesaber,53aba6a87547382f9a64eb85b78e568azz7zkpr6.html. Acesso em: 21 set. 2021. (Fragmento)
De acordo com o texto, assinale a alternativa correta.