Paciente M.C.E do sexo feminino, técnica de enfermagem, 54 anos de idade, 1.60m, 120kg,
hipertensa e roncadora crônica, foi admitida no pronto atendimento de um hospital
apresentando confusão mental e sonolência importante sem história de doença pulmonar
prévia. Chega à UTI ventilando espontaneamente, sonolenta, ainda confusa e desorientada.
Após adaptada ao cateter óculo nasal com 2L/min, encontra-se eupneica, com saturação
periférica de oxigênio SpO2: 98%, por vezes hipoventilando, com episódios breves de apneia
quando dorme. Não utiliza droga vasoativa, pressão arterial 180/120 mmHg e frequência
cardíaca 118 bpm. Evoluiu com rebaixamento do nível de consciência e apneias frequentes. Foi sedada, intubada e adaptada à prótese ventilatória. Dois dias depois, já sem sedação e
respondendo aos comandos, foi efetuado o desmame ventilatório e a extubação. Novamente,
apresentou rebaixamento do sensório e necessidade de VM. Apresentou ainda, episódios
recorrentes de fibrilação atrial. Exames de imagem como ressonância nuclear magnética
(RNM) de crânio, ângio-RNM, ecocardiograma com Doppler de carótidas e cateterismo
cardíaco normais. Após 36 dias de internação hospitalar, foi encaminhada ao Laboratório do
Sono, onde o médico, após anamnese sugestiva de Apneia Obstrutiva do Sono (AOS),
solicitou uma polissonografia. A paciente foi orientada a procurar um fisioterapeuta
respiratório, com experiência em distúrbios respiratórios do sono. A polissonografia
mostrou índice de apneia/hipopneia moderada (26.1 eventos/hora), com 140 apneias
obstrutivas, 01 apneias mistas, 03 apneias centrais e 41 hipopneias, apresentando SpO2
mínima: 82%, 120 microdespertares, tempo máximo em apneia/hipopneia de 32 segundos e
fragmentação do sono com 4.3% de sono REM e 21.4% de NREM3. Na sua avaliação, o
fisioterapeuta observou cansaço aparente, pescoço curto com circunferência de 47 cm,
abdômen globoso e ouviu queixas de irritabilidade, ocorrência de pesadelos, déficit de
memória, dor de cabeça matinal (que alivia até o final da manhã), dores nas pernas no final
do dia, noctúria (vai ao banheiro para urinar mais de três vezes à noite), cansaço diurno e
falta de ar. É sedentária, nega diabetes, tem o costume de dormir entre 23/23:30 horas e
acordar às 4 horas e 30 minutos com despertador para trabalhar. Com relação as recidivas
de rebaixamento de sensório na UTI, a provável causa se dá a partir de: