O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
Como os medicamentos agem no cérebro
"O cérebro é um computador que, em vez de cabos, tem
neurônios. Mas esses neurônios não se conectam
diretamente. Há um pequeno espaço entre eles onde se
encontram os neurotransmissores", explica Asevedo. Os
neurotransmissores são substâncias químicas que
possibilitam a transmissão elétrica de um neurônio para
outro.
Serotonina, noradrenalina e dopamina são alguns dos
neurotransmissores que regulam a passagem de sinais
elétricos entre os neurônios. Um transtorno mental
ocorre quando essas substâncias químicas estão
desreguladas. A depressão, por exemplo, é causada por
um desequilíbrio de neurotransmissores responsáveis
pelo sentimento de prazer e bem-estar, apontam os
especialistas.
Os medicamentos atuam na regulação da produção de
neurotransmissores e aumentam a transmissão de sinais
elétricos entre as células cerebrais. "É comum uma
pessoa fazer um tratamento psiquiátrico e acreditar que
estará fadada a usar esses medicamentos para sempre",
diz Vanessa Favaro. "Na maioria das vezes, isso não
ocorre. Os tratamentos frequentemente têm início, meio
e fim", afirma a médica. O final exige o que médicos
chamam popularmente de "desmame", um processo que
leva meses ou até anos. "A retirada é gradual para evitar
mudanças abruptas no funcionamento cerebral", afirma
Favaro.
O primeiro passo, dizem os especialistas, é ter uma
recomendação do médico que acompanha o paciente
para fazer isso. "Precisa-se de que os sintomas tenham
melhorado totalmente e que tenha se passado de seis
meses a um ano dessa melhora", diz Asevedo. "Antes
disso, o cérebro ainda não se recuperou e os sintomas
voltarão."
A partir daí, podem ser adotadas algumas estratégias,
explica o psiquiatra, como tomar o remédio em dias
alternados ou reduzir progressivamente a dose.
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cqv7ly8nx2qo. Adaptado.