O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
Agronegócio e Expectativa de Vida: A Revolução
Silenciosa
Entenda como o agro tem contribuído para que
possamos viver mais, mas é raramente reconhecido por
isso
O agro não promete vida eterna, mas tem um papel
essencial para que possamos viver mais e com mais
saúde. Afinal, o agro, tão presente no nosso dia a dia,
raramente é reconhecido como protagonista no aumento
da expectativa de vida. Contudo, ao observarmos os
números e as transformações do último século no Brasil,
uma verdade inspiradora se revela: a produção de
alimentos é tão vital quanto qualquer avanço científico ou sanitário.
Vamos voltar no tempo. Imagine viver em um país onde
chegar aos 40 anos já era quase um milagre. Essa era a
realidade dos nossos avós e bisavós em 1920, quando a
expectativa de vida do brasileiro era de apenas 35,2
anos. Isso mesmo, boa parte de nós já teria encerrado
sua jornada. Mas algo mudou drasticamente. Hoje,
vivemos, em média, 76,4 anos — mais do que o dobro,
segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE)
É claro que houve avanços em saúde pública,
saneamento e tecnologia, mas seria injusto ignorar o
papel do agronegócio. A revolução silenciosa no campo
brasileiro colocou alimentos mais nutritivos, acessíveis e
variados no prato de milhões, transformando a realidade
de uma nação que, um dia, dependia da importação para
sobreviver.
A criação da EMBRAPA e os investimentos em pesquisa
e tecnologia não só aumentaram a produtividade, mas
também permitiram que regiões antes improdutivas
florescessem. O resultado? Um salto monumental na
produção de grãos: de 50 milhões de toneladas nos anos
1970 para mais de 300 milhões de toneladas em 2023.
Mas o impacto vai além dos números: alimentos mais
acessíveis significam mesas mais fartas e saudáveis,
algo essencial para a qualidade de vida. Por que isso é
tão importante? Em 2050, segundo o IBGE, 29% da
população brasileira será composta por idosos — 66
milhões de pessoas. E viver mais não basta; é preciso
viver melhor.
Para isso, a nutrição é fundamental. Felizmente, o Brasil
tem tudo para cumprir essa missão, com uma agricultura
diversificada e sustentável que, mais do que quantidade,
foca na qualidade. A diversidade de culturas permitem
uma alimentação balanceada, essencial para todas as
idades, especialmente para os idosos, em quem
deficiências nutricionais são comuns.
Quer um exemplo de impacto direto? O agrião, um
humilde vegetal, foi coroado pelo Centers for Disease
Control and Prevention (CDC), uma agência do
Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos
Estados Unidos, como o alimento mais nutritivo do
planeta. Rico em vitaminas e minerais, ele simboliza a
potência de uma agricultura focada não apenas em
alimentar, mas em nutrir.
No entanto, celebrar o agro brasileiro não se resume a
destacar suas conquistas; é também reconhecer os
desafios que ainda enfrentamos — e lembrar que não
podemos baixar a guarda. Mudanças climáticas,
desmatamento ilegal, desperdício de alimentos,
insegurança jurídica e barreiras logísticas são algumas
das pedras no caminho.
Apesar disso, o setor continua inovando e se adaptando,
guiado por um propósito maior: garantir que o Brasil
permaneça não só um celeiro de alimentos, mas também
uma fonte de saúde e longevidade para todos. E você, já
parou para pensar? A cada refeição, a cada prato
colorido que você saboreia, há uma imensa cadeia de trabalho e dedicação silenciosa por trás.
O agro não promete vida eterna, mas, sem dúvida, tem
contribuído para que possamos viver mais e melhor. Por
isso, saúde e vida longa — a você, ao agro e ao futuro
que estamos semeando juntos.
(https://forbes.com.br/colunas/2024/12/forbesmulher-agro-agronegocio)