Questões de Concurso Público UNIFAL-MG 2021 para Médico - Pediatria

Foram encontradas 8 questões

Q1707551 Português
É entre os moralistas e os educadores do século XVII que vemos formar-se esse outro sentimento da infância que estudamos no capítulo anterior e que inspirou toda a educação até o século XX, tanto na cidade como no campo, na burguesia como no povo. O apego à infância e à sua particularidade não se exprimia mais através da distração e da brincadeira, mas através do interesse psicológico e da preocupação moral. A criança não era nem divertida nem agradável: “Todo homem sente dentro de si essa insipidez da infância que repugna à razão sadia; essa aspereza da juventude, que só se sacia com objetos sensíveis e não é mais do que o esboço grosseiro do homem racional”. Assim falava El Discreto de Balthazar Gratien, um tratado sobre a educação de 1646, traduzido para o francês em 1723 por um padre jesuíta. “Só o tempo pode curar o homem da infância e da juventude, idades da imperfeição sob todos os aspectos.” Como vemos, essas opiniões devem ser recolocadas em seu contexto da época e comparadas aos outros textos para serem compreendidas. Elas já foram interpretadas por alguns historiadores como uma ignorância da infância. No entanto, devemos ver nelas o início de um sentimento sério e autêntico da infância. Pois não convinha ao adulto se acomodar à leviandade da infância: este fora o erro antigo. Era preciso antes conhecê-la melhor para corrigi-la, e os textos do fim do século XVI e do século XVII estão cheios de observações sobre a psicologia infantil. Tentava-se penetrar na mentalidade das crianças para melhor adaptar a seu nível os métodos de educação. Pois as pessoas se preocupavam muito com as crianças, consideradas, testemunhos da inocência batismal, semelhantes aos anjos e próximas a Cristo, que as havia amado. Mas esse interesse impunha que se desenvolvesse nas crianças uma razão ainda frágil e que se fizesse delas homens racionais e cristãos. O tom às vezes era austero e a ênfase recaía sobre a severidade, por oposição ao relaxamento e às facilidades dos costumes; mas nem sempre era assim. Havia também o humor, até mesmo em Jacqueline Pascal, e havia uma ternura declarada. No final do século, procurou-se conciliar doçura e a razão. Para o abade Goussault, conselheiro do Parlamento, em Le Portrait d’une honnête femme, “familiarizar-se com os próprios filhos, fazê-los falar sobre todas as coisas, tratá-los como pessoas racionais e conquistá-los pela doçura é um segredo infalível para se fazer deles o que se quiser. As crianças são plantas jovens que é preciso cultivar e regar com frequência: alguns conselhos dados na hora certa, algumas demonstrações de ternura e amizade feitas de tempos em tempos as comovem e as conquistam. Algumas carícias, alguns presentinhos, algumas palavras de confiança e cordialidade impressionam seu espírito, e poucas são as que resistem a esses meios doces e fáceis de transformá-las em pessoas honradas e probas”. A preocupação era sempre a de fazer dessas crianças pessoas honradas e probas e homens racionais.

(Fragmento) (ARIÈS, Phillipe. História social da criança e da família. Tradução de Dora Flaksman. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978, p. 162-163)
No fragmento transcrito, evidencia-se que a perspectiva a respeito da infância:
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Q1707552 Português
É entre os moralistas e os educadores do século XVII que vemos formar-se esse outro sentimento da infância que estudamos no capítulo anterior e que inspirou toda a educação até o século XX, tanto na cidade como no campo, na burguesia como no povo. O apego à infância e à sua particularidade não se exprimia mais através da distração e da brincadeira, mas através do interesse psicológico e da preocupação moral. A criança não era nem divertida nem agradável: “Todo homem sente dentro de si essa insipidez da infância que repugna à razão sadia; essa aspereza da juventude, que só se sacia com objetos sensíveis e não é mais do que o esboço grosseiro do homem racional”. Assim falava El Discreto de Balthazar Gratien, um tratado sobre a educação de 1646, traduzido para o francês em 1723 por um padre jesuíta. “Só o tempo pode curar o homem da infância e da juventude, idades da imperfeição sob todos os aspectos.” Como vemos, essas opiniões devem ser recolocadas em seu contexto da época e comparadas aos outros textos para serem compreendidas. Elas já foram interpretadas por alguns historiadores como uma ignorância da infância. No entanto, devemos ver nelas o início de um sentimento sério e autêntico da infância. Pois não convinha ao adulto se acomodar à leviandade da infância: este fora o erro antigo. Era preciso antes conhecê-la melhor para corrigi-la, e os textos do fim do século XVI e do século XVII estão cheios de observações sobre a psicologia infantil. Tentava-se penetrar na mentalidade das crianças para melhor adaptar a seu nível os métodos de educação. Pois as pessoas se preocupavam muito com as crianças, consideradas, testemunhos da inocência batismal, semelhantes aos anjos e próximas a Cristo, que as havia amado. Mas esse interesse impunha que se desenvolvesse nas crianças uma razão ainda frágil e que se fizesse delas homens racionais e cristãos. O tom às vezes era austero e a ênfase recaía sobre a severidade, por oposição ao relaxamento e às facilidades dos costumes; mas nem sempre era assim. Havia também o humor, até mesmo em Jacqueline Pascal, e havia uma ternura declarada. No final do século, procurou-se conciliar doçura e a razão. Para o abade Goussault, conselheiro do Parlamento, em Le Portrait d’une honnête femme, “familiarizar-se com os próprios filhos, fazê-los falar sobre todas as coisas, tratá-los como pessoas racionais e conquistá-los pela doçura é um segredo infalível para se fazer deles o que se quiser. As crianças são plantas jovens que é preciso cultivar e regar com frequência: alguns conselhos dados na hora certa, algumas demonstrações de ternura e amizade feitas de tempos em tempos as comovem e as conquistam. Algumas carícias, alguns presentinhos, algumas palavras de confiança e cordialidade impressionam seu espírito, e poucas são as que resistem a esses meios doces e fáceis de transformá-las em pessoas honradas e probas”. A preocupação era sempre a de fazer dessas crianças pessoas honradas e probas e homens racionais.

(Fragmento) (ARIÈS, Phillipe. História social da criança e da família. Tradução de Dora Flaksman. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978, p. 162-163)
No trecho “apego à infância e à sua particularidade”, quanto ao emprego do acento indicador de crase, tem-se:
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Q1707553 Português
É entre os moralistas e os educadores do século XVII que vemos formar-se esse outro sentimento da infância que estudamos no capítulo anterior e que inspirou toda a educação até o século XX, tanto na cidade como no campo, na burguesia como no povo. O apego à infância e à sua particularidade não se exprimia mais através da distração e da brincadeira, mas através do interesse psicológico e da preocupação moral. A criança não era nem divertida nem agradável: “Todo homem sente dentro de si essa insipidez da infância que repugna à razão sadia; essa aspereza da juventude, que só se sacia com objetos sensíveis e não é mais do que o esboço grosseiro do homem racional”. Assim falava El Discreto de Balthazar Gratien, um tratado sobre a educação de 1646, traduzido para o francês em 1723 por um padre jesuíta. “Só o tempo pode curar o homem da infância e da juventude, idades da imperfeição sob todos os aspectos.” Como vemos, essas opiniões devem ser recolocadas em seu contexto da época e comparadas aos outros textos para serem compreendidas. Elas já foram interpretadas por alguns historiadores como uma ignorância da infância. No entanto, devemos ver nelas o início de um sentimento sério e autêntico da infância. Pois não convinha ao adulto se acomodar à leviandade da infância: este fora o erro antigo. Era preciso antes conhecê-la melhor para corrigi-la, e os textos do fim do século XVI e do século XVII estão cheios de observações sobre a psicologia infantil. Tentava-se penetrar na mentalidade das crianças para melhor adaptar a seu nível os métodos de educação. Pois as pessoas se preocupavam muito com as crianças, consideradas, testemunhos da inocência batismal, semelhantes aos anjos e próximas a Cristo, que as havia amado. Mas esse interesse impunha que se desenvolvesse nas crianças uma razão ainda frágil e que se fizesse delas homens racionais e cristãos. O tom às vezes era austero e a ênfase recaía sobre a severidade, por oposição ao relaxamento e às facilidades dos costumes; mas nem sempre era assim. Havia também o humor, até mesmo em Jacqueline Pascal, e havia uma ternura declarada. No final do século, procurou-se conciliar doçura e a razão. Para o abade Goussault, conselheiro do Parlamento, em Le Portrait d’une honnête femme, “familiarizar-se com os próprios filhos, fazê-los falar sobre todas as coisas, tratá-los como pessoas racionais e conquistá-los pela doçura é um segredo infalível para se fazer deles o que se quiser. As crianças são plantas jovens que é preciso cultivar e regar com frequência: alguns conselhos dados na hora certa, algumas demonstrações de ternura e amizade feitas de tempos em tempos as comovem e as conquistam. Algumas carícias, alguns presentinhos, algumas palavras de confiança e cordialidade impressionam seu espírito, e poucas são as que resistem a esses meios doces e fáceis de transformá-las em pessoas honradas e probas”. A preocupação era sempre a de fazer dessas crianças pessoas honradas e probas e homens racionais.

(Fragmento) (ARIÈS, Phillipe. História social da criança e da família. Tradução de Dora Flaksman. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978, p. 162-163)
“Pois não convinha ao adulto se acomodar à leviandade da infância”. Nesse trecho, o sujeito da oração principal é:
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Q1707554 Português
É entre os moralistas e os educadores do século XVII que vemos formar-se esse outro sentimento da infância que estudamos no capítulo anterior e que inspirou toda a educação até o século XX, tanto na cidade como no campo, na burguesia como no povo. O apego à infância e à sua particularidade não se exprimia mais através da distração e da brincadeira, mas através do interesse psicológico e da preocupação moral. A criança não era nem divertida nem agradável: “Todo homem sente dentro de si essa insipidez da infância que repugna à razão sadia; essa aspereza da juventude, que só se sacia com objetos sensíveis e não é mais do que o esboço grosseiro do homem racional”. Assim falava El Discreto de Balthazar Gratien, um tratado sobre a educação de 1646, traduzido para o francês em 1723 por um padre jesuíta. “Só o tempo pode curar o homem da infância e da juventude, idades da imperfeição sob todos os aspectos.” Como vemos, essas opiniões devem ser recolocadas em seu contexto da época e comparadas aos outros textos para serem compreendidas. Elas já foram interpretadas por alguns historiadores como uma ignorância da infância. No entanto, devemos ver nelas o início de um sentimento sério e autêntico da infância. Pois não convinha ao adulto se acomodar à leviandade da infância: este fora o erro antigo. Era preciso antes conhecê-la melhor para corrigi-la, e os textos do fim do século XVI e do século XVII estão cheios de observações sobre a psicologia infantil. Tentava-se penetrar na mentalidade das crianças para melhor adaptar a seu nível os métodos de educação. Pois as pessoas se preocupavam muito com as crianças, consideradas, testemunhos da inocência batismal, semelhantes aos anjos e próximas a Cristo, que as havia amado. Mas esse interesse impunha que se desenvolvesse nas crianças uma razão ainda frágil e que se fizesse delas homens racionais e cristãos. O tom às vezes era austero e a ênfase recaía sobre a severidade, por oposição ao relaxamento e às facilidades dos costumes; mas nem sempre era assim. Havia também o humor, até mesmo em Jacqueline Pascal, e havia uma ternura declarada. No final do século, procurou-se conciliar doçura e a razão. Para o abade Goussault, conselheiro do Parlamento, em Le Portrait d’une honnête femme, “familiarizar-se com os próprios filhos, fazê-los falar sobre todas as coisas, tratá-los como pessoas racionais e conquistá-los pela doçura é um segredo infalível para se fazer deles o que se quiser. As crianças são plantas jovens que é preciso cultivar e regar com frequência: alguns conselhos dados na hora certa, algumas demonstrações de ternura e amizade feitas de tempos em tempos as comovem e as conquistam. Algumas carícias, alguns presentinhos, algumas palavras de confiança e cordialidade impressionam seu espírito, e poucas são as que resistem a esses meios doces e fáceis de transformá-las em pessoas honradas e probas”. A preocupação era sempre a de fazer dessas crianças pessoas honradas e probas e homens racionais.

(Fragmento) (ARIÈS, Phillipe. História social da criança e da família. Tradução de Dora Flaksman. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978, p. 162-163)
Em relação ao trecho “outro sentimento da infância que estudamos no capítulo anterior”, o vocábulo que desempenha o mesmo papel coesivo na passagem:
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Q1707555 Português
É entre os moralistas e os educadores do século XVII que vemos formar-se esse outro sentimento da infância que estudamos no capítulo anterior e que inspirou toda a educação até o século XX, tanto na cidade como no campo, na burguesia como no povo. O apego à infância e à sua particularidade não se exprimia mais através da distração e da brincadeira, mas através do interesse psicológico e da preocupação moral. A criança não era nem divertida nem agradável: “Todo homem sente dentro de si essa insipidez da infância que repugna à razão sadia; essa aspereza da juventude, que só se sacia com objetos sensíveis e não é mais do que o esboço grosseiro do homem racional”. Assim falava El Discreto de Balthazar Gratien, um tratado sobre a educação de 1646, traduzido para o francês em 1723 por um padre jesuíta. “Só o tempo pode curar o homem da infância e da juventude, idades da imperfeição sob todos os aspectos.” Como vemos, essas opiniões devem ser recolocadas em seu contexto da época e comparadas aos outros textos para serem compreendidas. Elas já foram interpretadas por alguns historiadores como uma ignorância da infância. No entanto, devemos ver nelas o início de um sentimento sério e autêntico da infância. Pois não convinha ao adulto se acomodar à leviandade da infância: este fora o erro antigo. Era preciso antes conhecê-la melhor para corrigi-la, e os textos do fim do século XVI e do século XVII estão cheios de observações sobre a psicologia infantil. Tentava-se penetrar na mentalidade das crianças para melhor adaptar a seu nível os métodos de educação. Pois as pessoas se preocupavam muito com as crianças, consideradas, testemunhos da inocência batismal, semelhantes aos anjos e próximas a Cristo, que as havia amado. Mas esse interesse impunha que se desenvolvesse nas crianças uma razão ainda frágil e que se fizesse delas homens racionais e cristãos. O tom às vezes era austero e a ênfase recaía sobre a severidade, por oposição ao relaxamento e às facilidades dos costumes; mas nem sempre era assim. Havia também o humor, até mesmo em Jacqueline Pascal, e havia uma ternura declarada. No final do século, procurou-se conciliar doçura e a razão. Para o abade Goussault, conselheiro do Parlamento, em Le Portrait d’une honnête femme, “familiarizar-se com os próprios filhos, fazê-los falar sobre todas as coisas, tratá-los como pessoas racionais e conquistá-los pela doçura é um segredo infalível para se fazer deles o que se quiser. As crianças são plantas jovens que é preciso cultivar e regar com frequência: alguns conselhos dados na hora certa, algumas demonstrações de ternura e amizade feitas de tempos em tempos as comovem e as conquistam. Algumas carícias, alguns presentinhos, algumas palavras de confiança e cordialidade impressionam seu espírito, e poucas são as que resistem a esses meios doces e fáceis de transformá-las em pessoas honradas e probas”. A preocupação era sempre a de fazer dessas crianças pessoas honradas e probas e homens racionais.

(Fragmento) (ARIÈS, Phillipe. História social da criança e da família. Tradução de Dora Flaksman. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978, p. 162-163)
Na oração “A criança não era nem divertida nem agradável”, ocorre um recurso de estilo caracterizado:
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Q1707558 Português
Novo Código de Ética mira preconceito contra médicos com deficiência: 'Achavam que a Medicina não era mais para mim'

Mônica Manir

De São Paulo para a BBC News Brasil

30 junho 2019

Em 2008, quando tinha 23 anos e estava no quarto ano de Medicina, o goiano Marcos Vinícius Nunes da Silva sofreu uma lesão cervical nas vértebras C3, C4 e C5 em um acidente de carro em Porto Velho. Percebeu na hora que estava tetraplégico. "Deixei de ser estudante de Medicina para ser paciente."

Foram 11 meses de recuperação motora após à cirurgia. Mas sua tetraplegia parcial não o impediu de se formar e de atuar como clínico-geral em unidade de pronto-atendimento. "Colegas de classe, professores da faculdade e mesmo outros médicos achavam que a Medicina não era mais para mim."

Segundo ele, alguns colegas vetavam sua presença em grupos do internato, período em que o aluno de Medicina estagia em hospitais e é supervisionado em tomadas de decisão e aquisição de destreza em procedimentos. Três deles disseram à Silva que ele devia estar fazendo sessões de fisioterapia, e não frequentando a faculdade. "Julgaram meu aspecto físico, e não o meu intelectual."

Dos pacientes, a receptividade tendeu à ser outra: "Até hoje, doentes que ainda não decoraram meu nome pedem para se consultarem com o 'médico da cadeira (de rodas)'". Em 2016, três anos depois da formatura, abriu uma clínica popular em Goianésia (GO), onde já atendeu mais de 15 mil pessoas. Ali, alterna entre uma cadeira de rodas elétrica e outra manual e atende os pacientes em uma maca adaptada à sua altura.

Silva está entre os que celebram um inciso do novo Código de Ética Médica que estipula ser "direito do médico com deficiência ou com doença, nos limites de suas capacidades e da segurança dos pacientes, exercer a profissão sem ser discriminado".

(Fragmento adaptado) Disponível em: < https://www.bbc.com/portuguese/geral-48657570> Acesso em 1º nov. 2020. 
Qual fragmento de texto, se reescrito sem o acento indicador de crase, mantém a obediência à norma padrão da Língua Portuguesa?
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Q1707559 Português
Novo Código de Ética mira preconceito contra médicos com deficiência: 'Achavam que a Medicina não era mais para mim'

Mônica Manir

De São Paulo para a BBC News Brasil

30 junho 2019

Em 2008, quando tinha 23 anos e estava no quarto ano de Medicina, o goiano Marcos Vinícius Nunes da Silva sofreu uma lesão cervical nas vértebras C3, C4 e C5 em um acidente de carro em Porto Velho. Percebeu na hora que estava tetraplégico. "Deixei de ser estudante de Medicina para ser paciente."

Foram 11 meses de recuperação motora após à cirurgia. Mas sua tetraplegia parcial não o impediu de se formar e de atuar como clínico-geral em unidade de pronto-atendimento. "Colegas de classe, professores da faculdade e mesmo outros médicos achavam que a Medicina não era mais para mim."

Segundo ele, alguns colegas vetavam sua presença em grupos do internato, período em que o aluno de Medicina estagia em hospitais e é supervisionado em tomadas de decisão e aquisição de destreza em procedimentos. Três deles disseram à Silva que ele devia estar fazendo sessões de fisioterapia, e não frequentando a faculdade. "Julgaram meu aspecto físico, e não o meu intelectual."

Dos pacientes, a receptividade tendeu à ser outra: "Até hoje, doentes que ainda não decoraram meu nome pedem para se consultarem com o 'médico da cadeira (de rodas)'". Em 2016, três anos depois da formatura, abriu uma clínica popular em Goianésia (GO), onde já atendeu mais de 15 mil pessoas. Ali, alterna entre uma cadeira de rodas elétrica e outra manual e atende os pacientes em uma maca adaptada à sua altura.

Silva está entre os que celebram um inciso do novo Código de Ética Médica que estipula ser "direito do médico com deficiência ou com doença, nos limites de suas capacidades e da segurança dos pacientes, exercer a profissão sem ser discriminado".

(Fragmento adaptado) Disponível em: < https://www.bbc.com/portuguese/geral-48657570> Acesso em 1º nov. 2020. 
As aspas, no texto em análise, têm como função:
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Q1707560 Português
Novo Código de Ética mira preconceito contra médicos com deficiência: 'Achavam que a Medicina não era mais para mim'

Mônica Manir

De São Paulo para a BBC News Brasil

30 junho 2019

Em 2008, quando tinha 23 anos e estava no quarto ano de Medicina, o goiano Marcos Vinícius Nunes da Silva sofreu uma lesão cervical nas vértebras C3, C4 e C5 em um acidente de carro em Porto Velho. Percebeu na hora que estava tetraplégico. "Deixei de ser estudante de Medicina para ser paciente."

Foram 11 meses de recuperação motora após à cirurgia. Mas sua tetraplegia parcial não o impediu de se formar e de atuar como clínico-geral em unidade de pronto-atendimento. "Colegas de classe, professores da faculdade e mesmo outros médicos achavam que a Medicina não era mais para mim."

Segundo ele, alguns colegas vetavam sua presença em grupos do internato, período em que o aluno de Medicina estagia em hospitais e é supervisionado em tomadas de decisão e aquisição de destreza em procedimentos. Três deles disseram à Silva que ele devia estar fazendo sessões de fisioterapia, e não frequentando a faculdade. "Julgaram meu aspecto físico, e não o meu intelectual."

Dos pacientes, a receptividade tendeu à ser outra: "Até hoje, doentes que ainda não decoraram meu nome pedem para se consultarem com o 'médico da cadeira (de rodas)'". Em 2016, três anos depois da formatura, abriu uma clínica popular em Goianésia (GO), onde já atendeu mais de 15 mil pessoas. Ali, alterna entre uma cadeira de rodas elétrica e outra manual e atende os pacientes em uma maca adaptada à sua altura.

Silva está entre os que celebram um inciso do novo Código de Ética Médica que estipula ser "direito do médico com deficiência ou com doença, nos limites de suas capacidades e da segurança dos pacientes, exercer a profissão sem ser discriminado".

(Fragmento adaptado) Disponível em: < https://www.bbc.com/portuguese/geral-48657570> Acesso em 1º nov. 2020. 
O texto é uma notícia de jornal. Da sua leitura, infere-se que o objetivo do autor é:
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