A leitura não é uma habilidade inata, não nascemos lendo e não desenvolvemos essa habilidade sem instrução
explícita. A escrita foi um código criado pelo homem para registrar o conhecimento produzido ao longo da
história. A leitura é uma decorrência dessa invenção cultural, sendo basicamente a atividade de desvendar esse
código, de decodificar. Considerando a recenticidade da escrita e da leitura, Dehaene (2012) conclui que nosso
cérebro não está pronto para ler. Para isto, é preciso haver uma tarefa de reciclagem neuronal, em que neurônios
até então responsáveis pelo reconhecimento de faces são recrutados para o reconhecimento de símbolos
especiais, as letras.
Fonte: SOUZA, Lucilene Bender de; MILESKI, Ivanete. A emergência da especialização cerebral para leitura
de palavras. In: GABRIEL, Rosângela et al. Tecendo conexões entre cognição, linguagem e leitura. Curitiba:
Multideia, 2014. p. 33-46.