Questões de Concurso Público Facepe 2015 para Analista de Gestão de Ciência e Tecnologia - Geral

Foram encontradas 10 questões

Q697937 Português
  • Txt: o futuro do app?
  • Luli Radfahrer

    

  O futuro é mesmo imprevisível. Enquanto muita gente sonha com carros voadores e realidades aumentadas, as mensagens de texto persistem, telegráficas. O protocolo de troca de mensagens curtas (Short Message Service, ou SMS em inglês), criado em 1992 e a princípio usado apenas por adolescentes para se exprimir por meio de siglas – LOL, VDD, CTZ, OMG, AMG, FTW, SDDS, FLW, BJS, CMG, BFF etc. – cresceu. Serviço indispensável nos dispositivos móveis, a troca de bilhetes digitais é considerada por muitos mais importante do que a própria chamada de voz.

    Ao misturar conveniência, simplicidade e disponibilidade, o texto se tornou sinônimo de comunicação em tempo real. Sua popularidade é tamanha que, em 2010, o serviço era o que mais transferia dados pela rede, usado por cerca de 80% dos usuários de telefones móveis. Daí surgiu o smartphone. E, com ele, muitos se apressaram a decretar a morte de um serviço tão primário. No entanto, apesar do crescimento de outros canais de comunicação por voz e vídeo, o envio de mensagens de texto, seja por SMS ou por aplicativos baseados na internet, como WhatsApp, Facebook Messenger, Apple iMessage e Skype (que tenta recuperar o sucesso que um dia teve o MSN Messenger) ainda é muito popular.

    Por mais que a tecnologia pareça antiquada em tempos de conexão 4G e streaming de vídeo, a troca de bilhetinhos se tornou parte essencial da vida contemporânea. A interação é intuitiva, rápida, divertida, íntima, descritiva e consistente, de forma que a voz e outras interfaces dificilmente conseguem ser. Ela funciona bem tanto em comunicações individuais quanto para enviar mensagens para grupos, mandar alertas ou compartilhar links. Conteúdos escritos por esse meio podem ser facilmente classificados, organizados, traduzidos, copiados, pesquisados, citados e consumidos em velocidades diferentes. Em um mundo hiperconectado, o texto é, quem diria, o sinônimo de comunicação assíncrona.

    A natureza das mensagens de texto é diferente da conversa por telefone: seu formato, velocidade e discrição são adequados para pequenas explosões de comunicação funcional, mais do que para conversas extensas. Ampliadas pelo uso de emojis, elas permitem uma relação de natureza instintiva, quase telepática, que pode ocorrer simultaneamente com outros tipos de comunicação, alguns até ao vivo. Ferramentas de conversação são tecnologias sociais, em que as regras de etiqueta e os códigos do grupo costumam ser mais importantes do que os recursos tecnológicos. Um dos motivos de seu enorme sucesso em um ambiente de assistentes virtuais como Siri e Google Now está no conteúdo de mensagens que podem não ser adequadas ao vivo. O texto é rápido, privativo e poderoso, tanto que a melhor alternativa para ele até hoje ainda tem sido outra forma de texto.

    Aplicativos de troca de mensagens em vídeo, como Skype, Vine e SnapChat, buscam ser o próximo passo. Eles tentam criar uma comunicação mais intensa, que valorize tons de voz, expressões faciais e linguagem corporal para exprimir sutilezas em que o texto não é fluente. Apesar de seu sucesso em determinados grupos e faixas etárias, até hoje não conseguiram atingir uma parcela da popularidade do singelo texto. O velho SMS, de tão seguro e confiável, se transformou em uma ferramenta poderosa de autenticação, usado por vários serviços para garantir a identidade e a segurança de seus usuários. Ele é usado até por tecnologias extremamente inovadoras como a comunicação máquina a máquina (M2M), que usa o protocolo para envio de dados de telemetria para usuários e centros de controle a partir de lugares em constante movimento ou cuja conexão de dados não seja confiável. Há até quem aposte no texto como alternativa para um mundo pós-apps. Diferentemente de interfaces que criam regras de interação a cada serviço, website ou aplicativo, conversas baseadas em texto são confortavelmente familiares. Na China, o popular WeChat incorpora muita interação na interface do aplicativo. Pode-se falar com serviços públicos, empresas e marcas na mesma tela com que se conversa com os amigos ou com o chefe.

    Bancos, concessionárias de telefonia, jornais, hospitais, lojas e serviços públicos podem ser consultados dessa forma, em busca de transações imediatas de forma bem prática. Seus usuários consultam saldos, pagam cartões, enviam dinheiro, pedem táxis, reservam mesas em restaurantes e acompanham a entrega de pedidos comprados on-line em simples conversas. Algumas vezes a interação é feita por um ser humano, outras por um robô, outras por um sistema de menus. Tudo da forma mais natural e transparente possível. Pode soar estranho interagir com o banco por texto, mas a realidade é que essa troca de mensagens é mais confortável, mesmo que às vezes seja inconveniente. E é certamente mais fácil, segura e familiar do que os complicados aplicativos de hoje e suas camadas múltiplas de senhas e tokens. Imagine a simplicidade de mandar mensagens como "pague o condomínio" ou "mande R$ 1500 para minha mãe" comparado com a forma com que tais serviços são feitos hoje. De certa forma, essa é a maneira como os privilegiados que têm assistentes pessoais interagem com eles no mundo real.

    No rápido desenvolvimento tecnológico, logo se entrará no mundo pós-aplicativo. Enquanto muitos especulam a respeito de máquinas vestíveis, óculos de realidade virtual e agentes por comando de voz, talvez a resposta esteja em uma tecnologia com quase 25 anos de idade, para que poucos dão a devida atenção.


Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/2015/10/1695904-txt-o-futuro-do-app.shtml Acesso em: 23 out. 2015. Adaptado.

Identifique a alternativa em que a ideia global do Texto 1 está CORRETAMENTE sintetizada.
Alternativas
Q697938 Português
  • Txt: o futuro do app?
  • Luli Radfahrer

    

  O futuro é mesmo imprevisível. Enquanto muita gente sonha com carros voadores e realidades aumentadas, as mensagens de texto persistem, telegráficas. O protocolo de troca de mensagens curtas (Short Message Service, ou SMS em inglês), criado em 1992 e a princípio usado apenas por adolescentes para se exprimir por meio de siglas – LOL, VDD, CTZ, OMG, AMG, FTW, SDDS, FLW, BJS, CMG, BFF etc. – cresceu. Serviço indispensável nos dispositivos móveis, a troca de bilhetes digitais é considerada por muitos mais importante do que a própria chamada de voz.

    Ao misturar conveniência, simplicidade e disponibilidade, o texto se tornou sinônimo de comunicação em tempo real. Sua popularidade é tamanha que, em 2010, o serviço era o que mais transferia dados pela rede, usado por cerca de 80% dos usuários de telefones móveis. Daí surgiu o smartphone. E, com ele, muitos se apressaram a decretar a morte de um serviço tão primário. No entanto, apesar do crescimento de outros canais de comunicação por voz e vídeo, o envio de mensagens de texto, seja por SMS ou por aplicativos baseados na internet, como WhatsApp, Facebook Messenger, Apple iMessage e Skype (que tenta recuperar o sucesso que um dia teve o MSN Messenger) ainda é muito popular.

    Por mais que a tecnologia pareça antiquada em tempos de conexão 4G e streaming de vídeo, a troca de bilhetinhos se tornou parte essencial da vida contemporânea. A interação é intuitiva, rápida, divertida, íntima, descritiva e consistente, de forma que a voz e outras interfaces dificilmente conseguem ser. Ela funciona bem tanto em comunicações individuais quanto para enviar mensagens para grupos, mandar alertas ou compartilhar links. Conteúdos escritos por esse meio podem ser facilmente classificados, organizados, traduzidos, copiados, pesquisados, citados e consumidos em velocidades diferentes. Em um mundo hiperconectado, o texto é, quem diria, o sinônimo de comunicação assíncrona.

    A natureza das mensagens de texto é diferente da conversa por telefone: seu formato, velocidade e discrição são adequados para pequenas explosões de comunicação funcional, mais do que para conversas extensas. Ampliadas pelo uso de emojis, elas permitem uma relação de natureza instintiva, quase telepática, que pode ocorrer simultaneamente com outros tipos de comunicação, alguns até ao vivo. Ferramentas de conversação são tecnologias sociais, em que as regras de etiqueta e os códigos do grupo costumam ser mais importantes do que os recursos tecnológicos. Um dos motivos de seu enorme sucesso em um ambiente de assistentes virtuais como Siri e Google Now está no conteúdo de mensagens que podem não ser adequadas ao vivo. O texto é rápido, privativo e poderoso, tanto que a melhor alternativa para ele até hoje ainda tem sido outra forma de texto.

    Aplicativos de troca de mensagens em vídeo, como Skype, Vine e SnapChat, buscam ser o próximo passo. Eles tentam criar uma comunicação mais intensa, que valorize tons de voz, expressões faciais e linguagem corporal para exprimir sutilezas em que o texto não é fluente. Apesar de seu sucesso em determinados grupos e faixas etárias, até hoje não conseguiram atingir uma parcela da popularidade do singelo texto. O velho SMS, de tão seguro e confiável, se transformou em uma ferramenta poderosa de autenticação, usado por vários serviços para garantir a identidade e a segurança de seus usuários. Ele é usado até por tecnologias extremamente inovadoras como a comunicação máquina a máquina (M2M), que usa o protocolo para envio de dados de telemetria para usuários e centros de controle a partir de lugares em constante movimento ou cuja conexão de dados não seja confiável. Há até quem aposte no texto como alternativa para um mundo pós-apps. Diferentemente de interfaces que criam regras de interação a cada serviço, website ou aplicativo, conversas baseadas em texto são confortavelmente familiares. Na China, o popular WeChat incorpora muita interação na interface do aplicativo. Pode-se falar com serviços públicos, empresas e marcas na mesma tela com que se conversa com os amigos ou com o chefe.

    Bancos, concessionárias de telefonia, jornais, hospitais, lojas e serviços públicos podem ser consultados dessa forma, em busca de transações imediatas de forma bem prática. Seus usuários consultam saldos, pagam cartões, enviam dinheiro, pedem táxis, reservam mesas em restaurantes e acompanham a entrega de pedidos comprados on-line em simples conversas. Algumas vezes a interação é feita por um ser humano, outras por um robô, outras por um sistema de menus. Tudo da forma mais natural e transparente possível. Pode soar estranho interagir com o banco por texto, mas a realidade é que essa troca de mensagens é mais confortável, mesmo que às vezes seja inconveniente. E é certamente mais fácil, segura e familiar do que os complicados aplicativos de hoje e suas camadas múltiplas de senhas e tokens. Imagine a simplicidade de mandar mensagens como "pague o condomínio" ou "mande R$ 1500 para minha mãe" comparado com a forma com que tais serviços são feitos hoje. De certa forma, essa é a maneira como os privilegiados que têm assistentes pessoais interagem com eles no mundo real.

    No rápido desenvolvimento tecnológico, logo se entrará no mundo pós-aplicativo. Enquanto muitos especulam a respeito de máquinas vestíveis, óculos de realidade virtual e agentes por comando de voz, talvez a resposta esteja em uma tecnologia com quase 25 anos de idade, para que poucos dão a devida atenção.


Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/2015/10/1695904-txt-o-futuro-do-app.shtml Acesso em: 23 out. 2015. Adaptado.

Na defesa de seu ponto de vista, o autor apresenta como uma das justificativas:
Alternativas
Q697939 Português
  • Txt: o futuro do app?
  • Luli Radfahrer

    

  O futuro é mesmo imprevisível. Enquanto muita gente sonha com carros voadores e realidades aumentadas, as mensagens de texto persistem, telegráficas. O protocolo de troca de mensagens curtas (Short Message Service, ou SMS em inglês), criado em 1992 e a princípio usado apenas por adolescentes para se exprimir por meio de siglas – LOL, VDD, CTZ, OMG, AMG, FTW, SDDS, FLW, BJS, CMG, BFF etc. – cresceu. Serviço indispensável nos dispositivos móveis, a troca de bilhetes digitais é considerada por muitos mais importante do que a própria chamada de voz.

    Ao misturar conveniência, simplicidade e disponibilidade, o texto se tornou sinônimo de comunicação em tempo real. Sua popularidade é tamanha que, em 2010, o serviço era o que mais transferia dados pela rede, usado por cerca de 80% dos usuários de telefones móveis. Daí surgiu o smartphone. E, com ele, muitos se apressaram a decretar a morte de um serviço tão primário. No entanto, apesar do crescimento de outros canais de comunicação por voz e vídeo, o envio de mensagens de texto, seja por SMS ou por aplicativos baseados na internet, como WhatsApp, Facebook Messenger, Apple iMessage e Skype (que tenta recuperar o sucesso que um dia teve o MSN Messenger) ainda é muito popular.

    Por mais que a tecnologia pareça antiquada em tempos de conexão 4G e streaming de vídeo, a troca de bilhetinhos se tornou parte essencial da vida contemporânea. A interação é intuitiva, rápida, divertida, íntima, descritiva e consistente, de forma que a voz e outras interfaces dificilmente conseguem ser. Ela funciona bem tanto em comunicações individuais quanto para enviar mensagens para grupos, mandar alertas ou compartilhar links. Conteúdos escritos por esse meio podem ser facilmente classificados, organizados, traduzidos, copiados, pesquisados, citados e consumidos em velocidades diferentes. Em um mundo hiperconectado, o texto é, quem diria, o sinônimo de comunicação assíncrona.

    A natureza das mensagens de texto é diferente da conversa por telefone: seu formato, velocidade e discrição são adequados para pequenas explosões de comunicação funcional, mais do que para conversas extensas. Ampliadas pelo uso de emojis, elas permitem uma relação de natureza instintiva, quase telepática, que pode ocorrer simultaneamente com outros tipos de comunicação, alguns até ao vivo. Ferramentas de conversação são tecnologias sociais, em que as regras de etiqueta e os códigos do grupo costumam ser mais importantes do que os recursos tecnológicos. Um dos motivos de seu enorme sucesso em um ambiente de assistentes virtuais como Siri e Google Now está no conteúdo de mensagens que podem não ser adequadas ao vivo. O texto é rápido, privativo e poderoso, tanto que a melhor alternativa para ele até hoje ainda tem sido outra forma de texto.

    Aplicativos de troca de mensagens em vídeo, como Skype, Vine e SnapChat, buscam ser o próximo passo. Eles tentam criar uma comunicação mais intensa, que valorize tons de voz, expressões faciais e linguagem corporal para exprimir sutilezas em que o texto não é fluente. Apesar de seu sucesso em determinados grupos e faixas etárias, até hoje não conseguiram atingir uma parcela da popularidade do singelo texto. O velho SMS, de tão seguro e confiável, se transformou em uma ferramenta poderosa de autenticação, usado por vários serviços para garantir a identidade e a segurança de seus usuários. Ele é usado até por tecnologias extremamente inovadoras como a comunicação máquina a máquina (M2M), que usa o protocolo para envio de dados de telemetria para usuários e centros de controle a partir de lugares em constante movimento ou cuja conexão de dados não seja confiável. Há até quem aposte no texto como alternativa para um mundo pós-apps. Diferentemente de interfaces que criam regras de interação a cada serviço, website ou aplicativo, conversas baseadas em texto são confortavelmente familiares. Na China, o popular WeChat incorpora muita interação na interface do aplicativo. Pode-se falar com serviços públicos, empresas e marcas na mesma tela com que se conversa com os amigos ou com o chefe.

    Bancos, concessionárias de telefonia, jornais, hospitais, lojas e serviços públicos podem ser consultados dessa forma, em busca de transações imediatas de forma bem prática. Seus usuários consultam saldos, pagam cartões, enviam dinheiro, pedem táxis, reservam mesas em restaurantes e acompanham a entrega de pedidos comprados on-line em simples conversas. Algumas vezes a interação é feita por um ser humano, outras por um robô, outras por um sistema de menus. Tudo da forma mais natural e transparente possível. Pode soar estranho interagir com o banco por texto, mas a realidade é que essa troca de mensagens é mais confortável, mesmo que às vezes seja inconveniente. E é certamente mais fácil, segura e familiar do que os complicados aplicativos de hoje e suas camadas múltiplas de senhas e tokens. Imagine a simplicidade de mandar mensagens como "pague o condomínio" ou "mande R$ 1500 para minha mãe" comparado com a forma com que tais serviços são feitos hoje. De certa forma, essa é a maneira como os privilegiados que têm assistentes pessoais interagem com eles no mundo real.

    No rápido desenvolvimento tecnológico, logo se entrará no mundo pós-aplicativo. Enquanto muitos especulam a respeito de máquinas vestíveis, óculos de realidade virtual e agentes por comando de voz, talvez a resposta esteja em uma tecnologia com quase 25 anos de idade, para que poucos dão a devida atenção.


Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/2015/10/1695904-txt-o-futuro-do-app.shtml Acesso em: 23 out. 2015. Adaptado.

Ao citar várias vezes a expressão “mensagens de texto” ou outras que lhe são equivalentes, o autor mantém o foco temático do texto. Assinale a alternativa em que, no Texto 1, as duas nomeações equivalem a „mensagens de texto‟, funcionando como sinônimos dessa expressão.
Alternativas
Q697940 Português
  • Txt: o futuro do app?
  • Luli Radfahrer

    

  O futuro é mesmo imprevisível. Enquanto muita gente sonha com carros voadores e realidades aumentadas, as mensagens de texto persistem, telegráficas. O protocolo de troca de mensagens curtas (Short Message Service, ou SMS em inglês), criado em 1992 e a princípio usado apenas por adolescentes para se exprimir por meio de siglas – LOL, VDD, CTZ, OMG, AMG, FTW, SDDS, FLW, BJS, CMG, BFF etc. – cresceu. Serviço indispensável nos dispositivos móveis, a troca de bilhetes digitais é considerada por muitos mais importante do que a própria chamada de voz.

    Ao misturar conveniência, simplicidade e disponibilidade, o texto se tornou sinônimo de comunicação em tempo real. Sua popularidade é tamanha que, em 2010, o serviço era o que mais transferia dados pela rede, usado por cerca de 80% dos usuários de telefones móveis. Daí surgiu o smartphone. E, com ele, muitos se apressaram a decretar a morte de um serviço tão primário. No entanto, apesar do crescimento de outros canais de comunicação por voz e vídeo, o envio de mensagens de texto, seja por SMS ou por aplicativos baseados na internet, como WhatsApp, Facebook Messenger, Apple iMessage e Skype (que tenta recuperar o sucesso que um dia teve o MSN Messenger) ainda é muito popular.

    Por mais que a tecnologia pareça antiquada em tempos de conexão 4G e streaming de vídeo, a troca de bilhetinhos se tornou parte essencial da vida contemporânea. A interação é intuitiva, rápida, divertida, íntima, descritiva e consistente, de forma que a voz e outras interfaces dificilmente conseguem ser. Ela funciona bem tanto em comunicações individuais quanto para enviar mensagens para grupos, mandar alertas ou compartilhar links. Conteúdos escritos por esse meio podem ser facilmente classificados, organizados, traduzidos, copiados, pesquisados, citados e consumidos em velocidades diferentes. Em um mundo hiperconectado, o texto é, quem diria, o sinônimo de comunicação assíncrona.

    A natureza das mensagens de texto é diferente da conversa por telefone: seu formato, velocidade e discrição são adequados para pequenas explosões de comunicação funcional, mais do que para conversas extensas. Ampliadas pelo uso de emojis, elas permitem uma relação de natureza instintiva, quase telepática, que pode ocorrer simultaneamente com outros tipos de comunicação, alguns até ao vivo. Ferramentas de conversação são tecnologias sociais, em que as regras de etiqueta e os códigos do grupo costumam ser mais importantes do que os recursos tecnológicos. Um dos motivos de seu enorme sucesso em um ambiente de assistentes virtuais como Siri e Google Now está no conteúdo de mensagens que podem não ser adequadas ao vivo. O texto é rápido, privativo e poderoso, tanto que a melhor alternativa para ele até hoje ainda tem sido outra forma de texto.

    Aplicativos de troca de mensagens em vídeo, como Skype, Vine e SnapChat, buscam ser o próximo passo. Eles tentam criar uma comunicação mais intensa, que valorize tons de voz, expressões faciais e linguagem corporal para exprimir sutilezas em que o texto não é fluente. Apesar de seu sucesso em determinados grupos e faixas etárias, até hoje não conseguiram atingir uma parcela da popularidade do singelo texto. O velho SMS, de tão seguro e confiável, se transformou em uma ferramenta poderosa de autenticação, usado por vários serviços para garantir a identidade e a segurança de seus usuários. Ele é usado até por tecnologias extremamente inovadoras como a comunicação máquina a máquina (M2M), que usa o protocolo para envio de dados de telemetria para usuários e centros de controle a partir de lugares em constante movimento ou cuja conexão de dados não seja confiável. Há até quem aposte no texto como alternativa para um mundo pós-apps. Diferentemente de interfaces que criam regras de interação a cada serviço, website ou aplicativo, conversas baseadas em texto são confortavelmente familiares. Na China, o popular WeChat incorpora muita interação na interface do aplicativo. Pode-se falar com serviços públicos, empresas e marcas na mesma tela com que se conversa com os amigos ou com o chefe.

    Bancos, concessionárias de telefonia, jornais, hospitais, lojas e serviços públicos podem ser consultados dessa forma, em busca de transações imediatas de forma bem prática. Seus usuários consultam saldos, pagam cartões, enviam dinheiro, pedem táxis, reservam mesas em restaurantes e acompanham a entrega de pedidos comprados on-line em simples conversas. Algumas vezes a interação é feita por um ser humano, outras por um robô, outras por um sistema de menus. Tudo da forma mais natural e transparente possível. Pode soar estranho interagir com o banco por texto, mas a realidade é que essa troca de mensagens é mais confortável, mesmo que às vezes seja inconveniente. E é certamente mais fácil, segura e familiar do que os complicados aplicativos de hoje e suas camadas múltiplas de senhas e tokens. Imagine a simplicidade de mandar mensagens como "pague o condomínio" ou "mande R$ 1500 para minha mãe" comparado com a forma com que tais serviços são feitos hoje. De certa forma, essa é a maneira como os privilegiados que têm assistentes pessoais interagem com eles no mundo real.

    No rápido desenvolvimento tecnológico, logo se entrará no mundo pós-aplicativo. Enquanto muitos especulam a respeito de máquinas vestíveis, óculos de realidade virtual e agentes por comando de voz, talvez a resposta esteja em uma tecnologia com quase 25 anos de idade, para que poucos dão a devida atenção.


Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/2015/10/1695904-txt-o-futuro-do-app.shtml Acesso em: 23 out. 2015. Adaptado.

Acerca de algumas estratégias empregadas no Texto 1, analise as proposições a seguir.


I. As siglas presentes no título e em alguns parágrafos do texto constituem parte de um vocabulário voltado para um determinado campo de significados, que está no nível do interlocutor pretendido.


II. O texto emprega uma linguagem hermética, isto é, de difícil compreensão para o leitor comum, porque é excessivamente marcada pela presença de termos técnicos.


III. A presença de dados estatísticos e a citação de recursos que fazem parte do universo de conhecimentos prévios do leitor (2º parágrafo) contribuem para dar credibilidade ao texto e obter a adesão do leitor às suas ideias.


IV. No texto é comum o emprego do contraste para destacar e também opor certos conceitos, como em: „carros voadores‟ X „mensagens telegráficas‟ (1º parágrafo); e „tecnologias sociais‟ X „recursos tecnológicos‟ (4º parágrafo).


Estão CORRETAS, apenas:

Alternativas
Q697941 Português
  • Txt: o futuro do app?
  • Luli Radfahrer

    

  O futuro é mesmo imprevisível. Enquanto muita gente sonha com carros voadores e realidades aumentadas, as mensagens de texto persistem, telegráficas. O protocolo de troca de mensagens curtas (Short Message Service, ou SMS em inglês), criado em 1992 e a princípio usado apenas por adolescentes para se exprimir por meio de siglas – LOL, VDD, CTZ, OMG, AMG, FTW, SDDS, FLW, BJS, CMG, BFF etc. – cresceu. Serviço indispensável nos dispositivos móveis, a troca de bilhetes digitais é considerada por muitos mais importante do que a própria chamada de voz.

    Ao misturar conveniência, simplicidade e disponibilidade, o texto se tornou sinônimo de comunicação em tempo real. Sua popularidade é tamanha que, em 2010, o serviço era o que mais transferia dados pela rede, usado por cerca de 80% dos usuários de telefones móveis. Daí surgiu o smartphone. E, com ele, muitos se apressaram a decretar a morte de um serviço tão primário. No entanto, apesar do crescimento de outros canais de comunicação por voz e vídeo, o envio de mensagens de texto, seja por SMS ou por aplicativos baseados na internet, como WhatsApp, Facebook Messenger, Apple iMessage e Skype (que tenta recuperar o sucesso que um dia teve o MSN Messenger) ainda é muito popular.

    Por mais que a tecnologia pareça antiquada em tempos de conexão 4G e streaming de vídeo, a troca de bilhetinhos se tornou parte essencial da vida contemporânea. A interação é intuitiva, rápida, divertida, íntima, descritiva e consistente, de forma que a voz e outras interfaces dificilmente conseguem ser. Ela funciona bem tanto em comunicações individuais quanto para enviar mensagens para grupos, mandar alertas ou compartilhar links. Conteúdos escritos por esse meio podem ser facilmente classificados, organizados, traduzidos, copiados, pesquisados, citados e consumidos em velocidades diferentes. Em um mundo hiperconectado, o texto é, quem diria, o sinônimo de comunicação assíncrona.

    A natureza das mensagens de texto é diferente da conversa por telefone: seu formato, velocidade e discrição são adequados para pequenas explosões de comunicação funcional, mais do que para conversas extensas. Ampliadas pelo uso de emojis, elas permitem uma relação de natureza instintiva, quase telepática, que pode ocorrer simultaneamente com outros tipos de comunicação, alguns até ao vivo. Ferramentas de conversação são tecnologias sociais, em que as regras de etiqueta e os códigos do grupo costumam ser mais importantes do que os recursos tecnológicos. Um dos motivos de seu enorme sucesso em um ambiente de assistentes virtuais como Siri e Google Now está no conteúdo de mensagens que podem não ser adequadas ao vivo. O texto é rápido, privativo e poderoso, tanto que a melhor alternativa para ele até hoje ainda tem sido outra forma de texto.

    Aplicativos de troca de mensagens em vídeo, como Skype, Vine e SnapChat, buscam ser o próximo passo. Eles tentam criar uma comunicação mais intensa, que valorize tons de voz, expressões faciais e linguagem corporal para exprimir sutilezas em que o texto não é fluente. Apesar de seu sucesso em determinados grupos e faixas etárias, até hoje não conseguiram atingir uma parcela da popularidade do singelo texto. O velho SMS, de tão seguro e confiável, se transformou em uma ferramenta poderosa de autenticação, usado por vários serviços para garantir a identidade e a segurança de seus usuários. Ele é usado até por tecnologias extremamente inovadoras como a comunicação máquina a máquina (M2M), que usa o protocolo para envio de dados de telemetria para usuários e centros de controle a partir de lugares em constante movimento ou cuja conexão de dados não seja confiável. Há até quem aposte no texto como alternativa para um mundo pós-apps. Diferentemente de interfaces que criam regras de interação a cada serviço, website ou aplicativo, conversas baseadas em texto são confortavelmente familiares. Na China, o popular WeChat incorpora muita interação na interface do aplicativo. Pode-se falar com serviços públicos, empresas e marcas na mesma tela com que se conversa com os amigos ou com o chefe.

    Bancos, concessionárias de telefonia, jornais, hospitais, lojas e serviços públicos podem ser consultados dessa forma, em busca de transações imediatas de forma bem prática. Seus usuários consultam saldos, pagam cartões, enviam dinheiro, pedem táxis, reservam mesas em restaurantes e acompanham a entrega de pedidos comprados on-line em simples conversas. Algumas vezes a interação é feita por um ser humano, outras por um robô, outras por um sistema de menus. Tudo da forma mais natural e transparente possível. Pode soar estranho interagir com o banco por texto, mas a realidade é que essa troca de mensagens é mais confortável, mesmo que às vezes seja inconveniente. E é certamente mais fácil, segura e familiar do que os complicados aplicativos de hoje e suas camadas múltiplas de senhas e tokens. Imagine a simplicidade de mandar mensagens como "pague o condomínio" ou "mande R$ 1500 para minha mãe" comparado com a forma com que tais serviços são feitos hoje. De certa forma, essa é a maneira como os privilegiados que têm assistentes pessoais interagem com eles no mundo real.

    No rápido desenvolvimento tecnológico, logo se entrará no mundo pós-aplicativo. Enquanto muitos especulam a respeito de máquinas vestíveis, óculos de realidade virtual e agentes por comando de voz, talvez a resposta esteja em uma tecnologia com quase 25 anos de idade, para que poucos dão a devida atenção.


Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/2015/10/1695904-txt-o-futuro-do-app.shtml Acesso em: 23 out. 2015. Adaptado.

Analise as afirmativas a seguir quanto à CORRETA interpretação dos recursos linguísticos destacados.


I. “E, com ele, muitos se apressaram a decretar a morte de um serviço tão primário.” (2º parágrafo), ou seja, com o surgimento da mensagem de texto, muitos pensaram que o smartphone não iria sobreviver.


II.Daí surgiu o smartphone” (2º parágrafo), isto é, o smartphone surgiu em decorrência da popularidade das mensagens de texto e do volume de usuários que as usavam.


III.essa é a maneira como os privilegiados que têm assistentes pessoais interagem com eles no mundo real” (6º parágrafo), isto é: os privilegiados que têm assistentes pessoais interagem com eles (os assistentes pessoais) por meio de mensagens de texto.


IV. Em: “No rápido desenvolvimento tecnológico, logo se entrará no mundo pós-aplicativo” (último parágrafo), a palavra destacada introduz um sentido de „explicação‟ no trecho em questão.


Estão CORRETAS, apenas:

Alternativas
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  • Txt: o futuro do app?
  • Luli Radfahrer

    

  O futuro é mesmo imprevisível. Enquanto muita gente sonha com carros voadores e realidades aumentadas, as mensagens de texto persistem, telegráficas. O protocolo de troca de mensagens curtas (Short Message Service, ou SMS em inglês), criado em 1992 e a princípio usado apenas por adolescentes para se exprimir por meio de siglas – LOL, VDD, CTZ, OMG, AMG, FTW, SDDS, FLW, BJS, CMG, BFF etc. – cresceu. Serviço indispensável nos dispositivos móveis, a troca de bilhetes digitais é considerada por muitos mais importante do que a própria chamada de voz.

    Ao misturar conveniência, simplicidade e disponibilidade, o texto se tornou sinônimo de comunicação em tempo real. Sua popularidade é tamanha que, em 2010, o serviço era o que mais transferia dados pela rede, usado por cerca de 80% dos usuários de telefones móveis. Daí surgiu o smartphone. E, com ele, muitos se apressaram a decretar a morte de um serviço tão primário. No entanto, apesar do crescimento de outros canais de comunicação por voz e vídeo, o envio de mensagens de texto, seja por SMS ou por aplicativos baseados na internet, como WhatsApp, Facebook Messenger, Apple iMessage e Skype (que tenta recuperar o sucesso que um dia teve o MSN Messenger) ainda é muito popular.

    Por mais que a tecnologia pareça antiquada em tempos de conexão 4G e streaming de vídeo, a troca de bilhetinhos se tornou parte essencial da vida contemporânea. A interação é intuitiva, rápida, divertida, íntima, descritiva e consistente, de forma que a voz e outras interfaces dificilmente conseguem ser. Ela funciona bem tanto em comunicações individuais quanto para enviar mensagens para grupos, mandar alertas ou compartilhar links. Conteúdos escritos por esse meio podem ser facilmente classificados, organizados, traduzidos, copiados, pesquisados, citados e consumidos em velocidades diferentes. Em um mundo hiperconectado, o texto é, quem diria, o sinônimo de comunicação assíncrona.

    A natureza das mensagens de texto é diferente da conversa por telefone: seu formato, velocidade e discrição são adequados para pequenas explosões de comunicação funcional, mais do que para conversas extensas. Ampliadas pelo uso de emojis, elas permitem uma relação de natureza instintiva, quase telepática, que pode ocorrer simultaneamente com outros tipos de comunicação, alguns até ao vivo. Ferramentas de conversação são tecnologias sociais, em que as regras de etiqueta e os códigos do grupo costumam ser mais importantes do que os recursos tecnológicos. Um dos motivos de seu enorme sucesso em um ambiente de assistentes virtuais como Siri e Google Now está no conteúdo de mensagens que podem não ser adequadas ao vivo. O texto é rápido, privativo e poderoso, tanto que a melhor alternativa para ele até hoje ainda tem sido outra forma de texto.

    Aplicativos de troca de mensagens em vídeo, como Skype, Vine e SnapChat, buscam ser o próximo passo. Eles tentam criar uma comunicação mais intensa, que valorize tons de voz, expressões faciais e linguagem corporal para exprimir sutilezas em que o texto não é fluente. Apesar de seu sucesso em determinados grupos e faixas etárias, até hoje não conseguiram atingir uma parcela da popularidade do singelo texto. O velho SMS, de tão seguro e confiável, se transformou em uma ferramenta poderosa de autenticação, usado por vários serviços para garantir a identidade e a segurança de seus usuários. Ele é usado até por tecnologias extremamente inovadoras como a comunicação máquina a máquina (M2M), que usa o protocolo para envio de dados de telemetria para usuários e centros de controle a partir de lugares em constante movimento ou cuja conexão de dados não seja confiável. Há até quem aposte no texto como alternativa para um mundo pós-apps. Diferentemente de interfaces que criam regras de interação a cada serviço, website ou aplicativo, conversas baseadas em texto são confortavelmente familiares. Na China, o popular WeChat incorpora muita interação na interface do aplicativo. Pode-se falar com serviços públicos, empresas e marcas na mesma tela com que se conversa com os amigos ou com o chefe.

    Bancos, concessionárias de telefonia, jornais, hospitais, lojas e serviços públicos podem ser consultados dessa forma, em busca de transações imediatas de forma bem prática. Seus usuários consultam saldos, pagam cartões, enviam dinheiro, pedem táxis, reservam mesas em restaurantes e acompanham a entrega de pedidos comprados on-line em simples conversas. Algumas vezes a interação é feita por um ser humano, outras por um robô, outras por um sistema de menus. Tudo da forma mais natural e transparente possível. Pode soar estranho interagir com o banco por texto, mas a realidade é que essa troca de mensagens é mais confortável, mesmo que às vezes seja inconveniente. E é certamente mais fácil, segura e familiar do que os complicados aplicativos de hoje e suas camadas múltiplas de senhas e tokens. Imagine a simplicidade de mandar mensagens como "pague o condomínio" ou "mande R$ 1500 para minha mãe" comparado com a forma com que tais serviços são feitos hoje. De certa forma, essa é a maneira como os privilegiados que têm assistentes pessoais interagem com eles no mundo real.

    No rápido desenvolvimento tecnológico, logo se entrará no mundo pós-aplicativo. Enquanto muitos especulam a respeito de máquinas vestíveis, óculos de realidade virtual e agentes por comando de voz, talvez a resposta esteja em uma tecnologia com quase 25 anos de idade, para que poucos dão a devida atenção.


Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/2015/10/1695904-txt-o-futuro-do-app.shtml Acesso em: 23 out. 2015. Adaptado.

Analise a pertinência das afirmativas seguintes acerca das formas verbais destacadas nos enunciados.


I. Em: “o serviço era o que mais transferia dados pela rede”, o tempo da forma verbal destacada indica que se trata de ação concluída.


II. Em: “No rápido desenvolvimento tecnológico, logo se entrará no mundo pós-aplicativo.”, o tempo verbal destacado está empregado de modo a indicar uma ação em andamento.


III. No trecho: “a realidade é que essa troca de mensagens é mais confortável, mesmo que às vezes seja inconveniente.”, a escolha da forma verbal destacada é adequada por indicar “probabilidade”.


IV. Observe: “Imagine a simplicidade de mandar mensagens como "pague o condomínio". Apesar de o modo imperativo ser comum às duas formas verbais destacadas, o efeito de sentido dessa opção em cada uma delas não é o mesmo.


Estão CORRETAS, apenas:

Alternativas
Q697943 Português
  • Txt: o futuro do app?
  • Luli Radfahrer

    

  O futuro é mesmo imprevisível. Enquanto muita gente sonha com carros voadores e realidades aumentadas, as mensagens de texto persistem, telegráficas. O protocolo de troca de mensagens curtas (Short Message Service, ou SMS em inglês), criado em 1992 e a princípio usado apenas por adolescentes para se exprimir por meio de siglas – LOL, VDD, CTZ, OMG, AMG, FTW, SDDS, FLW, BJS, CMG, BFF etc. – cresceu. Serviço indispensável nos dispositivos móveis, a troca de bilhetes digitais é considerada por muitos mais importante do que a própria chamada de voz.

    Ao misturar conveniência, simplicidade e disponibilidade, o texto se tornou sinônimo de comunicação em tempo real. Sua popularidade é tamanha que, em 2010, o serviço era o que mais transferia dados pela rede, usado por cerca de 80% dos usuários de telefones móveis. Daí surgiu o smartphone. E, com ele, muitos se apressaram a decretar a morte de um serviço tão primário. No entanto, apesar do crescimento de outros canais de comunicação por voz e vídeo, o envio de mensagens de texto, seja por SMS ou por aplicativos baseados na internet, como WhatsApp, Facebook Messenger, Apple iMessage e Skype (que tenta recuperar o sucesso que um dia teve o MSN Messenger) ainda é muito popular.

    Por mais que a tecnologia pareça antiquada em tempos de conexão 4G e streaming de vídeo, a troca de bilhetinhos se tornou parte essencial da vida contemporânea. A interação é intuitiva, rápida, divertida, íntima, descritiva e consistente, de forma que a voz e outras interfaces dificilmente conseguem ser. Ela funciona bem tanto em comunicações individuais quanto para enviar mensagens para grupos, mandar alertas ou compartilhar links. Conteúdos escritos por esse meio podem ser facilmente classificados, organizados, traduzidos, copiados, pesquisados, citados e consumidos em velocidades diferentes. Em um mundo hiperconectado, o texto é, quem diria, o sinônimo de comunicação assíncrona.

    A natureza das mensagens de texto é diferente da conversa por telefone: seu formato, velocidade e discrição são adequados para pequenas explosões de comunicação funcional, mais do que para conversas extensas. Ampliadas pelo uso de emojis, elas permitem uma relação de natureza instintiva, quase telepática, que pode ocorrer simultaneamente com outros tipos de comunicação, alguns até ao vivo. Ferramentas de conversação são tecnologias sociais, em que as regras de etiqueta e os códigos do grupo costumam ser mais importantes do que os recursos tecnológicos. Um dos motivos de seu enorme sucesso em um ambiente de assistentes virtuais como Siri e Google Now está no conteúdo de mensagens que podem não ser adequadas ao vivo. O texto é rápido, privativo e poderoso, tanto que a melhor alternativa para ele até hoje ainda tem sido outra forma de texto.

    Aplicativos de troca de mensagens em vídeo, como Skype, Vine e SnapChat, buscam ser o próximo passo. Eles tentam criar uma comunicação mais intensa, que valorize tons de voz, expressões faciais e linguagem corporal para exprimir sutilezas em que o texto não é fluente. Apesar de seu sucesso em determinados grupos e faixas etárias, até hoje não conseguiram atingir uma parcela da popularidade do singelo texto. O velho SMS, de tão seguro e confiável, se transformou em uma ferramenta poderosa de autenticação, usado por vários serviços para garantir a identidade e a segurança de seus usuários. Ele é usado até por tecnologias extremamente inovadoras como a comunicação máquina a máquina (M2M), que usa o protocolo para envio de dados de telemetria para usuários e centros de controle a partir de lugares em constante movimento ou cuja conexão de dados não seja confiável. Há até quem aposte no texto como alternativa para um mundo pós-apps. Diferentemente de interfaces que criam regras de interação a cada serviço, website ou aplicativo, conversas baseadas em texto são confortavelmente familiares. Na China, o popular WeChat incorpora muita interação na interface do aplicativo. Pode-se falar com serviços públicos, empresas e marcas na mesma tela com que se conversa com os amigos ou com o chefe.

    Bancos, concessionárias de telefonia, jornais, hospitais, lojas e serviços públicos podem ser consultados dessa forma, em busca de transações imediatas de forma bem prática. Seus usuários consultam saldos, pagam cartões, enviam dinheiro, pedem táxis, reservam mesas em restaurantes e acompanham a entrega de pedidos comprados on-line em simples conversas. Algumas vezes a interação é feita por um ser humano, outras por um robô, outras por um sistema de menus. Tudo da forma mais natural e transparente possível. Pode soar estranho interagir com o banco por texto, mas a realidade é que essa troca de mensagens é mais confortável, mesmo que às vezes seja inconveniente. E é certamente mais fácil, segura e familiar do que os complicados aplicativos de hoje e suas camadas múltiplas de senhas e tokens. Imagine a simplicidade de mandar mensagens como "pague o condomínio" ou "mande R$ 1500 para minha mãe" comparado com a forma com que tais serviços são feitos hoje. De certa forma, essa é a maneira como os privilegiados que têm assistentes pessoais interagem com eles no mundo real.

    No rápido desenvolvimento tecnológico, logo se entrará no mundo pós-aplicativo. Enquanto muitos especulam a respeito de máquinas vestíveis, óculos de realidade virtual e agentes por comando de voz, talvez a resposta esteja em uma tecnologia com quase 25 anos de idade, para que poucos dão a devida atenção.


Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/2015/10/1695904-txt-o-futuro-do-app.shtml Acesso em: 23 out. 2015. Adaptado.

“Aplicativos de troca de mensagens em vídeo têm uma comunicação mais intensa. Apesar de seu sucesso em determinados grupos e faixas etárias, até hoje tais aplicativos não conseguiram atingir uma parcela da popularidade do singelo texto”.


Assinale a alternativa em que o trecho destacado está fielmente parafraseado.

Alternativas
Q697944 Português
  • Txt: o futuro do app?
  • Luli Radfahrer

    

  O futuro é mesmo imprevisível. Enquanto muita gente sonha com carros voadores e realidades aumentadas, as mensagens de texto persistem, telegráficas. O protocolo de troca de mensagens curtas (Short Message Service, ou SMS em inglês), criado em 1992 e a princípio usado apenas por adolescentes para se exprimir por meio de siglas – LOL, VDD, CTZ, OMG, AMG, FTW, SDDS, FLW, BJS, CMG, BFF etc. – cresceu. Serviço indispensável nos dispositivos móveis, a troca de bilhetes digitais é considerada por muitos mais importante do que a própria chamada de voz.

    Ao misturar conveniência, simplicidade e disponibilidade, o texto se tornou sinônimo de comunicação em tempo real. Sua popularidade é tamanha que, em 2010, o serviço era o que mais transferia dados pela rede, usado por cerca de 80% dos usuários de telefones móveis. Daí surgiu o smartphone. E, com ele, muitos se apressaram a decretar a morte de um serviço tão primário. No entanto, apesar do crescimento de outros canais de comunicação por voz e vídeo, o envio de mensagens de texto, seja por SMS ou por aplicativos baseados na internet, como WhatsApp, Facebook Messenger, Apple iMessage e Skype (que tenta recuperar o sucesso que um dia teve o MSN Messenger) ainda é muito popular.

    Por mais que a tecnologia pareça antiquada em tempos de conexão 4G e streaming de vídeo, a troca de bilhetinhos se tornou parte essencial da vida contemporânea. A interação é intuitiva, rápida, divertida, íntima, descritiva e consistente, de forma que a voz e outras interfaces dificilmente conseguem ser. Ela funciona bem tanto em comunicações individuais quanto para enviar mensagens para grupos, mandar alertas ou compartilhar links. Conteúdos escritos por esse meio podem ser facilmente classificados, organizados, traduzidos, copiados, pesquisados, citados e consumidos em velocidades diferentes. Em um mundo hiperconectado, o texto é, quem diria, o sinônimo de comunicação assíncrona.

    A natureza das mensagens de texto é diferente da conversa por telefone: seu formato, velocidade e discrição são adequados para pequenas explosões de comunicação funcional, mais do que para conversas extensas. Ampliadas pelo uso de emojis, elas permitem uma relação de natureza instintiva, quase telepática, que pode ocorrer simultaneamente com outros tipos de comunicação, alguns até ao vivo. Ferramentas de conversação são tecnologias sociais, em que as regras de etiqueta e os códigos do grupo costumam ser mais importantes do que os recursos tecnológicos. Um dos motivos de seu enorme sucesso em um ambiente de assistentes virtuais como Siri e Google Now está no conteúdo de mensagens que podem não ser adequadas ao vivo. O texto é rápido, privativo e poderoso, tanto que a melhor alternativa para ele até hoje ainda tem sido outra forma de texto.

    Aplicativos de troca de mensagens em vídeo, como Skype, Vine e SnapChat, buscam ser o próximo passo. Eles tentam criar uma comunicação mais intensa, que valorize tons de voz, expressões faciais e linguagem corporal para exprimir sutilezas em que o texto não é fluente. Apesar de seu sucesso em determinados grupos e faixas etárias, até hoje não conseguiram atingir uma parcela da popularidade do singelo texto. O velho SMS, de tão seguro e confiável, se transformou em uma ferramenta poderosa de autenticação, usado por vários serviços para garantir a identidade e a segurança de seus usuários. Ele é usado até por tecnologias extremamente inovadoras como a comunicação máquina a máquina (M2M), que usa o protocolo para envio de dados de telemetria para usuários e centros de controle a partir de lugares em constante movimento ou cuja conexão de dados não seja confiável. Há até quem aposte no texto como alternativa para um mundo pós-apps. Diferentemente de interfaces que criam regras de interação a cada serviço, website ou aplicativo, conversas baseadas em texto são confortavelmente familiares. Na China, o popular WeChat incorpora muita interação na interface do aplicativo. Pode-se falar com serviços públicos, empresas e marcas na mesma tela com que se conversa com os amigos ou com o chefe.

    Bancos, concessionárias de telefonia, jornais, hospitais, lojas e serviços públicos podem ser consultados dessa forma, em busca de transações imediatas de forma bem prática. Seus usuários consultam saldos, pagam cartões, enviam dinheiro, pedem táxis, reservam mesas em restaurantes e acompanham a entrega de pedidos comprados on-line em simples conversas. Algumas vezes a interação é feita por um ser humano, outras por um robô, outras por um sistema de menus. Tudo da forma mais natural e transparente possível. Pode soar estranho interagir com o banco por texto, mas a realidade é que essa troca de mensagens é mais confortável, mesmo que às vezes seja inconveniente. E é certamente mais fácil, segura e familiar do que os complicados aplicativos de hoje e suas camadas múltiplas de senhas e tokens. Imagine a simplicidade de mandar mensagens como "pague o condomínio" ou "mande R$ 1500 para minha mãe" comparado com a forma com que tais serviços são feitos hoje. De certa forma, essa é a maneira como os privilegiados que têm assistentes pessoais interagem com eles no mundo real.

    No rápido desenvolvimento tecnológico, logo se entrará no mundo pós-aplicativo. Enquanto muitos especulam a respeito de máquinas vestíveis, óculos de realidade virtual e agentes por comando de voz, talvez a resposta esteja em uma tecnologia com quase 25 anos de idade, para que poucos dão a devida atenção.


Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/2015/10/1695904-txt-o-futuro-do-app.shtml Acesso em: 23 out. 2015. Adaptado.

No trecho:Ao misturar conveniência, simplicidade e disponibilidade, o texto se tornou sinônimo de comunicação em tempo real.”, o segmento destacado estabelece, com o restante do trecho, uma relação sintático-semântica de
Alternativas
Q697945 Português
  • Txt: o futuro do app?
  • Luli Radfahrer

    

  O futuro é mesmo imprevisível. Enquanto muita gente sonha com carros voadores e realidades aumentadas, as mensagens de texto persistem, telegráficas. O protocolo de troca de mensagens curtas (Short Message Service, ou SMS em inglês), criado em 1992 e a princípio usado apenas por adolescentes para se exprimir por meio de siglas – LOL, VDD, CTZ, OMG, AMG, FTW, SDDS, FLW, BJS, CMG, BFF etc. – cresceu. Serviço indispensável nos dispositivos móveis, a troca de bilhetes digitais é considerada por muitos mais importante do que a própria chamada de voz.

    Ao misturar conveniência, simplicidade e disponibilidade, o texto se tornou sinônimo de comunicação em tempo real. Sua popularidade é tamanha que, em 2010, o serviço era o que mais transferia dados pela rede, usado por cerca de 80% dos usuários de telefones móveis. Daí surgiu o smartphone. E, com ele, muitos se apressaram a decretar a morte de um serviço tão primário. No entanto, apesar do crescimento de outros canais de comunicação por voz e vídeo, o envio de mensagens de texto, seja por SMS ou por aplicativos baseados na internet, como WhatsApp, Facebook Messenger, Apple iMessage e Skype (que tenta recuperar o sucesso que um dia teve o MSN Messenger) ainda é muito popular.

    Por mais que a tecnologia pareça antiquada em tempos de conexão 4G e streaming de vídeo, a troca de bilhetinhos se tornou parte essencial da vida contemporânea. A interação é intuitiva, rápida, divertida, íntima, descritiva e consistente, de forma que a voz e outras interfaces dificilmente conseguem ser. Ela funciona bem tanto em comunicações individuais quanto para enviar mensagens para grupos, mandar alertas ou compartilhar links. Conteúdos escritos por esse meio podem ser facilmente classificados, organizados, traduzidos, copiados, pesquisados, citados e consumidos em velocidades diferentes. Em um mundo hiperconectado, o texto é, quem diria, o sinônimo de comunicação assíncrona.

    A natureza das mensagens de texto é diferente da conversa por telefone: seu formato, velocidade e discrição são adequados para pequenas explosões de comunicação funcional, mais do que para conversas extensas. Ampliadas pelo uso de emojis, elas permitem uma relação de natureza instintiva, quase telepática, que pode ocorrer simultaneamente com outros tipos de comunicação, alguns até ao vivo. Ferramentas de conversação são tecnologias sociais, em que as regras de etiqueta e os códigos do grupo costumam ser mais importantes do que os recursos tecnológicos. Um dos motivos de seu enorme sucesso em um ambiente de assistentes virtuais como Siri e Google Now está no conteúdo de mensagens que podem não ser adequadas ao vivo. O texto é rápido, privativo e poderoso, tanto que a melhor alternativa para ele até hoje ainda tem sido outra forma de texto.

    Aplicativos de troca de mensagens em vídeo, como Skype, Vine e SnapChat, buscam ser o próximo passo. Eles tentam criar uma comunicação mais intensa, que valorize tons de voz, expressões faciais e linguagem corporal para exprimir sutilezas em que o texto não é fluente. Apesar de seu sucesso em determinados grupos e faixas etárias, até hoje não conseguiram atingir uma parcela da popularidade do singelo texto. O velho SMS, de tão seguro e confiável, se transformou em uma ferramenta poderosa de autenticação, usado por vários serviços para garantir a identidade e a segurança de seus usuários. Ele é usado até por tecnologias extremamente inovadoras como a comunicação máquina a máquina (M2M), que usa o protocolo para envio de dados de telemetria para usuários e centros de controle a partir de lugares em constante movimento ou cuja conexão de dados não seja confiável. Há até quem aposte no texto como alternativa para um mundo pós-apps. Diferentemente de interfaces que criam regras de interação a cada serviço, website ou aplicativo, conversas baseadas em texto são confortavelmente familiares. Na China, o popular WeChat incorpora muita interação na interface do aplicativo. Pode-se falar com serviços públicos, empresas e marcas na mesma tela com que se conversa com os amigos ou com o chefe.

    Bancos, concessionárias de telefonia, jornais, hospitais, lojas e serviços públicos podem ser consultados dessa forma, em busca de transações imediatas de forma bem prática. Seus usuários consultam saldos, pagam cartões, enviam dinheiro, pedem táxis, reservam mesas em restaurantes e acompanham a entrega de pedidos comprados on-line em simples conversas. Algumas vezes a interação é feita por um ser humano, outras por um robô, outras por um sistema de menus. Tudo da forma mais natural e transparente possível. Pode soar estranho interagir com o banco por texto, mas a realidade é que essa troca de mensagens é mais confortável, mesmo que às vezes seja inconveniente. E é certamente mais fácil, segura e familiar do que os complicados aplicativos de hoje e suas camadas múltiplas de senhas e tokens. Imagine a simplicidade de mandar mensagens como "pague o condomínio" ou "mande R$ 1500 para minha mãe" comparado com a forma com que tais serviços são feitos hoje. De certa forma, essa é a maneira como os privilegiados que têm assistentes pessoais interagem com eles no mundo real.

    No rápido desenvolvimento tecnológico, logo se entrará no mundo pós-aplicativo. Enquanto muitos especulam a respeito de máquinas vestíveis, óculos de realidade virtual e agentes por comando de voz, talvez a resposta esteja em uma tecnologia com quase 25 anos de idade, para que poucos dão a devida atenção.


Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/2015/10/1695904-txt-o-futuro-do-app.shtml Acesso em: 23 out. 2015. Adaptado.

Identifique a alternativa em que as relações de concordância estão em conformidade com a norma formal da língua portuguesa.
Alternativas
Q697946 Português
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  • Luli Radfahrer

    

  O futuro é mesmo imprevisível. Enquanto muita gente sonha com carros voadores e realidades aumentadas, as mensagens de texto persistem, telegráficas. O protocolo de troca de mensagens curtas (Short Message Service, ou SMS em inglês), criado em 1992 e a princípio usado apenas por adolescentes para se exprimir por meio de siglas – LOL, VDD, CTZ, OMG, AMG, FTW, SDDS, FLW, BJS, CMG, BFF etc. – cresceu. Serviço indispensável nos dispositivos móveis, a troca de bilhetes digitais é considerada por muitos mais importante do que a própria chamada de voz.

    Ao misturar conveniência, simplicidade e disponibilidade, o texto se tornou sinônimo de comunicação em tempo real. Sua popularidade é tamanha que, em 2010, o serviço era o que mais transferia dados pela rede, usado por cerca de 80% dos usuários de telefones móveis. Daí surgiu o smartphone. E, com ele, muitos se apressaram a decretar a morte de um serviço tão primário. No entanto, apesar do crescimento de outros canais de comunicação por voz e vídeo, o envio de mensagens de texto, seja por SMS ou por aplicativos baseados na internet, como WhatsApp, Facebook Messenger, Apple iMessage e Skype (que tenta recuperar o sucesso que um dia teve o MSN Messenger) ainda é muito popular.

    Por mais que a tecnologia pareça antiquada em tempos de conexão 4G e streaming de vídeo, a troca de bilhetinhos se tornou parte essencial da vida contemporânea. A interação é intuitiva, rápida, divertida, íntima, descritiva e consistente, de forma que a voz e outras interfaces dificilmente conseguem ser. Ela funciona bem tanto em comunicações individuais quanto para enviar mensagens para grupos, mandar alertas ou compartilhar links. Conteúdos escritos por esse meio podem ser facilmente classificados, organizados, traduzidos, copiados, pesquisados, citados e consumidos em velocidades diferentes. Em um mundo hiperconectado, o texto é, quem diria, o sinônimo de comunicação assíncrona.

    A natureza das mensagens de texto é diferente da conversa por telefone: seu formato, velocidade e discrição são adequados para pequenas explosões de comunicação funcional, mais do que para conversas extensas. Ampliadas pelo uso de emojis, elas permitem uma relação de natureza instintiva, quase telepática, que pode ocorrer simultaneamente com outros tipos de comunicação, alguns até ao vivo. Ferramentas de conversação são tecnologias sociais, em que as regras de etiqueta e os códigos do grupo costumam ser mais importantes do que os recursos tecnológicos. Um dos motivos de seu enorme sucesso em um ambiente de assistentes virtuais como Siri e Google Now está no conteúdo de mensagens que podem não ser adequadas ao vivo. O texto é rápido, privativo e poderoso, tanto que a melhor alternativa para ele até hoje ainda tem sido outra forma de texto.

    Aplicativos de troca de mensagens em vídeo, como Skype, Vine e SnapChat, buscam ser o próximo passo. Eles tentam criar uma comunicação mais intensa, que valorize tons de voz, expressões faciais e linguagem corporal para exprimir sutilezas em que o texto não é fluente. Apesar de seu sucesso em determinados grupos e faixas etárias, até hoje não conseguiram atingir uma parcela da popularidade do singelo texto. O velho SMS, de tão seguro e confiável, se transformou em uma ferramenta poderosa de autenticação, usado por vários serviços para garantir a identidade e a segurança de seus usuários. Ele é usado até por tecnologias extremamente inovadoras como a comunicação máquina a máquina (M2M), que usa o protocolo para envio de dados de telemetria para usuários e centros de controle a partir de lugares em constante movimento ou cuja conexão de dados não seja confiável. Há até quem aposte no texto como alternativa para um mundo pós-apps. Diferentemente de interfaces que criam regras de interação a cada serviço, website ou aplicativo, conversas baseadas em texto são confortavelmente familiares. Na China, o popular WeChat incorpora muita interação na interface do aplicativo. Pode-se falar com serviços públicos, empresas e marcas na mesma tela com que se conversa com os amigos ou com o chefe.

    Bancos, concessionárias de telefonia, jornais, hospitais, lojas e serviços públicos podem ser consultados dessa forma, em busca de transações imediatas de forma bem prática. Seus usuários consultam saldos, pagam cartões, enviam dinheiro, pedem táxis, reservam mesas em restaurantes e acompanham a entrega de pedidos comprados on-line em simples conversas. Algumas vezes a interação é feita por um ser humano, outras por um robô, outras por um sistema de menus. Tudo da forma mais natural e transparente possível. Pode soar estranho interagir com o banco por texto, mas a realidade é que essa troca de mensagens é mais confortável, mesmo que às vezes seja inconveniente. E é certamente mais fácil, segura e familiar do que os complicados aplicativos de hoje e suas camadas múltiplas de senhas e tokens. Imagine a simplicidade de mandar mensagens como "pague o condomínio" ou "mande R$ 1500 para minha mãe" comparado com a forma com que tais serviços são feitos hoje. De certa forma, essa é a maneira como os privilegiados que têm assistentes pessoais interagem com eles no mundo real.

    No rápido desenvolvimento tecnológico, logo se entrará no mundo pós-aplicativo. Enquanto muitos especulam a respeito de máquinas vestíveis, óculos de realidade virtual e agentes por comando de voz, talvez a resposta esteja em uma tecnologia com quase 25 anos de idade, para que poucos dão a devida atenção.


Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/2015/10/1695904-txt-o-futuro-do-app.shtml Acesso em: 23 out. 2015. Adaptado.

Observe: “Pode-se falar com serviços públicos, empresas e marcas na mesma tela com que se conversa com os amigos ou com o chefe.”. 
Identifique a alternativa em que as alterações (destacadas) desse trecho mantiveram a obediência às normas de regência e os sentidos originais.
Alternativas
Respostas
1: A
2: E
3: B
4: B
5: A
6: E
7: A
8: E
9: D
10: B