Questões de Concurso Público Prefeitura de Paulista - PE 2018 para Técnico de Enfermagem
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Texto 1
Terra, planeta único
Marcelo Gleiser
(1) Hoje, escrevo sobre nossa casa cósmica. Vivendo em cidades, na correria do dia a dia, a gente pouco se dá conta do que ocorre ao nível planetário, ou de como nosso planeta é especial. Mas a Terra é única, e devemos nossa existência a ela.
(2) Primeiro, temos uma cumplicidade com o Sol, nossa estrela-mãe. A energia que vem de lá, e que vem chegando aqui por quase cinco bilhões de anos, é fundamental para a vida. A Terra fica no que chamamos de zona de habitabilidade, a faixa de distância duma estrela onde a água, se houver, tem chance de ser líquida. A premissa, aqui, é que, sem água, a vida é impossível. Mas vemos Vênus e Marte, nossos planetas vizinhos também na zona de habitabilidade do Sol, e a história lá é bem diferente. Como no futebol, estar bem posicionado não é suficiente para marcar um gol. O que, num jogador, chamamos de talento, num planeta chamamos de propriedades adequadas.
(3) Vênus é um verdadeiro inferno, tão quente que as rochas, lá, são incandescentes. Além do mais, sua atmosfera ultradensa é rica em muitos compostos de enxofre, incluindo o que dá o fedor dos ovos podres. Marte, o oposto, é um deserto gelado, com cânions de rios e outras estruturas geológicas que mostram que seu passado foi diferente. Acreditamos que, na sua infância, o Planeta Vermelho tinha água em abundância e até, quem sabe, algum tipo de vida rudimentar. Mas sua atmosfera foi desaparecendo aos poucos, vítima da gravidade mais fraca e dos ventos solares, radiação que sai do Sol e se espalha pelo Sistema Solar.
(4) A Terra tem uma idade aproximada de 4,53 bilhões de anos. Nos primeiros 600 milhões de anos, a situação foi bem dramática, com bombardeios constantes vindos dos céus, asteroides e cometas que "sobraram" durante a formação dos planetas e suas luas. Esses visitantes trouxeram uma gama de compostos químicos e muita água, ingredientes da sopa que, em torno de 3,5 bilhões de anos atrás ou mesmo antes disso, daria origem às primeiras formas vivas.
(5) Essas criaturas, muito simples, eram seres unicelulares do tipo procariotas. Vemos fósseis deles em algumas rochas bem antigas, como as descobertas na costa oeste da Austrália, na Baía do Tubarão. Durante um bilhão de anos, pouco aconteceu. Mas a Terra foi se resfriando, os oceanos já bem formados, e regiões com terra firme foram cobrindo pequenas partes da superfície.
(6) Foi então que, em torno de 2,4 bilhões de anos atrás, esses seres unicelulares passaram por uma mutação fundamental: descobriram a fotossíntese, a capacidade de transformar a energia solar em energia metabólica, consumindo gás carbônico e produzindo oxigênio. Aos poucos, essas criaturas foram mudando a composição da atmosfera, que foi ficando cada vez mais rica em oxigênio.
(7) Devemos, em grande parte, nossa existência a essas bactérias e a essa mutação. Mas formas de vida só podem se transformar quando o planeta em que existem oferece condições para tal. Apesar das grandes transformações no decorrer de sua existência, a Terra permaneceu relativamente estável nos últimos dois bilhões de anos, permitindo que as formas de vida primitivas pudessem passar por suas mutações.
(8) Os cataclismos que ocorreram – enormes erupções vulcânicas, emissão de metano, bombardeios de asteroides e cometas – mudaram as condições planetárias e, portanto, renegociaram as formas de vida que podiam existir aqui. Mas nunca a ponto de eliminar a vida por completo. (Se bem que a grande extinção do Permiano-Triássico chegou perto, eliminando cerca de 95% das formas de vida na Terra.)
(9) Comparada aos outros mundos que conhecemos, a Terra se distingue por ser um oásis para a vida. Sua atmosfera protege a superfície dos raios ultravioleta letais que vêm do Sol. O campo magnético – resultado da circulação de ferro e níquel líquidos no centro do planeta – funciona também como um escudo contra radiação nociva que vem do espaço, principalmente partículas oriundas do Sol. (...)
(10) Portanto, viva a Terra! Não estamos aqui por acaso. Somos produto disso tudo, das inúmeras mutações que transformaram bactérias em pessoas, dos acidentes cataclísmicos que redefiniram as condições planetárias, das inúmeras mudanças que ocorreram no decorrer de bilhões de anos de história.
(11) Saber disso não nos diminui; pelo contrário, nos remete ao topo dessa cadeia de vida, nós que somos as criaturas capazes de reconstruir nosso passado com tanto detalhe e, ao mesmo tempo, nos questionar sobre o futuro. Por outro lado, devemos lembrar que estar no topo não significa desprezar o que está por baixo. Do poder vem a responsabilidade, no caso, de guardar a vida e o planeta, entendendo que somos parte dessa dinâmica planetária, na verdade, completamente dependentes dela. Somos poderosos no nosso conhecimento, mas frágeis quando comparamos forças com a natureza. Tratar a Terra e suas formas de vida com humildade e respeito é a única opção que temos, se queremos continuar por aqui, por outros tantos milhares de anos.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2017/11/1932441-terra-planeta-unico.shtml?loggedpaywall. Acesso em: 11 maio 2018. Adaptado
Texto 1
Terra, planeta único
Marcelo Gleiser
(1) Hoje, escrevo sobre nossa casa cósmica. Vivendo em cidades, na correria do dia a dia, a gente pouco se dá conta do que ocorre ao nível planetário, ou de como nosso planeta é especial. Mas a Terra é única, e devemos nossa existência a ela.
(2) Primeiro, temos uma cumplicidade com o Sol, nossa estrela-mãe. A energia que vem de lá, e que vem chegando aqui por quase cinco bilhões de anos, é fundamental para a vida. A Terra fica no que chamamos de zona de habitabilidade, a faixa de distância duma estrela onde a água, se houver, tem chance de ser líquida. A premissa, aqui, é que, sem água, a vida é impossível. Mas vemos Vênus e Marte, nossos planetas vizinhos também na zona de habitabilidade do Sol, e a história lá é bem diferente. Como no futebol, estar bem posicionado não é suficiente para marcar um gol. O que, num jogador, chamamos de talento, num planeta chamamos de propriedades adequadas.
(3) Vênus é um verdadeiro inferno, tão quente que as rochas, lá, são incandescentes. Além do mais, sua atmosfera ultradensa é rica em muitos compostos de enxofre, incluindo o que dá o fedor dos ovos podres. Marte, o oposto, é um deserto gelado, com cânions de rios e outras estruturas geológicas que mostram que seu passado foi diferente. Acreditamos que, na sua infância, o Planeta Vermelho tinha água em abundância e até, quem sabe, algum tipo de vida rudimentar. Mas sua atmosfera foi desaparecendo aos poucos, vítima da gravidade mais fraca e dos ventos solares, radiação que sai do Sol e se espalha pelo Sistema Solar.
(4) A Terra tem uma idade aproximada de 4,53 bilhões de anos. Nos primeiros 600 milhões de anos, a situação foi bem dramática, com bombardeios constantes vindos dos céus, asteroides e cometas que "sobraram" durante a formação dos planetas e suas luas. Esses visitantes trouxeram uma gama de compostos químicos e muita água, ingredientes da sopa que, em torno de 3,5 bilhões de anos atrás ou mesmo antes disso, daria origem às primeiras formas vivas.
(5) Essas criaturas, muito simples, eram seres unicelulares do tipo procariotas. Vemos fósseis deles em algumas rochas bem antigas, como as descobertas na costa oeste da Austrália, na Baía do Tubarão. Durante um bilhão de anos, pouco aconteceu. Mas a Terra foi se resfriando, os oceanos já bem formados, e regiões com terra firme foram cobrindo pequenas partes da superfície.
(6) Foi então que, em torno de 2,4 bilhões de anos atrás, esses seres unicelulares passaram por uma mutação fundamental: descobriram a fotossíntese, a capacidade de transformar a energia solar em energia metabólica, consumindo gás carbônico e produzindo oxigênio. Aos poucos, essas criaturas foram mudando a composição da atmosfera, que foi ficando cada vez mais rica em oxigênio.
(7) Devemos, em grande parte, nossa existência a essas bactérias e a essa mutação. Mas formas de vida só podem se transformar quando o planeta em que existem oferece condições para tal. Apesar das grandes transformações no decorrer de sua existência, a Terra permaneceu relativamente estável nos últimos dois bilhões de anos, permitindo que as formas de vida primitivas pudessem passar por suas mutações.
(8) Os cataclismos que ocorreram – enormes erupções vulcânicas, emissão de metano, bombardeios de asteroides e cometas – mudaram as condições planetárias e, portanto, renegociaram as formas de vida que podiam existir aqui. Mas nunca a ponto de eliminar a vida por completo. (Se bem que a grande extinção do Permiano-Triássico chegou perto, eliminando cerca de 95% das formas de vida na Terra.)
(9) Comparada aos outros mundos que conhecemos, a Terra se distingue por ser um oásis para a vida. Sua atmosfera protege a superfície dos raios ultravioleta letais que vêm do Sol. O campo magnético – resultado da circulação de ferro e níquel líquidos no centro do planeta – funciona também como um escudo contra radiação nociva que vem do espaço, principalmente partículas oriundas do Sol. (...)
(10) Portanto, viva a Terra! Não estamos aqui por acaso. Somos produto disso tudo, das inúmeras mutações que transformaram bactérias em pessoas, dos acidentes cataclísmicos que redefiniram as condições planetárias, das inúmeras mudanças que ocorreram no decorrer de bilhões de anos de história.
(11) Saber disso não nos diminui; pelo contrário, nos remete ao topo dessa cadeia de vida, nós que somos as criaturas capazes de reconstruir nosso passado com tanto detalhe e, ao mesmo tempo, nos questionar sobre o futuro. Por outro lado, devemos lembrar que estar no topo não significa desprezar o que está por baixo. Do poder vem a responsabilidade, no caso, de guardar a vida e o planeta, entendendo que somos parte dessa dinâmica planetária, na verdade, completamente dependentes dela. Somos poderosos no nosso conhecimento, mas frágeis quando comparamos forças com a natureza. Tratar a Terra e suas formas de vida com humildade e respeito é a única opção que temos, se queremos continuar por aqui, por outros tantos milhares de anos.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2017/11/1932441-terra-planeta-unico.shtml?loggedpaywall. Acesso em: 11 maio 2018. Adaptado
Texto 1
Terra, planeta único
Marcelo Gleiser
(1) Hoje, escrevo sobre nossa casa cósmica. Vivendo em cidades, na correria do dia a dia, a gente pouco se dá conta do que ocorre ao nível planetário, ou de como nosso planeta é especial. Mas a Terra é única, e devemos nossa existência a ela.
(2) Primeiro, temos uma cumplicidade com o Sol, nossa estrela-mãe. A energia que vem de lá, e que vem chegando aqui por quase cinco bilhões de anos, é fundamental para a vida. A Terra fica no que chamamos de zona de habitabilidade, a faixa de distância duma estrela onde a água, se houver, tem chance de ser líquida. A premissa, aqui, é que, sem água, a vida é impossível. Mas vemos Vênus e Marte, nossos planetas vizinhos também na zona de habitabilidade do Sol, e a história lá é bem diferente. Como no futebol, estar bem posicionado não é suficiente para marcar um gol. O que, num jogador, chamamos de talento, num planeta chamamos de propriedades adequadas.
(3) Vênus é um verdadeiro inferno, tão quente que as rochas, lá, são incandescentes. Além do mais, sua atmosfera ultradensa é rica em muitos compostos de enxofre, incluindo o que dá o fedor dos ovos podres. Marte, o oposto, é um deserto gelado, com cânions de rios e outras estruturas geológicas que mostram que seu passado foi diferente. Acreditamos que, na sua infância, o Planeta Vermelho tinha água em abundância e até, quem sabe, algum tipo de vida rudimentar. Mas sua atmosfera foi desaparecendo aos poucos, vítima da gravidade mais fraca e dos ventos solares, radiação que sai do Sol e se espalha pelo Sistema Solar.
(4) A Terra tem uma idade aproximada de 4,53 bilhões de anos. Nos primeiros 600 milhões de anos, a situação foi bem dramática, com bombardeios constantes vindos dos céus, asteroides e cometas que "sobraram" durante a formação dos planetas e suas luas. Esses visitantes trouxeram uma gama de compostos químicos e muita água, ingredientes da sopa que, em torno de 3,5 bilhões de anos atrás ou mesmo antes disso, daria origem às primeiras formas vivas.
(5) Essas criaturas, muito simples, eram seres unicelulares do tipo procariotas. Vemos fósseis deles em algumas rochas bem antigas, como as descobertas na costa oeste da Austrália, na Baía do Tubarão. Durante um bilhão de anos, pouco aconteceu. Mas a Terra foi se resfriando, os oceanos já bem formados, e regiões com terra firme foram cobrindo pequenas partes da superfície.
(6) Foi então que, em torno de 2,4 bilhões de anos atrás, esses seres unicelulares passaram por uma mutação fundamental: descobriram a fotossíntese, a capacidade de transformar a energia solar em energia metabólica, consumindo gás carbônico e produzindo oxigênio. Aos poucos, essas criaturas foram mudando a composição da atmosfera, que foi ficando cada vez mais rica em oxigênio.
(7) Devemos, em grande parte, nossa existência a essas bactérias e a essa mutação. Mas formas de vida só podem se transformar quando o planeta em que existem oferece condições para tal. Apesar das grandes transformações no decorrer de sua existência, a Terra permaneceu relativamente estável nos últimos dois bilhões de anos, permitindo que as formas de vida primitivas pudessem passar por suas mutações.
(8) Os cataclismos que ocorreram – enormes erupções vulcânicas, emissão de metano, bombardeios de asteroides e cometas – mudaram as condições planetárias e, portanto, renegociaram as formas de vida que podiam existir aqui. Mas nunca a ponto de eliminar a vida por completo. (Se bem que a grande extinção do Permiano-Triássico chegou perto, eliminando cerca de 95% das formas de vida na Terra.)
(9) Comparada aos outros mundos que conhecemos, a Terra se distingue por ser um oásis para a vida. Sua atmosfera protege a superfície dos raios ultravioleta letais que vêm do Sol. O campo magnético – resultado da circulação de ferro e níquel líquidos no centro do planeta – funciona também como um escudo contra radiação nociva que vem do espaço, principalmente partículas oriundas do Sol. (...)
(10) Portanto, viva a Terra! Não estamos aqui por acaso. Somos produto disso tudo, das inúmeras mutações que transformaram bactérias em pessoas, dos acidentes cataclísmicos que redefiniram as condições planetárias, das inúmeras mudanças que ocorreram no decorrer de bilhões de anos de história.
(11) Saber disso não nos diminui; pelo contrário, nos remete ao topo dessa cadeia de vida, nós que somos as criaturas capazes de reconstruir nosso passado com tanto detalhe e, ao mesmo tempo, nos questionar sobre o futuro. Por outro lado, devemos lembrar que estar no topo não significa desprezar o que está por baixo. Do poder vem a responsabilidade, no caso, de guardar a vida e o planeta, entendendo que somos parte dessa dinâmica planetária, na verdade, completamente dependentes dela. Somos poderosos no nosso conhecimento, mas frágeis quando comparamos forças com a natureza. Tratar a Terra e suas formas de vida com humildade e respeito é a única opção que temos, se queremos continuar por aqui, por outros tantos milhares de anos.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2017/11/1932441-terra-planeta-unico.shtml?loggedpaywall. Acesso em: 11 maio 2018. Adaptado
Analise as relações de sentido propostas a seguir, para determinados segmentos do Texto 1.
1. Em: “a gente pouco se dá conta do que ocorre ao nível planetário” (1º parágrafo), a expressão “ao nível planetário” significa “em escala inimaginável”.
2. O trecho: “Temos uma cumplicidade com o Sol (...)” (2º parágrafo) equivale a: “Temos uma camaradagem com o Sol”.
3. Afirmar que “as rochas são incandescentes” (3º parágrafo) é o mesmo que dizer que “as rochas são reluzentes”.
4. “Algum tipo de vida rudimentar” (3º parágrafo) é o mesmo que “algum tipo de vida incipiente”.
Estão CORRETAS, apenas:
Texto 1
Terra, planeta único
Marcelo Gleiser
(1) Hoje, escrevo sobre nossa casa cósmica. Vivendo em cidades, na correria do dia a dia, a gente pouco se dá conta do que ocorre ao nível planetário, ou de como nosso planeta é especial. Mas a Terra é única, e devemos nossa existência a ela.
(2) Primeiro, temos uma cumplicidade com o Sol, nossa estrela-mãe. A energia que vem de lá, e que vem chegando aqui por quase cinco bilhões de anos, é fundamental para a vida. A Terra fica no que chamamos de zona de habitabilidade, a faixa de distância duma estrela onde a água, se houver, tem chance de ser líquida. A premissa, aqui, é que, sem água, a vida é impossível. Mas vemos Vênus e Marte, nossos planetas vizinhos também na zona de habitabilidade do Sol, e a história lá é bem diferente. Como no futebol, estar bem posicionado não é suficiente para marcar um gol. O que, num jogador, chamamos de talento, num planeta chamamos de propriedades adequadas.
(3) Vênus é um verdadeiro inferno, tão quente que as rochas, lá, são incandescentes. Além do mais, sua atmosfera ultradensa é rica em muitos compostos de enxofre, incluindo o que dá o fedor dos ovos podres. Marte, o oposto, é um deserto gelado, com cânions de rios e outras estruturas geológicas que mostram que seu passado foi diferente. Acreditamos que, na sua infância, o Planeta Vermelho tinha água em abundância e até, quem sabe, algum tipo de vida rudimentar. Mas sua atmosfera foi desaparecendo aos poucos, vítima da gravidade mais fraca e dos ventos solares, radiação que sai do Sol e se espalha pelo Sistema Solar.
(4) A Terra tem uma idade aproximada de 4,53 bilhões de anos. Nos primeiros 600 milhões de anos, a situação foi bem dramática, com bombardeios constantes vindos dos céus, asteroides e cometas que "sobraram" durante a formação dos planetas e suas luas. Esses visitantes trouxeram uma gama de compostos químicos e muita água, ingredientes da sopa que, em torno de 3,5 bilhões de anos atrás ou mesmo antes disso, daria origem às primeiras formas vivas.
(5) Essas criaturas, muito simples, eram seres unicelulares do tipo procariotas. Vemos fósseis deles em algumas rochas bem antigas, como as descobertas na costa oeste da Austrália, na Baía do Tubarão. Durante um bilhão de anos, pouco aconteceu. Mas a Terra foi se resfriando, os oceanos já bem formados, e regiões com terra firme foram cobrindo pequenas partes da superfície.
(6) Foi então que, em torno de 2,4 bilhões de anos atrás, esses seres unicelulares passaram por uma mutação fundamental: descobriram a fotossíntese, a capacidade de transformar a energia solar em energia metabólica, consumindo gás carbônico e produzindo oxigênio. Aos poucos, essas criaturas foram mudando a composição da atmosfera, que foi ficando cada vez mais rica em oxigênio.
(7) Devemos, em grande parte, nossa existência a essas bactérias e a essa mutação. Mas formas de vida só podem se transformar quando o planeta em que existem oferece condições para tal. Apesar das grandes transformações no decorrer de sua existência, a Terra permaneceu relativamente estável nos últimos dois bilhões de anos, permitindo que as formas de vida primitivas pudessem passar por suas mutações.
(8) Os cataclismos que ocorreram – enormes erupções vulcânicas, emissão de metano, bombardeios de asteroides e cometas – mudaram as condições planetárias e, portanto, renegociaram as formas de vida que podiam existir aqui. Mas nunca a ponto de eliminar a vida por completo. (Se bem que a grande extinção do Permiano-Triássico chegou perto, eliminando cerca de 95% das formas de vida na Terra.)
(9) Comparada aos outros mundos que conhecemos, a Terra se distingue por ser um oásis para a vida. Sua atmosfera protege a superfície dos raios ultravioleta letais que vêm do Sol. O campo magnético – resultado da circulação de ferro e níquel líquidos no centro do planeta – funciona também como um escudo contra radiação nociva que vem do espaço, principalmente partículas oriundas do Sol. (...)
(10) Portanto, viva a Terra! Não estamos aqui por acaso. Somos produto disso tudo, das inúmeras mutações que transformaram bactérias em pessoas, dos acidentes cataclísmicos que redefiniram as condições planetárias, das inúmeras mudanças que ocorreram no decorrer de bilhões de anos de história.
(11) Saber disso não nos diminui; pelo contrário, nos remete ao topo dessa cadeia de vida, nós que somos as criaturas capazes de reconstruir nosso passado com tanto detalhe e, ao mesmo tempo, nos questionar sobre o futuro. Por outro lado, devemos lembrar que estar no topo não significa desprezar o que está por baixo. Do poder vem a responsabilidade, no caso, de guardar a vida e o planeta, entendendo que somos parte dessa dinâmica planetária, na verdade, completamente dependentes dela. Somos poderosos no nosso conhecimento, mas frágeis quando comparamos forças com a natureza. Tratar a Terra e suas formas de vida com humildade e respeito é a única opção que temos, se queremos continuar por aqui, por outros tantos milhares de anos.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2017/11/1932441-terra-planeta-unico.shtml?loggedpaywall. Acesso em: 11 maio 2018. Adaptado
Ao compor um texto, empregamos diferentes recursos para “amarrar” uma ideia à outra, ou seja, para promover a coesão textual. Um dos recursos da coesão é a substituição de palavras ou expressões. Assinale os itens que identificam CORRETAMENTE o emprego da substituição entre os termos indicados por aspas.
1. “casa cósmica” (1º parágrafo) substitui “Terra” (título).
2. “correria do dia a dia” substitui “cidades”. (1º parágrafo)
3. “estrela-mãe” substitui “Sol”. (2º parágrafo)
4. “propriedades adequadas” substitui “talento”. (2º parágrafo)
5. “essas bactérias” (7º parágrafo) substitui “esses seres unicelulares”. (6º parágrafo)
Estão CORRETOS:
Texto 1
Terra, planeta único
Marcelo Gleiser
(1) Hoje, escrevo sobre nossa casa cósmica. Vivendo em cidades, na correria do dia a dia, a gente pouco se dá conta do que ocorre ao nível planetário, ou de como nosso planeta é especial. Mas a Terra é única, e devemos nossa existência a ela.
(2) Primeiro, temos uma cumplicidade com o Sol, nossa estrela-mãe. A energia que vem de lá, e que vem chegando aqui por quase cinco bilhões de anos, é fundamental para a vida. A Terra fica no que chamamos de zona de habitabilidade, a faixa de distância duma estrela onde a água, se houver, tem chance de ser líquida. A premissa, aqui, é que, sem água, a vida é impossível. Mas vemos Vênus e Marte, nossos planetas vizinhos também na zona de habitabilidade do Sol, e a história lá é bem diferente. Como no futebol, estar bem posicionado não é suficiente para marcar um gol. O que, num jogador, chamamos de talento, num planeta chamamos de propriedades adequadas.
(3) Vênus é um verdadeiro inferno, tão quente que as rochas, lá, são incandescentes. Além do mais, sua atmosfera ultradensa é rica em muitos compostos de enxofre, incluindo o que dá o fedor dos ovos podres. Marte, o oposto, é um deserto gelado, com cânions de rios e outras estruturas geológicas que mostram que seu passado foi diferente. Acreditamos que, na sua infância, o Planeta Vermelho tinha água em abundância e até, quem sabe, algum tipo de vida rudimentar. Mas sua atmosfera foi desaparecendo aos poucos, vítima da gravidade mais fraca e dos ventos solares, radiação que sai do Sol e se espalha pelo Sistema Solar.
(4) A Terra tem uma idade aproximada de 4,53 bilhões de anos. Nos primeiros 600 milhões de anos, a situação foi bem dramática, com bombardeios constantes vindos dos céus, asteroides e cometas que "sobraram" durante a formação dos planetas e suas luas. Esses visitantes trouxeram uma gama de compostos químicos e muita água, ingredientes da sopa que, em torno de 3,5 bilhões de anos atrás ou mesmo antes disso, daria origem às primeiras formas vivas.
(5) Essas criaturas, muito simples, eram seres unicelulares do tipo procariotas. Vemos fósseis deles em algumas rochas bem antigas, como as descobertas na costa oeste da Austrália, na Baía do Tubarão. Durante um bilhão de anos, pouco aconteceu. Mas a Terra foi se resfriando, os oceanos já bem formados, e regiões com terra firme foram cobrindo pequenas partes da superfície.
(6) Foi então que, em torno de 2,4 bilhões de anos atrás, esses seres unicelulares passaram por uma mutação fundamental: descobriram a fotossíntese, a capacidade de transformar a energia solar em energia metabólica, consumindo gás carbônico e produzindo oxigênio. Aos poucos, essas criaturas foram mudando a composição da atmosfera, que foi ficando cada vez mais rica em oxigênio.
(7) Devemos, em grande parte, nossa existência a essas bactérias e a essa mutação. Mas formas de vida só podem se transformar quando o planeta em que existem oferece condições para tal. Apesar das grandes transformações no decorrer de sua existência, a Terra permaneceu relativamente estável nos últimos dois bilhões de anos, permitindo que as formas de vida primitivas pudessem passar por suas mutações.
(8) Os cataclismos que ocorreram – enormes erupções vulcânicas, emissão de metano, bombardeios de asteroides e cometas – mudaram as condições planetárias e, portanto, renegociaram as formas de vida que podiam existir aqui. Mas nunca a ponto de eliminar a vida por completo. (Se bem que a grande extinção do Permiano-Triássico chegou perto, eliminando cerca de 95% das formas de vida na Terra.)
(9) Comparada aos outros mundos que conhecemos, a Terra se distingue por ser um oásis para a vida. Sua atmosfera protege a superfície dos raios ultravioleta letais que vêm do Sol. O campo magnético – resultado da circulação de ferro e níquel líquidos no centro do planeta – funciona também como um escudo contra radiação nociva que vem do espaço, principalmente partículas oriundas do Sol. (...)
(10) Portanto, viva a Terra! Não estamos aqui por acaso. Somos produto disso tudo, das inúmeras mutações que transformaram bactérias em pessoas, dos acidentes cataclísmicos que redefiniram as condições planetárias, das inúmeras mudanças que ocorreram no decorrer de bilhões de anos de história.
(11) Saber disso não nos diminui; pelo contrário, nos remete ao topo dessa cadeia de vida, nós que somos as criaturas capazes de reconstruir nosso passado com tanto detalhe e, ao mesmo tempo, nos questionar sobre o futuro. Por outro lado, devemos lembrar que estar no topo não significa desprezar o que está por baixo. Do poder vem a responsabilidade, no caso, de guardar a vida e o planeta, entendendo que somos parte dessa dinâmica planetária, na verdade, completamente dependentes dela. Somos poderosos no nosso conhecimento, mas frágeis quando comparamos forças com a natureza. Tratar a Terra e suas formas de vida com humildade e respeito é a única opção que temos, se queremos continuar por aqui, por outros tantos milhares de anos.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2017/11/1932441-terra-planeta-unico.shtml?loggedpaywall. Acesso em: 11 maio 2018. Adaptado
Texto 1
Terra, planeta único
Marcelo Gleiser
(1) Hoje, escrevo sobre nossa casa cósmica. Vivendo em cidades, na correria do dia a dia, a gente pouco se dá conta do que ocorre ao nível planetário, ou de como nosso planeta é especial. Mas a Terra é única, e devemos nossa existência a ela.
(2) Primeiro, temos uma cumplicidade com o Sol, nossa estrela-mãe. A energia que vem de lá, e que vem chegando aqui por quase cinco bilhões de anos, é fundamental para a vida. A Terra fica no que chamamos de zona de habitabilidade, a faixa de distância duma estrela onde a água, se houver, tem chance de ser líquida. A premissa, aqui, é que, sem água, a vida é impossível. Mas vemos Vênus e Marte, nossos planetas vizinhos também na zona de habitabilidade do Sol, e a história lá é bem diferente. Como no futebol, estar bem posicionado não é suficiente para marcar um gol. O que, num jogador, chamamos de talento, num planeta chamamos de propriedades adequadas.
(3) Vênus é um verdadeiro inferno, tão quente que as rochas, lá, são incandescentes. Além do mais, sua atmosfera ultradensa é rica em muitos compostos de enxofre, incluindo o que dá o fedor dos ovos podres. Marte, o oposto, é um deserto gelado, com cânions de rios e outras estruturas geológicas que mostram que seu passado foi diferente. Acreditamos que, na sua infância, o Planeta Vermelho tinha água em abundância e até, quem sabe, algum tipo de vida rudimentar. Mas sua atmosfera foi desaparecendo aos poucos, vítima da gravidade mais fraca e dos ventos solares, radiação que sai do Sol e se espalha pelo Sistema Solar.
(4) A Terra tem uma idade aproximada de 4,53 bilhões de anos. Nos primeiros 600 milhões de anos, a situação foi bem dramática, com bombardeios constantes vindos dos céus, asteroides e cometas que "sobraram" durante a formação dos planetas e suas luas. Esses visitantes trouxeram uma gama de compostos químicos e muita água, ingredientes da sopa que, em torno de 3,5 bilhões de anos atrás ou mesmo antes disso, daria origem às primeiras formas vivas.
(5) Essas criaturas, muito simples, eram seres unicelulares do tipo procariotas. Vemos fósseis deles em algumas rochas bem antigas, como as descobertas na costa oeste da Austrália, na Baía do Tubarão. Durante um bilhão de anos, pouco aconteceu. Mas a Terra foi se resfriando, os oceanos já bem formados, e regiões com terra firme foram cobrindo pequenas partes da superfície.
(6) Foi então que, em torno de 2,4 bilhões de anos atrás, esses seres unicelulares passaram por uma mutação fundamental: descobriram a fotossíntese, a capacidade de transformar a energia solar em energia metabólica, consumindo gás carbônico e produzindo oxigênio. Aos poucos, essas criaturas foram mudando a composição da atmosfera, que foi ficando cada vez mais rica em oxigênio.
(7) Devemos, em grande parte, nossa existência a essas bactérias e a essa mutação. Mas formas de vida só podem se transformar quando o planeta em que existem oferece condições para tal. Apesar das grandes transformações no decorrer de sua existência, a Terra permaneceu relativamente estável nos últimos dois bilhões de anos, permitindo que as formas de vida primitivas pudessem passar por suas mutações.
(8) Os cataclismos que ocorreram – enormes erupções vulcânicas, emissão de metano, bombardeios de asteroides e cometas – mudaram as condições planetárias e, portanto, renegociaram as formas de vida que podiam existir aqui. Mas nunca a ponto de eliminar a vida por completo. (Se bem que a grande extinção do Permiano-Triássico chegou perto, eliminando cerca de 95% das formas de vida na Terra.)
(9) Comparada aos outros mundos que conhecemos, a Terra se distingue por ser um oásis para a vida. Sua atmosfera protege a superfície dos raios ultravioleta letais que vêm do Sol. O campo magnético – resultado da circulação de ferro e níquel líquidos no centro do planeta – funciona também como um escudo contra radiação nociva que vem do espaço, principalmente partículas oriundas do Sol. (...)
(10) Portanto, viva a Terra! Não estamos aqui por acaso. Somos produto disso tudo, das inúmeras mutações que transformaram bactérias em pessoas, dos acidentes cataclísmicos que redefiniram as condições planetárias, das inúmeras mudanças que ocorreram no decorrer de bilhões de anos de história.
(11) Saber disso não nos diminui; pelo contrário, nos remete ao topo dessa cadeia de vida, nós que somos as criaturas capazes de reconstruir nosso passado com tanto detalhe e, ao mesmo tempo, nos questionar sobre o futuro. Por outro lado, devemos lembrar que estar no topo não significa desprezar o que está por baixo. Do poder vem a responsabilidade, no caso, de guardar a vida e o planeta, entendendo que somos parte dessa dinâmica planetária, na verdade, completamente dependentes dela. Somos poderosos no nosso conhecimento, mas frágeis quando comparamos forças com a natureza. Tratar a Terra e suas formas de vida com humildade e respeito é a única opção que temos, se queremos continuar por aqui, por outros tantos milhares de anos.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2017/11/1932441-terra-planeta-unico.shtml?loggedpaywall. Acesso em: 11 maio 2018. Adaptado
A gramática tradicional separa as palavras em classes e lhes atribui funções relativamente estáveis. Entretanto, dependendo das intenções de quem fala (ou escreve), uma palavra pode funcionar como uma classe gramatical diferente da “original”.
Assinale a alternativa em que o segundo elemento constitui exemplo da ocorrência desse fenômeno.
Texto 1
Terra, planeta único
Marcelo Gleiser
(1) Hoje, escrevo sobre nossa casa cósmica. Vivendo em cidades, na correria do dia a dia, a gente pouco se dá conta do que ocorre ao nível planetário, ou de como nosso planeta é especial. Mas a Terra é única, e devemos nossa existência a ela.
(2) Primeiro, temos uma cumplicidade com o Sol, nossa estrela-mãe. A energia que vem de lá, e que vem chegando aqui por quase cinco bilhões de anos, é fundamental para a vida. A Terra fica no que chamamos de zona de habitabilidade, a faixa de distância duma estrela onde a água, se houver, tem chance de ser líquida. A premissa, aqui, é que, sem água, a vida é impossível. Mas vemos Vênus e Marte, nossos planetas vizinhos também na zona de habitabilidade do Sol, e a história lá é bem diferente. Como no futebol, estar bem posicionado não é suficiente para marcar um gol. O que, num jogador, chamamos de talento, num planeta chamamos de propriedades adequadas.
(3) Vênus é um verdadeiro inferno, tão quente que as rochas, lá, são incandescentes. Além do mais, sua atmosfera ultradensa é rica em muitos compostos de enxofre, incluindo o que dá o fedor dos ovos podres. Marte, o oposto, é um deserto gelado, com cânions de rios e outras estruturas geológicas que mostram que seu passado foi diferente. Acreditamos que, na sua infância, o Planeta Vermelho tinha água em abundância e até, quem sabe, algum tipo de vida rudimentar. Mas sua atmosfera foi desaparecendo aos poucos, vítima da gravidade mais fraca e dos ventos solares, radiação que sai do Sol e se espalha pelo Sistema Solar.
(4) A Terra tem uma idade aproximada de 4,53 bilhões de anos. Nos primeiros 600 milhões de anos, a situação foi bem dramática, com bombardeios constantes vindos dos céus, asteroides e cometas que "sobraram" durante a formação dos planetas e suas luas. Esses visitantes trouxeram uma gama de compostos químicos e muita água, ingredientes da sopa que, em torno de 3,5 bilhões de anos atrás ou mesmo antes disso, daria origem às primeiras formas vivas.
(5) Essas criaturas, muito simples, eram seres unicelulares do tipo procariotas. Vemos fósseis deles em algumas rochas bem antigas, como as descobertas na costa oeste da Austrália, na Baía do Tubarão. Durante um bilhão de anos, pouco aconteceu. Mas a Terra foi se resfriando, os oceanos já bem formados, e regiões com terra firme foram cobrindo pequenas partes da superfície.
(6) Foi então que, em torno de 2,4 bilhões de anos atrás, esses seres unicelulares passaram por uma mutação fundamental: descobriram a fotossíntese, a capacidade de transformar a energia solar em energia metabólica, consumindo gás carbônico e produzindo oxigênio. Aos poucos, essas criaturas foram mudando a composição da atmosfera, que foi ficando cada vez mais rica em oxigênio.
(7) Devemos, em grande parte, nossa existência a essas bactérias e a essa mutação. Mas formas de vida só podem se transformar quando o planeta em que existem oferece condições para tal. Apesar das grandes transformações no decorrer de sua existência, a Terra permaneceu relativamente estável nos últimos dois bilhões de anos, permitindo que as formas de vida primitivas pudessem passar por suas mutações.
(8) Os cataclismos que ocorreram – enormes erupções vulcânicas, emissão de metano, bombardeios de asteroides e cometas – mudaram as condições planetárias e, portanto, renegociaram as formas de vida que podiam existir aqui. Mas nunca a ponto de eliminar a vida por completo. (Se bem que a grande extinção do Permiano-Triássico chegou perto, eliminando cerca de 95% das formas de vida na Terra.)
(9) Comparada aos outros mundos que conhecemos, a Terra se distingue por ser um oásis para a vida. Sua atmosfera protege a superfície dos raios ultravioleta letais que vêm do Sol. O campo magnético – resultado da circulação de ferro e níquel líquidos no centro do planeta – funciona também como um escudo contra radiação nociva que vem do espaço, principalmente partículas oriundas do Sol. (...)
(10) Portanto, viva a Terra! Não estamos aqui por acaso. Somos produto disso tudo, das inúmeras mutações que transformaram bactérias em pessoas, dos acidentes cataclísmicos que redefiniram as condições planetárias, das inúmeras mudanças que ocorreram no decorrer de bilhões de anos de história.
(11) Saber disso não nos diminui; pelo contrário, nos remete ao topo dessa cadeia de vida, nós que somos as criaturas capazes de reconstruir nosso passado com tanto detalhe e, ao mesmo tempo, nos questionar sobre o futuro. Por outro lado, devemos lembrar que estar no topo não significa desprezar o que está por baixo. Do poder vem a responsabilidade, no caso, de guardar a vida e o planeta, entendendo que somos parte dessa dinâmica planetária, na verdade, completamente dependentes dela. Somos poderosos no nosso conhecimento, mas frágeis quando comparamos forças com a natureza. Tratar a Terra e suas formas de vida com humildade e respeito é a única opção que temos, se queremos continuar por aqui, por outros tantos milhares de anos.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2017/11/1932441-terra-planeta-unico.shtml?loggedpaywall. Acesso em: 11 maio 2018. Adaptado
Texto 1
Terra, planeta único
Marcelo Gleiser
(1) Hoje, escrevo sobre nossa casa cósmica. Vivendo em cidades, na correria do dia a dia, a gente pouco se dá conta do que ocorre ao nível planetário, ou de como nosso planeta é especial. Mas a Terra é única, e devemos nossa existência a ela.
(2) Primeiro, temos uma cumplicidade com o Sol, nossa estrela-mãe. A energia que vem de lá, e que vem chegando aqui por quase cinco bilhões de anos, é fundamental para a vida. A Terra fica no que chamamos de zona de habitabilidade, a faixa de distância duma estrela onde a água, se houver, tem chance de ser líquida. A premissa, aqui, é que, sem água, a vida é impossível. Mas vemos Vênus e Marte, nossos planetas vizinhos também na zona de habitabilidade do Sol, e a história lá é bem diferente. Como no futebol, estar bem posicionado não é suficiente para marcar um gol. O que, num jogador, chamamos de talento, num planeta chamamos de propriedades adequadas.
(3) Vênus é um verdadeiro inferno, tão quente que as rochas, lá, são incandescentes. Além do mais, sua atmosfera ultradensa é rica em muitos compostos de enxofre, incluindo o que dá o fedor dos ovos podres. Marte, o oposto, é um deserto gelado, com cânions de rios e outras estruturas geológicas que mostram que seu passado foi diferente. Acreditamos que, na sua infância, o Planeta Vermelho tinha água em abundância e até, quem sabe, algum tipo de vida rudimentar. Mas sua atmosfera foi desaparecendo aos poucos, vítima da gravidade mais fraca e dos ventos solares, radiação que sai do Sol e se espalha pelo Sistema Solar.
(4) A Terra tem uma idade aproximada de 4,53 bilhões de anos. Nos primeiros 600 milhões de anos, a situação foi bem dramática, com bombardeios constantes vindos dos céus, asteroides e cometas que "sobraram" durante a formação dos planetas e suas luas. Esses visitantes trouxeram uma gama de compostos químicos e muita água, ingredientes da sopa que, em torno de 3,5 bilhões de anos atrás ou mesmo antes disso, daria origem às primeiras formas vivas.
(5) Essas criaturas, muito simples, eram seres unicelulares do tipo procariotas. Vemos fósseis deles em algumas rochas bem antigas, como as descobertas na costa oeste da Austrália, na Baía do Tubarão. Durante um bilhão de anos, pouco aconteceu. Mas a Terra foi se resfriando, os oceanos já bem formados, e regiões com terra firme foram cobrindo pequenas partes da superfície.
(6) Foi então que, em torno de 2,4 bilhões de anos atrás, esses seres unicelulares passaram por uma mutação fundamental: descobriram a fotossíntese, a capacidade de transformar a energia solar em energia metabólica, consumindo gás carbônico e produzindo oxigênio. Aos poucos, essas criaturas foram mudando a composição da atmosfera, que foi ficando cada vez mais rica em oxigênio.
(7) Devemos, em grande parte, nossa existência a essas bactérias e a essa mutação. Mas formas de vida só podem se transformar quando o planeta em que existem oferece condições para tal. Apesar das grandes transformações no decorrer de sua existência, a Terra permaneceu relativamente estável nos últimos dois bilhões de anos, permitindo que as formas de vida primitivas pudessem passar por suas mutações.
(8) Os cataclismos que ocorreram – enormes erupções vulcânicas, emissão de metano, bombardeios de asteroides e cometas – mudaram as condições planetárias e, portanto, renegociaram as formas de vida que podiam existir aqui. Mas nunca a ponto de eliminar a vida por completo. (Se bem que a grande extinção do Permiano-Triássico chegou perto, eliminando cerca de 95% das formas de vida na Terra.)
(9) Comparada aos outros mundos que conhecemos, a Terra se distingue por ser um oásis para a vida. Sua atmosfera protege a superfície dos raios ultravioleta letais que vêm do Sol. O campo magnético – resultado da circulação de ferro e níquel líquidos no centro do planeta – funciona também como um escudo contra radiação nociva que vem do espaço, principalmente partículas oriundas do Sol. (...)
(10) Portanto, viva a Terra! Não estamos aqui por acaso. Somos produto disso tudo, das inúmeras mutações que transformaram bactérias em pessoas, dos acidentes cataclísmicos que redefiniram as condições planetárias, das inúmeras mudanças que ocorreram no decorrer de bilhões de anos de história.
(11) Saber disso não nos diminui; pelo contrário, nos remete ao topo dessa cadeia de vida, nós que somos as criaturas capazes de reconstruir nosso passado com tanto detalhe e, ao mesmo tempo, nos questionar sobre o futuro. Por outro lado, devemos lembrar que estar no topo não significa desprezar o que está por baixo. Do poder vem a responsabilidade, no caso, de guardar a vida e o planeta, entendendo que somos parte dessa dinâmica planetária, na verdade, completamente dependentes dela. Somos poderosos no nosso conhecimento, mas frágeis quando comparamos forças com a natureza. Tratar a Terra e suas formas de vida com humildade e respeito é a única opção que temos, se queremos continuar por aqui, por outros tantos milhares de anos.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2017/11/1932441-terra-planeta-unico.shtml?loggedpaywall. Acesso em: 11 maio 2018. Adaptado
Texto 1
Terra, planeta único
Marcelo Gleiser
(1) Hoje, escrevo sobre nossa casa cósmica. Vivendo em cidades, na correria do dia a dia, a gente pouco se dá conta do que ocorre ao nível planetário, ou de como nosso planeta é especial. Mas a Terra é única, e devemos nossa existência a ela.
(2) Primeiro, temos uma cumplicidade com o Sol, nossa estrela-mãe. A energia que vem de lá, e que vem chegando aqui por quase cinco bilhões de anos, é fundamental para a vida. A Terra fica no que chamamos de zona de habitabilidade, a faixa de distância duma estrela onde a água, se houver, tem chance de ser líquida. A premissa, aqui, é que, sem água, a vida é impossível. Mas vemos Vênus e Marte, nossos planetas vizinhos também na zona de habitabilidade do Sol, e a história lá é bem diferente. Como no futebol, estar bem posicionado não é suficiente para marcar um gol. O que, num jogador, chamamos de talento, num planeta chamamos de propriedades adequadas.
(3) Vênus é um verdadeiro inferno, tão quente que as rochas, lá, são incandescentes. Além do mais, sua atmosfera ultradensa é rica em muitos compostos de enxofre, incluindo o que dá o fedor dos ovos podres. Marte, o oposto, é um deserto gelado, com cânions de rios e outras estruturas geológicas que mostram que seu passado foi diferente. Acreditamos que, na sua infância, o Planeta Vermelho tinha água em abundância e até, quem sabe, algum tipo de vida rudimentar. Mas sua atmosfera foi desaparecendo aos poucos, vítima da gravidade mais fraca e dos ventos solares, radiação que sai do Sol e se espalha pelo Sistema Solar.
(4) A Terra tem uma idade aproximada de 4,53 bilhões de anos. Nos primeiros 600 milhões de anos, a situação foi bem dramática, com bombardeios constantes vindos dos céus, asteroides e cometas que "sobraram" durante a formação dos planetas e suas luas. Esses visitantes trouxeram uma gama de compostos químicos e muita água, ingredientes da sopa que, em torno de 3,5 bilhões de anos atrás ou mesmo antes disso, daria origem às primeiras formas vivas.
(5) Essas criaturas, muito simples, eram seres unicelulares do tipo procariotas. Vemos fósseis deles em algumas rochas bem antigas, como as descobertas na costa oeste da Austrália, na Baía do Tubarão. Durante um bilhão de anos, pouco aconteceu. Mas a Terra foi se resfriando, os oceanos já bem formados, e regiões com terra firme foram cobrindo pequenas partes da superfície.
(6) Foi então que, em torno de 2,4 bilhões de anos atrás, esses seres unicelulares passaram por uma mutação fundamental: descobriram a fotossíntese, a capacidade de transformar a energia solar em energia metabólica, consumindo gás carbônico e produzindo oxigênio. Aos poucos, essas criaturas foram mudando a composição da atmosfera, que foi ficando cada vez mais rica em oxigênio.
(7) Devemos, em grande parte, nossa existência a essas bactérias e a essa mutação. Mas formas de vida só podem se transformar quando o planeta em que existem oferece condições para tal. Apesar das grandes transformações no decorrer de sua existência, a Terra permaneceu relativamente estável nos últimos dois bilhões de anos, permitindo que as formas de vida primitivas pudessem passar por suas mutações.
(8) Os cataclismos que ocorreram – enormes erupções vulcânicas, emissão de metano, bombardeios de asteroides e cometas – mudaram as condições planetárias e, portanto, renegociaram as formas de vida que podiam existir aqui. Mas nunca a ponto de eliminar a vida por completo. (Se bem que a grande extinção do Permiano-Triássico chegou perto, eliminando cerca de 95% das formas de vida na Terra.)
(9) Comparada aos outros mundos que conhecemos, a Terra se distingue por ser um oásis para a vida. Sua atmosfera protege a superfície dos raios ultravioleta letais que vêm do Sol. O campo magnético – resultado da circulação de ferro e níquel líquidos no centro do planeta – funciona também como um escudo contra radiação nociva que vem do espaço, principalmente partículas oriundas do Sol. (...)
(10) Portanto, viva a Terra! Não estamos aqui por acaso. Somos produto disso tudo, das inúmeras mutações que transformaram bactérias em pessoas, dos acidentes cataclísmicos que redefiniram as condições planetárias, das inúmeras mudanças que ocorreram no decorrer de bilhões de anos de história.
(11) Saber disso não nos diminui; pelo contrário, nos remete ao topo dessa cadeia de vida, nós que somos as criaturas capazes de reconstruir nosso passado com tanto detalhe e, ao mesmo tempo, nos questionar sobre o futuro. Por outro lado, devemos lembrar que estar no topo não significa desprezar o que está por baixo. Do poder vem a responsabilidade, no caso, de guardar a vida e o planeta, entendendo que somos parte dessa dinâmica planetária, na verdade, completamente dependentes dela. Somos poderosos no nosso conhecimento, mas frágeis quando comparamos forças com a natureza. Tratar a Terra e suas formas de vida com humildade e respeito é a única opção que temos, se queremos continuar por aqui, por outros tantos milhares de anos.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2017/11/1932441-terra-planeta-unico.shtml?loggedpaywall. Acesso em: 11 maio 2018. Adaptado
Acerca do emprego dos sinais de pontuação no Texto 1, analise as afirmativas a seguir.
1. Em: “Mas vemos Vênus e Marte, nossos planetas vizinhos também na zona de habitabilidade do Sol, e a história lá é bem diferente.” (2º parágrafo), as vírgulas separam um segmento explicativo.
2. Em: “Os cataclismos que ocorreram – enormes erupções vulcânicas, emissão de metano, bombardeios de asteroides e cometas – mudaram as condições planetárias” (8º parágrafo), o emprego do duplo travessão pretende, também, dar maior destaque ao trecho separado.
3. O autor emprega parênteses para introduzir um comentário em: “Mas nunca a ponto de eliminar a vida por completo. (Se bem que a grande extinção do Permiano-Triássico chegou perto, eliminando cerca de 95% das formas de vida na Terra.)” (8º parágrafo)
4. Em: “Saber disso não nos diminui; pelo contrário, nos remete ao topo dessa cadeia de vida (...)” (último parágrafo), a substituição do ponto-e-vírgula por vírgula seria inadequada e comprometeria os sentidos pretendidos pelo autor para esse trecho.
Estão CORRETAS:
Em uma olimpíada escolar, os atletas de uma determinada escola receberam medalhas de ouro, prata e bronze, de acordo com a seguinte forma:
Tipos de medalhas ganhas Número de atleta
Ouro 65
Prata 50
Bronze 66
Ouro e Prata 12
Ouro e Bronze 10
Prata e Bronze 14
Ouro, Prata e Bronze 05
Nenhuma medalha 50
Escolhendo-se um atleta ao acaso, qual a probabilidade de ele não ter ganho nenhuma medalha?
As idades das amigas Érika, Renata, Rosana e Eliane formam uma progressão aritmética. Eliane tem 9 anos a mais que Érika, e as idades de Renata e Rosana somam 35 anos.
Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, a idade das amigas Erika, Renata, Rosana e Eliane.
Assinale a alternativa que corresponde à carta oculta, considerando a disposição das cartas em cada linha do esquema.