Questões de Concurso Público PC-SP 2014 para Auxiliar de Necropsia

Foram encontradas 11 questões

Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2014 - PC-SP - Auxiliar de Necropsia |
Q479633 Português
                  Condenados à vida

      “Ele tem dezesseis anos, um câncer de boca horroroso, mal anda, mas o médico disse que faz a remoção da mandíbula e uma abertura no estômago para ele se alimentar. Eu queria que ele morresse logo, não tenho dinheiro.”
      Tratava-se de um cão idoso, sofrendo e atormentando a vida da minha paciente.
      O que aconteceu com a morte, que nem é mais permitida aos animais que sofrem, que dirá a nós humanos?
      Ano de 1973, um dos meus pacientes era um velhinho com câncer de fígado que finalmente teve uma parada cardíaca na minha frente.
      Iniciei logo os processos de reanimação (massagem cardíaca etc). Debalde. O chefe de clínica, meu hoje amigo Prof. Alvariz, me chamou: “Daudt, aquilo não se chama parada cardíaca. Chama-se MORTE. É necessário saber a diferença”.
      Parece que nós, médicos, em particular, e a sociedade, em geral, perdemos a noção dessa preciosa diferença, e estamos infligindo um tormento artificial a nós mesmos e aos infelizes sob nossos cuidados.
      Aos médicos, a diferença não é ensinada nas faculdades. Pelo contrário. A morte é vista como uma inimiga a ser combatida a quaisquer “custo$”, saídos dos nossos bolsos.
      E o inferno não atinge só os terminais. Ele se estende aos iniciais que não deveriam ter iniciado.
      A mãe natureza vem expulsando embriões inviáveis desde sempre, em diversas fases da gestação. O aborto de fetos anencéfalos foi consentido a duras penas, e ainda revolta muitos.
      A compulsão de “salvar vidas” atinge prematuros malformados (outrora inviáveis) ao ponto de vegetarem por meses ou anos, aprisionando e desgraçando familiares pobres.
Os médicos deste circo de horrores têm um lema sinistro: “No meu plantão, não!” E se desdobram em manobras heroicas para prolongar a existência daquele ser sem perspectivas, com a crueldade adicional de dar esperança às famílias.
      Até há pouco tempo, morria-se em casa, sabendo que se ia morrer, cercado de carinho da família, dizendo suas últimas palavras, num rito de despedida que incluía a morte como parte da vida, e como um momento digno.
      Hoje, varremos nossos moribundos para debaixo de uma UTI, que nos “poupa de assistir o horror”.
      Pude proporcionar esse momento digno a minha mãe de 95 anos. Ela já estava na maca para ser levada à ambulância quando cheguei. “Podem voltar, que ela quer morrer em casa”. O médico apertou minha mão, solidário e comovido.
      Posta em sua cama, minha mãe disse: “Que bom, voltei ao meu cantinho”. E morreu como queria.

                                          (Francisco Daudt. Folha de S.Paulo, 02 de abril de 2014. Adaptado)
Releia as frases do texto.

... perdemos a noção dessa preciosa diferença, e estamos infligindo um tormento artificial a nós mesmos e aos infelizes sob nossos cuidados. (6° parágrafo)

A mãe natureza vem expulsando embriões inviáveis desde sempre, ... (9° parágrafo)

Considerando o contexto em que foram utilizadas, as palavras em destaque podem ser substituídas, correta e respectivamente, sem alteração de sentido, por:
Alternativas
Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2014 - PC-SP - Auxiliar de Necropsia |
Q479640 Português
Leia o cartum de Laerte.

                  imagem-006.jpg

O efeito de humor do cartum se deve
Alternativas
Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2014 - PC-SP - Auxiliar de Necropsia |
Q479642 Português
Leia o poema para responder à questão .

                              À televisão

                  Teu boletim meteorológico
                  me diz aqui e agora
                  se chove ou se faz sol.
                  Para que ir lá fora?

                  A comida suculenta
                  que pões à minha frente
                  como-a toda com os olhos.
                  Aposentei os dentes.

                  Nos dramalhões que encenas
                  há tamanho poder
                  de vida que eu próprio
                  Nem me canso em viver.

                  Guerra, sexo, esporte
                  - me dás tudo, tudo.
                  Vou pregar minha porta:
                  já não preciso do mundo.

(José Paulo Paes, Prosas seguidas de Odes mínimas. Companhia das Letras, 1992)
A ideia central do poema é a de que a tevê leva o homem a
Alternativas
Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2014 - PC-SP - Auxiliar de Necropsia |
Q479644 Português
Leia o poema para responder à questão .

                              À televisão

                  Teu boletim meteorológico
                  me diz aqui e agora
                  se chove ou se faz sol.
                  Para que ir lá fora?

                  A comida suculenta
                  que pões à minha frente
                  como-a toda com os olhos.
                  Aposentei os dentes.

                  Nos dramalhões que encenas
                  há tamanho poder
                  de vida que eu próprio
                  Nem me canso em viver.

                  Guerra, sexo, esporte
                  - me dás tudo, tudo.
                  Vou pregar minha porta:
                  já não preciso do mundo.

(José Paulo Paes, Prosas seguidas de Odes mínimas. Companhia das Letras, 1992)
A forma de expressão do título do poema, dirigindo-se à televisão, indica a manifestação irônica de um(a)
Alternativas
Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2014 - PC-SP - Auxiliar de Necropsia |
Q479645 Português
Leia as tirinhas.

                  imagem-007.jpg

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, com:
Alternativas
Respostas
6: E
7: A
8: E
9: B
10: D