Leia o texto para responder a questão abaixo.
Novo Analfabetismo
O Instituto de Estatísticas da Unesco alerta, em informe
recente, que grande parte dos jovens da América Latina não
alcança níveis apropriados de proficiência em leitura. São
19 milhões de adolescentes que concluem o ensino fundamental
sem conseguir ler parágrafos simples e deles extrair
informações, num fenômeno que Silvia Montoya, dirigente
do instituto, chama de “nova definição do analfabetismo”.
A preocupação da diretora procede, pois a falta de competência
leitora fragiliza a cidadania. Afinal, quem não consegue
ler jornais ou livros depende do que a televisão lhe
recomenda como condutas corretas e não consegue formular
seus próprios juízos.
Além disso, em tempos em que o mundo do trabalho extermina
postos baseados em tarefas rotineiras, que não demandam
capacidade de concepção, as chances de sucesso
profissional e de realização pessoal de quem tem letramento
insuficiente se tornam muito limitadas.
Aqui, só 30% dos alunos saem do 9o
ano com aprendizado
adequado em leitura e interpretação, de acordo com
dados do Inep. É menos que a média da América Latina, que
tanto chocara Silvia Montoya.
Ora, num país de elites não leitoras, o fato de tantos jovens
não estarem aptos a ler livros talvez não choque.
Não é mais suficiente ter um nível mínimo de alfabetização. Não ter competência leitora traz obstáculos para a vida
em sociedade, especialmente no tocante à dificuldade em
compreender os próprios direitos e deveres como cidadão,
ainda mais num mundo em turbulência como o que vivemos.
(Claudia Costin. Folha de S.Paulo, 27.10.2017. Adaptado)