A predominância feminina na profissão não é algo natural, mas é socialmente determinada. Inspirada no sistema patriarcal-racista-capitalista, essa força de trabalho
é vinculada ao cuidado, ao trabalho doméstico, às atividades não remuneradas e, na indústria capitalista, às
funções subalternas. Tal sistema é portador de uma ideologia que naturaliza o papel da mulher na sociedade,
por meio de uma cultura que fomenta que ser mulher é
sinônimo de sacrifício e doação. É no bojo dessa cultura
que o Serviço Social emerge como profissão associada à
benemerência, à caridade e à moral cristã, que impôs às
mulheres a obrigação de serem bondosas e acolhedoras.
É correto afirmar, portanto, que o Serviço Social insere-
-se na divisão sociotécnica do trabalho, determinação
central dos antagonismos e desigualdades configuradas
nas relações sociais mais amplas, mas também