A comunidade científica internacional foi pega de surpresa pela alegação feita pelo cientista chinês He Jiankui de que
uma paciente sua havia dado à luz um par de gêmeas geneticamente modificadas enquanto eram embriões. Ele afirma
que elas nasceram em Shenzhen no início de novembro e se
chamam Nana e Lulu. Dois dias depois, afirmou que mais uma
paciente estava grávida de outra criança modificada.
Mesmo sem confirmação, a simples possibilidade de que
genes de bebês humanos tenham sido modificados antes da
concepção causou comoção na medida em que a maior parte
dos países permite a edição genética apenas em embriões
humanos, mas não antes da concepção, como foi o caso.
A técnica usada pelo cientista ainda não é completamente dominada ou compreendida, e por isso ele foi criticado pela
comunidade científica, assim como pelo ministro de Ciência e
Tecnologia da China, Xu Naping, que afirmou que ele pode vir
a sofrer sanções legais.
Ao jornal The Guardian, Mattheus Porteus, professor de
medicina pediátrica da Universidade de Stanford, afirmou:
“He Jiankui corre risco de ser crucificado por outros pesquisadores, a não ser que ele se integre ao processo científico”.
O pesquisador chinês afirma que alterou os genes dos
embriões de sete casais durante tratamentos para fertilidade.
Jiankui não revelou o nome dos pais, afirmando que eles desejavam sigilo e privacidade.
(André Cabette Fábio. “Cientista alega ter editado genes de bebês. Por que
ele é criticado”. www.nexojornal.com.br, 30.11.2018. Adaptado)