Os ataques a tiros em escolas dos Estados Unidos nas
últimas duas décadas resultaram em uma série de estudos que
apontam que é preciso cautela da mídia ao noticiar massacres
em escolas, como o que ocorreu em Suzano, em março, para
evitar o chamado efeito contágio ou cópia.
Os estudos alertam para o fato de que a notoriedade
dada aos autores dessas tragédias é um fator motivacional
para que eles as cometam e, assim, saiam do anonimato,
alcançando um nível de fama que dificilmente teriam em suas
vidas cotidianas.
A notoriedade funcionaria não apenas como recompensa
para os autores como também um chamado à ação para outros indivíduos que pensam como eles, o que os motivaria a
realizar atos de imitação.
Nos Estados Unidos, grupos como o No Notoriety (“Sem
notoriedade”, em português) ou o Don’t Name Them (“Não
diga o nome”) desafiam a mídia a limitar o uso do nome e
da imagem dos autores a algumas circunstâncias restritas.
Por exemplo, se o atirador morrer no ataque, seria apropriado
mencionar o nome após a polícia divulgá-lo, mas, depois disso, o grupo recomenda um “racionamento cuidadoso”.
(Cláudia Collucci. “Estudos apontam risco de ‘efeito contágio’ de ataques
em escola”. www1.folha.uol.com.br, 14.03.2019. Adaptado).