Questões de Concurso Público FITO 2020 para Técnico em Gestão - Inspetoria de Alunos
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(Bill Watterson. O melhor de Calvin, 26.10.2019. https://cultura.estadao.com.br)
No começo do mês, estive em Nova York. Durante as semanas que antecederam a viagem, fui anotando dicas de amigos em folhas de caderno, guardanapos, o que tivesse à mão. Só de “o melhor hambúrguer do mundo”, consegui umas sete sugestões; de “o cheesecake original”, quatro; e, com os endereços para comer sanduíches, enchi frente e verso de um papel A4.
Como amizade e comida boa são duas coisas que respeito muito, em dez dias nos Estados Unidos eu gabaritei as anotações: voltei dois quilos mais gordo e, ainda no avião, fiz a promessa de, nos próximos seis meses, não chegar a menos de dez metros de uma batata frita.
O que de mais saboroso provei por lá, contudo, não foi fast-food nem era uma especialidade local. Trata-se de um vegetal. Ou, para ser mais exato, um fruto: uma dádiva dos deuses que, infelizmente, não a encontramos por aqui. Chama-se tomate.
Assemelha-se bastante, por fora, àquele fruto ao qual, em nosso país, também damos o nome de tomate, mas uma vez que seus dentes penetram a carne macia, o suco abundante escorre pelo queixo e o doce naturalmente se mescla ao sal em sua língua, você entende que está diante de um alimento completamente diferente.
Acontece que a qualidade do tomate está ligada, entre outros fatores, à quantidade de água nele contida. Quanto mais líquido, mais macio e saboroso. O problema é que a maior presença de suco aumenta o sabor na mesma medida em que reduz a durabilidade. Os agricultores, pensando mais na performance de seu produto dentro dos caminhões do que em cima dos pratos, passaram a priorizar os frutos mais “secos”, foram cruzando-os e manipulando suas características até que os transformaram nesse tímido vegetal que aguenta todos os trancos da estrada, dura séculos na geladeira e quase chega a ser crocante em nossos dentes.
Dou-me conta de que há questões mais urgentes a serem tratadas em nosso país: levar água encanada para cinquenta milhões de pessoas, criar escolas que ensinem a ler e escrever de verdade, evitar que a gente morra de bala perdida ou picada de mosquito. Mas queria pedir às autoridades competentes, sejam elas públicas ou privadas, que, depois de resolvidos os pepinos e descascados os abacaxis, ajudem a plantar tomates de verdade no Brasil. A vida é curta, meus caros, e não podemos medir esforços para deixá-la mais doce, macia e suculenta.
(Antonio Prata. Fruto proibido. www.estadao.com.br, 13.12.2010. Adaptado)
No começo do mês, estive em Nova York. Durante as semanas que antecederam a viagem, fui anotando dicas de amigos em folhas de caderno, guardanapos, o que tivesse à mão. Só de “o melhor hambúrguer do mundo”, consegui umas sete sugestões; de “o cheesecake original”, quatro; e, com os endereços para comer sanduíches, enchi frente e verso de um papel A4.
Como amizade e comida boa são duas coisas que respeito muito, em dez dias nos Estados Unidos eu gabaritei as anotações: voltei dois quilos mais gordo e, ainda no avião, fiz a promessa de, nos próximos seis meses, não chegar a menos de dez metros de uma batata frita.
O que de mais saboroso provei por lá, contudo, não foi fast-food nem era uma especialidade local. Trata-se de um vegetal. Ou, para ser mais exato, um fruto: uma dádiva dos deuses que, infelizmente, não a encontramos por aqui. Chama-se tomate.
Assemelha-se bastante, por fora, àquele fruto ao qual, em nosso país, também damos o nome de tomate, mas uma vez que seus dentes penetram a carne macia, o suco abundante escorre pelo queixo e o doce naturalmente se mescla ao sal em sua língua, você entende que está diante de um alimento completamente diferente.
Acontece que a qualidade do tomate está ligada, entre outros fatores, à quantidade de água nele contida. Quanto mais líquido, mais macio e saboroso. O problema é que a maior presença de suco aumenta o sabor na mesma medida em que reduz a durabilidade. Os agricultores, pensando mais na performance de seu produto dentro dos caminhões do que em cima dos pratos, passaram a priorizar os frutos mais “secos”, foram cruzando-os e manipulando suas características até que os transformaram nesse tímido vegetal que aguenta todos os trancos da estrada, dura séculos na geladeira e quase chega a ser crocante em nossos dentes.
Dou-me conta de que há questões mais urgentes a serem tratadas em nosso país: levar água encanada para cinquenta milhões de pessoas, criar escolas que ensinem a ler e escrever de verdade, evitar que a gente morra de bala perdida ou picada de mosquito. Mas queria pedir às autoridades competentes, sejam elas públicas ou privadas, que, depois de resolvidos os pepinos e descascados os abacaxis, ajudem a plantar tomates de verdade no Brasil. A vida é curta, meus caros, e não podemos medir esforços para deixá-la mais doce, macia e suculenta.
(Antonio Prata. Fruto proibido. www.estadao.com.br, 13.12.2010. Adaptado)
No começo do mês, estive em Nova York. Durante as semanas que antecederam a viagem, fui anotando dicas de amigos em folhas de caderno, guardanapos, o que tivesse à mão. Só de “o melhor hambúrguer do mundo”, consegui umas sete sugestões; de “o cheesecake original”, quatro; e, com os endereços para comer sanduíches, enchi frente e verso de um papel A4.
Como amizade e comida boa são duas coisas que respeito muito, em dez dias nos Estados Unidos eu gabaritei as anotações: voltei dois quilos mais gordo e, ainda no avião, fiz a promessa de, nos próximos seis meses, não chegar a menos de dez metros de uma batata frita.
O que de mais saboroso provei por lá, contudo, não foi fast-food nem era uma especialidade local. Trata-se de um vegetal. Ou, para ser mais exato, um fruto: uma dádiva dos deuses que, infelizmente, não a encontramos por aqui. Chama-se tomate.
Assemelha-se bastante, por fora, àquele fruto ao qual, em nosso país, também damos o nome de tomate, mas uma vez que seus dentes penetram a carne macia, o suco abundante escorre pelo queixo e o doce naturalmente se mescla ao sal em sua língua, você entende que está diante de um alimento completamente diferente.
Acontece que a qualidade do tomate está ligada, entre outros fatores, à quantidade de água nele contida. Quanto mais líquido, mais macio e saboroso. O problema é que a maior presença de suco aumenta o sabor na mesma medida em que reduz a durabilidade. Os agricultores, pensando mais na performance de seu produto dentro dos caminhões do que em cima dos pratos, passaram a priorizar os frutos mais “secos”, foram cruzando-os e manipulando suas características até que os transformaram nesse tímido vegetal que aguenta todos os trancos da estrada, dura séculos na geladeira e quase chega a ser crocante em nossos dentes.
Dou-me conta de que há questões mais urgentes a serem tratadas em nosso país: levar água encanada para cinquenta milhões de pessoas, criar escolas que ensinem a ler e escrever de verdade, evitar que a gente morra de bala perdida ou picada de mosquito. Mas queria pedir às autoridades competentes, sejam elas públicas ou privadas, que, depois de resolvidos os pepinos e descascados os abacaxis, ajudem a plantar tomates de verdade no Brasil. A vida é curta, meus caros, e não podemos medir esforços para deixá-la mais doce, macia e suculenta.
(Antonio Prata. Fruto proibido. www.estadao.com.br, 13.12.2010. Adaptado)
No começo do mês, estive em Nova York. Durante as semanas que antecederam a viagem, fui anotando dicas de amigos em folhas de caderno, guardanapos, o que tivesse à mão. Só de “o melhor hambúrguer do mundo”, consegui umas sete sugestões; de “o cheesecake original”, quatro; e, com os endereços para comer sanduíches, enchi frente e verso de um papel A4.
Como amizade e comida boa são duas coisas que respeito muito, em dez dias nos Estados Unidos eu gabaritei as anotações: voltei dois quilos mais gordo e, ainda no avião, fiz a promessa de, nos próximos seis meses, não chegar a menos de dez metros de uma batata frita.
O que de mais saboroso provei por lá, contudo, não foi fast-food nem era uma especialidade local. Trata-se de um vegetal. Ou, para ser mais exato, um fruto: uma dádiva dos deuses que, infelizmente, não a encontramos por aqui. Chama-se tomate.
Assemelha-se bastante, por fora, àquele fruto ao qual, em nosso país, também damos o nome de tomate, mas uma vez que seus dentes penetram a carne macia, o suco abundante escorre pelo queixo e o doce naturalmente se mescla ao sal em sua língua, você entende que está diante de um alimento completamente diferente.
Acontece que a qualidade do tomate está ligada, entre outros fatores, à quantidade de água nele contida. Quanto mais líquido, mais macio e saboroso. O problema é que a maior presença de suco aumenta o sabor na mesma medida em que reduz a durabilidade. Os agricultores, pensando mais na performance de seu produto dentro dos caminhões do que em cima dos pratos, passaram a priorizar os frutos mais “secos”, foram cruzando-os e manipulando suas características até que os transformaram nesse tímido vegetal que aguenta todos os trancos da estrada, dura séculos na geladeira e quase chega a ser crocante em nossos dentes.
Dou-me conta de que há questões mais urgentes a serem tratadas em nosso país: levar água encanada para cinquenta milhões de pessoas, criar escolas que ensinem a ler e escrever de verdade, evitar que a gente morra de bala perdida ou picada de mosquito. Mas queria pedir às autoridades competentes, sejam elas públicas ou privadas, que, depois de resolvidos os pepinos e descascados os abacaxis, ajudem a plantar tomates de verdade no Brasil. A vida é curta, meus caros, e não podemos medir esforços para deixá-la mais doce, macia e suculenta.
(Antonio Prata. Fruto proibido. www.estadao.com.br, 13.12.2010. Adaptado)