Leia o texto para responder a questão.
Anvisa acertou ao proibir cigarro eletrônico
O editorial publicado na edição da Folha de 8 de julho
posiciona-se contra a decisão da Anvisa de manter a proibição do comércio de cigarros eletrônicos. O jornal defende a
ideia de que a “solução racional” seria regulamentar seu uso
adulto.
No entanto, acreditamos que o debate sobre o cigarro eletrônico é mais complexo do que os argumentos apresentados.
Gostaríamos de lembrar que esses produtos são um novo
mercado da indústria do tabaco, a mesma que causa 12% das
mortes no mundo por ano, principalmente por doenças respiratórias, circulatórias, cardiovasculares e neoplásicas, segundo
estimativas da Organização Mundial da Saúde.
Essas indústrias bilionárias introduzem novos produtos
no mercado e investem em marketing para o público jovem,
com o objetivo de aliciar adictos em nicotina. Sobre a dependência, desencorajamos o uso do termo “hábito de fumar”
para se referir a uma das mais desafiadoras dependências
químicas que existem.
Outro ponto é que as fabricantes não são transparentes com relação à composição de substâncias utilizadas nos
dispositivos eletrônicos para fumar. Diferentemente do que
aponta o editorial, há evidências de que os cigarros eletrônicos contenham mais de 2 000 componentes químicos, sendo
a maioria ainda desconhecida por quem os consome.
Portanto, é dever do Estado, sim, proteger as pessoas
da exposição a aditivos tóxicos e cancerígenos e informar
devidamente a população sobre os riscos desses produtos.
(Paulo Corrêa; Ana Helena Ribas. https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/.
19.07.2022. Adaptado)