Leia o texto, para responder à questão.
‘Como Escrever Bem’ vai além dos dogmas e
tabus que cercam o ofício
É extremamente difícil e, mais do que isso, até intimidador tentar escrever um texto sobre um livro que se chama
“Como Escrever Bem”. Trata-se, afinal, de avaliar um clássico que vem atravessando gerações, algo assim como a bíblia
dos manuais de escrita, e falar dele não pode mesmo ser
uma tarefa simples.
Essa poderia ser uma maneira de iniciar este texto. Seria,
porém, uma maneira ruim. O parágrafo acima contraria a
maior parte do que ensina William Zinsser em seu livro. Nele
há advérbios, adjetivos, clichês, períodos longos demais – e
uma autora insegura.
“Como Escrever Bem” é um sucesso desde 1976. Zinsser
o escreveu nas férias do ano anterior. Sua intenção era reunir
em livro o material das aulas que dava na universidade Yale.
Resumindo muito, o que Zinsser propõe é que se busque o essencial, sem firulas. E, aos que acham que cortar
excessos vai estragar seu modo pessoal de escrever, uma
advertência: enfeite não é estilo. Perucas se compram em
loja. Cabelo, não. A analogia capilar em defesa da autenticidade é dele mesmo.
E o que é essencial, então, dos conselhos de Zinsser?
Seja claro. Escreva na ordem direta. Prefira frases breves
com palavras curtas. Fuja dos clichês. Verbos são melhores
que advérbios. Substantivos são melhores que adjetivos.
Corte. Releia. Reescreva. E, sobretudo, confie no seu material.
Zinsser desmonta um relógio na frente do leitor, explicando como as peças se encaixam para o bom funcionamento
do mecanismo. O relógio, no caso, é o relato de uma viagem.
O capítulo é uma boa síntese do que o autor pretende ensinar. Se o tema e o momento parecem distantes, as lições que
ele propicia continuam vigentes.
(Francesca Angiolillo.
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2022/01/como-escrever-bemvai-alem-dos-dogmas-e-tabus-que-cercam-o-oficio.shtml.
01.01.2022. Adaptado)