Questões de Concurso Público UNICAMP 2022 para Analista de Redes e Comunicação de Dados

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Q2052413 Português
   O ano de 1833 aproximava-se do fim. A população de Santa Fé estava alvoroçada, pois confirmara-se a notícia de que em 1834 o povoado seria elevado a vila. No entanto o assunto preferido de todas as rodas era a política. Gente bem informada, vinda de Porto Alegre e do Rio Pardo, contava histórias sombrias. Depois da abdicação de d. Pedro I, as coisas na Corte andavam confusas. Seu filho, o Príncipe d. Pedro, não podia ser coroado porque era muito criança. Ali mesmo em Santa Fé, bem como acontecia nas carreiras, as pessoas tomavam partido. Uns eram pela maioridade; outros achavam que o melhor mesmo era que uma junta de homens direitos e sábios ficasse no governo. […]
    Muitas vezes o pe. Lara ia conversar com o cel. Ricardo no casario de pedra e vinha de lá com “notícias frescas”, que transmitia a alguns amigos na venda do Nicolau ou na do cap. Rodrigo. O cel. Amaral inclinava-se ora para o lado do Partido Restaurador, que desejava a volta de d. Pedro I ao trono, ora para o Partido Liberal de Bento Gonçalves, que se opunha àquele. Os restauradores tinham fundado a Sociedade Militar e Bento Gonçalves trouxera do Rio de Janeiro a promessa do governo central de impedir o funcionamento desse clube, que os liberais classificavam de retrógrado. Tudo parecia resolvido quando o comandante militar da Província, Sebastião Barreto, de novo tentou reerguer a Sociedade. Bento Amaral – que agora era representante em Santa Fé do juiz de paz de São Borja – chegara, havia pouco, de Porto Alegre e contava que a Câmara Municipal dera seu apoio aos liberais e que por sua vez o presidente da Província censurara esse pronunciamento da Câmara. Nas ruas da cidade, liberais e restauradores discutiam, diziam-se nomes, engalfinhavam-se a tapas e socos.

(Erico Verissimo. Um certo capitão Rodrigo. Companhia das Letras, 2005)

De acordo com informações presentes no texto, é correto afirmar que
Alternativas
Q2052414 Português
   O ano de 1833 aproximava-se do fim. A população de Santa Fé estava alvoroçada, pois confirmara-se a notícia de que em 1834 o povoado seria elevado a vila. No entanto o assunto preferido de todas as rodas era a política. Gente bem informada, vinda de Porto Alegre e do Rio Pardo, contava histórias sombrias. Depois da abdicação de d. Pedro I, as coisas na Corte andavam confusas. Seu filho, o Príncipe d. Pedro, não podia ser coroado porque era muito criança. Ali mesmo em Santa Fé, bem como acontecia nas carreiras, as pessoas tomavam partido. Uns eram pela maioridade; outros achavam que o melhor mesmo era que uma junta de homens direitos e sábios ficasse no governo. […]
    Muitas vezes o pe. Lara ia conversar com o cel. Ricardo no casario de pedra e vinha de lá com “notícias frescas”, que transmitia a alguns amigos na venda do Nicolau ou na do cap. Rodrigo. O cel. Amaral inclinava-se ora para o lado do Partido Restaurador, que desejava a volta de d. Pedro I ao trono, ora para o Partido Liberal de Bento Gonçalves, que se opunha àquele. Os restauradores tinham fundado a Sociedade Militar e Bento Gonçalves trouxera do Rio de Janeiro a promessa do governo central de impedir o funcionamento desse clube, que os liberais classificavam de retrógrado. Tudo parecia resolvido quando o comandante militar da Província, Sebastião Barreto, de novo tentou reerguer a Sociedade. Bento Amaral – que agora era representante em Santa Fé do juiz de paz de São Borja – chegara, havia pouco, de Porto Alegre e contava que a Câmara Municipal dera seu apoio aos liberais e que por sua vez o presidente da Província censurara esse pronunciamento da Câmara. Nas ruas da cidade, liberais e restauradores discutiam, diziam-se nomes, engalfinhavam-se a tapas e socos.

(Erico Verissimo. Um certo capitão Rodrigo. Companhia das Letras, 2005)

Um vocábulo empregado com sentido figurado, no contexto em que se encontra, está em destaque em: 
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Respostas
1: D
2: B