Questões de Concurso Público Prefeitura de Piracicaba - SP 2023 para Médico Veterinário

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Q2109657 Português
Leia o texto para responder à questão.

Ironia

   Ouvi de Nizan Guanaes, um dos maiores publicitários brasileiros, uma frase que não sei se é mesmo dele, mas é verdadeira à beça: comunicação não é o que a gente diz, e sim o que os outros entendem.
   Ou seja, se você disse alguma coisa que o outro não entendeu, ou entendeu errado, a comunicação foi feita igual, só que não saiu como você queria. Isso acontece muito quando se emprega a ironia, coisa que faço eventualmente e que pelo visto faço mal, caso contrário meus leitores não ficariam tão indignados.
   Há pouco tempo escrevi uma crônica ligeiramente debochada, onde eu dizia que, depois de assistir ao programa “No Limite”, havia chegado à conclusão de que não sobreviveria cinco minutos na selva, mesmo tendo lido todos os livros que li, e que portanto o futuro não era dos ratos de biblioteca, e sim dos escoteiros. Para quê.
   Meu correio eletrônico sofreu uma avalanche de cartas de leitores. Uma parte deles quase teve uma síncope por eu ter afirmado que escrever e ler eram coisas desnecessárias e tentou, com muita educação e argumentação, me convencer a não desistir da profissão e de seguir incentivando os estudantes a encararem os livros. O outro grupo não quis saber de papo, já saiu me chamando de irresponsável para fora. Os únicos que adoraram a crônica, adivinhe: foram os escoteiros. Ironia é dizer exatamente o contrário daquilo que se está pensando ou sentindo, geralmente com uma intenção sarcástica. Ironizar é depreciar com humor.
   Existem mil maneiras de se dizer a mesma coisa. Ao usar a ironia o escritor convida o leitor a pensar, fazendo com que ele se sinta coautor daquele pensamento pelo simples fato de ter compreendido seu significado. A ironia enlaça, a ironia perturba, a ironia é zombeteira.
   A ironia comunica mais do que a verdade nua e crua. Mas só funciona quando os outros entendem.


(Marta Medeiros. Non-Stop: Crônicas do Cotidiano. Porto Alegre: L&PM, 2015)
No texto, a autora discute
Alternativas
Q2109658 Português
Leia o texto para responder à questão.

Ironia

   Ouvi de Nizan Guanaes, um dos maiores publicitários brasileiros, uma frase que não sei se é mesmo dele, mas é verdadeira à beça: comunicação não é o que a gente diz, e sim o que os outros entendem.
   Ou seja, se você disse alguma coisa que o outro não entendeu, ou entendeu errado, a comunicação foi feita igual, só que não saiu como você queria. Isso acontece muito quando se emprega a ironia, coisa que faço eventualmente e que pelo visto faço mal, caso contrário meus leitores não ficariam tão indignados.
   Há pouco tempo escrevi uma crônica ligeiramente debochada, onde eu dizia que, depois de assistir ao programa “No Limite”, havia chegado à conclusão de que não sobreviveria cinco minutos na selva, mesmo tendo lido todos os livros que li, e que portanto o futuro não era dos ratos de biblioteca, e sim dos escoteiros. Para quê.
   Meu correio eletrônico sofreu uma avalanche de cartas de leitores. Uma parte deles quase teve uma síncope por eu ter afirmado que escrever e ler eram coisas desnecessárias e tentou, com muita educação e argumentação, me convencer a não desistir da profissão e de seguir incentivando os estudantes a encararem os livros. O outro grupo não quis saber de papo, já saiu me chamando de irresponsável para fora. Os únicos que adoraram a crônica, adivinhe: foram os escoteiros. Ironia é dizer exatamente o contrário daquilo que se está pensando ou sentindo, geralmente com uma intenção sarcástica. Ironizar é depreciar com humor.
   Existem mil maneiras de se dizer a mesma coisa. Ao usar a ironia o escritor convida o leitor a pensar, fazendo com que ele se sinta coautor daquele pensamento pelo simples fato de ter compreendido seu significado. A ironia enlaça, a ironia perturba, a ironia é zombeteira.
   A ironia comunica mais do que a verdade nua e crua. Mas só funciona quando os outros entendem.


(Marta Medeiros. Non-Stop: Crônicas do Cotidiano. Porto Alegre: L&PM, 2015)
Conforme a autora,
Alternativas
Q2109659 Português
Leia o texto para responder à questão.

Ironia

   Ouvi de Nizan Guanaes, um dos maiores publicitários brasileiros, uma frase que não sei se é mesmo dele, mas é verdadeira à beça: comunicação não é o que a gente diz, e sim o que os outros entendem.
   Ou seja, se você disse alguma coisa que o outro não entendeu, ou entendeu errado, a comunicação foi feita igual, só que não saiu como você queria. Isso acontece muito quando se emprega a ironia, coisa que faço eventualmente e que pelo visto faço mal, caso contrário meus leitores não ficariam tão indignados.
   Há pouco tempo escrevi uma crônica ligeiramente debochada, onde eu dizia que, depois de assistir ao programa “No Limite”, havia chegado à conclusão de que não sobreviveria cinco minutos na selva, mesmo tendo lido todos os livros que li, e que portanto o futuro não era dos ratos de biblioteca, e sim dos escoteiros. Para quê.
   Meu correio eletrônico sofreu uma avalanche de cartas de leitores. Uma parte deles quase teve uma síncope por eu ter afirmado que escrever e ler eram coisas desnecessárias e tentou, com muita educação e argumentação, me convencer a não desistir da profissão e de seguir incentivando os estudantes a encararem os livros. O outro grupo não quis saber de papo, já saiu me chamando de irresponsável para fora. Os únicos que adoraram a crônica, adivinhe: foram os escoteiros. Ironia é dizer exatamente o contrário daquilo que se está pensando ou sentindo, geralmente com uma intenção sarcástica. Ironizar é depreciar com humor.
   Existem mil maneiras de se dizer a mesma coisa. Ao usar a ironia o escritor convida o leitor a pensar, fazendo com que ele se sinta coautor daquele pensamento pelo simples fato de ter compreendido seu significado. A ironia enlaça, a ironia perturba, a ironia é zombeteira.
   A ironia comunica mais do que a verdade nua e crua. Mas só funciona quando os outros entendem.


(Marta Medeiros. Non-Stop: Crônicas do Cotidiano. Porto Alegre: L&PM, 2015)
Considere a seguinte passagem do 4º parágrafo:

... quase teve uma síncope por eu ter afirmado que escrever e ler eram coisas desnecessárias e tentou, com muita educação e argumentação, me convencer a não desistir...

As expressões destacadas na passagem exprimem, respectivamente, sentido de
Alternativas
Q2109660 Português
Leia o texto para responder à questão.

Ironia

   Ouvi de Nizan Guanaes, um dos maiores publicitários brasileiros, uma frase que não sei se é mesmo dele, mas é verdadeira à beça: comunicação não é o que a gente diz, e sim o que os outros entendem.
   Ou seja, se você disse alguma coisa que o outro não entendeu, ou entendeu errado, a comunicação foi feita igual, só que não saiu como você queria. Isso acontece muito quando se emprega a ironia, coisa que faço eventualmente e que pelo visto faço mal, caso contrário meus leitores não ficariam tão indignados.
   Há pouco tempo escrevi uma crônica ligeiramente debochada, onde eu dizia que, depois de assistir ao programa “No Limite”, havia chegado à conclusão de que não sobreviveria cinco minutos na selva, mesmo tendo lido todos os livros que li, e que portanto o futuro não era dos ratos de biblioteca, e sim dos escoteiros. Para quê.
   Meu correio eletrônico sofreu uma avalanche de cartas de leitores. Uma parte deles quase teve uma síncope por eu ter afirmado que escrever e ler eram coisas desnecessárias e tentou, com muita educação e argumentação, me convencer a não desistir da profissão e de seguir incentivando os estudantes a encararem os livros. O outro grupo não quis saber de papo, já saiu me chamando de irresponsável para fora. Os únicos que adoraram a crônica, adivinhe: foram os escoteiros. Ironia é dizer exatamente o contrário daquilo que se está pensando ou sentindo, geralmente com uma intenção sarcástica. Ironizar é depreciar com humor.
   Existem mil maneiras de se dizer a mesma coisa. Ao usar a ironia o escritor convida o leitor a pensar, fazendo com que ele se sinta coautor daquele pensamento pelo simples fato de ter compreendido seu significado. A ironia enlaça, a ironia perturba, a ironia é zombeteira.
   A ironia comunica mais do que a verdade nua e crua. Mas só funciona quando os outros entendem.


(Marta Medeiros. Non-Stop: Crônicas do Cotidiano. Porto Alegre: L&PM, 2015)
O termo em destaque na frase “Meu correio eletrônico sofreu uma avalanche de cartas de leitores...” exprime, em sentido
Alternativas
Q2109661 Português
Leia o texto para responder à questão.

Ironia

   Ouvi de Nizan Guanaes, um dos maiores publicitários brasileiros, uma frase que não sei se é mesmo dele, mas é verdadeira à beça: comunicação não é o que a gente diz, e sim o que os outros entendem.
   Ou seja, se você disse alguma coisa que o outro não entendeu, ou entendeu errado, a comunicação foi feita igual, só que não saiu como você queria. Isso acontece muito quando se emprega a ironia, coisa que faço eventualmente e que pelo visto faço mal, caso contrário meus leitores não ficariam tão indignados.
   Há pouco tempo escrevi uma crônica ligeiramente debochada, onde eu dizia que, depois de assistir ao programa “No Limite”, havia chegado à conclusão de que não sobreviveria cinco minutos na selva, mesmo tendo lido todos os livros que li, e que portanto o futuro não era dos ratos de biblioteca, e sim dos escoteiros. Para quê.
   Meu correio eletrônico sofreu uma avalanche de cartas de leitores. Uma parte deles quase teve uma síncope por eu ter afirmado que escrever e ler eram coisas desnecessárias e tentou, com muita educação e argumentação, me convencer a não desistir da profissão e de seguir incentivando os estudantes a encararem os livros. O outro grupo não quis saber de papo, já saiu me chamando de irresponsável para fora. Os únicos que adoraram a crônica, adivinhe: foram os escoteiros. Ironia é dizer exatamente o contrário daquilo que se está pensando ou sentindo, geralmente com uma intenção sarcástica. Ironizar é depreciar com humor.
   Existem mil maneiras de se dizer a mesma coisa. Ao usar a ironia o escritor convida o leitor a pensar, fazendo com que ele se sinta coautor daquele pensamento pelo simples fato de ter compreendido seu significado. A ironia enlaça, a ironia perturba, a ironia é zombeteira.
   A ironia comunica mais do que a verdade nua e crua. Mas só funciona quando os outros entendem.


(Marta Medeiros. Non-Stop: Crônicas do Cotidiano. Porto Alegre: L&PM, 2015)
Assinale a alternativa em que a concordância verbal e nominal está em conformidade com a norma-padrão da língua.
Alternativas
Q2109662 Português
Leia o texto para responder à questão.


Atraso secular

   A lista de problemas que explicam o fracasso do Brasil é enorme, mas a âncora mais pesada me parece ser a da educação. Sem avanços substanciais aí, tende a zero a chance de o país entrar no clube das nações desenvolvidas.
   “O Ponto a que Chegamos”, de Antônio Gois, mostra por que o Brasil vem dando errado. O livro radiografa a evolução da educação no Brasil. Eu sempre soube que nosso atraso na matéria tinha raízes históricas, mas me impressionou a escala em que isso ocorre.
  A Prússia determinou a obrigatoriedade do ensino primário no século 18. França, Inglaterra e EUA não demoraram a imitar os alemães. Por aqui, no papel, até que as coisas não pareciam tão ruins. A primeira Constituição brasileira, de 1824, já definia que a instrução primária seria gratuita e aberta a todos. Se isso fosse verdade, seriam só cem anos de atraso. Mas, no mundo real, a disposição constitucional jamais “pegou”.
   Em 1900, a proporção de alunos entre 5 e 14 anos matriculados em escolas primárias no Brasil era de ridículos 10%. Nos EUA, essa cifra atingia 94%. Ficávamos atrás de praticamente todos os nossos vizinhos. E nas décadas seguintes a situação mudaria muito pouco. Só universalizamos de fato o ensino primário (fundamental) nos anos 1990. Ainda não obtivemos esse êxito no médio.
  Repetência, que quase sempre resulta em abandono, e baixo aproveitamento permanecem problemas crônicos. O financiamento hoje é mais adequado e, aos poucos e de forma desigual, algumas redes vinham avançando na qualidade, até a pandemia. O otimista pode até se regozijar, se considerarmos que foi nos últimos 30 anos que as conquistas se concentraram. O problema é que séculos de atraso não vão embora assim tão facilmente.


(Hélio Schwartsman. https://www1.folha.uol.com.br/colunas. 03.09.2022. Adaptado)
Conforme o texto,
Alternativas
Q2109663 Português
Leia o texto para responder à questão.


Atraso secular

   A lista de problemas que explicam o fracasso do Brasil é enorme, mas a âncora mais pesada me parece ser a da educação. Sem avanços substanciais aí, tende a zero a chance de o país entrar no clube das nações desenvolvidas.
   “O Ponto a que Chegamos”, de Antônio Gois, mostra por que o Brasil vem dando errado. O livro radiografa a evolução da educação no Brasil. Eu sempre soube que nosso atraso na matéria tinha raízes históricas, mas me impressionou a escala em que isso ocorre.
  A Prússia determinou a obrigatoriedade do ensino primário no século 18. França, Inglaterra e EUA não demoraram a imitar os alemães. Por aqui, no papel, até que as coisas não pareciam tão ruins. A primeira Constituição brasileira, de 1824, já definia que a instrução primária seria gratuita e aberta a todos. Se isso fosse verdade, seriam só cem anos de atraso. Mas, no mundo real, a disposição constitucional jamais “pegou”.
   Em 1900, a proporção de alunos entre 5 e 14 anos matriculados em escolas primárias no Brasil era de ridículos 10%. Nos EUA, essa cifra atingia 94%. Ficávamos atrás de praticamente todos os nossos vizinhos. E nas décadas seguintes a situação mudaria muito pouco. Só universalizamos de fato o ensino primário (fundamental) nos anos 1990. Ainda não obtivemos esse êxito no médio.
  Repetência, que quase sempre resulta em abandono, e baixo aproveitamento permanecem problemas crônicos. O financiamento hoje é mais adequado e, aos poucos e de forma desigual, algumas redes vinham avançando na qualidade, até a pandemia. O otimista pode até se regozijar, se considerarmos que foi nos últimos 30 anos que as conquistas se concentraram. O problema é que séculos de atraso não vão embora assim tão facilmente.


(Hélio Schwartsman. https://www1.folha.uol.com.br/colunas. 03.09.2022. Adaptado)
Conforme expressa o autor, em relação à educação,
Alternativas
Q2109664 Português
Leia o texto para responder à questão.


Atraso secular

   A lista de problemas que explicam o fracasso do Brasil é enorme, mas a âncora mais pesada me parece ser a da educação. Sem avanços substanciais aí, tende a zero a chance de o país entrar no clube das nações desenvolvidas.
   “O Ponto a que Chegamos”, de Antônio Gois, mostra por que o Brasil vem dando errado. O livro radiografa a evolução da educação no Brasil. Eu sempre soube que nosso atraso na matéria tinha raízes históricas, mas me impressionou a escala em que isso ocorre.
  A Prússia determinou a obrigatoriedade do ensino primário no século 18. França, Inglaterra e EUA não demoraram a imitar os alemães. Por aqui, no papel, até que as coisas não pareciam tão ruins. A primeira Constituição brasileira, de 1824, já definia que a instrução primária seria gratuita e aberta a todos. Se isso fosse verdade, seriam só cem anos de atraso. Mas, no mundo real, a disposição constitucional jamais “pegou”.
   Em 1900, a proporção de alunos entre 5 e 14 anos matriculados em escolas primárias no Brasil era de ridículos 10%. Nos EUA, essa cifra atingia 94%. Ficávamos atrás de praticamente todos os nossos vizinhos. E nas décadas seguintes a situação mudaria muito pouco. Só universalizamos de fato o ensino primário (fundamental) nos anos 1990. Ainda não obtivemos esse êxito no médio.
  Repetência, que quase sempre resulta em abandono, e baixo aproveitamento permanecem problemas crônicos. O financiamento hoje é mais adequado e, aos poucos e de forma desigual, algumas redes vinham avançando na qualidade, até a pandemia. O otimista pode até se regozijar, se considerarmos que foi nos últimos 30 anos que as conquistas se concentraram. O problema é que séculos de atraso não vão embora assim tão facilmente.


(Hélio Schwartsman. https://www1.folha.uol.com.br/colunas. 03.09.2022. Adaptado)
Na passagem do 3o parágrafo “Se isso fosse verdade, seriam só cem anos de atraso. Mas, no mundo real, a disposição constitucional jamais ‘pegou’”, as conjunções destacadas estabelecem, respectivamente, relações com sentido de
Alternativas
Q2109665 Português
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Atraso secular

   A lista de problemas que explicam o fracasso do Brasil é enorme, mas a âncora mais pesada me parece ser a da educação. Sem avanços substanciais aí, tende a zero a chance de o país entrar no clube das nações desenvolvidas.
   “O Ponto a que Chegamos”, de Antônio Gois, mostra por que o Brasil vem dando errado. O livro radiografa a evolução da educação no Brasil. Eu sempre soube que nosso atraso na matéria tinha raízes históricas, mas me impressionou a escala em que isso ocorre.
  A Prússia determinou a obrigatoriedade do ensino primário no século 18. França, Inglaterra e EUA não demoraram a imitar os alemães. Por aqui, no papel, até que as coisas não pareciam tão ruins. A primeira Constituição brasileira, de 1824, já definia que a instrução primária seria gratuita e aberta a todos. Se isso fosse verdade, seriam só cem anos de atraso. Mas, no mundo real, a disposição constitucional jamais “pegou”.
   Em 1900, a proporção de alunos entre 5 e 14 anos matriculados em escolas primárias no Brasil era de ridículos 10%. Nos EUA, essa cifra atingia 94%. Ficávamos atrás de praticamente todos os nossos vizinhos. E nas décadas seguintes a situação mudaria muito pouco. Só universalizamos de fato o ensino primário (fundamental) nos anos 1990. Ainda não obtivemos esse êxito no médio.
  Repetência, que quase sempre resulta em abandono, e baixo aproveitamento permanecem problemas crônicos. O financiamento hoje é mais adequado e, aos poucos e de forma desigual, algumas redes vinham avançando na qualidade, até a pandemia. O otimista pode até se regozijar, se considerarmos que foi nos últimos 30 anos que as conquistas se concentraram. O problema é que séculos de atraso não vão embora assim tão facilmente.


(Hélio Schwartsman. https://www1.folha.uol.com.br/colunas. 03.09.2022. Adaptado)
Assinale a alternativa em que, com a inserção das vírgulas, a redação permanece em conformidade com a norma-padrão da língua.
Alternativas
Q2109666 Português
Leia o texto para responder à questão.


Atraso secular

   A lista de problemas que explicam o fracasso do Brasil é enorme, mas a âncora mais pesada me parece ser a da educação. Sem avanços substanciais aí, tende a zero a chance de o país entrar no clube das nações desenvolvidas.
   “O Ponto a que Chegamos”, de Antônio Gois, mostra por que o Brasil vem dando errado. O livro radiografa a evolução da educação no Brasil. Eu sempre soube que nosso atraso na matéria tinha raízes históricas, mas me impressionou a escala em que isso ocorre.
  A Prússia determinou a obrigatoriedade do ensino primário no século 18. França, Inglaterra e EUA não demoraram a imitar os alemães. Por aqui, no papel, até que as coisas não pareciam tão ruins. A primeira Constituição brasileira, de 1824, já definia que a instrução primária seria gratuita e aberta a todos. Se isso fosse verdade, seriam só cem anos de atraso. Mas, no mundo real, a disposição constitucional jamais “pegou”.
   Em 1900, a proporção de alunos entre 5 e 14 anos matriculados em escolas primárias no Brasil era de ridículos 10%. Nos EUA, essa cifra atingia 94%. Ficávamos atrás de praticamente todos os nossos vizinhos. E nas décadas seguintes a situação mudaria muito pouco. Só universalizamos de fato o ensino primário (fundamental) nos anos 1990. Ainda não obtivemos esse êxito no médio.
  Repetência, que quase sempre resulta em abandono, e baixo aproveitamento permanecem problemas crônicos. O financiamento hoje é mais adequado e, aos poucos e de forma desigual, algumas redes vinham avançando na qualidade, até a pandemia. O otimista pode até se regozijar, se considerarmos que foi nos últimos 30 anos que as conquistas se concentraram. O problema é que séculos de atraso não vão embora assim tão facilmente.


(Hélio Schwartsman. https://www1.folha.uol.com.br/colunas. 03.09.2022. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a colocação do pronome está em conformidade com a norma-padrão da língua.
Alternativas
Respostas
1: D
2: D
3: B
4: C
5: A
6: C
7: E
8: A
9: C
10: A