Questões de Concurso Sobre português para fundatec

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Q2779204 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.


Qual é o limite das minhas capacidades intelectuais?


  1. Eis a grande pergunta. Mas, para respondê-la, precisamos definir a que nos referimos quando
  2. falamos de capacidade intelectual. Seria a capacidade de cada pessoa tomar decisões, pensar e
  3. aprender tanto uma atividade motora como um conceito. Uma vez clara essa questão, a resposta
  4. sobre o limite da capacidade intelectual, sua ou de qualquer um, deve começar por dizer que há
  5. três fatores que estabelecem esses limites.
  6. O primeiro seria a capacidade intelectual dada por sua genética, pelo genoma que você herdou
  7. de seus antepassados. Essa carga genética é diferente em cada pessoa. Depois haveria uma
  8. segunda parte que é o treinamento, o exercício da capacidade intelectual. E o terceiro é o
  9. ambiente onde a pessoa vive e que pode lhe permitir ou não desenvolver mais ou menos tanto
  10. sua capacidade inata como o treinamento e a educação. Ou seja, você pode ter uma enorme
  11. capacidade para aprender chinês, mas se jamais em sua vida for exposta a essa língua, não a
  12. aprenderá.
  13. Uma vez que temos claro que esses são os três limites, é preciso explicar também que a
  14. combinação deles é o que tornará sua capacidade intelectual maior ou menor. Por exemplo, pode
  15. haver alguém com não muita capacidade inata, mas que esteja decidido a ampliar muito seu
  16. horizonte intelectual – o que ele deve fazer é muito treinamento. Talvez essa seja a chave que
  17. explica _____ todos os esportistas, músicos ou qualquer um que seja muito bom numa
  18. determinada tarefa é tão bom assim _____ treina muito, além de ter de saída uma grande
  19. capacidade inata, pois só tendo predisposição para isso não conseguiriam. Mas também é preciso
  20. deixar claro que o desenvolvimento de algumas capacidades só com treinamento às vezes é
  21. complicado e não permite alcançar um grau de excelência enorme, embora ajude a melhorar.
  22. Também é muito importante considerar o ambiente – certeza que lhe ocorrem nomes de pessoas
  23. que se destacam em alguns aspectos simplesmente _____ estão em um ambiente muito propício.
  24. Há outro aspecto relacionado com a inteligência que é fundamental na hora de avaliar a
  25. capacidade de uma pessoa: a tomada de decisões. Isso quer dizer que também falamos de
  26. inteligência ou capacidade intelectual naquela vertente em que uma pessoa tomaria uma
  27. determinada decisão entre todas as que possa tomar. Aqui não estaríamos melhorando uma
  28. habilidade, mas sim falando de uma pessoa inteligente no sentido de que toma a melhor decisão.
  29. Podemos ver pessoas quase iletradas, como alguém que cuida um rebanho e que toma ....... boas
  30. decisões com relação a conseguir que este rebanho siga ....... – isto seria um comportamento
  31. claramente inteligente, embora essa pessoa provavelmente obtivesse ....... resultados em uma
  32. prova que medisse outro tipo de capacidade intelectual.
  33. Assim, resumindo, existe de fato um limite para a capacidade intelectual, _____
  34. geneticamente o temos. Por exemplo, você poderia chegar a falar muito bem um idioma devido
  35. à exposição a ele e ao treino, mas ser incapaz de alcançar o nível fonético dos que são nativos
  36. do lugar. Também é preciso ter claro que se uma pessoa trabalhar duro pode reduzir, e até muito
  37. essas limitações. Durante muito tempo parecia que com a educação era possível conseguir tudo,
  38. e isso não é totalmente verdade. Concluindo, há limites, mas também há uma grande
  39. variabilidade, e se as pessoas trabalharem e não houver uma doença ou uma lesão, pode-se
  40. chegar a conseguir muitíssimo.


Adaptado de: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/13/ciencia/1534154167_450036.html

A respeito do correto uso dos porquês, assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas tracejadas das linhas 17, 18, 23 e 33.

Alternativas
Q2777553 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.

Todo mundo tem pelo menos um esqueleto escondido no armário


  1. Quando o suposto “defeito” fica na parte de fora da gente, aprendemos a disfarçá-lo;
  2. com cortes de cabelo, maquiagem, roupas que nos favoreçam, filtros fotográficos e o que mais
  3. estiver ao nosso alcance para que possamos exibir ao mundo uma imagem mais aceita e
  4. “curtível”. Já quando a incongruência vem de dentro, do nosso caráter ou do nosso DNA
  5. afetivo, aí a coisa fica um pouquinho mais complicada. Para nossas distorções internas não ___
  6. filtro, roupa de grife ou tratamento estético que dê jeito. O mais estranho é que, talvez, seja
  7. exatamente essa maior dificuldade encontrada o que nos torna tão especialistas em camuflar
  8. nossas partes internas mais densas, pesadas, estranhas e rejeitadas. Por exemplo, reparou
  9. como todo mundo se sente vítima da inveja, mas ninguém assume ser invejoso? Essa conta
  10. simplesmente não fecha; sobra “x”, sobra incógnitas, sobra dividendos e zeros depois da
  11. vírgula. E a explicação para essa transgressão matemática é muito simples: a nossa
  12. configuração interna não é exata, não flutua segundo a orientação dos maravilhosos (e
  13. assustadores) algoritmos, não há fórmula racional possível para equalizar nossas demandas
  14. emocionais, nossas batalhas diárias contra nosso mais terrível inimigo: a falta de
  15. autoconhecimento.
  16. Somos completos estranhos para nós mesmos. Essa personagem que acorda conosco
  17. dentro de nós apenas imagina quem seja essa outra personagem que a gente vê no espelho, e
  18. vice-versa. Somos pelo menos dois tentando fazer dar certo um casamento indissolúvel. O fato
  19. é que passamos a vida julgando os outros, querendo os outros, desejando os outros, rejeitando
  20. os outros, perseguindo os outros e descartando os outros, para tentar escapar do nosso
  21. intransferível destino: somos completamente incapazes de sentir por nós mesmos todas essas
  22. complexas paixões de aproximação e desapego. Então, para não termos de encarar de frente
  23. esse desafio enorme que é desencavarmos esse fóssil humano de nós mesmos, soterrado sob
  24. inúmeras camadas de poeira, pedra e lágrimas, seguimos fingindo que está tudo bem.
  25. Arranjamos jeitos de doer menos, nos cercamos de crenças – religiosas ou não – para nos
  26. acalmar a angústia diante da nossa indisfarçável imperfeição. Seguimos recitando pequenas
  27. ladainhas, invocando algum deus ou sábio, a fim de explicar ou abençoar nossas pretensões à
  28. uma suposta santidade ou – ainda mais ambiciosos – a fim de alcançar uma coisa chamada
  29. “paz interior”.
  30. É, companheiro, só a gente mesmo para entender o quão complexo, custoso e
  31. desafiador é carregar-nos todo santo dia para cima e para baixo. E haja academia, terapia,
  32. creme hidratante, plástica capilar, fruta orgânica e receitas sem carboidrato para caber em tão
  33. descabida expectativa. Quem sabe não esteja na hora de visitarmos aquele porão esquecido,
  34. frio e escurinho. Abrir aquele armário secreto, trancado a sete chaves e dar uma boa olhada
  35. naquele esqueletinho que padece ali, abandonado e sem afeto. Imagine cada um de nós
  36. andando por aí com seu podre revelado… Talvez, de início se instalasse o caos. Sim, _______
  37. desacostumamos demais da verdade. Porque, no começo, insistiríamos em afirmar que o
  38. esqueleto do outro é muito mais temível do que o nosso. Entretanto, passado um tempo…
  39. acabaríamos compreendendo que não há uma variedade assim tão grande de defeitos. Nossos
  40. horrores internos são, na verdade, muito mais parecidos do que a nossa vitrine inventada e
  41. mantida com tanto custo. Reveladas nossas entranhas esquisitas, acabaríamos tirando um peso
  42. enorme do peito e das costas e descobriríamos que nossas faltas, assim como nossos excessos,
  43. são apenas casquinhas de feridas que ainda não aprendemos a curar.

Texto especialmente adaptado para esta prova. Disponível em https://www.contioutra.com/todo-mundo-tem-pelo-menos-um-esqueleto-escondido-no-armario/. Acesso em 9 set. 2018.

As lacunas das linhas 05 e 36 podem ser respectivamente preenchidas de forma correta por:

Alternativas
Q2777552 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.

Todo mundo tem pelo menos um esqueleto escondido no armário


  1. Quando o suposto “defeito” fica na parte de fora da gente, aprendemos a disfarçá-lo;
  2. com cortes de cabelo, maquiagem, roupas que nos favoreçam, filtros fotográficos e o que mais
  3. estiver ao nosso alcance para que possamos exibir ao mundo uma imagem mais aceita e
  4. “curtível”. Já quando a incongruência vem de dentro, do nosso caráter ou do nosso DNA
  5. afetivo, aí a coisa fica um pouquinho mais complicada. Para nossas distorções internas não ___
  6. filtro, roupa de grife ou tratamento estético que dê jeito. O mais estranho é que, talvez, seja
  7. exatamente essa maior dificuldade encontrada o que nos torna tão especialistas em camuflar
  8. nossas partes internas mais densas, pesadas, estranhas e rejeitadas. Por exemplo, reparou
  9. como todo mundo se sente vítima da inveja, mas ninguém assume ser invejoso? Essa conta
  10. simplesmente não fecha; sobra “x”, sobra incógnitas, sobra dividendos e zeros depois da
  11. vírgula. E a explicação para essa transgressão matemática é muito simples: a nossa
  12. configuração interna não é exata, não flutua segundo a orientação dos maravilhosos (e
  13. assustadores) algoritmos, não há fórmula racional possível para equalizar nossas demandas
  14. emocionais, nossas batalhas diárias contra nosso mais terrível inimigo: a falta de
  15. autoconhecimento.
  16. Somos completos estranhos para nós mesmos. Essa personagem que acorda conosco
  17. dentro de nós apenas imagina quem seja essa outra personagem que a gente vê no espelho, e
  18. vice-versa. Somos pelo menos dois tentando fazer dar certo um casamento indissolúvel. O fato
  19. é que passamos a vida julgando os outros, querendo os outros, desejando os outros, rejeitando
  20. os outros, perseguindo os outros e descartando os outros, para tentar escapar do nosso
  21. intransferível destino: somos completamente incapazes de sentir por nós mesmos todas essas
  22. complexas paixões de aproximação e desapego. Então, para não termos de encarar de frente
  23. esse desafio enorme que é desencavarmos esse fóssil humano de nós mesmos, soterrado sob
  24. inúmeras camadas de poeira, pedra e lágrimas, seguimos fingindo que está tudo bem.
  25. Arranjamos jeitos de doer menos, nos cercamos de crenças – religiosas ou não – para nos
  26. acalmar a angústia diante da nossa indisfarçável imperfeição. Seguimos recitando pequenas
  27. ladainhas, invocando algum deus ou sábio, a fim de explicar ou abençoar nossas pretensões à
  28. uma suposta santidade ou – ainda mais ambiciosos – a fim de alcançar uma coisa chamada
  29. “paz interior”.
  30. É, companheiro, só a gente mesmo para entender o quão complexo, custoso e
  31. desafiador é carregar-nos todo santo dia para cima e para baixo. E haja academia, terapia,
  32. creme hidratante, plástica capilar, fruta orgânica e receitas sem carboidrato para caber em tão
  33. descabida expectativa. Quem sabe não esteja na hora de visitarmos aquele porão esquecido,
  34. frio e escurinho. Abrir aquele armário secreto, trancado a sete chaves e dar uma boa olhada
  35. naquele esqueletinho que padece ali, abandonado e sem afeto. Imagine cada um de nós
  36. andando por aí com seu podre revelado… Talvez, de início se instalasse o caos. Sim, _______
  37. desacostumamos demais da verdade. Porque, no começo, insistiríamos em afirmar que o
  38. esqueleto do outro é muito mais temível do que o nosso. Entretanto, passado um tempo…
  39. acabaríamos compreendendo que não há uma variedade assim tão grande de defeitos. Nossos
  40. horrores internos são, na verdade, muito mais parecidos do que a nossa vitrine inventada e
  41. mantida com tanto custo. Reveladas nossas entranhas esquisitas, acabaríamos tirando um peso
  42. enorme do peito e das costas e descobriríamos que nossas faltas, assim como nossos excessos,
  43. são apenas casquinhas de feridas que ainda não aprendemos a curar.

Texto especialmente adaptado para esta prova. Disponível em https://www.contioutra.com/todo-mundo-tem-pelo-menos-um-esqueleto-escondido-no-armario/. Acesso em 9 set. 2018.

Quanto à sua classificação, o termo “já” (l. 08) é considerado um advérbio de:

Alternativas
Q2777551 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.

Todo mundo tem pelo menos um esqueleto escondido no armário


  1. Quando o suposto “defeito” fica na parte de fora da gente, aprendemos a disfarçá-lo;
  2. com cortes de cabelo, maquiagem, roupas que nos favoreçam, filtros fotográficos e o que mais
  3. estiver ao nosso alcance para que possamos exibir ao mundo uma imagem mais aceita e
  4. “curtível”. Já quando a incongruência vem de dentro, do nosso caráter ou do nosso DNA
  5. afetivo, aí a coisa fica um pouquinho mais complicada. Para nossas distorções internas não ___
  6. filtro, roupa de grife ou tratamento estético que dê jeito. O mais estranho é que, talvez, seja
  7. exatamente essa maior dificuldade encontrada o que nos torna tão especialistas em camuflar
  8. nossas partes internas mais densas, pesadas, estranhas e rejeitadas. Por exemplo, reparou
  9. como todo mundo se sente vítima da inveja, mas ninguém assume ser invejoso? Essa conta
  10. simplesmente não fecha; sobra “x”, sobra incógnitas, sobra dividendos e zeros depois da
  11. vírgula. E a explicação para essa transgressão matemática é muito simples: a nossa
  12. configuração interna não é exata, não flutua segundo a orientação dos maravilhosos (e
  13. assustadores) algoritmos, não há fórmula racional possível para equalizar nossas demandas
  14. emocionais, nossas batalhas diárias contra nosso mais terrível inimigo: a falta de
  15. autoconhecimento.
  16. Somos completos estranhos para nós mesmos. Essa personagem que acorda conosco
  17. dentro de nós apenas imagina quem seja essa outra personagem que a gente vê no espelho, e
  18. vice-versa. Somos pelo menos dois tentando fazer dar certo um casamento indissolúvel. O fato
  19. é que passamos a vida julgando os outros, querendo os outros, desejando os outros, rejeitando
  20. os outros, perseguindo os outros e descartando os outros, para tentar escapar do nosso
  21. intransferível destino: somos completamente incapazes de sentir por nós mesmos todas essas
  22. complexas paixões de aproximação e desapego. Então, para não termos de encarar de frente
  23. esse desafio enorme que é desencavarmos esse fóssil humano de nós mesmos, soterrado sob
  24. inúmeras camadas de poeira, pedra e lágrimas, seguimos fingindo que está tudo bem.
  25. Arranjamos jeitos de doer menos, nos cercamos de crenças – religiosas ou não – para nos
  26. acalmar a angústia diante da nossa indisfarçável imperfeição. Seguimos recitando pequenas
  27. ladainhas, invocando algum deus ou sábio, a fim de explicar ou abençoar nossas pretensões à
  28. uma suposta santidade ou – ainda mais ambiciosos – a fim de alcançar uma coisa chamada
  29. “paz interior”.
  30. É, companheiro, só a gente mesmo para entender o quão complexo, custoso e
  31. desafiador é carregar-nos todo santo dia para cima e para baixo. E haja academia, terapia,
  32. creme hidratante, plástica capilar, fruta orgânica e receitas sem carboidrato para caber em tão
  33. descabida expectativa. Quem sabe não esteja na hora de visitarmos aquele porão esquecido,
  34. frio e escurinho. Abrir aquele armário secreto, trancado a sete chaves e dar uma boa olhada
  35. naquele esqueletinho que padece ali, abandonado e sem afeto. Imagine cada um de nós
  36. andando por aí com seu podre revelado… Talvez, de início se instalasse o caos. Sim, _______
  37. desacostumamos demais da verdade. Porque, no começo, insistiríamos em afirmar que o
  38. esqueleto do outro é muito mais temível do que o nosso. Entretanto, passado um tempo…
  39. acabaríamos compreendendo que não há uma variedade assim tão grande de defeitos. Nossos
  40. horrores internos são, na verdade, muito mais parecidos do que a nossa vitrine inventada e
  41. mantida com tanto custo. Reveladas nossas entranhas esquisitas, acabaríamos tirando um peso
  42. enorme do peito e das costas e descobriríamos que nossas faltas, assim como nossos excessos,
  43. são apenas casquinhas de feridas que ainda não aprendemos a curar.

Texto especialmente adaptado para esta prova. Disponível em https://www.contioutra.com/todo-mundo-tem-pelo-menos-um-esqueleto-escondido-no-armario/. Acesso em 9 set. 2018.

Se na frase retirada do texto “a nossa configuração interna não é exata, não flutua segundo a orientação dos maravilhosos (e assustadores) algoritmos, não há fórmula racional possível para equalizar nossas demandas emocionais, nossas batalhas diárias contra nosso mais terrível inimigo: a falta de autoconhecimento”, a palavra “configuração” fosse flexionada no plural, quantas outras palavras deveriam ser modificadas para garantir a correta concordância verbo-nominal?

Alternativas
Q2777550 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.

Todo mundo tem pelo menos um esqueleto escondido no armário


  1. Quando o suposto “defeito” fica na parte de fora da gente, aprendemos a disfarçá-lo;
  2. com cortes de cabelo, maquiagem, roupas que nos favoreçam, filtros fotográficos e o que mais
  3. estiver ao nosso alcance para que possamos exibir ao mundo uma imagem mais aceita e
  4. “curtível”. Já quando a incongruência vem de dentro, do nosso caráter ou do nosso DNA
  5. afetivo, aí a coisa fica um pouquinho mais complicada. Para nossas distorções internas não ___
  6. filtro, roupa de grife ou tratamento estético que dê jeito. O mais estranho é que, talvez, seja
  7. exatamente essa maior dificuldade encontrada o que nos torna tão especialistas em camuflar
  8. nossas partes internas mais densas, pesadas, estranhas e rejeitadas. Por exemplo, reparou
  9. como todo mundo se sente vítima da inveja, mas ninguém assume ser invejoso? Essa conta
  10. simplesmente não fecha; sobra “x”, sobra incógnitas, sobra dividendos e zeros depois da
  11. vírgula. E a explicação para essa transgressão matemática é muito simples: a nossa
  12. configuração interna não é exata, não flutua segundo a orientação dos maravilhosos (e
  13. assustadores) algoritmos, não há fórmula racional possível para equalizar nossas demandas
  14. emocionais, nossas batalhas diárias contra nosso mais terrível inimigo: a falta de
  15. autoconhecimento.
  16. Somos completos estranhos para nós mesmos. Essa personagem que acorda conosco
  17. dentro de nós apenas imagina quem seja essa outra personagem que a gente vê no espelho, e
  18. vice-versa. Somos pelo menos dois tentando fazer dar certo um casamento indissolúvel. O fato
  19. é que passamos a vida julgando os outros, querendo os outros, desejando os outros, rejeitando
  20. os outros, perseguindo os outros e descartando os outros, para tentar escapar do nosso
  21. intransferível destino: somos completamente incapazes de sentir por nós mesmos todas essas
  22. complexas paixões de aproximação e desapego. Então, para não termos de encarar de frente
  23. esse desafio enorme que é desencavarmos esse fóssil humano de nós mesmos, soterrado sob
  24. inúmeras camadas de poeira, pedra e lágrimas, seguimos fingindo que está tudo bem.
  25. Arranjamos jeitos de doer menos, nos cercamos de crenças – religiosas ou não – para nos
  26. acalmar a angústia diante da nossa indisfarçável imperfeição. Seguimos recitando pequenas
  27. ladainhas, invocando algum deus ou sábio, a fim de explicar ou abençoar nossas pretensões à
  28. uma suposta santidade ou – ainda mais ambiciosos – a fim de alcançar uma coisa chamada
  29. “paz interior”.
  30. É, companheiro, só a gente mesmo para entender o quão complexo, custoso e
  31. desafiador é carregar-nos todo santo dia para cima e para baixo. E haja academia, terapia,
  32. creme hidratante, plástica capilar, fruta orgânica e receitas sem carboidrato para caber em tão
  33. descabida expectativa. Quem sabe não esteja na hora de visitarmos aquele porão esquecido,
  34. frio e escurinho. Abrir aquele armário secreto, trancado a sete chaves e dar uma boa olhada
  35. naquele esqueletinho que padece ali, abandonado e sem afeto. Imagine cada um de nós
  36. andando por aí com seu podre revelado… Talvez, de início se instalasse o caos. Sim, _______
  37. desacostumamos demais da verdade. Porque, no começo, insistiríamos em afirmar que o
  38. esqueleto do outro é muito mais temível do que o nosso. Entretanto, passado um tempo…
  39. acabaríamos compreendendo que não há uma variedade assim tão grande de defeitos. Nossos
  40. horrores internos são, na verdade, muito mais parecidos do que a nossa vitrine inventada e
  41. mantida com tanto custo. Reveladas nossas entranhas esquisitas, acabaríamos tirando um peso
  42. enorme do peito e das costas e descobriríamos que nossas faltas, assim como nossos excessos,
  43. são apenas casquinhas de feridas que ainda não aprendemos a curar.

Texto especialmente adaptado para esta prova. Disponível em https://www.contioutra.com/todo-mundo-tem-pelo-menos-um-esqueleto-escondido-no-armario/. Acesso em 9 set. 2018.

Assinale a alternativa que apresenta uma oração absoluta retirada do texto e formulada com sujeito oculto.

Alternativas
Respostas
266: E
267: C
268: A
269: D
270: B