Questões de Concurso Sobre português para furb

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Q2122230 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.

O peso dos ultraprocessados

Trabalhos recentes feitos no Brasil apontam uma associação estatística significativa entre o consumo em excesso de alimentos ultraprocessados e a ocorrência de mortes evitáveis, somada à aceleração do processo de declínio cognitivo na população brasileira. Um artigo publicado em novembro de 2022 na revista American Journal of Preventive Medicine estima que, em 2019, pelo menos 57 mil óbitos prematuros no país teriam sido causados pela ingestão em demasia de ultraprocessados. Outro estudo, que saiu em dezembro de 2022 na revista científica JAMA Neurology, sugere que o consumo exacerbado desse tipo de alimento acelera em 28% o declínio da cognição geral dos adultos.

Os alimentos ultraprocessados apresentam pouco do valor nutritivo de seus ingredientes originais. A categoria, genérica, abrange um conjunto de comidas às quais foram adicionados altos teores de açúcar, gordura, sal ou compostos químicos com a finalidade de aumentar sua durabilidade ou palatabilidade. Como exemplos desse tipo de alimento, figuram embutidos como salsicha, nugget de frango, bolacha recheada, refrigerante, salgadinho, sorvete e doces industrializados. Os ultraprocessados são altamente calóricos. Comer um hambúrguer congelado de 80 gramas (g), por exemplo, equivale a ingerir 25% da quantidade diária recomendada de gordura. Uma lata de refrigerante representa 12% do total de açúcar que deveria ser consumido por uma pessoa em 24 horas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define como mortes prematuras aquelas que ocorrem entre 30 e 69 anos e, portanto, não estão associadas apenas à velhice. Acidentes de carro, homicídios, quedas, envenenamentos estão entre as causas mais comuns de óbitos preveníveis, além das chamadas doenças não transmissíveis, como os problemas cardíacos, a obesidade e o câncer.

A partir de uma modelagem epidemiológica, os pesquisadores calcularam o número de mortes não naturais ligadas ao consumo de ultraprocessados no Brasil em 2019. "Nossa modelagem considera como fator de risco para a ocorrência de mortes prematuras quanto uma população consome de ultraprocessados e associa esse dado à estimativa de risco e morte por todas as causas, segundo a literatura científica internacional", explica o biólogo Eduardo Nilson, pesquisador associado ao Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde, da Universidade de São Paulo (Nupens-USP) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Brasília, autor principal do primeiro estudo.

O trabalho considerou a Pesquisa de Orçamento Familiar 2017-2018, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como indicador do nível de consumo de comidas ultraprocessadas no país. O levantamento estimou que o percentual diário da dieta composta por ultraprocessados varia entre 13% e 21% na população brasileira, de acordo com a idade e o sexo dos entrevistados. Esses dados, mais as informações do DataSUS, do Ministério da Saúde, permitiram estimar que cerca de 57 mil mortes prematuras estavam associadas, em 2019, ao consumo de ultraprocessados. O número equivale a 10,5% de todos os óbitos precoces de brasileiros no período. Se forem consideradas apenas as vítimas fatais atribuídas a doenças não transmissíveis, o consumo de alimentos industrializados responderia por uma fatia substancialmente maior: 21,8% dos óbitos dentro dessa categoria.

O artigo, que também contou com a colaboração de colegas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade Católica do Chile, projeta, ainda, como seriam três cenários em que os brasileiros diminuíssem a média total de calorias obtidas por meio do consumo desse tipo de alimento pouco saudável. Reduzir em 10% o peso desses itens na dieta evitaria 5,9 mil mortes precoces. Uma redução de 20% pouparia 12 mil óbitos. Um corte mais significativo, de 50% no consumo de ultraprocessados, implicaria 29,3 mil vidas salvas por ano.

O segundo artigo indica ter encontrado uma associação do consumo excessivo de ultraprocessados com um problema mais sutil: uma piora da performance cognitiva. O grupo investigou se uma dieta farta em comida industrializada poderia acelerar o declínio dos domínios de faculdades mentais, sobretudo das chamadas funções executivas. Além de serem importantes para o raciocínio e a capacidade de resolver problemas, essas funções regulam habilidades ligadas à autonomia, como o controle consciente de ações, pensamentos e emoções.

Os dados do trabalho foram coletados entre 2008 e 2017 pelo Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa), que conta com financiamento da FAPESP e do Ministério da Saúde. Foram analisadas informações de 10.775 pessoas, de seis cidades brasileiras - as capitais do Sudeste, além de Porto Alegre e Salvador. Todos os voluntários eram funcionários universitários ativos ou aposentados com mais de 35 anos. A média de idade de todos os participantes era de 50,6 anos. Cada voluntário foi acompanhado por oito anos, em média, e avaliado em três momentos diferentes. Os participantes foram divididos em quatro grupos, de acordo com o nível de ingestão de comida industrializada.

O desempenho cognitivo de cada grupo foi colocado à prova em testes de cognição. Quem obtinha mais de 20% de suas calorias diárias comendo ultraprocessados apresentou uma taxa de declínio geral da cognição 28% mais rápida do que o grupo que retirava menos de 20% de sua energia por meio do consumo desse tipo de alimento. O declínio da função executiva, mais ligada ao controle dos pensamentos e das ações, foi 25% mais rápido nas pessoas que ingeriam muitos ultraprocessados. 

Os trabalhos que exploram a associação entre dois parâmetros, como o consumo de ultraprocessados e a ocorrência de doenças ou mortes, têm limitações. Eles indicam que há fortes correlações estatísticas de que a alteração de uma variável leva a mudanças na outra. No caso, a quantidade de comida industrializada ingerida parece influenciar no aparecimento de doenças e na quantidade de mortes prematuras. Esses estudos, no entanto, não conseguem demonstrar qual seria o mecanismo por trás dessa aparente correlação.

Retirado e adaptado de: ELER, Guilherme. O peso dos ultraprocessados. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/o-peso-dos-ultraprocessados/ Acesso em: 13 mar., 2023.
A respeito dos sentidos dos vocábulos empregados no texto "O peso dos ultraprocessados", analise as afirmações a seguir:
I.No título, a palavra peso apresenta sentido denotativo, visto que indica o aumento de peso na população, que está ligado ao consumo dos ultraprocessados.
II.No trecho "Um corte mais significativo, de 50% no consumo de ultraprocessados, implicaria 29,3 mil vidas salvas por ano", a palavra corte apresenta um sentido pejorativo.
III.No trecho "Os dados do trabalho foram coletados entre 2008 e 2017 pelo Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa), que conta com financiamento da FAPESP e do Ministério da Saúde", a palavra longitudinal significa de longa duração.
É correto o que se afirma em: 
Alternativas
Q2122226 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.

O peso dos ultraprocessados

Trabalhos recentes feitos no Brasil apontam uma associação estatística significativa entre o consumo em excesso de alimentos ultraprocessados e a ocorrência de mortes evitáveis, somada à aceleração do processo de declínio cognitivo na população brasileira. Um artigo publicado em novembro de 2022 na revista American Journal of Preventive Medicine estima que, em 2019, pelo menos 57 mil óbitos prematuros no país teriam sido causados pela ingestão em demasia de ultraprocessados. Outro estudo, que saiu em dezembro de 2022 na revista científica JAMA Neurology, sugere que o consumo exacerbado desse tipo de alimento acelera em 28% o declínio da cognição geral dos adultos.

Os alimentos ultraprocessados apresentam pouco do valor nutritivo de seus ingredientes originais. A categoria, genérica, abrange um conjunto de comidas às quais foram adicionados altos teores de açúcar, gordura, sal ou compostos químicos com a finalidade de aumentar sua durabilidade ou palatabilidade. Como exemplos desse tipo de alimento, figuram embutidos como salsicha, nugget de frango, bolacha recheada, refrigerante, salgadinho, sorvete e doces industrializados. Os ultraprocessados são altamente calóricos. Comer um hambúrguer congelado de 80 gramas (g), por exemplo, equivale a ingerir 25% da quantidade diária recomendada de gordura. Uma lata de refrigerante representa 12% do total de açúcar que deveria ser consumido por uma pessoa em 24 horas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define como mortes prematuras aquelas que ocorrem entre 30 e 69 anos e, portanto, não estão associadas apenas à velhice. Acidentes de carro, homicídios, quedas, envenenamentos estão entre as causas mais comuns de óbitos preveníveis, além das chamadas doenças não transmissíveis, como os problemas cardíacos, a obesidade e o câncer.

A partir de uma modelagem epidemiológica, os pesquisadores calcularam o número de mortes não naturais ligadas ao consumo de ultraprocessados no Brasil em 2019. "Nossa modelagem considera como fator de risco para a ocorrência de mortes prematuras quanto uma população consome de ultraprocessados e associa esse dado à estimativa de risco e morte por todas as causas, segundo a literatura científica internacional", explica o biólogo Eduardo Nilson, pesquisador associado ao Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde, da Universidade de São Paulo (Nupens-USP) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Brasília, autor principal do primeiro estudo.

O trabalho considerou a Pesquisa de Orçamento Familiar 2017-2018, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como indicador do nível de consumo de comidas ultraprocessadas no país. O levantamento estimou que o percentual diário da dieta composta por ultraprocessados varia entre 13% e 21% na população brasileira, de acordo com a idade e o sexo dos entrevistados. Esses dados, mais as informações do DataSUS, do Ministério da Saúde, permitiram estimar que cerca de 57 mil mortes prematuras estavam associadas, em 2019, ao consumo de ultraprocessados. O número equivale a 10,5% de todos os óbitos precoces de brasileiros no período. Se forem consideradas apenas as vítimas fatais atribuídas a doenças não transmissíveis, o consumo de alimentos industrializados responderia por uma fatia substancialmente maior: 21,8% dos óbitos dentro dessa categoria.

O artigo, que também contou com a colaboração de colegas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade Católica do Chile, projeta, ainda, como seriam três cenários em que os brasileiros diminuíssem a média total de calorias obtidas por meio do consumo desse tipo de alimento pouco saudável. Reduzir em 10% o peso desses itens na dieta evitaria 5,9 mil mortes precoces. Uma redução de 20% pouparia 12 mil óbitos. Um corte mais significativo, de 50% no consumo de ultraprocessados, implicaria 29,3 mil vidas salvas por ano.

O segundo artigo indica ter encontrado uma associação do consumo excessivo de ultraprocessados com um problema mais sutil: uma piora da performance cognitiva. O grupo investigou se uma dieta farta em comida industrializada poderia acelerar o declínio dos domínios de faculdades mentais, sobretudo das chamadas funções executivas. Além de serem importantes para o raciocínio e a capacidade de resolver problemas, essas funções regulam habilidades ligadas à autonomia, como o controle consciente de ações, pensamentos e emoções.

Os dados do trabalho foram coletados entre 2008 e 2017 pelo Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa), que conta com financiamento da FAPESP e do Ministério da Saúde. Foram analisadas informações de 10.775 pessoas, de seis cidades brasileiras - as capitais do Sudeste, além de Porto Alegre e Salvador. Todos os voluntários eram funcionários universitários ativos ou aposentados com mais de 35 anos. A média de idade de todos os participantes era de 50,6 anos. Cada voluntário foi acompanhado por oito anos, em média, e avaliado em três momentos diferentes. Os participantes foram divididos em quatro grupos, de acordo com o nível de ingestão de comida industrializada.

O desempenho cognitivo de cada grupo foi colocado à prova em testes de cognição. Quem obtinha mais de 20% de suas calorias diárias comendo ultraprocessados apresentou uma taxa de declínio geral da cognição 28% mais rápida do que o grupo que retirava menos de 20% de sua energia por meio do consumo desse tipo de alimento. O declínio da função executiva, mais ligada ao controle dos pensamentos e das ações, foi 25% mais rápido nas pessoas que ingeriam muitos ultraprocessados. 

Os trabalhos que exploram a associação entre dois parâmetros, como o consumo de ultraprocessados e a ocorrência de doenças ou mortes, têm limitações. Eles indicam que há fortes correlações estatísticas de que a alteração de uma variável leva a mudanças na outra. No caso, a quantidade de comida industrializada ingerida parece influenciar no aparecimento de doenças e na quantidade de mortes prematuras. Esses estudos, no entanto, não conseguem demonstrar qual seria o mecanismo por trás dessa aparente correlação.

Retirado e adaptado de: ELER, Guilherme. O peso dos ultraprocessados. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/o-peso-dos-ultraprocessados/ Acesso em: 13 mar., 2023.

Leia atentamente a tirinha a seguir do personagem Armandinho, de Alexandre Beck:

Imagem associada para resolução da questão


Disponível em: br__obt44ec5jw11u11yqoo11_500png 02df967a292f042d514aa7f16577/tumblr_obt4ec5Ijw1u1iysqo1_500.png Acesso em 14 mar., 2023.


Em seguida, analise as afirmações sobre a tirinha. Marque V, para verdadeiras, e F, para as falsas:


(__)A linguagem verbal e a linguagem não verbal colaboram na construção de sentido do texto.


(__)O que causa o efeito de humor da tirinha é a incompreensão do menino sobre a relação entre os alimentos e a terra: estar sobre ou sob o chão.


(__)A tentativa de explicação do menino é decorrente de sua vontade de consumir alimentos menos saudáveis, como a bolacha.



Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:

Alternativas
Q2117895 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


O plágio encoberto em textos do ChatGPT

Pesquisadores da Universidade do Estado da Pensilvânia (Penn State), nos Estados Unidos, investigaram até que ponto modelos de linguagem natural como o ChatGPT, que usam inteligência artificial para formular uma prosa realista e articulada em resposta a perguntas de usuários, conseguem gerar conteúdo que não se caracterize como plágio. Isso porque esses sistemas processam, memorizam e reproduzem informações preexistentes, baseadas em gigantescos volumes de dados disponíveis na internet, tais como livros, artigos científicos, páginas da Wikipédia e notícias.

O grupo analisou 210 mil textos gerados pelo programa GPT-2, da startup OpenAI, criadora do ChatGPT, em busca de indícios de três diferentes tipos de plágio: a transcrição literal, obtida copiando e colando trechos; a paráfrase, que troca palavras por sinônimos a fim de obter resultados ligeiramente diferentes; e o uso de uma ideia elaborada por outra pessoa sem mencionar sua autoria, mesmo que formulada de maneira diferente.

A conclusão do estudo foi de que todos os três tipos de cópia estão presentes. E, quanto maior é o conjunto de parâmetros usados para treinar os modelos, mais frequentemente a má conduta foi registrada. A análise utilizou dois tipos de modelos - os pré-treinados, baseados em um amplo espectro de dados, e os de ajuste fino, aprimorados pela equipe da PennState, a fim de concentrar e refinar a análise em um conjunto menor de documentos científicos e jurídicos, artigos acadêmicos relacionados à Covid-19 e solicitações de patentes. A escolha desse tipo de conteúdo não foi ocasional - nesses textos, a prática de plágio é considerada muito problemática e não costuma ser tolerada.

No material gerado pelos pré-treinados, a ocorrência mais prevalente foi de transcrições literais, enquanto nos de ajuste fino eram mais comuns paráfrases e apropriação de ideias sem referência à fonte. "Constatamos que o plágio aparece com diferentes sabores", disse um dos autores do trabalho, Dongwon Lee, cientista da computação da Faculdade de Tecnologia e Ciências da Informação da Penn State, de acordo com o serviço de notícias Eurekalert. Os achados serão divulgados com mais detalhes na Web Conference, um evento da ACM que acontece entre 30 de abril e 4 de maio na cidade de Austin, nos Estados Unidos.

O ChatGPT é um entre vários sistemas baseados em inteligência artificial e ganhou grande notoriedade porque foi disponibilizado para uso público. Desde novembro, já foi testado por mais de 100 milhões de pessoas e impressionou por sua capacidade de gerar textos coerentes que mimetizam a escrita dos seres humanos. Uma das polêmicas que levantou envolveu justamente a originalidade de suas respostas e o receio de que se transforme em uma fonte de má conduta acadêmica.

"As pessoas perseguem grandes modelos de linguagem porque, quanto maior um modelo fica, mais suas habilidades aumentam", disse o autor principal do trabalho, Jooyoung Lee, estudante de doutorado na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Informação da Penn State. Ferramentas de escrita de inteligência artificial conseguem criar respostas únicas e individualizadas a perguntas apresentadas por usuários, mesmo extraindo as informações de um banco de dados. Essa habilidade, contudo, não livra a ferramenta de ser uma fonte de plágio, mesmo em formatos mais difíceis de detectar. "Ensinamos os modelos a imitar a escrita humana, mas não os ensinamos a não plagiar", afirmou Lee.

Várias ferramentas estão sendo desenvolvidas para detectar conteúdo gerado por softwares de inteligência artificial. A própria OpenAI desenvolveu um programa capaz de apontar textos feitos por robôs. Há outras do gênero na internet, como o Writer AI Content Detector e o Content at Scale. Como os sistemas de linguagem natural estão em desenvolvimento, também será necessário atualizar continuamente a tecnologia para rastrear sua produção.

Uma equipe da Escola de Engenharias e Ciências Aplicadas da mesma PennState mostrou que é possível treinar as pessoas para identificar esses textos, sem precisar depender exclusivamente de programas detectores. Apresentado em fevereiro em um congresso da Associação para o Avanço da Inteligência Artificial realizado em Washington, Estados Unidos, o estudo, liderado pelo cientista da computação Chris Callison-Burch, mostrou que essas ferramentas já são muito eficientes em produzir prosa fluente e seguir as regras gramaticais. "Mas eles cometem tipos distintos de erros que podemos aprender a identificar", disse ao blog Penn Engineering Today o cientista da computação Liam Dugan, aluno de doutorado da Penn State e um dos autores do artigo.

Retirado e adaptado de: MARQUES, Fabrício. O plágio encoberto em textos do ChatGPT. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível em: gpt/ s://revistapesquisa.fapesp.br/o-plagio-encoberto-em-textos-do-chatgpt/ Acesso em: 13 mar., 2023.

Assinale a alternativa que apresenta o correto emprego dos porquês do português brasileiro:
Alternativas
Q2117894 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


O plágio encoberto em textos do ChatGPT

Pesquisadores da Universidade do Estado da Pensilvânia (Penn State), nos Estados Unidos, investigaram até que ponto modelos de linguagem natural como o ChatGPT, que usam inteligência artificial para formular uma prosa realista e articulada em resposta a perguntas de usuários, conseguem gerar conteúdo que não se caracterize como plágio. Isso porque esses sistemas processam, memorizam e reproduzem informações preexistentes, baseadas em gigantescos volumes de dados disponíveis na internet, tais como livros, artigos científicos, páginas da Wikipédia e notícias.

O grupo analisou 210 mil textos gerados pelo programa GPT-2, da startup OpenAI, criadora do ChatGPT, em busca de indícios de três diferentes tipos de plágio: a transcrição literal, obtida copiando e colando trechos; a paráfrase, que troca palavras por sinônimos a fim de obter resultados ligeiramente diferentes; e o uso de uma ideia elaborada por outra pessoa sem mencionar sua autoria, mesmo que formulada de maneira diferente.

A conclusão do estudo foi de que todos os três tipos de cópia estão presentes. E, quanto maior é o conjunto de parâmetros usados para treinar os modelos, mais frequentemente a má conduta foi registrada. A análise utilizou dois tipos de modelos - os pré-treinados, baseados em um amplo espectro de dados, e os de ajuste fino, aprimorados pela equipe da PennState, a fim de concentrar e refinar a análise em um conjunto menor de documentos científicos e jurídicos, artigos acadêmicos relacionados à Covid-19 e solicitações de patentes. A escolha desse tipo de conteúdo não foi ocasional - nesses textos, a prática de plágio é considerada muito problemática e não costuma ser tolerada.

No material gerado pelos pré-treinados, a ocorrência mais prevalente foi de transcrições literais, enquanto nos de ajuste fino eram mais comuns paráfrases e apropriação de ideias sem referência à fonte. "Constatamos que o plágio aparece com diferentes sabores", disse um dos autores do trabalho, Dongwon Lee, cientista da computação da Faculdade de Tecnologia e Ciências da Informação da Penn State, de acordo com o serviço de notícias Eurekalert. Os achados serão divulgados com mais detalhes na Web Conference, um evento da ACM que acontece entre 30 de abril e 4 de maio na cidade de Austin, nos Estados Unidos.

O ChatGPT é um entre vários sistemas baseados em inteligência artificial e ganhou grande notoriedade porque foi disponibilizado para uso público. Desde novembro, já foi testado por mais de 100 milhões de pessoas e impressionou por sua capacidade de gerar textos coerentes que mimetizam a escrita dos seres humanos. Uma das polêmicas que levantou envolveu justamente a originalidade de suas respostas e o receio de que se transforme em uma fonte de má conduta acadêmica.

"As pessoas perseguem grandes modelos de linguagem porque, quanto maior um modelo fica, mais suas habilidades aumentam", disse o autor principal do trabalho, Jooyoung Lee, estudante de doutorado na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Informação da Penn State. Ferramentas de escrita de inteligência artificial conseguem criar respostas únicas e individualizadas a perguntas apresentadas por usuários, mesmo extraindo as informações de um banco de dados. Essa habilidade, contudo, não livra a ferramenta de ser uma fonte de plágio, mesmo em formatos mais difíceis de detectar. "Ensinamos os modelos a imitar a escrita humana, mas não os ensinamos a não plagiar", afirmou Lee.

Várias ferramentas estão sendo desenvolvidas para detectar conteúdo gerado por softwares de inteligência artificial. A própria OpenAI desenvolveu um programa capaz de apontar textos feitos por robôs. Há outras do gênero na internet, como o Writer AI Content Detector e o Content at Scale. Como os sistemas de linguagem natural estão em desenvolvimento, também será necessário atualizar continuamente a tecnologia para rastrear sua produção.

Uma equipe da Escola de Engenharias e Ciências Aplicadas da mesma PennState mostrou que é possível treinar as pessoas para identificar esses textos, sem precisar depender exclusivamente de programas detectores. Apresentado em fevereiro em um congresso da Associação para o Avanço da Inteligência Artificial realizado em Washington, Estados Unidos, o estudo, liderado pelo cientista da computação Chris Callison-Burch, mostrou que essas ferramentas já são muito eficientes em produzir prosa fluente e seguir as regras gramaticais. "Mas eles cometem tipos distintos de erros que podemos aprender a identificar", disse ao blog Penn Engineering Today o cientista da computação Liam Dugan, aluno de doutorado da Penn State e um dos autores do artigo.

Retirado e adaptado de: MARQUES, Fabrício. O plágio encoberto em textos do ChatGPT. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível em: gpt/ s://revistapesquisa.fapesp.br/o-plagio-encoberto-em-textos-do-chatgpt/ Acesso em: 13 mar., 2023.

Analise atentamente o trecho a seguir, retirado do texto "O plágio encoberto em textos do ChatGPT":
"Constatamos que o plágio aparece com diferentes sabores ", disse um dos autores do trabalho, Dongwon Lee, cientista da computação da Faculdade de Tecnologia e Ciências da Informação da Penn State, de acordo com o serviço de notícias Eurekalert.
A respeito dos sentidos e significados da palavra em destaque no trecho, analise as afirmações a seguir, marque V, para verdadeiras, e F, para falsas:
(__)A palavra em destaque foi empregada no sentido denotativo. (__)A palavra em destaque, no referido contexto de emprego, significa algo próximo a "formas"; (__)A palavra em destaque foi empregada no sentido conotativo.
Assinale a alternativa com a sequência correta:
Alternativas
Q2117893 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


O plágio encoberto em textos do ChatGPT

Pesquisadores da Universidade do Estado da Pensilvânia (Penn State), nos Estados Unidos, investigaram até que ponto modelos de linguagem natural como o ChatGPT, que usam inteligência artificial para formular uma prosa realista e articulada em resposta a perguntas de usuários, conseguem gerar conteúdo que não se caracterize como plágio. Isso porque esses sistemas processam, memorizam e reproduzem informações preexistentes, baseadas em gigantescos volumes de dados disponíveis na internet, tais como livros, artigos científicos, páginas da Wikipédia e notícias.

O grupo analisou 210 mil textos gerados pelo programa GPT-2, da startup OpenAI, criadora do ChatGPT, em busca de indícios de três diferentes tipos de plágio: a transcrição literal, obtida copiando e colando trechos; a paráfrase, que troca palavras por sinônimos a fim de obter resultados ligeiramente diferentes; e o uso de uma ideia elaborada por outra pessoa sem mencionar sua autoria, mesmo que formulada de maneira diferente.

A conclusão do estudo foi de que todos os três tipos de cópia estão presentes. E, quanto maior é o conjunto de parâmetros usados para treinar os modelos, mais frequentemente a má conduta foi registrada. A análise utilizou dois tipos de modelos - os pré-treinados, baseados em um amplo espectro de dados, e os de ajuste fino, aprimorados pela equipe da PennState, a fim de concentrar e refinar a análise em um conjunto menor de documentos científicos e jurídicos, artigos acadêmicos relacionados à Covid-19 e solicitações de patentes. A escolha desse tipo de conteúdo não foi ocasional - nesses textos, a prática de plágio é considerada muito problemática e não costuma ser tolerada.

No material gerado pelos pré-treinados, a ocorrência mais prevalente foi de transcrições literais, enquanto nos de ajuste fino eram mais comuns paráfrases e apropriação de ideias sem referência à fonte. "Constatamos que o plágio aparece com diferentes sabores", disse um dos autores do trabalho, Dongwon Lee, cientista da computação da Faculdade de Tecnologia e Ciências da Informação da Penn State, de acordo com o serviço de notícias Eurekalert. Os achados serão divulgados com mais detalhes na Web Conference, um evento da ACM que acontece entre 30 de abril e 4 de maio na cidade de Austin, nos Estados Unidos.

O ChatGPT é um entre vários sistemas baseados em inteligência artificial e ganhou grande notoriedade porque foi disponibilizado para uso público. Desde novembro, já foi testado por mais de 100 milhões de pessoas e impressionou por sua capacidade de gerar textos coerentes que mimetizam a escrita dos seres humanos. Uma das polêmicas que levantou envolveu justamente a originalidade de suas respostas e o receio de que se transforme em uma fonte de má conduta acadêmica.

"As pessoas perseguem grandes modelos de linguagem porque, quanto maior um modelo fica, mais suas habilidades aumentam", disse o autor principal do trabalho, Jooyoung Lee, estudante de doutorado na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Informação da Penn State. Ferramentas de escrita de inteligência artificial conseguem criar respostas únicas e individualizadas a perguntas apresentadas por usuários, mesmo extraindo as informações de um banco de dados. Essa habilidade, contudo, não livra a ferramenta de ser uma fonte de plágio, mesmo em formatos mais difíceis de detectar. "Ensinamos os modelos a imitar a escrita humana, mas não os ensinamos a não plagiar", afirmou Lee.

Várias ferramentas estão sendo desenvolvidas para detectar conteúdo gerado por softwares de inteligência artificial. A própria OpenAI desenvolveu um programa capaz de apontar textos feitos por robôs. Há outras do gênero na internet, como o Writer AI Content Detector e o Content at Scale. Como os sistemas de linguagem natural estão em desenvolvimento, também será necessário atualizar continuamente a tecnologia para rastrear sua produção.

Uma equipe da Escola de Engenharias e Ciências Aplicadas da mesma PennState mostrou que é possível treinar as pessoas para identificar esses textos, sem precisar depender exclusivamente de programas detectores. Apresentado em fevereiro em um congresso da Associação para o Avanço da Inteligência Artificial realizado em Washington, Estados Unidos, o estudo, liderado pelo cientista da computação Chris Callison-Burch, mostrou que essas ferramentas já são muito eficientes em produzir prosa fluente e seguir as regras gramaticais. "Mas eles cometem tipos distintos de erros que podemos aprender a identificar", disse ao blog Penn Engineering Today o cientista da computação Liam Dugan, aluno de doutorado da Penn State e um dos autores do artigo.

Retirado e adaptado de: MARQUES, Fabrício. O plágio encoberto em textos do ChatGPT. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível em: gpt/ s://revistapesquisa.fapesp.br/o-plagio-encoberto-em-textos-do-chatgpt/ Acesso em: 13 mar., 2023.

Assinale a alternativa que apresenta apenas palavras que estão corretamente acentuadas, segundo a ortografia da língua portuguesa:
Alternativas
Respostas
621: E
622: A
623: E
624: A
625: A