Questões de Concurso

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Q2812459 Português

Leia o texto com atenção e responda as questões de 1 a 11.


Candeeiro familiar


Nas noites de minha meninice

existe um grande candeeiro amigo,

que sobre a vasta mesa de jantar

ilumina o meu serão antigo.

As doces sombras dos meus se projetavam

na parede branquinha do salão.

O primeiro cinema que eu conheci

foram essas sombras de carvão.

À procura do velho candeeiro

vinham asas da mata se queimar;

vinham de longe insetos viageiros,

borboletas de forma singular.

O candeeiro era a lanterna mágica,

que me fazia na parede branca

o homem grande que eu queria ser

e de que sou uma sombra, apenas uma sombra.

A ventania às vezes surpreendia

as janelas abertas do meu lar,

e então as doces sombras se moviam,

trêmulas, trêmulas a bailar.

Quem é lá? perguntavam.

- É a ventania que lá forte está.

E com o vento, como que entravam,

e se espalhavam pelos vãos da sala,

a mãe-preta, o pai joão, toda a senzala,

todas as sombras que não vivem mais.

Jorge de Lima

Na 1ª estrofe, o sujeito de “ilumina” é

Alternativas
Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: METRÔ-SP Prova: FCC - 2016 - METRÔ-SP - Médico do Trabalho |
Q2803240 Português

Atenção: As questões de números 1 a 8 referem-se ao texto abaixo.


Nascido nos Estados Unidos da América em 30 de abril de 1916, Claude E. Shannon obteve o título de doutor no MIT, em 1937, com trabalho notável em "Álgebra de Boole", propondo circuitos elétricos capazes de executar as principais operações da Lógica clássica.

Quatro anos antes (23 de junho de 1912) de seu nascimento, em Londres, nascera Allan M. Turing, que também se interessou por encontrar meios de realizar operações lógicas e aritméticas, fazendo uso de máquinas. Suas ideias resultaram no importante conceito de "Máquina de Turing", paradigma abstrato para a computação, apresentado durante seus estudos, no King's College, em Cambridge, no ano de 1936. Entre 1936 e 1938, Turing viveu em Princeton-NJ onde realizou seu doutorado estudando problemas relativos à criptografia.

Assim, Shannon e Turing, de maneira independente, trabalhavam, simultaneamente, em comunicações e computação, dois tópicos que, combinados, hoje proporcionam recursos antes inimagináveis para o mundo moderno das artes, da ciência, da medicina, da tecnologia e das interações sociais.

Contemporaneamente à eclosão da Segunda Guerra Mundial, Shannon e Turing gestavam ideias abstratas sofisticadas, tentando associá-las ao mundo concreto das máquinas que, gradativamente, tornavam-se fatores de melhoria da qualidade de vida das populações.

A Segunda Grande Guerra utilizou-se de tecnologias sofisticadas para a destruição. Os bombardeios aéreos causaram muitas mortes e devastaram cidades. Evitá-los e preveni-los eram questões de vida ou morte e, para tanto, ouvir as comunicações dos inimigos e decifrar seus códigos era uma atividade indispensável.

Os países do eixo tinham desenvolvido sofisticadas técnicas de comunicação criptografada utilizada para planejar ataques inesperados às forças aliadas. Shannon e Turing, então, com seu conhecimento sofisticado da matemática da informação deduziram as regras alemãs de codificação, levando os aliados a salvar muitas de suas posições de ataques nazistas.

Pode-se dizer que uma boa parte da inteligência de guerra dos aliados vinha desses dois cérebros privilegiados.

Finda a guerra, Shannon passou a trabalhar nos laboratórios Bell, propondo a "Teoria da Informação", em 1948. Com carreira profícua, notável pela longevidade e muitos trabalhos importantes, deixou sua marca nas origens das comunicações digitais. Faleceu aos 85 anos (em 24 de fevereiro de 2001), deixando grande legado intelectual e tecnológico.

Turing, após o término da guerra, ingressou como pesquisador da Universidade de Manchester, sofrendo ampla perseguição por ser homossexual. Mesmo vivendo na avançada Inglaterra, foi condenado à castração química, em 1952. Essa sequência de dissabores levou-o ao suicídio, em 7 de junho de 1954.

Shannon viu sua teoria transformar o mundo, com o nascimento da internet. Turing, entretanto, não viu sua máquina se transformar em lap-tops e tablets que hoje povoam, até, o imaginário infantil.


(PIQUEIRA, José Roberto Castilho. “Breve contextualização histórica”, In: “Complexidade computacional e medida da informação:

caminhos de Turing e Shannon”, Estudos Avançados, Universidade de São Paulo, v. 30, n. 87, Maio/Agosto 2016, p.340-1)

... ouvir as comunicações dos inimigos e decifrar seus códigos era uma atividade indispensável.


O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o verbo grifado acima está em:

Alternativas
Q2801603 Português

Leia a charge a seguir, sem esquecer que esse é um gênero em que a criatividade linguística se reflete nas escolhas das palavras pelo autor e no modo como ele as emprega. Atente ainda para o fato de que a compreensão da charge é condicionada não apenas ao reconhecimento das informações expressas na superfície do texto, mas à apreensão dos implícitos. Pensando nisso, responda às questões (04) e (05):


http://www.ufjf.br/noticias/2017/01/18/10-charges-mostram-que-o-brasil-atual-e-coisa-do-passado/

A forma como o autor organiza as frases, ou seja, como combina as palavras, promove diferentes efeitos de sentido. Assim, classifique com verdadeiras (V) ou falsas (F) as explicações fornecidas a seguir em relação ao emprego de determinadas expressões.


( ) Na 1º ocorrência de “os dimenó”, correspondente a “os menores”, a flexão de número foi suprimida no substantivo “menor”, por já estar marcada no determinante “os”, recurso muito comum na linguagem coloquial.

( ) Nas duas ocorrências da expressão “dimenó”, o item “menor” se classifica como advérbio, o que se confirma pela ausência de flexão.

( ) O verbo “poder” em: “vão pudê ser” e “pudê aquisitivo” se comporta como núcleo da locução verbal e como forma verbal simples, respectivamente.

( ) Na 1º ocorrência de “os dimenó”, o item gramatical “os” é um artigo com função de determinante, e na 2º ocorrência é um pronome demonstrativo na função de sujeito, comprovando a pluralidade de uso de um mesmo vocábulo.

( ) O advérbio de inclusão “também” focaliza a locução verbal, deixando pressuposta a informação, de teor irônico, de que os menores apenas podiam cometer crimes, mas não podiam ser presos.


A alternativa que traz a sequência CORRETA é:

Alternativas
Q2800826 Português

Milton e o concorrente

Milton ainda não abriu sua loja, mas o concorrente já abriu a dele; e já está anunciando, já está vendendo, já está liquidando a preços abaixo do custo. Milton ainda está na cama, ao lado da amante, desta mulher ilegítima , que nem bonita é, nem simpática; o concorrente já está de pé, alerta, atrás do balcão. A esposa – fiel companheira de tantos anos – está ao seu lado, alerta também. Mílton ainda não fez o desjejum (desjejum? Um cigarro, um copo de vinho, isto é desjejum?) – o concorrente já tomou suco de laranja, já comeu ovo, torrada, queijo, já sorveu uma grande xícara de café com leite. Já está nutrido.

Milton ainda está nu, o concorrente já se apresenta elegantemente vestido. Milton mal abriu os olhos, o concorrente já abriu os jornais da manhã, já está a par das cotações da bolsa e das tendências do mercado. Milton ainda não disse uma palavra, o concorrente já falou com clientes, com figurões da política, com o fiscal amigo, com os fornecedores. Milton ainda está no subúrbio; o concorrente, vencendo todos os problemas de trânsito, já chegou ao centro da cidade, já está solidamente instalado no seu prédio próprio. Milton ainda não sabe se o dia é chuvoso, ou de sol, o concorrente já está seguramente informado de que vão subir os preços dos artigos de couro. Milton ainda não viu os filhos (sem falar da esposa, de quem está separado); o concorrente já criou as filhas, já as formou em Direito e Química, já as casou, já tem netos.

Milton ainda não começou a viver.

O concorrente já está sentido uma dor no peito, já está caindo sobre o balcão, já está estertorando, os olhos arregalados – já está morrendo, enfim.


Moacyr Scliar

Analise a classificação sintática dos termos sublinhados nas frases que seguem e verifique sua veracidade.


1. Milton ainda está nu. (predicativo do sujeito)

2. Milton ainda não abriu sua loja. (objeto indireto)

3. O concorrente já criou as filhas. (verbo intransitivo)

4. Milton ainda não disse uma palavra. (adjunto adverbial)

5. O concorrente já criou as filhas, já as formou em Direito e Química, já as casou, já tem netos. (objeto direto)


Assinale a alternativa que indica todas as corretas.

Alternativas
Q2798917 Português

Leia o texto e responda o que se pede no comando das questões.


Rio de Lama, Rio de Lágrimas.


Ainda aturdida por duas imensas tragédias sem conserto para vidas e lugares atingidos, escrevo sobre uma, na Europa, que assusta o mundo e outra, no Brasil, que deveria nos assustar especialmente. Vejo em capitais brasileiras vigílias pela carnificina em Paris. São justas, não só porque qualquer cidade assim ferida merece homenagens, mas porque para muitíssimos Paris é uma cidade especial. E esse foi anunciado pelos autores como sendo apenas um primeiro golpe na tempestade. Pela extensão e sofisticação de sua capacidade destrutiva, e pelos locais de preparação antes nunca imaginados, mas que começam a ser descobertos, outros países estão na mira, pela Europa inteira. Sem falar na Olimpíada do ano próximo, no Brasil.

Todos alertas, todos assustados, todos um tanto perplexos com essa tragédia - e outra ainda maior e mais complexa se anuncia, ou já começou: a chegada de milhões de refugiados, migrantes sofridos e necessitados, parece ser cavalo de Troia com que se movem facilmente bandos de terroristas assassinos. O que fazer, como fazer, perguntam-se os líderes dos países envolvidos. Mesmo quem recebia os migrantes com alguma boa vontade começa a rever sua postura, pensar em mudar leis, levantar muros de toda sorte: pagarão inocentes por alguns culpados. “A vida não é justa”, suspiramos.

Mas esperei entre nós vigília e lágrimas pelo Brasil por este que é um dos maiores crimes ambientais do mundo: protesto e pranto pela morte do Rio Doce, miseravelmente envenenado e travado pela lama, que mata as águas do Doce e de seus afluentes, os peixes, os bichos, os campos cultivados, as pastagens, as plantações, as pessoas - quantas de verdade? Que providências se tomam? O que se faz para encontrá-las, além de urubus, cães e paus enfiados na lama repulsiva para ver se dali sai “odor”?

Morrem também profissões na região, como as de agricultor e pescador: um velho pescador declara aos prantos que sua profissão não existe mais por ali. A extensão é vastíssima, quilômetros de esterilização, envenenamento, em suma, assassinato. Pois o desastre era previsível: laudos anteriores alertavam para a fragilidade das barragens, e aparentemente nada foi feito, além de negar, desviar os olhos, e de novo negar. “Nada de barulho, pois podemos ter problemas.” E os trágicos problemas chegaram: segundo Sebastião Salgado, a “cura” das águas e terras levará de vinte a trinta anos.

O grande fotógrafo e humanista (sim) internacionalmente admirado nasceu e cresceu junto ao Doce, onde criou com sua parceira, Lélia, o maravilhoso projeto de revitalização de zonas quase mortas décadas atrás, o Instituto Terra. Agora, tudo está pior do que antes dos esforços deles. Recuperar toda aquela região, que vai de Mariana ao mar no Espírito Santo, onde certamente haverá muita contaminação, custará não apenas somas incríveis - projeto que ele já tinha proposto ao BNDES algum tempo atrás foi aprovado, mas não houve o repasse do dinheiro -, como terá de manter aceso por décadas o interesse num país de momento tão superficial, tão desinteressado, tão focado em poder, poder, e fuga à responsabilidade, ocultamento de crimes, e salvação das próprias feias peles. Não sou otimista. Até aqui só vi, como em geral neste país, promessas de planos, projetos, eternas comissões ineficientes e mornas, pouquíssima ação concreta, também nesta crise: mesmo na busca de mortos, lenta e atrasada. Ficarão emparedados na lama que, ao secar, parece cimento. Homens, mulheres, crianças, velhos, eternamente ocultos, a não ser para os corações que por eles choram. O que está fazendo o Brasil para compensar todo esse sofrimento, cada vez menos mencionado?

Precisamos de lágrimas e vigílias pelos inocentes chacinados na França, mas de movimentos vibrantes pelo que, aqui entre nós, vem sendo lentamente assassinado, e agora foi brutalmente soterrado pelo rio de lama, de lágrimas, de pouca esperança. Vamos trabalhar, e nos manifestar, e chorar, com Sebastião Salgado.

Fonte: Lya Luft - 25 de novembro de 2015)

Assinale a alternativa em que há excerto com agente da passiva:

Alternativas
Respostas
151: B
152: B
153: A
154: C
155: C