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Q3061738 Português
Por que dizer “não” pode ser difícil e como isso pode fazer bem para a saúde mental

Sensação é comum e está associada a diferentes fatores, incluindo o desejo por ser aceito pelo outro, de acordo com especialistas.

         Você certamente já se deparou com uma situação em que gostaria de ter dito “não”, mas evitou dar uma resposta negativa e acabou fazendo algo que não gostaria. A sensação é comum e está associada a diferentes fatores, incluindo o desejo por ser aceito pelo outro, de acordo com especialistas em comportamento e saúde mental.
      O psicólogo Maycon Rodrigo Torres, membro do Laboratório de Psicanálise e Laço Social da Universidade Federal Fluminense (UFF) e professor de psicologia na Faculdade Maria Thereza (Famath), destaca como a recusa pode afetar as relações afetivas. “O dizer não significa, de certa maneira, negar a demanda que uma outra pessoa te faz e isso faz com que a pessoa fique preocupada sobre como ela será vista por essa pessoa. De que maneira essa recusa a fazer alguma atividade ou a responder de alguma maneira pode prejudicar a opinião que a outra pessoa tem dela. Aqui, a gente tem um pouco desse movimento de preocupação excessiva com a forma como o indivíduo é visto pelo outro”, diz.
       A psicóloga Luana Ganzert, especialista em emoções, afirma que ser aceito faz parte das necessidades básicas emocionais dos indivíduos e que recusas podem interferir nesse contexto. “Quando estamos atendendo essa necessidade básica, temos medo de sermos rejeitados, de não sermos amados e aceitos. Algumas pessoas são mais sensíveis e não suportam a possibilidade de não serem aprovadas. Outras preferem evitar conflitos. Esses são os maiores motivos para que as pessoas tenham medo de dizer não”, explica.
      Para o psicólogo e professor de psicanálise Ronaldo Coelho, evitar dizer não também é uma forma encontrada de “proteger o outro”.
     “Mas, quando ‘protegemos’ o outro da frustração, estamos criando condições para que ele fique atrofiado diante da vida. Imaginemos que quando nos frustramos é como se caísse um peso sobre a gente. Para que consigamos retirar esse peso, precisamos de musculatura. Se somos protegidos da frustração, nós não desenvolvemos essa musculatura, ficamos atrofiados, e quando o peso cai sobre nós ficamos arrebatados, não conseguimos lidar”, detalha.
     Agir o tempo todo com objetivo de agradar ao outro, sem se refletir sobre o que realmente se quer pode levar a um “apagamento” sobre os próprios limites e desejos, explica Coelho. “É comum a pessoa não saber do que ela gosta e o que ela não gosta, do que faz bem e o que faz mal a ela, do que é bom e o que não é, ela perde a capacidade de realizar julgamentos importantes para sua vida. É como se ela sempre precisasse do olhar do outro, do julgamento do outro, para decidir sobre a própria vida, as próprias vontades e desejos”, afirma.
      A avaliação é compartilhada por Torres. “O grande problema de não conseguir dizer não é que, em geral, a pessoa abre mão do que ela gostaria de fazer em nome do desejo do outro. Esse processo pode levar a uma sobrecarga. A pessoa acumula tarefas ou coisas pra fazer e essa sobrecarga tende a aumentar ainda mais a ansiedade que, a longo prazo, pode criar problemas mais crônicos.” Entre as consequências, estão o desenvolvimento de problemas para dormir, impactos para o desempenho no trabalho ou estudo e limitações relacionadas à ansiedade.
    A psicóloga Luana Ganzert afirma que pessoas que não sabem dizer não tendem a ser mais inseguras ou preferem evitar a fadiga e discussões sobre ter uma opinião contrária. “Quando você fala ‘sim’ para tudo, dificilmente você vai cuidar de você. Aceitar tudo significa sofrer emocionalmente em silêncio. Ao dizer ‘sim’, quando queriam dizer o contrário, as pessoas se sujeitam a situações que lhes causam prejuízos emocionais e, em alguns casos, até financeiro. Compram coisas que não desejam por dificuldade de se impor à insistência do vendedor, arrumam compromissos indesejáveis, arrumam relacionamentos tóxicos e muitas vezes abusivos”, acrescenta.
     A psicóloga Gislene Erbs reparou que seus pacientes tinham uma grande dificuldade em dizer “não” quando precisavam e que isso os deixava frustrados e infelizes. Ao buscar fortalecê-los emocionalmente para que pudessem estabelecer-se como prioridades para si mesmos, sentindo-se seguros para negar aquilo que não lhes interessava, Gislene entrou em contato mais profundamente com suas próprias fraquezas.
    A autora afirma que não é saudável e nem lógico sacrificar o próprio bem-estar para agradar aos outros, mas que, infelizmente, em grande parte das vezes, as pessoas fazem isso, porque não sabem dizer “não”. Além disso, segundo ela, escolher a si mesmo em primeiro lugar auxilia no sentido de aumentar a autoestima, assim como a ter clareza dos motivos do seu “não”.
    Para superar a dificuldade de dizer “não”, o indivíduo precisa trazer à consciência os fatores que influenciam sua tomada de decisão para que o indivíduo se sinta mais confortável com as escolhas que precisa fazer.
    Entre eles estão: a falta de autoconhecimento; a impulsividade; a falta de habilidade social; a ansiedade; a baixa autoestima; o sentimento de pena; a falta de inteligência emocional; o medo da rejeição; a necessidade de autoafirmação; e a realidade de querer honrar pai e mãe.
   “Um não sonoro e adequado é, na verdade, um grito de liberdade – para você e, acredite, para quem o recebe”, diz a psicóloga. Conforme a autora, para negar corretamente, não é preciso ser agressivo, mas assertivo e determinado.

(Lucas Rocha. Disponível em: https:www.cnnbrasil.com.br/saude/. Acesso em: 25/01/2023. Fragmento.)
“Por que dizer ‘não’ pode ser difícil e como isso pode fazer bem para a saúde mental.” Em relação ao título do texto, é correto afirmar que é formado por período composto
Alternativas
Q3061580 Português

Família: conceito, evolução e tipos  



    A família representa a união entre pessoas que possuem laços sanguíneos, de convivência e baseados no afeto. No entanto, segundo a Constituição brasileira, o conceito de família abrange diversas formas de organização fundamentadas na relação afetiva entre seus membros. 

    Entretanto, não se trata de um conceito rígido ou imutável. Ao longo da história, o conceito de família já assumiu diversos significados.

    Atualmente, após debates envolvendo diversos setores da sociedade, o direito brasileiro assumiu de que a constituição familiar fundamenta-se no afeto. Esse entendimento substitui o anterior, que baseava a família no matrimônio e na procriação.


    O conceito de família abrange diversas formas de organização baseadas na convivência, na relação afetiva entre seus membros e o cuidado com os indivíduos mais jovens.

    Segundo o artigo 226 da Constituição da República de 1988, a família é compreendida como a base da sociedade e recebe uma proteção especial do Estado.

    Ao longo dos anos, o significado de família vem sendo alterado. A família tradicional, família nuclear, composta por pai, provedor da casa; mãe, cuidadora da família, e seus filhos foi sendo substituída por novos tipos de família.

    Atualmente, o entendimento jurídico sobre a família comporta vários tipos de agregado familiar e visa dar conta de toda a complexidade dos fatores que unem as pessoas. Assim temos: 


1. Família nuclear e família extensa

A família nuclear é compreendida de forma restrita, composta por pais e seus filhos. Por sua vez, a família extensa ou alargada é compreendida como sendo composta também por avós, tios, primos e outras relações de parentesco.


2. Família matrimonial

A família matrimonial comporta a ideia tradicional de família, constituída a partir da oficialização do matrimônio (casamento). Na lei vigente, a família matrimonial compreende os casamentos civis e religiosos, podendo ser hétero ou homoafetivo. 


3. Família informal

Família informal é o termo utilizado para os agregados familiares formados a partir da união estável entre seus elementos. Esse tipo de família recebe todo o tipo de amparo legal mesmo sem a oficialização do matrimônio.


4. Família monoparental

As famílias monoparentais são formadas pela criança ou o jovem e apenas um de seus progenitores (pai ou mãe).


5. Família reconstituída

A família reconstituída é formada quando pelo menos um dos cônjuges possui um filho de um relacionamento anterior.


6. Família anaparental

São as famílias que não possuem a figura dos pais, onde os irmãos tornam-se responsáveis uns pelos outros. A lei vigente abrange também a formação de um agregado a partir de laços afetivos, como no caso de amigos, onde não há uma relação de parentalidade.

7. Família unipessoal

As famílias unipessoais cumprem uma função jurídica importante por se tratarem de pessoas que vivem sozinhas (pessoas solteiras, viúvas ou separadas). Essas pessoas recebem amparo legal e não podem ter suas heranças familiares penhoradas pela justiça. 


    Ao longo da história, o termo família foi assumindo novos significados. Nota-se que o termo Família tem origem no latim famulus, que era compreendido como o grupo de servos domésticos. 

    No Império Romano, o conceito de família passou a designar a união entre duas pessoas e seus descendentes. Nesse momento, tem início também a ideia de matrimônio. Isso assegurava a transmissão de bens e estatuto social de forma hereditária (dos pais para os filhos). 

    Durante a Idade Média, houve o estabelecimento da união matrimonial como um sacramento da Igreja. Essa mudança é uma marca da relação entre a Igreja e o Estado.

    Surge a ideia do casamento como uma instituição sagrada, indissolúvel e destinada à reprodução. É durante esse período que se consolida o conceito de família tradicional composto por pai, mãe e seus filhos.  

    No período após a Revolução Industrial e a consolidação da contemporaneidade, houve o aumento da complexidade das relações e das possibilidades de formação de diversos tipos de famílias. Essa mudança fez com que houvesse uma evolução do próprio conceito. 

    Questões relativas ao matrimônio e à reprodução perdem força e o fator determinante para a formação de uma unidade familiar torna-se o afeto.


MENEZES, Pedro. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/familia-conceitotipos/

No penúltimo parágrafo, analise a estrutura verbal destacada no excerto “Essa mudança fez com que houvesse uma evolução do próprio conceito.”, e assinale o comentário correto sobre a possibilidade de concordância verbal de tal estrutura:
Alternativas
Q3061481 Português

Amnésia digital: entenda como a tecnologia pode afetar a memória 



    O vendedor Enéas Cardoso costumava lembrar bem dos endereços de Belo Horizonte quando trabalhava como taxista há 20 anos. Na época, ele fazia apenas consultas simples em mapas quando ia para uma região desconhecida, mas, com o surgimento do GPS, a memória foi ficando preguiçosa. “Eu andava no táxi só com a lista telefônica e quase não olhava no mapa. Hoje em dia é GPS pra tudo, não tem como você sair de casa e ir a algum lugar sem colocar GPS. Coisa que na época que você rodava sem o GPS você conseguia ir tranquilo, de boa, mas hoje em dia não tem como”, relata. 

    Essa situação vivida pelo Enéas tem nome: amnésia digital. A situação ocorre por causa do uso excessivo de tecnologias para guardar informações que facilmente podem ser acessadas com poucos cliques.

    Essa praticidade fez o corretor de seguros Luís Eduardo dependente. Ele tem dois aparelhos, um corporativo e outro pessoal, e os dois estão repletos de anotações. Para tomar remédio ou mesmo ligar para alguém, ele precisa do lembrete do celular. “Eu tenho um grupo, gosto de guardar arquivos, mensagens e tem o despertador. Eu confesso que o despertador eu uso muito. Às vezes, por exemplo, para tomar um remédio, eu sei que não vou lembrar, então coloco no despertador, que aí no horário do remédio eu tomo”.

    “Se eu te perguntar agora o contato de algum parente seu, você consegue se lembrar?” “Isso não, esquece. Contato era só da minha mãe, mas nem sei mais. Meu irmão, por exemplo, já trocou de telefone umas três vezes, aí eu já esqueci. Contato eu já parei de gravar, não tem como não”, admite.  

    Essa amnésia digital tem provocado falta de estímulo do cérebro. O membro da Associação Mineira de Psiquiatria, Dr. Rodrigo Huguet cita também o exemplo de contas básicas que são feitas só na calculadora do celular. "Realmente como as pessoas vão anotando tudo nele, consultando o celular pra tudo e fazendo as contas no aparelho, elas deixam de exercitar o cérebro, deixam de usá-lo para gravar as coisas e fazer contas. A pessoa não consegue calcular porque ela é dependente da máquina para fazer todas as contas pra ela. Então realmente é preciso ter cuidado porque as máquinas, os computadores estão aí pra ajudar a gente, mas deixamos de usar essa máquina importante que é o nosso cérebro e deixamos de exercitá-lo", explica. 

    A analista Cintia Silva diz que depende do celular até para lembrar de senhas para acessos a sites e serviços dentro do próprio aparelho. Com o passar do tempo, ela percebeu uma piora para recordar. “Tudo que eu vou fazer hoje eu tenho que colocar no celular, como senha de rede social, de email, então a gente não vive hoje sem telefone. Eu tenho um grupo meu que eu mando tudo para lembrar, principalmente comprovante de pagamento. Antes disso tudo, do celular, minha memória era muito melhor. Agora a gente tem tudo no telefone”, comenta.

    Deixar de ter tudo no celular pode ser uma saída. Para forçar o exercício da mente, o psiquiatra Rodrigo Huguet sugere uma relação menos dependente com as tecnologias. “A gente tem que estar atento com o que a gente está usando. Inclusive escolher quando usá-las. É interessante de vez em quando a pessoa decidir deixar o celular de lado pra poder focar em alguma coisa, alguma atividade, alguma pessoa. E se você notar que está muito disperso, que não está conseguindo concentrar, pode ser o caso de ficar atento a isso”, recomenda.

    Antes de terminar esse texto, me responde uma coisa, mas pense rápido: Você se lembra do contato de pelo menos duas pessoas? Se não, pode ser o momento de começar a exercitar mais a sua mente. 


VELOSO, Victor. Disponível em: https://cbn.globo.com/saude/noticia/2024/10/12/amnesia-digital-entenda-como-a-tecnologia-pode-afetar-amemoria.ghtml (Adaptado)

A regência do termo em destaque no fragmento “(…) pode ser o caso de ficar atento a isso”, recomenda.” está correta, segundo as regras gramaticais vigentes. Assinale a alternativa em que o fenômeno da regência está igualmente correto: 
Alternativas
Q3061239 Português
Leia o texto a seguir.
Reação de XXX agrada mercado, que prevê vitória de YYY
      A Bolsa (B3) fechou esta segunda-feira com expressiva alta de 5,4%, aos 116.134,46 pontos, com as ações da Petrobras subindo quase 8%. O dólar fechou em queda de 4,09%, para R$ 5,174. Os índices das Bolsas dos Estados Unidos também tiveram alta expressiva, e o dólar caiu em relação às demais moedas.      Pesquisa realizada pela Warren Investimentos e Renascença DTVM com 103 gestores, estrategistas e economistas do mercado financeiro mostra que, para 57, o resultado das eleições foi “melhor que o esperado”, enquanto 31 classificaram como em linha com o previsto, e 15, “pior que o esperado”. A expectativa para 63,1% desses profissionais do mercado é que YYY saia vencedor. (Disponível em: https://monitormercantil.com.br/. Acesso em: 05/02/2024. Adaptado.)
Analise as alternativas a seguir e assinale aquela que deve ter a regência verbal alterada para se adaptar às normas gramaticais.
Alternativas
Q3061020 Português
É seguro comer alimentos que você deixou cair no chão se
você pegá-los rápido o suficiente?



          A “regra dos 5 segundos” tem sido tema de debates, com alguns afirmando que ela é real e outros achando que é besteira. O segredo é entender a rapidez com que as bactérias são transferidas da superfície do piso para os alimentos após a queda. Muitos erraram nessa medição, diz o cientista Donald Schaffner. Estudos amadores confundiram a questão ao se basearem em experimentos que não foram aprovados cientificamente. De fato, houve apenas outra investigação rigorosa antes de 2016: um estudo realizado pelo cientista de alimentos Paul Dawson, em 2007.

          Dawson relatou que os alimentos podem pegar bactérias imediatamente ao entrar em contato com uma superfície, mas esse estudo se concentrou mais em quanto tempo as bactérias poderiam sobreviver nas superfícies para contaminar os alimentos. Por isso, Schaffner decidiu testar uma variedade maior de alimentos em condições mais diversas. Os experimentos mostraram que a regra dos 5 segundos na verdade não é uma regra. Quanto mais tempo o alimento ficava em uma superfície com bactérias, mais bactérias se agarravam a ele, mas muitas delas eram coletadas assim que o alimento chegava ao chão. O maior culpado aqui não é o tempo, mas a umidade. Os alimentos úmidos, (como melancia), capturaram mais bactérias do que os alimentos mais secos, como pão. As superfícies como tapetes transferiram menos bactérias do que os azulejos.

       Então, se a ciência desmascarou a regra dos 5 segundos, isso significa que não é seguro comer alimentos que caíram no chão? Isso depende da superfície e do tipo de bactéria que você pode pegar. Se você estiver em um hospital e deixar algo cair, provavelmente não vai querer comê-lo — ou não deveria. Mas, na maioria dos casos, comer um biscoito que pegou um pouco de poeira e bactérias do chão provavelmente não prejudicará alguém com um sistema imunológico saudável. Praticar uma boa higiene, mantendo os pisos e as superfícies limpas, é a lição mais importante. Ainda assim, é provável que a regra dos 5 segundos perdure.


Erika Engelhaupt — National Geographic. Adaptado. 
Assinalar a alternativa em que a forma verbal sublinhada foi INCORRETAMENTE flexionada. 
Alternativas
Respostas
21: D
22: B
23: D
24: B
25: A