Questões de Concurso Comentadas sobre português

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Q2584174 Português

Analise as sentenças a seguir e assinale a alternativa em que a palavra em destaque é uma conjunção.

Alternativas
Q2584163 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 10.


A verdade


Uma donzela estava um dia sentada à beira de um riacho, deixando a água do riacho passar por entre os seus dedos muito brancos, quando sentiu o seu anel de diamante ser levado pelas águas. Temendo o castigo do pai, a donzela contou em casa que fora assaltada por um homem no bosque e que ele arrancara o anel de diamante do seu dedo e a deixara desfalecida sobre um canteiro de margarida. O pai e os irmãos da donzela foram atrás do assaltante e encontraram um homem dormindo no bosque, e o mataram, mas não encontraram o anel de diamante. E a donzela disse:

— Agora me lembro, não era um homem, eram dois.

E o pai e os irmãos da donzela saíram atrás do segundo homem, e o encontraram, e o mataram, mas ele também não tinha o anel. E a donzela disse:

— Então está com o terceiro!

Pois se lembrara que havia um terceiro assaltante. E o pai e os irmãos da donzela saíram no encalço do terceiro assaltante, e o encontraram no bosque. Mas não o mataram, pois estavam fartos de sangue. E trouxeram o homem para a aldeia, e o revistaram, e encontraram no seu bolso o anel de diamante da donzela, para espanto dela.

— Foi ele que assaltou a donzela, e arrancou o anel de seu dedo, e a deixou desfalecida — gritaram os aldeões.

— Matem-no!

— Esperem! — gritou o homem, no momento em que passavam a corda da forca pelo seu pescoço. — Eu não roubei o anel. Foi ela que me deu!

E apontou para a donzela, diante do escândalo de todos. O homem contou que estava sentado à beira do riacho, pescando, quando a donzela se aproximou dele e pediu um beijo. Ele deu o beijo. Depois a donzela tirara a roupa e pedira que ele a possuísse, pois queria saber o que era o amor. Mas como era um homem honrado, ele resistira, e dissera que a donzela devia ter paciência, pois conheceria o amor do marido no seu leito de núpcias. Então a donzela lhe oferecera o anel, dizendo: “Já que meus encantos não o seduzem, este anel comprará o seu amor”. E ele sucumbira, pois era pobre, e a necessidade é o algoz da honra.

Todos se viraram contra a donzela e gritaram: “Rameira! Impura! Diaba!” e exigiram seu sacrifício. E o próprio pai da donzela passou a forca para o seu pescoço. Antes de morrer, a donzela disse para o pescador:

— A sua mentira era maior que a minha. Eles mataram pela minha mentira e vão matar pela sua. Onde está, afinal, a verdade?

O pescador deu de ombros e disse:

— A verdade é que eu achei o anel na barriga de um peixe. Mas quem acreditaria nisso? O pessoal quer violência e sexo, não histórias de pescador.


VERISSIMO, L. F. Verissimo antológico: meio século de crônicas, ou coisa parecida. São Paulo: Objetiva, 2020.

Considere os excertos:


I. “— Agora me lembro, não era um homem, eram dois.”

II. “Pois se lembrara que havia um terceiro assaltante.”


Os vocábulos “um”, “dois” e “terceiro”, que ocorrem nos excertos dados, são classificados gramaticalmente e respectivamente como numerais:

Alternativas
Q2583964 Português

As alternativas a seguir constituem-se em um texto (art. 227 da CF,1988) que, visando atender ao propósito da questão, sofreu alterações propositais em relação à pontuação. Posto isso, assinale a alternativa em que ocorre erro quanto ao uso da vírgula:

Alternativas
Q2583167 Português

Analise as sentenças a seguir quanto aos sinais de pontuação empregados. Assinale a alternativa em que a vírgula é empregada de forma a separar uma oração reduzida de particípio de outra oração.

Alternativas
Q2583166 Português

Leia o texto para responder às questões de 1 a 10.


O olhar da truta


O homem pediu truta e o garçom perguntou se ele não gostaria de escolher uma pessoalmente.

— Como, escolher?

— No nosso viveiro. O senhor pode escolher a truta que quiser.

Ele não tinha visto o viveiro ao entrar no restaurante. Foi atrás do garçom. As trutas davam voltas e voltas dentro do aquário, como num cortejo. Algumas paravam por um instante e ficavam olhando através do vidro, depois retomavam o cortejo. E o homem se viu encarando, olho no olho, uma truta que estacionara com a boca encostada no vidro à sua frente.

— Essa está bonita... — disse o garçom.

— Eu não sabia que se podia escolher. Pensei que elas já estivessem mortas.

— Não, nossas trutas são mortas na hora. Da água direto para a panela.

A truta continuava parada contra o vidro, olhando para o homem.

— Vai essa, doutor? Ela parece que está pedindo...

Mas o olhar da truta não era de quem queria ir direto para uma panela. Ela parecia examinar o homem. Parecia estar calculando a possibilidade de um diálogo. Estranho, pensou o homem. Nunca tive que tomar uma decisão assim. Decidir um destino, decidir entre a vida e a morte. Não era como no supermercado, em que os bichos já estavam mortos e a responsabilidade não era sua — pelo menos não diretamente. Você podia comê-los sem remorso. (...) Claro, era com sua aprovação tácita que bovinos, ovinos, suínos, caprinos, galinhas e peixes eram assassinados para lhe dar de comer. Mas você não estava presente no ato, não escolhia a vítima, não dava a ordem. (...) De certa maneira, pensou o homem, vivi sempre assim, protegido das entranhas do mundo. Sem precisar me comprometer. Sem encarar as vítimas. Mas agora era preciso escolher.

— Vai essa, doutor? — insistiu o garçom.

— Não sei. Eu...

— Acho que foi ela que escolheu o senhor. Olha aí, ficou paradinha. Só faltando dizer “Me come”.

O homem desejou que a truta deixasse de encará-lo e voltasse ao carrossel junto com as outras. Ou que pelo menos desviasse o olhar. Mas a truta continuava a fitá-lo.

— Vamos — estava dizendo a truta. — Pelo menos uma vez na vida, seja decidido. Me escolha e me condene à morte, ou me deixe viver. (...) Não posso decidir a minha vida, ou a de ninguém. Mas você pode. (...) Até agora foi um protegido, um desobrigado, um isento da vida. Mas chegou a hora de se comprometer. (...)

— Vai essa mesmo, doutor? — quis saber o garçom, já com a rede na mão para pegar a truta.

— Não — disse o homem. — Mudei de ideia. Vou pedir outra coisa.

E de volta na mesa, depois de reexaminar o cardápio, perguntou:

— Esses camarões estão vivos?

— Não, doutor. Os camarões estão mortos.

— Pode trazer.


VERISSIMO, L. F. Verissimo antológico: meio século de crônicas, ou coisa parecida. São Paulo: Objetiva, 2020.

Considere o excerto a seguir para responder às questões 9 e 10:


Não era como no supermercado, em que os bichos já estavam mortos e a responsabilidade não era sua — pelo menos não diretamente.


No contexto apresentado, os advérbios “não ”, “já" e “diretamente” exprimem, respectivamente, noções de:

Alternativas
Respostas
761: C
762: A
763: A
764: C
765: E