Questões de Concurso Comentadas sobre português

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Q2549160 Português
Todo filho é pai da morte de seu pai


       Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.

       É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.

     É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho.

      É quando aquele pai, outrora firme e intransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.

    É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela – tudo é corredor, tudo é longe.

     É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.

    E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.

     Todo filho é pai da morte de seu pai.

    Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.

     E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.

      Uma das primeiras transformações acontece no banheiro. Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro. A barra é emblemática.

       A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.

      Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.

      A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.

     Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.

    Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?

    Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete.

      E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.

       Meu amigo José Klein acompanhou o pai até seus derradeiros minutos.

      No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira:

      – Deixa que eu ajudo.

     Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo.

     Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.

      Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.

     Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.

       Embalou o pai de um lado para o outro.

        Aninhou o pai.

       Acalmou o pai.

      E apenas dizia, sussurrado:

     – Estou aqui, estou aqui, pai!

    O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali.



(Fabrício Carpinejar. Coluna GZH Comportamento. Em: 06/10/2013.)
De acordo com a adequação linguística apropriada ao texto, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
Q2549156 Português
Todo filho é pai da morte de seu pai


       Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.

       É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.

     É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho.

      É quando aquele pai, outrora firme e intransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.

    É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela – tudo é corredor, tudo é longe.

     É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.

    E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.

     Todo filho é pai da morte de seu pai.

    Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.

     E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.

      Uma das primeiras transformações acontece no banheiro. Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro. A barra é emblemática.

       A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.

      Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.

      A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.

     Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.

    Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?

    Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete.

      E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.

       Meu amigo José Klein acompanhou o pai até seus derradeiros minutos.

      No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira:

      – Deixa que eu ajudo.

     Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo.

     Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.

      Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.

     Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.

       Embalou o pai de um lado para o outro.

        Aninhou o pai.

       Acalmou o pai.

      E apenas dizia, sussurrado:

     – Estou aqui, estou aqui, pai!

    O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali.



(Fabrício Carpinejar. Coluna GZH Comportamento. Em: 06/10/2013.)
Sobre a classe gramatical das palavras grifadas, tem-se a correspondência correta em:
Alternativas
Q2548147 Português

Cientistas descobrem por que ficamos mais resfriados e gripados no inverno.


      Há um ar frio e todos vocês sabem o que isso significa — é hora da temporada de gripes e resfriados, quando parece que todo mundo que você conhece está de repente espirrando, fungando ou pior. É quase como se aqueles incômodos germes de resfriado e gripe surgissem com a primeira rajada do inverno. No entanto, os germes estão presentes durante todo o ano — basta pensar no seu último resfriado do verão. Então, por que as pessoas pegam mais resfriados, gripes e agora Covid19 quando está frio lá fora?

      No que chamaram de “avanço”, os cientistas descobriram a razão biológica pela qual temos mais doenças respiratórias no inverno — o próprio ar frio prejudica a resposta imunológica que ocorre no nariz. “Esta é a primeira vez que temos uma explicação biológica e molecular sobre um fator de nossa resposta imune inata que parece ser limitada por temperaturas mais frias”, disse a rinologista Zara Patel, professora de otorrinolaringologia e cirurgia de cabeça e pescoço em Stanford. Ela não estava envolvida no novo estudo. Na verdade, reduzir a temperatura dentro do nariz em apenas 5ºC mata quase 50% dos bilhões de células e vírus úteis no combate a bactérias nas narinas, de acordo com o estudo de 2022 publicado no The Journal of Allergy and Clinical Immunology.

      “O ar frio está associado ao aumento da infecção viral porque você basicamente perde metade de sua imunidade apenas por essa pequena queda na temperatura”, disse o autor do estudo, Benjamin Bleier, diretor de pesquisa transnacional em otorrinolaringologia do Massachusetts Eye and Ear e professor associado em Harvard Medical School, em Boston.

      “É importante recordar que se trata de estudos in vitro, o que significa que, embora se esteja utilizando tecido humano no laboratório para estudar esta resposta imunitária, não se trata de um estudo realizado dentro do nariz de alguém”, afirmou Patel por e-mail. “Muitas vezes, os resultados dos estudos in vitro são confirmados in vivo, mas nem sempre”.

      O que isso afeta a sua capacidade de combater resfriados, gripes e Covid-19? Ele reduz pela metade a capacidade do sistema imunológico de combater infecções respiratórias, disse Bleier.

      Acontece que a pandemia nos deu exatamente o que precisávamos para ajudar a combater o ar frio e manter a nossa imunidade elevada, disse Bleier. “As máscaras não apenas protegem você da inalação direta de vírus, mas também é como usar um suéter no nariz”, disse ele. Patel concordou: “Quanto mais quente você conseguir manter o ambiente intranasal, melhor esse mecanismo de defesa imunológica inata será capaz de funcionar. Talvez mais um motivo para usar máscaras!”

      No futuro, Bleier espera ver o desenvolvimento de medicamentos tópicos nasais que se baseiem nesta revelação científica. Esses novos produtos farmacêuticos “essencialmente enganarão o nariz, fazendo-o pensar que acabou de ver um vírus”, disse ele. “Ao ter essa exposição, você terá todas essas vespas extras voando em suas mucosas protegendo você”, acrescentou.


Fonte: Cientistas descobrem por que ficamos mais resfriados e gripados no inverno | CNN Brasil 

Assinale a alternativa que apresente a função sintática exercida pelo pronome em destaque no período: “Ela não estava envolvida no novo estudo”. 
Alternativas
Q2548146 Português

Cientistas descobrem por que ficamos mais resfriados e gripados no inverno.


      Há um ar frio e todos vocês sabem o que isso significa — é hora da temporada de gripes e resfriados, quando parece que todo mundo que você conhece está de repente espirrando, fungando ou pior. É quase como se aqueles incômodos germes de resfriado e gripe surgissem com a primeira rajada do inverno. No entanto, os germes estão presentes durante todo o ano — basta pensar no seu último resfriado do verão. Então, por que as pessoas pegam mais resfriados, gripes e agora Covid19 quando está frio lá fora?

      No que chamaram de “avanço”, os cientistas descobriram a razão biológica pela qual temos mais doenças respiratórias no inverno — o próprio ar frio prejudica a resposta imunológica que ocorre no nariz. “Esta é a primeira vez que temos uma explicação biológica e molecular sobre um fator de nossa resposta imune inata que parece ser limitada por temperaturas mais frias”, disse a rinologista Zara Patel, professora de otorrinolaringologia e cirurgia de cabeça e pescoço em Stanford. Ela não estava envolvida no novo estudo. Na verdade, reduzir a temperatura dentro do nariz em apenas 5ºC mata quase 50% dos bilhões de células e vírus úteis no combate a bactérias nas narinas, de acordo com o estudo de 2022 publicado no The Journal of Allergy and Clinical Immunology.

      “O ar frio está associado ao aumento da infecção viral porque você basicamente perde metade de sua imunidade apenas por essa pequena queda na temperatura”, disse o autor do estudo, Benjamin Bleier, diretor de pesquisa transnacional em otorrinolaringologia do Massachusetts Eye and Ear e professor associado em Harvard Medical School, em Boston.

      “É importante recordar que se trata de estudos in vitro, o que significa que, embora se esteja utilizando tecido humano no laboratório para estudar esta resposta imunitária, não se trata de um estudo realizado dentro do nariz de alguém”, afirmou Patel por e-mail. “Muitas vezes, os resultados dos estudos in vitro são confirmados in vivo, mas nem sempre”.

      O que isso afeta a sua capacidade de combater resfriados, gripes e Covid-19? Ele reduz pela metade a capacidade do sistema imunológico de combater infecções respiratórias, disse Bleier.

      Acontece que a pandemia nos deu exatamente o que precisávamos para ajudar a combater o ar frio e manter a nossa imunidade elevada, disse Bleier. “As máscaras não apenas protegem você da inalação direta de vírus, mas também é como usar um suéter no nariz”, disse ele. Patel concordou: “Quanto mais quente você conseguir manter o ambiente intranasal, melhor esse mecanismo de defesa imunológica inata será capaz de funcionar. Talvez mais um motivo para usar máscaras!”

      No futuro, Bleier espera ver o desenvolvimento de medicamentos tópicos nasais que se baseiem nesta revelação científica. Esses novos produtos farmacêuticos “essencialmente enganarão o nariz, fazendo-o pensar que acabou de ver um vírus”, disse ele. “Ao ter essa exposição, você terá todas essas vespas extras voando em suas mucosas protegendo você”, acrescentou.


Fonte: Cientistas descobrem por que ficamos mais resfriados e gripados no inverno | CNN Brasil 

Assinale a alternativa que apresente a justificativa para o emprego da vÍrgula no período: O que isso afeta a sua capacidade de combater resfriados, gripes e Covid-19? 
Alternativas
Q2548143 Português

Cientistas descobrem por que ficamos mais resfriados e gripados no inverno.


      Há um ar frio e todos vocês sabem o que isso significa — é hora da temporada de gripes e resfriados, quando parece que todo mundo que você conhece está de repente espirrando, fungando ou pior. É quase como se aqueles incômodos germes de resfriado e gripe surgissem com a primeira rajada do inverno. No entanto, os germes estão presentes durante todo o ano — basta pensar no seu último resfriado do verão. Então, por que as pessoas pegam mais resfriados, gripes e agora Covid19 quando está frio lá fora?

      No que chamaram de “avanço”, os cientistas descobriram a razão biológica pela qual temos mais doenças respiratórias no inverno — o próprio ar frio prejudica a resposta imunológica que ocorre no nariz. “Esta é a primeira vez que temos uma explicação biológica e molecular sobre um fator de nossa resposta imune inata que parece ser limitada por temperaturas mais frias”, disse a rinologista Zara Patel, professora de otorrinolaringologia e cirurgia de cabeça e pescoço em Stanford. Ela não estava envolvida no novo estudo. Na verdade, reduzir a temperatura dentro do nariz em apenas 5ºC mata quase 50% dos bilhões de células e vírus úteis no combate a bactérias nas narinas, de acordo com o estudo de 2022 publicado no The Journal of Allergy and Clinical Immunology.

      “O ar frio está associado ao aumento da infecção viral porque você basicamente perde metade de sua imunidade apenas por essa pequena queda na temperatura”, disse o autor do estudo, Benjamin Bleier, diretor de pesquisa transnacional em otorrinolaringologia do Massachusetts Eye and Ear e professor associado em Harvard Medical School, em Boston.

      “É importante recordar que se trata de estudos in vitro, o que significa que, embora se esteja utilizando tecido humano no laboratório para estudar esta resposta imunitária, não se trata de um estudo realizado dentro do nariz de alguém”, afirmou Patel por e-mail. “Muitas vezes, os resultados dos estudos in vitro são confirmados in vivo, mas nem sempre”.

      O que isso afeta a sua capacidade de combater resfriados, gripes e Covid-19? Ele reduz pela metade a capacidade do sistema imunológico de combater infecções respiratórias, disse Bleier.

      Acontece que a pandemia nos deu exatamente o que precisávamos para ajudar a combater o ar frio e manter a nossa imunidade elevada, disse Bleier. “As máscaras não apenas protegem você da inalação direta de vírus, mas também é como usar um suéter no nariz”, disse ele. Patel concordou: “Quanto mais quente você conseguir manter o ambiente intranasal, melhor esse mecanismo de defesa imunológica inata será capaz de funcionar. Talvez mais um motivo para usar máscaras!”

      No futuro, Bleier espera ver o desenvolvimento de medicamentos tópicos nasais que se baseiem nesta revelação científica. Esses novos produtos farmacêuticos “essencialmente enganarão o nariz, fazendo-o pensar que acabou de ver um vírus”, disse ele. “Ao ter essa exposição, você terá todas essas vespas extras voando em suas mucosas protegendo você”, acrescentou.


Fonte: Cientistas descobrem por que ficamos mais resfriados e gripados no inverno | CNN Brasil 

Assinale a alternativa que apresente a classe morfológica da palavra em destaque no período: “É quase como se aqueles incômodos germes de resfriado e gripe surgissem com a primeira rajada do inverno”. 
Alternativas
Respostas
1146: D
1147: C
1148: E
1149: C
1150: B