Questões de Concurso Comentadas sobre português

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Q2047772 Português
Sobre a classificação das vogais, marque a opção CORRETA. Quanto ao(à)
Alternativas
Q2047562 Português
As aventuras de Pi
(Fragmento)

    A história do meu nome não acaba com ele. Quando alguém se chama Bob, ninguém lhe pergunta “Como é que se escreve?”. Não é o que acontece com Piscine Molitor Patel.
    Alguns achavam que era P. Singh; deduziam que eu fosse *sique e ficavam se perguntando por que não estaria usando um turbante.
    Na época da faculdade, fui uma vez a Montreal com uns amigos. Certa noite, eu é que tive de pedir as pizzas.
    Já não aguentava mais aquela gente que falava francês cair na gargalhada ao ouvir o meu nome, portanto, quando o sujeito ao telefone perguntou “O seu nome, por favor?”, respondi “Sou quem sou”. Meia hora mais tarde, chegaram duas pizzas para um tal de “Soul Ken Soul...
    É verdade que as pessoas que conhecemos podem nos modificar, e, às vezes, de uma forma tão profunda que, depois disso, não somos mais os mesmos, nem com relação ao nosso nome. O apóstolo Simão que passa a se chamar Pedro; Mateus, também chamado Levi; Nataniel que é também Bartolomeu; Judas, não o Iscariotes, que assumiu o nome de Tadeu; Simeão que ficou conhecido como o negro; Saulo que passou a ser Paulo.
    O meu soldado romano estava parado no pátio da escola, uma manhã, quando eu tinha doze anos. Eu tinha acabado de chegar. Ele me viu e um lampejo de gênio do mal se acendeu na sua mente estúpida. Erguendo o braço, apontou para mim e, aos berros, gritou meu nome acentuando a primeira sílaba em vez da segunda, como na palavra francesa:
     -Olha aí o Piscine Patel!
    Resultado: o que se ouviu foi pissing, “mijando” em inglês, a língua que todos falávamos ali.
     Num segundo, todo mundo estava rindo. Fiquei para trás quando fizemos fila para ir para a sala. Fui o último a entrar, envergando a minha coroa de espinhos.
     [,..]0 meu plano era melhor que isso.
    Resolvi botá-lo em prática já no meu primeiro dia de colégio, e na primeira aula. Ali na sala, havia outros ex-alunos do St. Joseph. A aula começou como todas elas começam: pela apresentação, íamos dizendo o nosso nome do nosso lugar, seguindo a ordem das carteiras em que estávamos sentados.
     [...]
    Tinha chegado a minha vez [...] Medina, me aguarde...
    Levantei do meu lugar e fui direto ao quadro-negro. Antes que o professor pudesse dizer uma palavra que fosse, peguei um giz e fui dizendo, enquanto escrevia:
     O meu nome é Piscine Molitor Patel conhecido como (sublinhei duas vezes as duas primeiras letras do meu nome) Pi Patel.
    Só por precaução, acrescentei π =3,14 e tracei um grande círculo que, depois, dividi em dois com a linha de diâmetro, para evocar a lição mais elementar da geometria.
     O silêncio foi total. O professor ficou olhando para o quadro. Eu prendi a respiração. Então, ele disse:
    -Tudo bem, Pi. Pode ir se sentar. Da próxima vez, peça permissão para sair da sua carteira.
-Sim, senhor.
MARTEL, Yann. As aventuras de Pi. Extraído do site: www.maismac.net/yannmartel_-_as_aventuras_de_pi.pdf.

*Sique: que ou quem segue o siquismo (religião monoteísta da índia). 
“Na época da faculdade, fui uma vez a Montreal com uns amigos.”
A respeito do trecho acima, quanto aos aspectos gramatical e sintático, analise as afirmativas a seguir.
I. Há uma inadequação linguística: ausência de sinal indicativo de crase no A destacado em “A Montreal”. II. UMA VEZ poderia ser substituído, sem comprometimento do sentido ou de sua correção I inguística, por UMA OCASIÃO. III. COM é uma conjunção subordinativa conformativa.
Está correto apenas o que se afirma em:
Alternativas
Q2047559 Português
As aventuras de Pi
(Fragmento)

    A história do meu nome não acaba com ele. Quando alguém se chama Bob, ninguém lhe pergunta “Como é que se escreve?”. Não é o que acontece com Piscine Molitor Patel.
    Alguns achavam que era P. Singh; deduziam que eu fosse *sique e ficavam se perguntando por que não estaria usando um turbante.
    Na época da faculdade, fui uma vez a Montreal com uns amigos. Certa noite, eu é que tive de pedir as pizzas.
    Já não aguentava mais aquela gente que falava francês cair na gargalhada ao ouvir o meu nome, portanto, quando o sujeito ao telefone perguntou “O seu nome, por favor?”, respondi “Sou quem sou”. Meia hora mais tarde, chegaram duas pizzas para um tal de “Soul Ken Soul...
    É verdade que as pessoas que conhecemos podem nos modificar, e, às vezes, de uma forma tão profunda que, depois disso, não somos mais os mesmos, nem com relação ao nosso nome. O apóstolo Simão que passa a se chamar Pedro; Mateus, também chamado Levi; Nataniel que é também Bartolomeu; Judas, não o Iscariotes, que assumiu o nome de Tadeu; Simeão que ficou conhecido como o negro; Saulo que passou a ser Paulo.
    O meu soldado romano estava parado no pátio da escola, uma manhã, quando eu tinha doze anos. Eu tinha acabado de chegar. Ele me viu e um lampejo de gênio do mal se acendeu na sua mente estúpida. Erguendo o braço, apontou para mim e, aos berros, gritou meu nome acentuando a primeira sílaba em vez da segunda, como na palavra francesa:
     -Olha aí o Piscine Patel!
    Resultado: o que se ouviu foi pissing, “mijando” em inglês, a língua que todos falávamos ali.
     Num segundo, todo mundo estava rindo. Fiquei para trás quando fizemos fila para ir para a sala. Fui o último a entrar, envergando a minha coroa de espinhos.
     [,..]0 meu plano era melhor que isso.
    Resolvi botá-lo em prática já no meu primeiro dia de colégio, e na primeira aula. Ali na sala, havia outros ex-alunos do St. Joseph. A aula começou como todas elas começam: pela apresentação, íamos dizendo o nosso nome do nosso lugar, seguindo a ordem das carteiras em que estávamos sentados.
     [...]
    Tinha chegado a minha vez [...] Medina, me aguarde...
    Levantei do meu lugar e fui direto ao quadro-negro. Antes que o professor pudesse dizer uma palavra que fosse, peguei um giz e fui dizendo, enquanto escrevia:
     O meu nome é Piscine Molitor Patel conhecido como (sublinhei duas vezes as duas primeiras letras do meu nome) Pi Patel.
    Só por precaução, acrescentei π =3,14 e tracei um grande círculo que, depois, dividi em dois com a linha de diâmetro, para evocar a lição mais elementar da geometria.
     O silêncio foi total. O professor ficou olhando para o quadro. Eu prendi a respiração. Então, ele disse:
    -Tudo bem, Pi. Pode ir se sentar. Da próxima vez, peça permissão para sair da sua carteira.
-Sim, senhor.
MARTEL, Yann. As aventuras de Pi. Extraído do site: www.maismac.net/yannmartel_-_as_aventuras_de_pi.pdf.

*Sique: que ou quem segue o siquismo (religião monoteísta da índia). 
Do ponto de vista da norma culta, o segmento destacado em “QUANDO alguém se chama Bob, ninguém lhe pergunta “Como é que se escreve?” possui valor de:
Alternativas
Q2047557 Português
As aventuras de Pi
(Fragmento)

    A história do meu nome não acaba com ele. Quando alguém se chama Bob, ninguém lhe pergunta “Como é que se escreve?”. Não é o que acontece com Piscine Molitor Patel.
    Alguns achavam que era P. Singh; deduziam que eu fosse *sique e ficavam se perguntando por que não estaria usando um turbante.
    Na época da faculdade, fui uma vez a Montreal com uns amigos. Certa noite, eu é que tive de pedir as pizzas.
    Já não aguentava mais aquela gente que falava francês cair na gargalhada ao ouvir o meu nome, portanto, quando o sujeito ao telefone perguntou “O seu nome, por favor?”, respondi “Sou quem sou”. Meia hora mais tarde, chegaram duas pizzas para um tal de “Soul Ken Soul...
    É verdade que as pessoas que conhecemos podem nos modificar, e, às vezes, de uma forma tão profunda que, depois disso, não somos mais os mesmos, nem com relação ao nosso nome. O apóstolo Simão que passa a se chamar Pedro; Mateus, também chamado Levi; Nataniel que é também Bartolomeu; Judas, não o Iscariotes, que assumiu o nome de Tadeu; Simeão que ficou conhecido como o negro; Saulo que passou a ser Paulo.
    O meu soldado romano estava parado no pátio da escola, uma manhã, quando eu tinha doze anos. Eu tinha acabado de chegar. Ele me viu e um lampejo de gênio do mal se acendeu na sua mente estúpida. Erguendo o braço, apontou para mim e, aos berros, gritou meu nome acentuando a primeira sílaba em vez da segunda, como na palavra francesa:
     -Olha aí o Piscine Patel!
    Resultado: o que se ouviu foi pissing, “mijando” em inglês, a língua que todos falávamos ali.
     Num segundo, todo mundo estava rindo. Fiquei para trás quando fizemos fila para ir para a sala. Fui o último a entrar, envergando a minha coroa de espinhos.
     [,..]0 meu plano era melhor que isso.
    Resolvi botá-lo em prática já no meu primeiro dia de colégio, e na primeira aula. Ali na sala, havia outros ex-alunos do St. Joseph. A aula começou como todas elas começam: pela apresentação, íamos dizendo o nosso nome do nosso lugar, seguindo a ordem das carteiras em que estávamos sentados.
     [...]
    Tinha chegado a minha vez [...] Medina, me aguarde...
    Levantei do meu lugar e fui direto ao quadro-negro. Antes que o professor pudesse dizer uma palavra que fosse, peguei um giz e fui dizendo, enquanto escrevia:
     O meu nome é Piscine Molitor Patel conhecido como (sublinhei duas vezes as duas primeiras letras do meu nome) Pi Patel.
    Só por precaução, acrescentei π =3,14 e tracei um grande círculo que, depois, dividi em dois com a linha de diâmetro, para evocar a lição mais elementar da geometria.
     O silêncio foi total. O professor ficou olhando para o quadro. Eu prendi a respiração. Então, ele disse:
    -Tudo bem, Pi. Pode ir se sentar. Da próxima vez, peça permissão para sair da sua carteira.
-Sim, senhor.
MARTEL, Yann. As aventuras de Pi. Extraído do site: www.maismac.net/yannmartel_-_as_aventuras_de_pi.pdf.

*Sique: que ou quem segue o siquismo (religião monoteísta da índia). 
Sobre os elementos destacados do fragmento “A história do meu nome não acaba com ele.”, leia as afirmativas.
I. MEU é um pronome adjetivo possessivo. II. A palavra COM é uma preposição com valor de causa. III. NÃO, no contexto, é um substantivo. IV. ELE é um pronome pessoal oblíquo.
Está correto o que se afirma apenas em:
Alternativas
Q2047529 Português
Marque a alternativa em que as sílabas tônicas das palavras estão destacadas CORRETAMENTE
Alternativas
Q2047528 Português
TUDO SE TRANSFORMA

    Um dos maiores problemas do planeta Terra é a produção de lixo. Ele não serve para nada, certo? Nada disso. Tudo aquilo que jogamos fora pode ser reaproveitado. Os restos de alimentos são adubos naturais: quando cascas, folhas e outros restos de alimentos são enterrados, eles se decompõem em matéria orgânica e alimentam as plantas.
    O lixo sintético também não é simplesmente sucata. Ele pode ser separado e reaproveitado por um processo chamado reciclagem. Papéis, plásticos, vidros e latas são materiais que podem ser reutilizados.
    Por exemplo, podemos separar os copos de iogurte, as garrafas e as latinhas de refrigerante, os papéis das embalagens de doces e levar tudo isso para os grandes latões de lixo reciclável que existem espalhados pela cidade.
     “Se reciclar é legal, aproveitar é melhor ainda! Você sabia que o desperdício de alimentos do Brasil é um verdadeiro tesouro jogado fora? Não?”
    Cerca de 35% do lixo coletado poderia ser reciclado ou reutilizado e outros 35% poderiam virar adubo. Ou seja, 70% da poluição do meio ambiente iria se transformar em algo útil e limpo para todo mundo! Isso se chama RECICLAGEM, a maneira mais inteligente de dar adeus ao lixo!
    Na reciclagem, o lixo é tratado como matéria-prima que será reaproveitada para fazer novos produtos. Olha só quantas vantagens a danada tem: diminui a quantidade de lixo que vai para os lixões, os recursos naturais são poupados, reduz a poluição, além de gerar empregos!
    Mas como fazer isso em cidades que têm milhões de habitantes? Porque para reciclar, é preciso primeiro separar os tipos de lixo. E para separar, é preciso adotar um sistema um pouco caro, chamado Coleta Seletiva de Lixo.
    Nesse sistema, o material orgânico é separado do lixo feito de plástico, papel e vidro, que são materiais reaproveitáveis. É por isso que em alguns lugares da cidade a gente encontra aquelas latonas coloridas de lixo: cada cor representa um material reciclável. E cada um deles tem um processo diferente de reciclagem.
    Parece tudo igual, mas não é. O lixo pode ser orgânico (restos de comida, plantas mortas), e inorgânico (plástico, vidro, metal, papel), mas cada um tem o seu "cantinho" na sociedade em que a gente vive:

- Domiciliar: são as latinhas de refrigerante, as caixinhas de leite, os restos de comida, as cascas de frutas, enfim, tudo o que é consumido em casa.
- Comercial: papéis de escritório, canetas... tudo o que é utilizado nas empresas.
- Hospitalar: restos de material orgânico e de cirurgias, produzido em hospitais e clínicas veterinárias. Todo cuidado com ele, pois pode conter material contaminado!
- Industrial: lixo que vem das indústrias, como embalagens, produtos químicos, etc.
- Público: lixo recolhido das ruas (dentro e fora dos cestos de lixo).
- Especial: são os entulhos e os materiais altamente tóxicos. 
Conforme o texto, o desperdício de alimentos do Brasil é:
Alternativas
Q2047527 Português
TUDO SE TRANSFORMA

    Um dos maiores problemas do planeta Terra é a produção de lixo. Ele não serve para nada, certo? Nada disso. Tudo aquilo que jogamos fora pode ser reaproveitado. Os restos de alimentos são adubos naturais: quando cascas, folhas e outros restos de alimentos são enterrados, eles se decompõem em matéria orgânica e alimentam as plantas.
    O lixo sintético também não é simplesmente sucata. Ele pode ser separado e reaproveitado por um processo chamado reciclagem. Papéis, plásticos, vidros e latas são materiais que podem ser reutilizados.
    Por exemplo, podemos separar os copos de iogurte, as garrafas e as latinhas de refrigerante, os papéis das embalagens de doces e levar tudo isso para os grandes latões de lixo reciclável que existem espalhados pela cidade.
     “Se reciclar é legal, aproveitar é melhor ainda! Você sabia que o desperdício de alimentos do Brasil é um verdadeiro tesouro jogado fora? Não?”
    Cerca de 35% do lixo coletado poderia ser reciclado ou reutilizado e outros 35% poderiam virar adubo. Ou seja, 70% da poluição do meio ambiente iria se transformar em algo útil e limpo para todo mundo! Isso se chama RECICLAGEM, a maneira mais inteligente de dar adeus ao lixo!
    Na reciclagem, o lixo é tratado como matéria-prima que será reaproveitada para fazer novos produtos. Olha só quantas vantagens a danada tem: diminui a quantidade de lixo que vai para os lixões, os recursos naturais são poupados, reduz a poluição, além de gerar empregos!
    Mas como fazer isso em cidades que têm milhões de habitantes? Porque para reciclar, é preciso primeiro separar os tipos de lixo. E para separar, é preciso adotar um sistema um pouco caro, chamado Coleta Seletiva de Lixo.
    Nesse sistema, o material orgânico é separado do lixo feito de plástico, papel e vidro, que são materiais reaproveitáveis. É por isso que em alguns lugares da cidade a gente encontra aquelas latonas coloridas de lixo: cada cor representa um material reciclável. E cada um deles tem um processo diferente de reciclagem.
    Parece tudo igual, mas não é. O lixo pode ser orgânico (restos de comida, plantas mortas), e inorgânico (plástico, vidro, metal, papel), mas cada um tem o seu "cantinho" na sociedade em que a gente vive:

- Domiciliar: são as latinhas de refrigerante, as caixinhas de leite, os restos de comida, as cascas de frutas, enfim, tudo o que é consumido em casa.
- Comercial: papéis de escritório, canetas... tudo o que é utilizado nas empresas.
- Hospitalar: restos de material orgânico e de cirurgias, produzido em hospitais e clínicas veterinárias. Todo cuidado com ele, pois pode conter material contaminado!
- Industrial: lixo que vem das indústrias, como embalagens, produtos químicos, etc.
- Público: lixo recolhido das ruas (dentro e fora dos cestos de lixo).
- Especial: são os entulhos e os materiais altamente tóxicos. 
Os latões de lixos recicláveis são divididos em:
Alternativas
Q2047470 Português
O vocábulo “gratuitamente”, utilizado no texto, é um:
Alternativas
Q2047466 Português

Nos dias de hoje, a integração com os bichinhos de estimação está cada vez maior e por serem tratados como um membro da família, acompanham seus donos nos passeios, com mais frequência. Pensando neste lado, a 11ª Osterfest conta com um cantinho reservado para os pets. [...]


Disponível em: http://jornaldepomerode.com.br/noticias/um-cantinho-reservado-para-os-pets-67669. Acesso em: 29/mar/2019. [adaptado] 



Assinale a alternativa correta quanto à justificativa do uso da vírgula no trecho “Nos dias de hoje, a integração com os bichinhos de estimação está cada vez maior...”: 

Alternativas
Q2047464 Português
Para a 13ª edição da Hora do Planeta, organizada pela ONG WWF, milhões de pessoas em 180 países vão apagar suas luzes às 20h30 para refletir o impacto do gasto energético sobre as mudanças climáticas e seu papel fundamental na natureza.[...] Disponível em: http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2019/03/mundo-apaga-suas-luzes-pela-hora-do-planeta-10905855.html. Acesso em: 30/mar/2019. [adaptado]

Assinale a alternativa que indica corretamente as relações que a palavra “para” estabelece, respectivamente, na notícia: 
Alternativas
Q2047300 Português
      A frase “Se você ama, sofre; se não ama, adoece” é uma das mais notáveis de Sigmund Freud, pois ela nos revela que, no momento que nascemos e abrimos os nossos olhos para o mundo, já sofremos de uma ausência: a carência do outro. Porém, quando nos tornamos adultos, sabemos que o amor converge em diferentes modos de sofrimento, que vão desde amar e não ser amado, da perplexa revelação de que amor não resolve tudo e de que existem pessoas que não querem amar.

     Por caminhos confusos ou enviesados, alguns homens e mulheres acabam entrando na pior forma de amar, que é o amor patológico, que atinge, sobretudo, as pessoas que não conseguem estabelecer relações emocionalmente estáveis. Para as pessoas que amam demais, ou seja, de maneira obsessiva, apaixonar-se é algo cruel e, ao mesmo tempo, fascinante para esse imaginário romântico, que mora na cabeça e no coração de gente que acredita, cegamente, que esse tipo de amor é grandioso, e que exige sacrifício e despersonalização.

       Na verdade, estamos falando de um sentimento incontrolável, que não nasce de emoções saudáveis por alguém, mas de uma carência insuportável que provoca ansiedade e angústia, atordoando a vida dos que amam demais, e que por isso sofrem e adoecem. Essa é uma sensação químico-física de um amor que se caracteriza como patológico, como se fosse à dependência de um poderoso alucinógeno, que _____________ os indivíduos a permanecer em relações abusivas por medo de serem abandonados e frustados. As turbulências do amor patológico ____________ levado eles ou elas aos consultórios psicoterapêuticos, com problemas de sono, aflições, dificuldades de concentração, alterações alimentares e outras disfunções, em consequência dos desleixos que ocorrem na codependência.

        Assim, o amor patológico pode ocorrer com pessoas de diversas idades, opções de gênero e níveis sociais, mas não apenas entre casais. Por exemplo, algumas mães gostam tanto de seus filhos que acabam com o namoro deles, impedindo que eles vivam a própria vida. É como disse o poeta português Luís de Camões: “Amor é fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente”. Entretanto, esse fogo e ferida podem se transformar em uma patologia, em que as pessoas que amam demais se sujeitam à humilhação e à submissão para estar com o outro.

      Nesta citação de Freud, descobrimos que a marca do amor é a ambivalência, que pode se confundir em uma relação de amor e ódio, que podemos traduzir no conflito entre a pulsão de vida (Eros) e a pulsão de morte (Tânatos), que costumam enlaçar de amor homens e mulheres, que misturam seus “deuses” e “demônios”. Portanto, o amor patológico funciona como um pêndulo entre o Eros e o Tânatos, mas com a curva para a pulsão de morte. Contudo, para desenvolver um amor maduro, sábio e responsável, como nos ensina o psicanalista Erich Fromm, é necessário trabalharmos quatro dimensões: o cuidado, a responsabilidade, o respeito e o conhecimento.

(Disponível em: https://www.contioutra.com/se-voce-ama-sofre-senao-ama-adoece/. Texto adaptado especialmente para esta prova. Acesso em: 11/07/2019.)
O termo “frustados” (3º§) exemplifica um caso do qual se ocupa a ortoépia. Trata-se de um segmento da língua portuguesa dedicado à boa pronunciação das palavras no ato da fala. Caso lesse “frustrados”, no texto, o falante seria induzido a pronunciar corretamente a referida palavra; porém, não é o que acontece nessa peculiar situação do texto. Com base no exposto, analise as afirmativas relacionadas às palavras paroxítonas a seguir.
I. É correto escrever e pronunciar “cataclisma” em vez de “cataclismo”. II. É errôneo escrever e pronunciar “hilariedade” em vez de “hilaridade”. III. É correto escrever e pronunciar “beneficente” em vez de beneficiente”.
Considerando a norma culta da Língua Portuguesa, estão corretas as afirmativas
Alternativas
Q2047297 Português
      A frase “Se você ama, sofre; se não ama, adoece” é uma das mais notáveis de Sigmund Freud, pois ela nos revela que, no momento que nascemos e abrimos os nossos olhos para o mundo, já sofremos de uma ausência: a carência do outro. Porém, quando nos tornamos adultos, sabemos que o amor converge em diferentes modos de sofrimento, que vão desde amar e não ser amado, da perplexa revelação de que amor não resolve tudo e de que existem pessoas que não querem amar.

     Por caminhos confusos ou enviesados, alguns homens e mulheres acabam entrando na pior forma de amar, que é o amor patológico, que atinge, sobretudo, as pessoas que não conseguem estabelecer relações emocionalmente estáveis. Para as pessoas que amam demais, ou seja, de maneira obsessiva, apaixonar-se é algo cruel e, ao mesmo tempo, fascinante para esse imaginário romântico, que mora na cabeça e no coração de gente que acredita, cegamente, que esse tipo de amor é grandioso, e que exige sacrifício e despersonalização.

       Na verdade, estamos falando de um sentimento incontrolável, que não nasce de emoções saudáveis por alguém, mas de uma carência insuportável que provoca ansiedade e angústia, atordoando a vida dos que amam demais, e que por isso sofrem e adoecem. Essa é uma sensação químico-física de um amor que se caracteriza como patológico, como se fosse à dependência de um poderoso alucinógeno, que _____________ os indivíduos a permanecer em relações abusivas por medo de serem abandonados e frustados. As turbulências do amor patológico ____________ levado eles ou elas aos consultórios psicoterapêuticos, com problemas de sono, aflições, dificuldades de concentração, alterações alimentares e outras disfunções, em consequência dos desleixos que ocorrem na codependência.

        Assim, o amor patológico pode ocorrer com pessoas de diversas idades, opções de gênero e níveis sociais, mas não apenas entre casais. Por exemplo, algumas mães gostam tanto de seus filhos que acabam com o namoro deles, impedindo que eles vivam a própria vida. É como disse o poeta português Luís de Camões: “Amor é fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente”. Entretanto, esse fogo e ferida podem se transformar em uma patologia, em que as pessoas que amam demais se sujeitam à humilhação e à submissão para estar com o outro.

      Nesta citação de Freud, descobrimos que a marca do amor é a ambivalência, que pode se confundir em uma relação de amor e ódio, que podemos traduzir no conflito entre a pulsão de vida (Eros) e a pulsão de morte (Tânatos), que costumam enlaçar de amor homens e mulheres, que misturam seus “deuses” e “demônios”. Portanto, o amor patológico funciona como um pêndulo entre o Eros e o Tânatos, mas com a curva para a pulsão de morte. Contudo, para desenvolver um amor maduro, sábio e responsável, como nos ensina o psicanalista Erich Fromm, é necessário trabalharmos quatro dimensões: o cuidado, a responsabilidade, o respeito e o conhecimento.

(Disponível em: https://www.contioutra.com/se-voce-ama-sofre-senao-ama-adoece/. Texto adaptado especialmente para esta prova. Acesso em: 11/07/2019.)
Classifique as palavras transcritas do texto, relacionando adequadamente as colunas a seguir. 1. Advérbio de intensidade. 2. Adjetivo derivado. 3. Adjetivo primitivo. 4. Advérbio de modo. (  ) Demais. (  ) Pior. (  ) Assim. (  ) Abusivas. A sequência está correta em
Alternativas
Q2047296 Português
      A frase “Se você ama, sofre; se não ama, adoece” é uma das mais notáveis de Sigmund Freud, pois ela nos revela que, no momento que nascemos e abrimos os nossos olhos para o mundo, já sofremos de uma ausência: a carência do outro. Porém, quando nos tornamos adultos, sabemos que o amor converge em diferentes modos de sofrimento, que vão desde amar e não ser amado, da perplexa revelação de que amor não resolve tudo e de que existem pessoas que não querem amar.

     Por caminhos confusos ou enviesados, alguns homens e mulheres acabam entrando na pior forma de amar, que é o amor patológico, que atinge, sobretudo, as pessoas que não conseguem estabelecer relações emocionalmente estáveis. Para as pessoas que amam demais, ou seja, de maneira obsessiva, apaixonar-se é algo cruel e, ao mesmo tempo, fascinante para esse imaginário romântico, que mora na cabeça e no coração de gente que acredita, cegamente, que esse tipo de amor é grandioso, e que exige sacrifício e despersonalização.

       Na verdade, estamos falando de um sentimento incontrolável, que não nasce de emoções saudáveis por alguém, mas de uma carência insuportável que provoca ansiedade e angústia, atordoando a vida dos que amam demais, e que por isso sofrem e adoecem. Essa é uma sensação químico-física de um amor que se caracteriza como patológico, como se fosse à dependência de um poderoso alucinógeno, que _____________ os indivíduos a permanecer em relações abusivas por medo de serem abandonados e frustados. As turbulências do amor patológico ____________ levado eles ou elas aos consultórios psicoterapêuticos, com problemas de sono, aflições, dificuldades de concentração, alterações alimentares e outras disfunções, em consequência dos desleixos que ocorrem na codependência.

        Assim, o amor patológico pode ocorrer com pessoas de diversas idades, opções de gênero e níveis sociais, mas não apenas entre casais. Por exemplo, algumas mães gostam tanto de seus filhos que acabam com o namoro deles, impedindo que eles vivam a própria vida. É como disse o poeta português Luís de Camões: “Amor é fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente”. Entretanto, esse fogo e ferida podem se transformar em uma patologia, em que as pessoas que amam demais se sujeitam à humilhação e à submissão para estar com o outro.

      Nesta citação de Freud, descobrimos que a marca do amor é a ambivalência, que pode se confundir em uma relação de amor e ódio, que podemos traduzir no conflito entre a pulsão de vida (Eros) e a pulsão de morte (Tânatos), que costumam enlaçar de amor homens e mulheres, que misturam seus “deuses” e “demônios”. Portanto, o amor patológico funciona como um pêndulo entre o Eros e o Tânatos, mas com a curva para a pulsão de morte. Contudo, para desenvolver um amor maduro, sábio e responsável, como nos ensina o psicanalista Erich Fromm, é necessário trabalharmos quatro dimensões: o cuidado, a responsabilidade, o respeito e o conhecimento.

(Disponível em: https://www.contioutra.com/se-voce-ama-sofre-senao-ama-adoece/. Texto adaptado especialmente para esta prova. Acesso em: 11/07/2019.)
Sobre alguns sinais de pontuação empregados no texto, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) No trecho “Para as pessoas que amam demais, ou seja, de maneira obsessiva, apaixonar-se é algo cruel e, ao mesmo tempo, fascinante para esse imaginário romântico” (2º§), as duas primeiras vírgulas servem para separar uma expressão explicativa. ( ) No excerto “é como disse o poeta português Luís de Camões: ‘Amor é fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente’.”, os dois pontos foram utilizados para anunciar a fala de um personagem de ficção. ( ) No fragmento “Contudo, para desenvolver um amor maduro, sábio e responsável, como nos ensina o psicanalista Erich Fromm, é necessário trabalharmos quatro dimensões: o cuidado, a responsabilidade, o respeito e o conhecimento.” (5º§), os dois pontos introduzem uma enumeração.
A sequência está correta em
Alternativas
Q2047294 Português
      A frase “Se você ama, sofre; se não ama, adoece” é uma das mais notáveis de Sigmund Freud, pois ela nos revela que, no momento que nascemos e abrimos os nossos olhos para o mundo, já sofremos de uma ausência: a carência do outro. Porém, quando nos tornamos adultos, sabemos que o amor converge em diferentes modos de sofrimento, que vão desde amar e não ser amado, da perplexa revelação de que amor não resolve tudo e de que existem pessoas que não querem amar.

     Por caminhos confusos ou enviesados, alguns homens e mulheres acabam entrando na pior forma de amar, que é o amor patológico, que atinge, sobretudo, as pessoas que não conseguem estabelecer relações emocionalmente estáveis. Para as pessoas que amam demais, ou seja, de maneira obsessiva, apaixonar-se é algo cruel e, ao mesmo tempo, fascinante para esse imaginário romântico, que mora na cabeça e no coração de gente que acredita, cegamente, que esse tipo de amor é grandioso, e que exige sacrifício e despersonalização.

       Na verdade, estamos falando de um sentimento incontrolável, que não nasce de emoções saudáveis por alguém, mas de uma carência insuportável que provoca ansiedade e angústia, atordoando a vida dos que amam demais, e que por isso sofrem e adoecem. Essa é uma sensação químico-física de um amor que se caracteriza como patológico, como se fosse à dependência de um poderoso alucinógeno, que _____________ os indivíduos a permanecer em relações abusivas por medo de serem abandonados e frustados. As turbulências do amor patológico ____________ levado eles ou elas aos consultórios psicoterapêuticos, com problemas de sono, aflições, dificuldades de concentração, alterações alimentares e outras disfunções, em consequência dos desleixos que ocorrem na codependência.

        Assim, o amor patológico pode ocorrer com pessoas de diversas idades, opções de gênero e níveis sociais, mas não apenas entre casais. Por exemplo, algumas mães gostam tanto de seus filhos que acabam com o namoro deles, impedindo que eles vivam a própria vida. É como disse o poeta português Luís de Camões: “Amor é fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente”. Entretanto, esse fogo e ferida podem se transformar em uma patologia, em que as pessoas que amam demais se sujeitam à humilhação e à submissão para estar com o outro.

      Nesta citação de Freud, descobrimos que a marca do amor é a ambivalência, que pode se confundir em uma relação de amor e ódio, que podemos traduzir no conflito entre a pulsão de vida (Eros) e a pulsão de morte (Tânatos), que costumam enlaçar de amor homens e mulheres, que misturam seus “deuses” e “demônios”. Portanto, o amor patológico funciona como um pêndulo entre o Eros e o Tânatos, mas com a curva para a pulsão de morte. Contudo, para desenvolver um amor maduro, sábio e responsável, como nos ensina o psicanalista Erich Fromm, é necessário trabalharmos quatro dimensões: o cuidado, a responsabilidade, o respeito e o conhecimento.

(Disponível em: https://www.contioutra.com/se-voce-ama-sofre-senao-ama-adoece/. Texto adaptado especialmente para esta prova. Acesso em: 11/07/2019.)
O dígrafo ocorre quando um grupo de duas letras representa um só fonema. Observe as seguintes palavras extraídas do texto:
I. “olhos” (1º§). II. “outras” (3º§). III. “disse” (4º§). IV. “gente” (2º§).
Apresentam um único dígrafo as palavras mencionadas apenas em
Alternativas
Q2047291 Português
      A frase “Se você ama, sofre; se não ama, adoece” é uma das mais notáveis de Sigmund Freud, pois ela nos revela que, no momento que nascemos e abrimos os nossos olhos para o mundo, já sofremos de uma ausência: a carência do outro. Porém, quando nos tornamos adultos, sabemos que o amor converge em diferentes modos de sofrimento, que vão desde amar e não ser amado, da perplexa revelação de que amor não resolve tudo e de que existem pessoas que não querem amar.

     Por caminhos confusos ou enviesados, alguns homens e mulheres acabam entrando na pior forma de amar, que é o amor patológico, que atinge, sobretudo, as pessoas que não conseguem estabelecer relações emocionalmente estáveis. Para as pessoas que amam demais, ou seja, de maneira obsessiva, apaixonar-se é algo cruel e, ao mesmo tempo, fascinante para esse imaginário romântico, que mora na cabeça e no coração de gente que acredita, cegamente, que esse tipo de amor é grandioso, e que exige sacrifício e despersonalização.

       Na verdade, estamos falando de um sentimento incontrolável, que não nasce de emoções saudáveis por alguém, mas de uma carência insuportável que provoca ansiedade e angústia, atordoando a vida dos que amam demais, e que por isso sofrem e adoecem. Essa é uma sensação químico-física de um amor que se caracteriza como patológico, como se fosse à dependência de um poderoso alucinógeno, que _____________ os indivíduos a permanecer em relações abusivas por medo de serem abandonados e frustados. As turbulências do amor patológico ____________ levado eles ou elas aos consultórios psicoterapêuticos, com problemas de sono, aflições, dificuldades de concentração, alterações alimentares e outras disfunções, em consequência dos desleixos que ocorrem na codependência.

        Assim, o amor patológico pode ocorrer com pessoas de diversas idades, opções de gênero e níveis sociais, mas não apenas entre casais. Por exemplo, algumas mães gostam tanto de seus filhos que acabam com o namoro deles, impedindo que eles vivam a própria vida. É como disse o poeta português Luís de Camões: “Amor é fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente”. Entretanto, esse fogo e ferida podem se transformar em uma patologia, em que as pessoas que amam demais se sujeitam à humilhação e à submissão para estar com o outro.

      Nesta citação de Freud, descobrimos que a marca do amor é a ambivalência, que pode se confundir em uma relação de amor e ódio, que podemos traduzir no conflito entre a pulsão de vida (Eros) e a pulsão de morte (Tânatos), que costumam enlaçar de amor homens e mulheres, que misturam seus “deuses” e “demônios”. Portanto, o amor patológico funciona como um pêndulo entre o Eros e o Tânatos, mas com a curva para a pulsão de morte. Contudo, para desenvolver um amor maduro, sábio e responsável, como nos ensina o psicanalista Erich Fromm, é necessário trabalharmos quatro dimensões: o cuidado, a responsabilidade, o respeito e o conhecimento.

(Disponível em: https://www.contioutra.com/se-voce-ama-sofre-senao-ama-adoece/. Texto adaptado especialmente para esta prova. Acesso em: 11/07/2019.)
Quanto à sua classificação, os fonemas da língua portuguesa podem ser vogais, semivogais e consoantes. Tomando-se por base esse princípio e aplicando-o em palavras localizadas no texto, analise as afirmativas a seguir:
I. O termo “carência” apresenta quatro consoantes e quatro vogais. II. A palavra “poeta” possui duas consoantes e três vogais. III. A expressão “vivam” contém três consoantes e duas vogais.
Estão corretas as afirmativas
Alternativas
Q2047122 Português

As formigas


      Quando minha prima e eu descemos do táxi, já era quase noite. Ficamos imóveis diante do velho sobrado de janelas ovaladas, iguais a dois olhos tristes, um deles vazado por uma pedrada. Descansei a mala no chão e apertei o braço da prima.

       — É sinistro.

      Ela me impeliu na direção da porta. Tínhamos outra escolha? Nenhuma pensão nas redondezas oferecia um preço melhor a duas pobres estudantes com liberdade de usar o fogareiro no quarto, a dona nos avisara por telefone que podíamos fazer refeições ligeiras com a condição de não provocar incêndio. Subimos a escada velhíssima, cheirando a creolina.

      — Pelo menos não vi sinal de barata — disse minha prima.

    A dona era uma velha balofa, de peruca mais negra do que a asa da graúna. Vestia um desbotado pijama de seda japonesa e tinha as unhas aduncas recobertas por uma crosta de esmalte vermelho-escuro, descascado nas pontas encardidas. Acendeu um charutinho.

    — É você que estuda medicina? — perguntou soprando a fumaça na minha direção.

      — Estudo direito. Medicina é ela.

      A mulher nos examinou com indiferença. Devia estar pensando em outra coisa quando soltou uma baforada tão densa que precisei desviar a cara. A saleta era escura, atulhada de móveis velhos, desparelhados. No sofá de palhinha furada no assento, duas almofadas que pareciam ter sido feitas com os restos de um antigo vestido, os bordados salpicados de vidrilho.

      Vou mostrar o quarto, fica no sótão — disse ela em meio a um acesso de tosse. Fez um sinal para que a seguíssemos. 

    — O inquilino antes de vocês também estudava medicina, tinha um caixotinho de ossos que esqueceu aqui, estava sempre mexendo neles.         Minha prima voltou-se:

        — Um caixote de ossos?

     A mulher não respondeu, concentrada no esforço de subir a estreita escada de caracol que ia dar no quarto. Acendeu a luz. O quarto não podia ser menor, com o teto em declive tão acentuado que nesse trecho teríamos que entrar de gatinhas. Duas camas, dois armários e uma cadeira de palhinha pintada de dourado. No ângulo onde o teto quase se encontrava com o assoalho, estava um caixotinho coberto com um pedaço de plástico. Minha prima largou a mala e, pondo-se de joelhos, puxou o caixotinho pela alça de corda. Levantou o plástico. Parecia fascinada.

          — Mas que ossos tão miudinhos! São de criança?

         — Ele disse que eram de adulto. De um anão.

        — De um anão? é mesmo, a gente vê que já estão formados…

Mas que maravilha, é raro a beça esqueleto de anão. E tão limpo, olha aí — admirou-se ela. Trouxe na ponta dos dedos um pequeno crânio de uma brancura de cal. — Tão perfeito, todos os dentinhos!

        — Eu ia jogar tudo no lixo, mas se você se interessa pode ficar com ele. O banheiro é aqui ao lado, só vocês é que vão usar, tenho o meu lá embaixo. Banho quente extra. Telefone também. Café das sete às nove, deixo a mesa posta na cozinha com a garrafa térmica, fechem bem a garrafa recomendou coçando a cabeça. A peruca se deslocou ligeiramente. Soltou uma baforada final: — Não deixem a porta aberta senão meu gato foge.

    Ficamos nos olhando e rindo enquanto ouvíamos o barulho dos seus chinelos de salto na escada. E a tosse encatarrada.

    Esvaziei a mala, dependurei a blusa amarrotada num cabide que enfiei num vão da veneziana, prendi na parede, com durex, uma gravura de Grassmann e sentei meu urso de pelúcia em cima do travesseiro. Fiquei vendo minha prima subir na cadeira, desatarraxar a lâmpada fraquíssima que pendia de um fio solitário no meio do teto e no lugar atarraxar uma lâmpada de duzentas velas que tirou da sacola. O quarto ficou mais alegre. Em compensação, agora a gente podia ver que a roupa de cama não era tão alva assim, alva era a pequena tíbia que ela tirou de dentro do caixotinho. Examinou-a. Tirou uma vértebra e olhou pelo buraco tão reduzido como o aro de um anel. Guardou-as com a delicadeza com que se amontoam ovos numa caixa.

      — Um anão. Raríssimo, entende? E acho que não falta nenhum ossinho, vou trazer as ligaduras, quero ver se no fim da semana começo a montar ele.

        Abrimos uma lata de sardinha que comemos com pão, minha prima tinha sempre alguma lata escondida, costumava estudar até de madrugada e depois fazia sua ceia. Quando acabou o pão, abriu um pacote de bolacha Maria.     

    — De onde vem esse cheiro? — perguntei farejando. Fui até o caixotinho, voltei, cheirei o assoalho. — Você não está sentindo um cheiro meio ardido?

    — É de bolor. A casa inteira cheira assim — ela disse. E puxou o caixotinho para debaixo da cama.

       No sonho, um anão louro de colete xadrez e cabelo repartido no meio entrou no quarto fumando charuto. Sentou-se na cama da minha prima, cruzou as perninhas e ali ficou muito sério, vendo-a dormir. Eu quis gritar, tem um anão no quarto! mas acordei antes. A luz estava acesa. Ajoelhada no chão, ainda vestida, minha prima olhava fixamente algum ponto do assoalho.

         — Que é que você está fazendo aí? — perguntei.     

    — Essas formigas. Apareceram de repente, já enturmadas. Tão decididas, está vendo?

        Levantei e dei com as formigas pequenas e ruivas que entravam em trilha espessa pela fresta debaixo da porta, atravessavam o quarto, subiam pela parede do caixotinho de ossos e desembocavam lá dentro, disciplinadas como um exército em marcha exemplar. 

        — São milhares, nunca vi tanta formiga assim. E não tem trilha de volta, só de ida — estranhei.     

        — Só de ida.

        Contei-lhe meu pesadelo com o anão sentado em sua cama.

    — Está debaixo dela — disse minha prima e puxou para fora o caixotinho. Levantou o plástico.

        — Preto de formiga. Me dá o vidro de álcool.

        — Deve ter sobrado alguma coisa aí nesses ossos e elas descobriram, formiga descobre tudo. Se eu fosse você, levava isso lá pra fora.

        — Mas os ossos estão completamente limpos, eu já disse. Não ficou nem um fiapo de cartilagem, limpíssimos. Queria saber o que essas bandidas vêm fuçar aqui.

        Respingou fartamente o álcool em todo o caixote. Em seguida, calçou os sapatos e como uma equilibrista andando no fio de arame, foi pisando firme, um pé diante do outro na trilha de formigas. Foi e voltou duas vezes. Apagou o cigarro. Puxou a cadeira. E ficou olhando dentro do caixotinho.

        — Esquisito. Muito esquisito.

        — O quê?     

        — Me lembro que botei o crânio em cima da pilha, me lembro que até calcei ele com as omoplatas para não rolar. E agora ele está aí no chão do caixote, com uma omoplata de cada lado. Por acaso você mexeu aqui?

        — Deus me livre, tenho nojo de osso. Ainda mais de anão.

        Ela cobriu o caixotinho com o plástico, empurrou-o com o pé e levou o fogareiro para a mesa, era a hora do seu chá. No chão, a trilha de formigas mortas era agora uma fita escura que encolheu. Uma formiguinha que escapou da matança passou perto do meu pé, já ia esmagá-la quando vi que levava as mãos à cabeça, como uma pessoa desesperada. Deixei-a sumir numa fresta do assoalho. [...]


TELLES, Lygia Fagundes. In: STEEN, Edla van. O conto da mulher brasileira. 3 ed. São Paulo: Global, 2007. p. 91-94. Fragmento.


“Levantei e(1) dei com as formigas pequenas e ruivas que(2) entravam em trilha espessa pela fresta debaixo da porta, atravessavam o quarto, subiam pela parede do caixotinho de ossos e desembocavam (3) dentro, disciplinadas como(4) um exército em marcha exemplar.”



Considerando o contexto em que estão inseridos, todas as categorizações dos termos destacados e numerados estão corretas, EXCETO

Alternativas
Q2047086 Português
Fogo: da catástrofe à conservação ambiental

O fogo em vegetação é um fator ecológico que pode ser benéfico ou maléfico, dependendo de como, onde, quando e por que ele ocorre. Se descontrolado, torna-se incêndio florestal e causa destruição; se bem planejado, pode contribuir para a manutenção do clima e conservar a sociobiodivesidade. Assim, o manejo do fogo - que, no Brasil, pode estar prestes a ganhar legislação federal própria - deve considerar as necessidades ambientais e sociais, para reduzir seus efeitos negativos.
O mundo enfrenta incêndios cada vez mais catastróficos, com efeitos severos sobre clima, biodiversidade e pessoas. Esse agravamento dos efeitos negativos do fogo está relacionado às alterações climáticas (ventos mais fortes, regime pluviométrico alterado e temperaturas elevadas), associadas à ampliação das fontes de ignição, provenientes do aumento populacional e da ocupação irregular de novas áreas.
As alterações climáticas tornam a vegetação mais seca - que se torna matéria combustível -, facilitam a propagação do fogo e tornam mais difícil seu combate - mesmo que este último conte com aumento de investimentos financeiros, aporte de pessoal e mais infraestrutura. Além disso, a meta de 'fogo-zero' em vegetação gera um processo de retroalimentação positiva aos incêndios, pois mais combustível fica acumulado no ambiente.
Como exemplo, podem ser citados os incêndios: em Portugal, em 2017; na Austrália, em 2019 e no ano seguinte; no Pantanal brasileiro, em 2020; e na Grécia e Califórnia, em 2021. Em 2022, também não faltaram exemplos ruins: novamente na Califórnia (EUA), na Sibéria, em Chernobyl (Ucrânia) e vários países da Europa.
No Brasil, podemos citar o incêndio que atingiu o Parque Nacional de Brasília, afetando aproximadamente 30% de sua área, e os da Amazônia, onde o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais registrou a maior quantidade de focos de calor dos últimos 12 anos.
Situações extremas como essas atingiram vidas humanas, geraram perda de solo fértil, alteraram a qualidade e quantidade de água, bem como aumentaram as emissões de gases de efeito estufa.
É inegável que o medo que o fogo exerce contribui para sua predominante visão negativa. O fogo foi usado indiscriminadamente em guerras, controle e dominação, provocando devastação social e ambiental. O processo de colonização do Brasil iniciou-se em um bioma considerado sensível ao fogo, a Mata Atlântica, no litoral, onde incêndios impactavam bens de consumo e exportação, como lenha, pau-brasil e madeiras de importância naval.
Há, porém, a possibilidade de empregá-lo como uma forma de conservação ambiental embora, claro, seja necessário tomar todo o cuidado e ter certificação de que o uso do fogo é seguro tanto para pessoas quanto para ecossistemas. Dessa forma, não se argumenta em favor de queimadas em qualquer lugar, horário e feitas de qualquer forma, visto que é justamente isso que se busca prevenir por meio do uso do fogo como meio de conservação ambiental.

SILVA, Camila Souza. Et al. Fogo: da catástrofe à conservação ambiental. Ciência hoje. Disponível em: ental ://cienciahoje.org.br/artigo/fogo-da-catastrofe-a-conservacao-ambiental/ Acesso em: 04 nov., 2022. 

 A respeito das classes gramaticais, analise as afirmações a seguir:


I. No trecho "não se argumenta em favor de queimadas em qualquer lugar, horário e feitas de qualquer forma, visto que é justamente isso que se busca prevenir por meio do uso do fogo como meio de conservação ambiental", a palavra "justamente" é um advérbio.


II. No excerto "Há, porém , a possibilidade de empregá-lo como uma forma de conservação ambiental embora, claro, seja necessário tomar todo o cuidado e ter certificação de que o uso do fogo é seguro tanto para pessoas quanto para ecossistemas", as palavras "porém" e "embora" são conjunções.


III. Em "As alterações climáticas tornam a vegetação mais seca - que se torna matéria combustível", a palavra "a" é uma preposição.


É correto o que se afirma em: 

Alternativas
Q2046631 Português
Um professor da turma de alfabetização propôs aos estudantes a montagem de um calendário em que se registrariam os dias chuvosos e os dias sem chuva. Além de trabalhar as noções de semana e a ideia de ordenação, o professor sugeriu a análise ortográfica da palavra CHUVA. A turma construiu listas de palavras com CH, fez atividades diversas e concluiu que essas duas letras representam um som só, como acontece nas palavras:
Alternativas
Q2046602 Português
Passagem pela adolescência

    "Filho criado, trabalho redobrado." Esse conhecido ditado popular ganha sentido quando chega a adolescência. Nessa fase, o filho já não precisa dos cuidados que os pais dedicam à criança, tão dependente. Mas, por outro lado, o que ele ganha de liberdade para viver a própria vida resulta em diversas e sérias preocupações aos pais. Temos a tendência a considerar a adolescência mais problemática para os pais do que para os filhos. É que, como eles já gozam de liberdade para sair, festejar e comemorar sempre que possível com colegas e amigos de mesma idade e estão sempre prontos a isso, parece que a vida deles é uma eterna festa. Mas vamos com calma porque não é bem assim.
    Se a vida com os filhos adolescentes, que alguns teimam em considerar um fato aborrecedor, é complexa e delicada, a vida deles também o é. Na verdade, o fenômeno da adolescência, principalmente no mundo contemporâneo, é bem mais complicado de ser vivido pelos próprios jovens do que por seus pais. Vejamos dois motivos importantes.
    Em primeiro lugar, deixar de ser criança é se defrontar com inúmeros problemas da vida que, antes, pareciam não existir: eles permaneciam camuflados ou ignorados porque eram da responsabilidade só dos pais. Hoje, esse quadro é mais agudo ainda, já que muitos pais escolheram tutelar integralmente a vida dos filhos por muito mais tempo.
    Quando o filho, ainda na infância, enfrenta dissabores na convivência com colegas ou pena para construir relações na escola, quando se afasta das dificuldades que surgem na vida escolar - sua primeira e exclusiva responsabilidade -, quando se envolve em conflitos, comete erros, não dá conta do recado etc., os pais logo se colocam em cena. Dessa forma, poupam o filho de enfrentar seus problemas no presente, é claro, mas também passam a ideia de que eles não existem por muito mais tempo.
    É bom lembrar que a escola - no ciclo fundamental - deveria ser a primeira grande batalha da vida que o filho teria de enfrentar sozinho, apenas com seus recursos, como experiência de aprender a se conhecer, a viver em comunidade e a usar seu potencial com disciplina para dar conta de dar os passos com suas próprias pernas.
    Em segundo lugar, o contexto sociocultural globalizado atual, com ideais como consumo, felicidade e juventude eterna, por exemplo, compromete de largada o processo de amadurecimento típico da adolescência, que exige certa dose de solidão para a estruturação de tantas vivências e, principalmente, interlocução. E com quem os adolescentes contam para conversar?
    Eles precisam, nessa época de passagem para a vida adulta, de pessoas dispostas a assumir o lugar da maturidade e da experiência com olhar crítico sobre as questões existenciais e da vida em sociedade para estabelecer com eles um diálogo interrogador. Várias pesquisas já mostraram que os jovens dão grande valor aos pais e aos professores em suas vidas. Entretanto, parece que estamos muito mais comprometidos com a juventude do que eles mesmos.
    Quem leva a sério questões importantes para eles em temas como política, sexualidade, drogas, ética, depressão e suicídio, vida em família, vida escolar, violência, relações amorosas e fidelidade, racismo, trabalho etc.? Quando digo levar a sério me refiro a considerar o que eles dizem e dialogar com propriedade, e não com moralismo ou com excesso de jovialidade. E, desse mal, padecem muitos pais e professores que com eles convivem.
     Os adolescentes não conseguem desfrutar da solidão necessária nessa época da vida, mas parece que se encontram sozinhos na aventura de aprender a se tornarem adultos. Bem que merecem nossa companhia, não?

SAYÃO, Rosely. “As melhores crônicas do Brasil”. In cronicasbrasil.blogspot.com/search/label/Adolescência.
Os vocábulos sublinhados no trecho “e não com moralismo ou com excesso de jovialidade” (8º §) são derivados sufixais, formados, respectivamente, pelos sufixos “-ismo” e “-idade”. Os dois sufixos são formadores de nomes substantivos e significam, respectivamente:
Alternativas
Q2046490 Português
A conjunção sublinhada na sentença “Embora ela tenha me deixado, mantenho-me feliz.” pode ser substituída, sem alteração de sentido ou incorreção gramatical, pela seguinte conjunção:
Alternativas
Respostas
10541: A
10542: A
10543: C
10544: D
10545: B
10546: C
10547: B
10548: A
10549: D
10550: B
10551: D
10552: B
10553: A
10554: D
10555: D
10556: D
10557: C
10558: C
10559: B
10560: B