Questões de Concurso Comentadas sobre português
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Leia atentamente o texto a seguir para responder às questões de 01 a 08.
OS NAMORADOS DA FILHA
___Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai não disse nada. Não a recriminou, não lembrou os rígidos padrões morais de sua antiga juventude. Homem avançado, já esperava que aquilo acontecesse um dia. Só não esperava que acontecesse tão cedo.
___Mas tinha uma exigência, além das clássicas recomendações. A moça podia dormir com o namorado:
___─ Mas aqui em casa.
___Ela, por sua vez, não protestou. Até ficou contente. Aquilo resultava em inesperada comodidade. Vida amorosa em domicílio, o que mais podia desejar? Perfeito.
___O namorado não se mostrou menos satisfeito. Entre outras razões, porque passaria a partilhar o abundante café da manhã da família. Aliás, seu apetite era espantoso: diante do olhar assombrado e melancólico do dono da casa, devorava toneladas do melhor requeijão, do mais fino presunto, tudo regado a litros de suco de laranja.
___Um dia, o namorado sumiu. Brigamos, disse a filha, mas já estou saindo com outro. O pai pediu que ela trouxesse o rapaz. Veio, e era muito parecido com o anterior: magro, cabeludo, com apetite descomunal.
___Brevemente, o homem descobriria que constância não era uma característica fundamental de sua filha. Os namorados começaram a se suceder em ritmo acelerado. Cada manhã de domingo, era uma nova surpresa: este é o Rodrigo, este é o James, este é o Tato, este é o Cabeça. Lá pelas tantas, ele desistiu de memorizar nomes ou mesmo fisionomias. Se estava na mesa do café da manhã, era namorado. Às vezes, também acontecia ─ ah, essa próstata, essa próstata ─ que ele levantava à noite para ir ao banheiro e cruzava com um dos galãs no corredor. Encontro insólito, mas os cumprimentos eram sempre gentis.
___Uma noite, acordou, como de costume, e, no corredor, deu de cara com um rapaz que o olhou apavorado. Tranquilizou-o:
___─ Eu sou o pai da Melissa. Não se preocupe, fique à vontade. Faça de conta que a casa é sua.
___E foi deitar.
___Na manhã seguinte, a filha desceu para tomar café. Sozinha.
___─ E o rapaz?
___─ perguntou o pai.
___─ Que rapaz? ─ disse ela.
___Algo lhe ocorreu, e ele, nervoso, pôs-se de imediato a checar a casa. Faltava o CD player, a máquina fotográfica, a impressora do computador. O namorado não era namorado. Paixão poderia nutrir, mas era pela propriedade alheia.
___Um único consolo restou ao perplexo pai: aquele, pelo menos, não fizera estrago no café da manhã.
(Moacyr Scliar. Crônica extraída da Revista Zero
Hora, 26/4/1998)
As palavras destacadas nos trechos “Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai não disse nada” e “Se estava na mesa do café da manhã, era namorado” indicam, respectivamente:
Leia atentamente o texto a seguir para responder às questões de 01 a 08.
OS NAMORADOS DA FILHA
___Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai não disse nada. Não a recriminou, não lembrou os rígidos padrões morais de sua antiga juventude. Homem avançado, já esperava que aquilo acontecesse um dia. Só não esperava que acontecesse tão cedo.
___Mas tinha uma exigência, além das clássicas recomendações. A moça podia dormir com o namorado:
___─ Mas aqui em casa.
___Ela, por sua vez, não protestou. Até ficou contente. Aquilo resultava em inesperada comodidade. Vida amorosa em domicílio, o que mais podia desejar? Perfeito.
___O namorado não se mostrou menos satisfeito. Entre outras razões, porque passaria a partilhar o abundante café da manhã da família. Aliás, seu apetite era espantoso: diante do olhar assombrado e melancólico do dono da casa, devorava toneladas do melhor requeijão, do mais fino presunto, tudo regado a litros de suco de laranja.
___Um dia, o namorado sumiu. Brigamos, disse a filha, mas já estou saindo com outro. O pai pediu que ela trouxesse o rapaz. Veio, e era muito parecido com o anterior: magro, cabeludo, com apetite descomunal.
___Brevemente, o homem descobriria que constância não era uma característica fundamental de sua filha. Os namorados começaram a se suceder em ritmo acelerado. Cada manhã de domingo, era uma nova surpresa: este é o Rodrigo, este é o James, este é o Tato, este é o Cabeça. Lá pelas tantas, ele desistiu de memorizar nomes ou mesmo fisionomias. Se estava na mesa do café da manhã, era namorado. Às vezes, também acontecia ─ ah, essa próstata, essa próstata ─ que ele levantava à noite para ir ao banheiro e cruzava com um dos galãs no corredor. Encontro insólito, mas os cumprimentos eram sempre gentis.
___Uma noite, acordou, como de costume, e, no corredor, deu de cara com um rapaz que o olhou apavorado. Tranquilizou-o:
___─ Eu sou o pai da Melissa. Não se preocupe, fique à vontade. Faça de conta que a casa é sua.
___E foi deitar.
___Na manhã seguinte, a filha desceu para tomar café. Sozinha.
___─ E o rapaz?
___─ perguntou o pai.
___─ Que rapaz? ─ disse ela.
___Algo lhe ocorreu, e ele, nervoso, pôs-se de imediato a checar a casa. Faltava o CD player, a máquina fotográfica, a impressora do computador. O namorado não era namorado. Paixão poderia nutrir, mas era pela propriedade alheia.
___Um único consolo restou ao perplexo pai: aquele, pelo menos, não fizera estrago no café da manhã.
(Moacyr Scliar. Crônica extraída da Revista Zero
Hora, 26/4/1998)
De acordo com o texto, assinale a opção CORRETA.
Leia atentamente o texto a seguir para responder às questões de 01 a 08.
OS NAMORADOS DA FILHA
___Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai não disse nada. Não a recriminou, não lembrou os rígidos padrões morais de sua antiga juventude. Homem avançado, já esperava que aquilo acontecesse um dia. Só não esperava que acontecesse tão cedo.
___Mas tinha uma exigência, além das clássicas recomendações. A moça podia dormir com o namorado:
___─ Mas aqui em casa.
___Ela, por sua vez, não protestou. Até ficou contente. Aquilo resultava em inesperada comodidade. Vida amorosa em domicílio, o que mais podia desejar? Perfeito.
___O namorado não se mostrou menos satisfeito. Entre outras razões, porque passaria a partilhar o abundante café da manhã da família. Aliás, seu apetite era espantoso: diante do olhar assombrado e melancólico do dono da casa, devorava toneladas do melhor requeijão, do mais fino presunto, tudo regado a litros de suco de laranja.
___Um dia, o namorado sumiu. Brigamos, disse a filha, mas já estou saindo com outro. O pai pediu que ela trouxesse o rapaz. Veio, e era muito parecido com o anterior: magro, cabeludo, com apetite descomunal.
___Brevemente, o homem descobriria que constância não era uma característica fundamental de sua filha. Os namorados começaram a se suceder em ritmo acelerado. Cada manhã de domingo, era uma nova surpresa: este é o Rodrigo, este é o James, este é o Tato, este é o Cabeça. Lá pelas tantas, ele desistiu de memorizar nomes ou mesmo fisionomias. Se estava na mesa do café da manhã, era namorado. Às vezes, também acontecia ─ ah, essa próstata, essa próstata ─ que ele levantava à noite para ir ao banheiro e cruzava com um dos galãs no corredor. Encontro insólito, mas os cumprimentos eram sempre gentis.
___Uma noite, acordou, como de costume, e, no corredor, deu de cara com um rapaz que o olhou apavorado. Tranquilizou-o:
___─ Eu sou o pai da Melissa. Não se preocupe, fique à vontade. Faça de conta que a casa é sua.
___E foi deitar.
___Na manhã seguinte, a filha desceu para tomar café. Sozinha.
___─ E o rapaz?
___─ perguntou o pai.
___─ Que rapaz? ─ disse ela.
___Algo lhe ocorreu, e ele, nervoso, pôs-se de imediato a checar a casa. Faltava o CD player, a máquina fotográfica, a impressora do computador. O namorado não era namorado. Paixão poderia nutrir, mas era pela propriedade alheia.
___Um único consolo restou ao perplexo pai: aquele, pelo menos, não fizera estrago no café da manhã.
(Moacyr Scliar. Crônica extraída da Revista Zero
Hora, 26/4/1998)
Assinale a alternativa que indica o clímax do texto.
INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto e responda às questões de 07 a 09.
Ande como alguém feliz para ser feliz, afirma estudo
1 Uma pesquisa publicada em uma revista internacional sobre Comportamento e Psiquiatria
afirma que para se sentir feliz, basta caminhar como uma pessoa alegre. Durante o experimento, uma
série de pessoas foi testada para saber se estufar o peito e balançar os braços realmente traz mais
felicidade do que passos pesados e olhares cabisbaixos.
5 No estudo, o grupo teve de caminhar durante 15 minutos em uma esteira enquanto alguns
fatores eram analisados. Os participantes foram acompanhados por câmeras com sensores de
movimento. Na frente da esteira, uma tela mostrava as ações de um medidor – que pendia à
esquerda quando caminhavam “deprimidos” e à direita quando “felizes”.
À medida que os minutos iam passando, a equipe de pesquisadores pedia para que as pessoas
10 tentassem jogar o medidor para a esquerda ou para a direita. Só que antes de começarem o teste
físico, os convidados tiveram que ler uma lista de palavras positivas e negativas.
Depois da caminhada, os participantes tiveram que escrever as palavras que lembravam. O
resultado mostrou que quem caminhava de maneira mais triste (seguindo a lógica de outro estudo)
conseguiu lembrar mais palavras tristes; e aqueles que andaram felizes se lembraram de mais
15 palavras positivas.
Para os pesquisadores, essa lógica está alinhada a de outros trabalhos publicados sobre o
tema. Segundo tais pesquisas, andar como um líder pode aumentar as chances de se tornar um; e
segurar uma caneta com os lábios pode aumentar a vontade de sorrir. Então não custa nada andar
mais “animado” por aí. Vai que contagia.
(Adaptado a partir de htttp://revistagalileu.globo.com/. Acesso em abril de 2017.)
A regra de concordância presente no trecho uma série de pessoas foi testada é a mesma em
INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto e responda às questões de 07 a 09.
Ande como alguém feliz para ser feliz, afirma estudo
1 Uma pesquisa publicada em uma revista internacional sobre Comportamento e Psiquiatria
afirma que para se sentir feliz, basta caminhar como uma pessoa alegre. Durante o experimento, uma
série de pessoas foi testada para saber se estufar o peito e balançar os braços realmente traz mais
felicidade do que passos pesados e olhares cabisbaixos.
5 No estudo, o grupo teve de caminhar durante 15 minutos em uma esteira enquanto alguns
fatores eram analisados. Os participantes foram acompanhados por câmeras com sensores de
movimento. Na frente da esteira, uma tela mostrava as ações de um medidor – que pendia à
esquerda quando caminhavam “deprimidos” e à direita quando “felizes”.
À medida que os minutos iam passando, a equipe de pesquisadores pedia para que as pessoas
10 tentassem jogar o medidor para a esquerda ou para a direita. Só que antes de começarem o teste
físico, os convidados tiveram que ler uma lista de palavras positivas e negativas.
Depois da caminhada, os participantes tiveram que escrever as palavras que lembravam. O
resultado mostrou que quem caminhava de maneira mais triste (seguindo a lógica de outro estudo)
conseguiu lembrar mais palavras tristes; e aqueles que andaram felizes se lembraram de mais
15 palavras positivas.
Para os pesquisadores, essa lógica está alinhada a de outros trabalhos publicados sobre o
tema. Segundo tais pesquisas, andar como um líder pode aumentar as chances de se tornar um; e
segurar uma caneta com os lábios pode aumentar a vontade de sorrir. Então não custa nada andar
mais “animado” por aí. Vai que contagia.
(Adaptado a partir de htttp://revistagalileu.globo.com/. Acesso em abril de 2017.)