Questões de Concurso Sobre português para auxiliar administrativo
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Impotência
Foi na última chuvarada do ano, e a noite era preta. O homem estava em casa; chegara tarde, exausto e molhado, depois de uma viagem de ônibus mortificante, e comera, sem prazer, uma comida fria. Vestiu o pijama e ligou o rádio, mas o rádio estava ruim, roncando e estalando. “Há dois meses estou querendo mandar consertar este rádio”, pensou com tédio. E pensou ainda que há muitos meses, há muitos anos, estava com muita coisa para consertar desde os dentes até a torneira da cozinha, desde seu horário no serviço até aquele caso sentimental em Botafogo. E quando começou a dormir e ouvia que batiam na porta, acordou assustado achando que era o dentista, o homem do rádio, o caixa da firma, o irmão de Honorina, ou um vago fiscal geral dos problemas da vida que lhe vinha pedir contas.
A princípio não reconheceu a negra velha Joaquina Maria, miúda, molhada, os braços magros luzindo, a cara aflita. Ela dizia coisas que ele não entendia; mandou que entrasse. Há alguns meses a velha lavava-lhe a roupa, e tudo o que sabia a seu respeito é que morava em um barraco, num morro perto da lagoa, e era doente. Sua história foi saindo aos poucos. O temporal derrubara o barraco, e o netinho, de oito anos, estava sob os escombros. Precisava de ajuda imediata, se lembrara dele.
– O menino está... morto?
Ouviu a resposta afirmativa com um suspiro de alívio. O que ela queria é que ele telefonasse para a polícia, chamasse a ambulância ou rabecão, desse um jeito para o menino não passar a noite entre os escombros, na enxurrada; ou arranjasse um automóvel e alguém para retirar o corpinho. Quis telefonar, mas o telefone não dava sinal; enguiçara. E quando meteu uma capa de gabardina e um chapéu e desceu a escada, viu que tudo enguiçara: os bondes, os ônibus, a cidade, todo esse conjunto de ferro, asfalto, fios e pedras que faz uma cidade, tudo estava paralisado, como um grande monstro débil.
(BRAGA, Rubem. Correio da Manhã. Fundação Casa de Rui Barbosa. Rio de Janeiro. Em: 17/04/1952. Fragmento.)
O título é uma síntese precisa do texto, cuja função é estratégica na sua articulação: ele nomeia o texto após sua produção, sugere o sentido do mesmo, desperta o interesse do leitor para o tema, estabelece vínculos com informações textuais e extratextuais, e, ainda, contribui para a orientação da conclusão à que o leitor deverá chegar. Dessa forma, podemos inferir que o título do texto demonstra:
Texto para os itens de 1 a 7.
1 Na Grécia Antiga, três séculos antes de Cristo, foi
fundada a Escola Estoica. O ideal de seus seguidores era
viver “de acordo com a natureza”, e assumir uma atitude
4 impassível e racional diante dos acontecimentos, fossem
eles marcados pela dor ou pelo prazer. Séculos mais
tarde, de acordo com os valores da cultura judaico-cristã,
7 a dor passou a ser encarada como forma de redimir os
pecados intrínsecos à espécie humana, ou como castigo
pelos erros cometidos. Prova disso está nas súplicas — “A
10 vós suplicamos gemendo e chorando neste vale de
lágrimas” —, ou na ira divina ao punir a desobediência
de Eva no Paraíso: “Entre dores darás à luz os filhos”.
13 Nem os poetas escaparam dessa postura de aceitação
da dor— “Ser mãe é padecer no Paraíso” — como mal
necessário a caminho da redenção.
16 Sob o enfoque da medicina moderna, porém,
a dor é um sinal de alarme e o sofrimento que provoca,
além de absolutamente inútil, debilita o organismo e
19 compromete a qualidade de vida. Mas nem sempre
se pensou assim. Durante muito tempo, as faculdades de medicina e
de enfermagem não capacitaram os
22 alunos para lidar com a dor, fosse ela aguda ou crônica,
e muitos médicos estão despreparados para enfrentar
esse desafio, apesar dos avanços tecnológicos e na área
25 da farmacologia. Não estamos nos referindo aqui às
dores mais leves que passam com a administração de
analgésicos comuns, mas às dores agudas e crônicas, que
28 requerem tratamento mais agressivo e especializado.
Hoje, infelizmente, a despeito de todo o
progresso terapêutico, essas dores ainda não recebem a
31 abordagem necessária e estão se transformando em um
problema de saúde pública no Brasil.
Internet: <www.drauziovarella.uol.com.br>(com adaptações).
Em relação à pontuação do período do texto “Não estamos nos referindo aqui às dores mais leves que passam com a administração de analgésicos comuns, mas às dores agudas e crônicas, que requerem tratamento mais agressivo e especializado” (linhas de 25 a 28), uma alteração que manteria a coerência e a correção gramatical do trecho seria a inserção de vírgula após
Texto para os itens de 1 a 7.
1 Na Grécia Antiga, três séculos antes de Cristo, foi
fundada a Escola Estoica. O ideal de seus seguidores era
viver “de acordo com a natureza”, e assumir uma atitude
4 impassível e racional diante dos acontecimentos, fossem
eles marcados pela dor ou pelo prazer. Séculos mais
tarde, de acordo com os valores da cultura judaico-cristã,
7 a dor passou a ser encarada como forma de redimir os
pecados intrínsecos à espécie humana, ou como castigo
pelos erros cometidos. Prova disso está nas súplicas — “A
10 vós suplicamos gemendo e chorando neste vale de
lágrimas” —, ou na ira divina ao punir a desobediência
de Eva no Paraíso: “Entre dores darás à luz os filhos”.
13 Nem os poetas escaparam dessa postura de aceitação
da dor— “Ser mãe é padecer no Paraíso” — como mal
necessário a caminho da redenção.
16 Sob o enfoque da medicina moderna, porém,
a dor é um sinal de alarme e o sofrimento que provoca,
além de absolutamente inútil, debilita o organismo e
19 compromete a qualidade de vida. Mas nem sempre
se pensou assim. Durante muito tempo, as faculdades de medicina e
de enfermagem não capacitaram os
22 alunos para lidar com a dor, fosse ela aguda ou crônica,
e muitos médicos estão despreparados para enfrentar
esse desafio, apesar dos avanços tecnológicos e na área
25 da farmacologia. Não estamos nos referindo aqui às
dores mais leves que passam com a administração de
analgésicos comuns, mas às dores agudas e crônicas, que
28 requerem tratamento mais agressivo e especializado.
Hoje, infelizmente, a despeito de todo o
progresso terapêutico, essas dores ainda não recebem a
31 abordagem necessária e estão se transformando em um
problema de saúde pública no Brasil.
Internet: <www.drauziovarella.uol.com.br>(com adaptações).
A expressão “apesar dos avanços” (linha 24) poderia ser reescrita, mantendo-se a correção gramatical e o sentido original do texto, como
Texto para os itens de 1 a 7.
1 Na Grécia Antiga, três séculos antes de Cristo, foi
fundada a Escola Estoica. O ideal de seus seguidores era
viver “de acordo com a natureza”, e assumir uma atitude
4 impassível e racional diante dos acontecimentos, fossem
eles marcados pela dor ou pelo prazer. Séculos mais
tarde, de acordo com os valores da cultura judaico-cristã,
7 a dor passou a ser encarada como forma de redimir os
pecados intrínsecos à espécie humana, ou como castigo
pelos erros cometidos. Prova disso está nas súplicas — “A
10 vós suplicamos gemendo e chorando neste vale de
lágrimas” —, ou na ira divina ao punir a desobediência
de Eva no Paraíso: “Entre dores darás à luz os filhos”.
13 Nem os poetas escaparam dessa postura de aceitação
da dor— “Ser mãe é padecer no Paraíso” — como mal
necessário a caminho da redenção.
16 Sob o enfoque da medicina moderna, porém,
a dor é um sinal de alarme e o sofrimento que provoca,
além de absolutamente inútil, debilita o organismo e
19 compromete a qualidade de vida. Mas nem sempre
se pensou assim. Durante muito tempo, as faculdades de medicina e
de enfermagem não capacitaram os
22 alunos para lidar com a dor, fosse ela aguda ou crônica,
e muitos médicos estão despreparados para enfrentar
esse desafio, apesar dos avanços tecnológicos e na área
25 da farmacologia. Não estamos nos referindo aqui às
dores mais leves que passam com a administração de
analgésicos comuns, mas às dores agudas e crônicas, que
28 requerem tratamento mais agressivo e especializado.
Hoje, infelizmente, a despeito de todo o
progresso terapêutico, essas dores ainda não recebem a
31 abordagem necessária e estão se transformando em um
problema de saúde pública no Brasil.
Internet: <www.drauziovarella.uol.com.br>(com adaptações).
A palavra “mal” (linha 14) no texto é um(a)
Texto para os itens de 1 a 7.
1 Na Grécia Antiga, três séculos antes de Cristo, foi
fundada a Escola Estoica. O ideal de seus seguidores era
viver “de acordo com a natureza”, e assumir uma atitude
4 impassível e racional diante dos acontecimentos, fossem
eles marcados pela dor ou pelo prazer. Séculos mais
tarde, de acordo com os valores da cultura judaico-cristã,
7 a dor passou a ser encarada como forma de redimir os
pecados intrínsecos à espécie humana, ou como castigo
pelos erros cometidos. Prova disso está nas súplicas — “A
10 vós suplicamos gemendo e chorando neste vale de
lágrimas” —, ou na ira divina ao punir a desobediência
de Eva no Paraíso: “Entre dores darás à luz os filhos”.
13 Nem os poetas escaparam dessa postura de aceitação
da dor— “Ser mãe é padecer no Paraíso” — como mal
necessário a caminho da redenção.
16 Sob o enfoque da medicina moderna, porém,
a dor é um sinal de alarme e o sofrimento que provoca,
além de absolutamente inútil, debilita o organismo e
19 compromete a qualidade de vida. Mas nem sempre
se pensou assim. Durante muito tempo, as faculdades de medicina e
de enfermagem não capacitaram os
22 alunos para lidar com a dor, fosse ela aguda ou crônica,
e muitos médicos estão despreparados para enfrentar
esse desafio, apesar dos avanços tecnológicos e na área
25 da farmacologia. Não estamos nos referindo aqui às
dores mais leves que passam com a administração de
analgésicos comuns, mas às dores agudas e crônicas, que
28 requerem tratamento mais agressivo e especializado.
Hoje, infelizmente, a despeito de todo o
progresso terapêutico, essas dores ainda não recebem a
31 abordagem necessária e estão se transformando em um
problema de saúde pública no Brasil.
Internet: <www.drauziovarella.uol.com.br>(com adaptações).
O referente do pronome “eles” (linha 5) no texto é