Questões de Concurso Sobre português para assistente social
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Feridas do esquecimento
Certa vez, tomei conhecimento de um episódio impressionante, que causou um forte impacto sobre a minha vida, especialmente no que diz respeito à importância dos relacionamentos significativos da vida e de como eles se tornam periféricos em nossos dias, sobretudo, por conta do individualismo que tem marcado a nossa geração.
Quando foi receber o prêmio Nobel da Paz, em 1979, Madre Tereza de Calcutá fez menção a uma visita que fizera a um dos mais luxuosos asilos para idosos, na América. A beleza e o luxo deixaram-na impressionada. Contudo, algo a impactou mais ainda: os velhinhos ali colocados pelos próprios filhos tinham no rosto uma profunda expressão de tristeza. Ela, intrigada, indagou a si mesma: “por que tanta tristeza e expressão de dor naquelas pessoas, apesar do conforto material que as rodeava?”
De repente, percebeu que todos eles olhavam para uma grande porta. Curiosa, perguntou à sua acompanhante: “Por que todos olham para a mesma porta? E por que não conseguem sorrir?” A responsável pela visita respondeu-lhe: “Eles olham para aquela porta porque esperam ansiosamente a visita dos filhos, e este semblante triste e distante que trazem no rosto é porque se sentem feridos. Acham que foram esquecidos por seus familiares. Infelizmente, de fato, foram esquecidos pelos seus” [...].
(FERNANDES, Estevam. In: Quando vem a brisa. Rio de Janeiro: Ed.Central, 2009, p. 75).
Aexpressão “Certa vez” no primeiro parágrafo funciona como:
Feridas do esquecimento
Certa vez, tomei conhecimento de um episódio impressionante, que causou um forte impacto sobre a minha vida, especialmente no que diz respeito à importância dos relacionamentos significativos da vida e de como eles se tornam periféricos em nossos dias, sobretudo, por conta do individualismo que tem marcado a nossa geração.
Quando foi receber o prêmio Nobel da Paz, em 1979, Madre Tereza de Calcutá fez menção a uma visita que fizera a um dos mais luxuosos asilos para idosos, na América. A beleza e o luxo deixaram-na impressionada. Contudo, algo a impactou mais ainda: os velhinhos ali colocados pelos próprios filhos tinham no rosto uma profunda expressão de tristeza. Ela, intrigada, indagou a si mesma: “por que tanta tristeza e expressão de dor naquelas pessoas, apesar do conforto material que as rodeava?”
De repente, percebeu que todos eles olhavam para uma grande porta. Curiosa, perguntou à sua acompanhante: “Por que todos olham para a mesma porta? E por que não conseguem sorrir?” A responsável pela visita respondeu-lhe: “Eles olham para aquela porta porque esperam ansiosamente a visita dos filhos, e este semblante triste e distante que trazem no rosto é porque se sentem feridos. Acham que foram esquecidos por seus familiares. Infelizmente, de fato, foram esquecidos pelos seus” [...].
(FERNANDES, Estevam. In: Quando vem a brisa. Rio de Janeiro: Ed.Central, 2009, p. 75).
Do texto “Feridas do esquecimento”, pode-se afirmar que:
I- Proporciona uma reflexão, por meio de um discurso personalizado, conferindo ao tema um certo juízo de valor.
II- É uma narrativa com opiniões estereotipadas, pois apresenta uma percepção da realidade, por meio de fórmulas prontas.
III- Confere originalidade e um modo de sentir e pensar próprios, usando um nível de linguagem simples e acessível.
Analise as proposições e marque a alternativa adequada. Está(ão) correta(s) apenas:
Texto 01
A bruxa nos relógios
Não falarei aqui do meu desânimo quanto à situação do país: cansei. Por algum breve tempo vou tirar férias dessa preocupação. Vou me concentrar no possível: os afetos, o trabalho, a vida. Então falo aqui de um tema que me fascina, sobre o qual muito tenho refletido e acabo de escrever um livro: a passagem do tempo.
Quando criança, eu achava que no relógio de parede do sobrado de uma de minhas avós, aquele que soava horas, meias horas e quartos de hora que me assustavam nas madrugadas insones, em que eu eventualmente dormia lá, morava uma feiticeira que tricotava freneticamente, com agulhas de metal tique-taque, tique-taque tecendo em longas mantas o tempo da nossa vida.
Nessas reflexões e observações, mais uma vez, constatei o que todo mundo sabe: vivemos a idolatria da juventude e do poder; do dinheiro, da beleza física e do prazer. Muitos gostariam de ficar para sempre, embalsamados em seus vinte ou trinta anos. Ou ter nos sessenta “alma jovem”, o que acho muito discutível, pois deve ser bem melhor, ter na maturidade ou na velhice uma alma adequada, o que não significa mofada ou áspera [...]
(LUFT, Lya. In: Veja, 23/12/2013, p. 28).
No texto, predomina a função Emotiva porque a autora:
Texto 01
A bruxa nos relógios
Não falarei aqui do meu desânimo quanto à situação do país: cansei. Por algum breve tempo vou tirar férias dessa preocupação. Vou me concentrar no possível: os afetos, o trabalho, a vida. Então falo aqui de um tema que me fascina, sobre o qual muito tenho refletido e acabo de escrever um livro: a passagem do tempo.
Quando criança, eu achava que no relógio de parede do sobrado de uma de minhas avós, aquele que soava horas, meias horas e quartos de hora que me assustavam nas madrugadas insones, em que eu eventualmente dormia lá, morava uma feiticeira que tricotava freneticamente, com agulhas de metal tique-taque, tique-taque tecendo em longas mantas o tempo da nossa vida.
Nessas reflexões e observações, mais uma vez, constatei o que todo mundo sabe: vivemos a idolatria da juventude e do poder; do dinheiro, da beleza física e do prazer. Muitos gostariam de ficar para sempre, embalsamados em seus vinte ou trinta anos. Ou ter nos sessenta “alma jovem”, o que acho muito discutível, pois deve ser bem melhor, ter na maturidade ou na velhice uma alma adequada, o que não significa mofada ou áspera [...]
(LUFT, Lya. In: Veja, 23/12/2013, p. 28).
No enunciado “Vou me concentrar no possível: os afetos, o trabalho, a vida”, pode-se afirmar que há uma:
I- Progressão discursiva, construída pela reiteração de termos que acrescentam informações novas.
II- Circularidade discursiva, ocasionada pela repetição de ideias.
III- Redundância viciosa, pois não acrescenta nenhuma ideia nova, contrariando a coerência textual.
Analise as proposições e marque a alternativa adequada. Está(ão) correta(s), apenas:
Texto 01
A bruxa nos relógios
Não falarei aqui do meu desânimo quanto à situação do país: cansei. Por algum breve tempo vou tirar férias dessa preocupação. Vou me concentrar no possível: os afetos, o trabalho, a vida. Então falo aqui de um tema que me fascina, sobre o qual muito tenho refletido e acabo de escrever um livro: a passagem do tempo.
Quando criança, eu achava que no relógio de parede do sobrado de uma de minhas avós, aquele que soava horas, meias horas e quartos de hora que me assustavam nas madrugadas insones, em que eu eventualmente dormia lá, morava uma feiticeira que tricotava freneticamente, com agulhas de metal tique-taque, tique-taque tecendo em longas mantas o tempo da nossa vida.
Nessas reflexões e observações, mais uma vez, constatei o que todo mundo sabe: vivemos a idolatria da juventude e do poder; do dinheiro, da beleza física e do prazer. Muitos gostariam de ficar para sempre, embalsamados em seus vinte ou trinta anos. Ou ter nos sessenta “alma jovem”, o que acho muito discutível, pois deve ser bem melhor, ter na maturidade ou na velhice uma alma adequada, o que não significa mofada ou áspera [...]
(LUFT, Lya. In: Veja, 23/12/2013, p. 28).
No enunciado “Deve ser bem melhor ter na maturidade ou na velhice uma alma adequada, o que não significa mofada ou áspera”, pode-se afirmar que:
I- Há uma sequência de qualificações para o termo “alma”.
II- A expressão “bem melhor” é uma construção adverbial comparativa, que apresenta relação de interdependência entre os termos postos em confronto.
III- Em “na maturidade ou na velhice”, o elo de coesão “ou” marca uma alternância entre termos da mesma área semântica.
Analise as proposições e marque a alternativa adequada. Está(ão) correta(s) apenas: