Questões de Concurso Sobre português para agente de comunicação social

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Ano: 2016 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de Sabará - MG
Q1232832 Português
Estradas para a perdição?
Numa época em que quase todo mundo carrega um GPS facílimo de operar no bolso ou na bolsa, imagens de satélite nunca foram tão banais. Dois toques na tela do celular são suficientes para que o sujeito consiga examinar uma representação mais ou menos realista e atualizada da Terra vista do espaço.
Mesmo assim, uma forma inovadora de enxergar o nosso planeta, bolada por uma equipe internacional de cientistas, é capaz de deixar surpreso – e cabreiro – quem ainda tem um pouco de imaginação. O trabalho revela um globo retalhado por estradas, um “bolo planetário” cortado em 600 mil pedacinhos.
Note, aliás, que essa estimativa do número de fatias separadas pela ação humana provavelmente é conservadora – ainda faltam dados a respeito de certas áreas, o que significa que o impacto global das estradas deve ser ainda maior. De qualquer jeito, se você achava que a Terra ainda está repleta de vastas áreas intocadas pela nossa espécie, pense de novo.
A pesquisa, que acaba de sair na revista “Science”, indica que mais da metade dos pedaços de chão não atravessados por estradas têm área de menos de 1 km², e 80% desses trechos medem menos de 5 km² de área. Grandes áreas contínuas (com mais de 100 km²), sem brechas abertas especificamente para o tráfego humano, são apenas 7% do total.
E daí? Decerto uma estradinha passando nas vizinhas não faz tão mal assim, faz? Muito pelo contrário, indica a literatura científica avaliada pela equipe do estudo, que inclui a brasileira Mariana Vale, do Departamento de Ecologia da UFRJ. Para calcular as fatias em que o planeta foi picado, Mariana e seus colegas utilizaram como critério uma distância de pelo menos 1 km da estrada mais próxima – isso porque distâncias iguais ou inferiores a 1 km estão ligadas a uma série de efeitos negativos das estradas sobre os ambientes naturais que cortam.
Estradas são, é claro, vias de acesso para caçadores e gente munida de motosserras; trazem poluentes dos carros e caminhões para as matas e os rios; além de trazer gente, trazem espécies invasoras (não nativas da região) que muitas vezes deixam as criaturas nativas em maus lençóis. Considere ainda que estradas, em certo sentido, dão cria: a abertura de uma rodovia em regiões como a Amazônia quase inevitavelmente estimula a abertura de ramais secundários, dos quais nascem outras picadas, num processo que vai capilarizando a devastação. [...]
(Reinaldo José Lopes. Folha de S. Paulo. 18 de dezembro de 2016.)           O título do texto apresenta-se em forma de um questionamento. Em relação a tal pergunta é correto afirmar que 
Alternativas
Ano: 2016 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de Sabará - MG
Q1232761 Português
Estradas para a perdição?
Numa época em que quase todo mundo carrega um GPS facílimo de operar no bolso ou na bolsa, imagens de satélite nunca foram tão banais. Dois toques na tela do celular são suficientes para que o sujeito consiga examinar uma representação mais ou menos realista e atualizada da Terra vista do espaço.
Mesmo assim, uma forma inovadora de enxergar o nosso planeta, bolada por uma equipe internacional de cientistas, é capaz de deixar surpreso – e cabreiro – quem ainda tem um pouco de imaginação. O trabalho revela um globo retalhado por estradas, um “bolo planetário” cortado em 600 mil pedacinhos.
Note, aliás, que essa estimativa do número de fatias separadas pela ação humana provavelmente é conservadora – ainda faltam dados a respeito de certas áreas, o que significa que o impacto global das estradas deve ser ainda maior. De qualquer jeito, se você achava que a Terra ainda está repleta de vastas áreas intocadas pela nossa espécie, pense de novo.
A pesquisa, que acaba de sair na revista “Science”, indica que mais da metade dos pedaços de chão não atravessados por estradas têm área de menos de 1 km², e 80% desses trechos medem menos de 5 km² de área. Grandes áreas contínuas (com mais de 100 km²), sem brechas abertas especificamente para o tráfego humano, são apenas 7% do total.
E daí? Decerto uma estradinha passando nas vizinhas não faz tão mal assim, faz? Muito pelo contrário, indica a literatura científica avaliada pela equipe do estudo, que inclui a brasileira Mariana Vale, do Departamento de Ecologia da UFRJ. Para calcular as fatias em que o planeta foi picado, Mariana e seus colegas utilizaram como critério uma distância de pelo menos 1 km da estrada mais próxima – isso porque distâncias iguais ou inferiores a 1 km estão ligadas a uma série de efeitos negativos das estradas sobre os ambientes naturais que cortam.
Estradas são, é claro, vias de acesso para caçadores e gente munida de motosserras; trazem poluentes dos carros e caminhões para as matas e os rios; além de trazer gente, trazem espécies invasoras (não nativas da região) que muitas vezes deixam as criaturas nativas em maus lençóis. Considere ainda que estradas, em certo sentido, dão cria: a abertura de uma rodovia em regiões como a Amazônia quase inevitavelmente estimula a abertura de ramais secundários, dos quais nascem outras picadas, num processo que vai capilarizando a devastação. [...]
(Reinaldo José Lopes. Folha de S. Paulo. 18 de dezembro de 2016.)
A expressão “um ‘bolo planetário’ cortado em 600 mil pedacinhos.” (2º§) apresenta a impressão do autor acerca da situação apresentada através do emprego de uma figura de linguagem que pode ser observada no exemplo dado em:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: Câmara de Linhares - ES
Q1231543 Português
Os urubus
— Estou esperando!
— Não quero!
— Deixá-lo passar!
— Naufragou!
Eu vinha vindo com o frescor da manhã por aquele trecho da praia de Santa Luzia, tão suave e tão formoso, onde se amontoam as coisas lúgubres da cidade - a Santa Casa, o Necrotério, o serviço de enterramentos. [...] Dois olhavam com avidez os bondes que vinham da rua do Passeio; dois estavam totalmente voltados para o lado da Faculdade. Ao aparecer um bonde, um magrinho bradou:
— Largo!
Prestei atenção. Do tramway em movimento saltou um cavalheiro defronte do Necrotério.
[...]
A um tempo falavam todos, e o cavalheiro, coberto de luto, com o lenço empapado de suor e de lágrimas, murmurava, como se estivesse a receber pêsames:
— Muito obrigado! Muito obrigado!
Aproximei-me de um dos funcionários do serviço mortuário.
— Que espécie de gente é essa?
— Oh! não conhece”? São os urubus!
— Urubus?
— Sim, OS corvos... E o nome pelo qual são conhecidos aqui os agenciadores de coroas e fazendas para o luto. Não é muito numerosa a classe, mas que faro, que atividade!
Totalmente interessado, tive uma dessas exclamações de pasmo que lisonjeiam sempre os informantes e nada exprimem de definitivo. Ele sorriu, tossiu e falou. Foi prodigioso.
— Os agenciadores de coroas levantam-se de madrugada e compram todos os jornais para ver quais os homens importantes falecidos na véspera. Defunto pobre não precisa de luxo, e coroa é luxo. Logo que tomam as notas disparam para a casa do morto e propõem adiantar o que for necessário para o enterro, com a condição de se lhes comprarem as coroas. [...]. E os títulos dessas casas davam para um tratado de psicologia recreativa. Há os poéticos, os delicados, os floridos, os babosos, os fúnebres — Tributo da Saudade, Coroa de Violetas, Flor de Lis, Bogari, A Jardineira, Coroa de Rosas...
— Mas... e estes homens aqui?
— Estes homens, são os urubus de Santa Luzia, serviço especial e maçônico. Três ficam à entrada principal da Santa Casa. Quando avistam um tipo, brada o primeiro: estou esperando!
Se o tipo não tem casa de enterro: não quero! Deixá-lo passar. Se o homem vem de tilburi, correm até aqui a acompanhá-lo... Se o tilburi segue, bradam: naufragou! E voltam ao lugar donde não saíram os outros. E interessante ouvir-lhes o diálogo. Tu é que não correste! Conheço o homem; Antes fosse, era meu o negócio...
— Mas é horrível!
— É avida, meu caro.
[...]
Os urubus devem ter nome?
— Têm, são urubus urbanos. Vê o senhor aquele? E o Chico Basílio. Há cerca de trinta anos exerce a profissão. Está vendo aquele grupo? Encontra lã o Brasilino, o Caranguejo, o Bilu, o Espanhol da Saúde, o Mangonga. Os outros são o Joaquim, o Tatuí, o Paulino, o Cá e Lá, o Buriti, o Manduca...
[...]
Eu ouvia o meu informante um pouco melancólico. Que diabo! Por que urubus, naquele pedaço da cidade que cheira a cadáveres e a morte?
Não há terra onde prospere como nesta a flora dos sem-ofício e dos parasitas que não trabalham. Esses sujeitinhos vestem bem, dormem bem, chegam a ter opiniões, sistema moral, ideias políticas.
[...]
Despedi-me, comecei a andar devagar. Um dos urubus aproximou-se.
— Estiveram contando coisas a nosso respeito”?
— Não, absolutamente.
— Que se há de fazer? A comissão é tão pequena! Quando quiser uma coroa...
— Deus queira que não! —fiz assustado.
E apertei a mão do homem-urubu com um tremor de superstição e de susto.
RIO, João do. Os urubus. In: ANTELO, Raúl (Org). A alma encantadora do Rio. São Paulo: Companhia das Letras, 1977.
As frases de um texto organizam-se em torno de relações semânticas que lhes dão coesão e coerência. No caso da frase “AO APARECER UM BONDE, um magrinho bradou”, a oração em destaque apresenta a seguinte relação:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de Sabará - MG
Q1206069 Português
Texto para responder à questão 
Nick Vujicic: australiano sem braços e pernas passará em 5 cidades do Brasil em Outubro de 2016 
Histórias de superação são sempre fascinantes, porque nos mostram que vencer as dificuldades, por piores que elas sejam, é possível. A incrível e emocionante vida do australiano Nick Vujicic já tinha sido transformada em livros, e agora ele chega com uma turnê ao vivo entre 3 e 8 de outubro no Brasil. Já estão confirmadas as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.  
Nick Vujicic nasceu sem pernas e sem braços devido a uma síndrome rara, denominada tetra-amelia, que ocorre por falha na formação embrionária. Apesar de suas limitações, aprendeu a escrever com a boca, a digitar, nadar, mergulhar, surfar, jogar futebol, andar de skate, jogar golfe... Formou-se em Economia e Contabilidade, casou-se e é pai. Não satisfeito, tornou-se palestrante motivacional e escritor best-seller. Já falou para mais de seis milhões de pessoas, em 50 países, sendo sempre ovacionado pelo público.
“Sabe por que consigo fazer tudo isso? Porque não tenho medo de dificuldades e me esforço bastante!”, conta Nick, no seu livro Me Dá Um Abraço, lançado pela editora Mundo Cristão. Em oito capítulos ricamente ilustrados, o autor narra alguns acontecimentos que mais marcaram sua vida, sempre ressaltando a importância do amor e dos gestos daqueles que influenciaram positivamente sua trajetória. Logo no primeiro capítulo ele traz o emocionante relato sobre um encontro com uma garotinha de três anos de idade, que o olhava espantada, mas que, para a surpresa dele, aproximou-se para abraçá-lo com os braços para trás. “Que jeito mais especial de abraçar! Esticou o pescoço, apoiou a cabeça em meu ombro e pressionou seu pescoço de leve contra o meu. Nós nos abraçamos como duas girafas”, escreveu.
(Disponível em: https://noticias.terra.com.br/dino/nick-vujicic-australiano-sem-bracos-e-pernas-passara-em-5-cidades-do-brasil-em-outubro-de-2016,980ba27b0a6dc406c5664e4e45e0a12ad1jp4dqy.html.)
Dentre as estratégias de referenciação pode-se indicar a retomada do objeto já presente no discurso. Dentre os trechos a seguir, tal estratégia só NÃO pode ser identificada em:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: Câmara de Linhares - ES
Q1195157 Português
Os urubus
— Estou esperando!
— Não quero!
— Deixá-lo passar!
— Naufragou!
Eu vinha vindo com o frescor da manhã por aquele trecho da praia de Santa Luzia, tão suave e tão formoso, onde se amontoam as coisas lúgubres da cidade - a Santa Casa, o Necrotério, o serviço de enterramentos. [...] Dois olhavam com avidez os bondes que vinham da rua do Passeio; dois estavam totalmente voltados para o lado da Faculdade. Ao aparecer um bonde, um magrinho bradou:
— Largo!
Prestei atenção. Do tramway em movimento saltou um cavalheiro defronte do Necrotério.
[...]
A um tempo falavam todos, e o cavalheiro, coberto de luto, com o lenço empapado de suor e de lágrimas, murmurava, como se estivesse a receber pêsames:
— Muito obrigado! Muito obrigado!
Aproximei-me de um dos funcionários do serviço mortuário.
— Que espécie de gente é essa?
— Oh! não conhece”? São os urubus!
— Urubus?
— Sim, OS corvos... E o nome pelo qual são conhecidos aqui os agenciadores de coroas e fazendas para o luto. Não é muito numerosa a classe, mas que faro, que atividade!
Totalmente interessado, tive uma dessas exclamações de pasmo que lisonjeiam sempre os informantes e nada exprimem de definitivo. Ele sorriu, tossiu e falou. Foi prodigioso.
— Os agenciadores de coroas levantam-se de madrugada e compram todos os jornais para ver quais os homens importantes falecidos na véspera. Defunto pobre não precisa de luxo, e coroa é luxo. Logo que tomam as notas disparam para a casa do morto e propõem adiantar o que for necessário para o enterro, com a condição de se lhes comprarem as coroas. [...]. E os títulos dessas casas davam para um tratado de psicologia recreativa. Há os poéticos, os delicados, os floridos, os babosos, os fúnebres — Tributo da Saudade, Coroa de Violetas, Flor de Lis, Bogari, A Jardineira, Coroa de Rosas...
— Mas... e estes homens aqui?
— Estes homens, são os urubus de Santa Luzia, serviço especial e maçônico. Três ficam à entrada principal da Santa Casa. Quando avistam um tipo, brada o primeiro: estou esperando!
Se o tipo não tem casa de enterro: não quero! Deixá-lo passar. Se o homem vem de tilburi, correm até aqui a acompanhá-lo... Se o tilburi segue, bradam: naufragou! E voltam ao lugar donde não saíram os outros. E interessante ouvir-lhes o diálogo. Tu é que não correste! Conheço o homem; Antes fosse, era meu o negócio...
— Mas é horrível!
— É avida, meu caro.
[...]
Os urubus devem ter nome?
— Têm, são urubus urbanos. Vê o senhor aquele? E o Chico Basílio. Há cerca de trinta anos exerce a profissão. Está vendo aquele grupo? Encontra lã o Brasilino, o Caranguejo, o Bilu, o Espanhol da Saúde, o Mangonga. Os outros são o Joaquim, o Tatuí, o Paulino, o Cá e Lá, o Buriti, o Manduca...
[...]
Eu ouvia o meu informante um pouco melancólico. Que diabo! Por que urubus, naquele pedaço da cidade que cheira a cadáveres e a morte?
Não há terra onde prospere como nesta a flora dos sem-ofício e dos parasitas que não trabalham. Esses sujeitinhos vestem bem, dormem bem, chegam a ter opiniões, sistema moral, ideias políticas.
[...]
Despedi-me, comecei a andar devagar. Um dos urubus aproximou-se.
— Estiveram contando coisas a nosso respeito”?
— Não, absolutamente.
— Que se há de fazer? A comissão é tão pequena! Quando quiser uma coroa...
— Deus queira que não! —fiz assustado.
E apertei a mão do homem-urubu com um tremor de superstição e de susto.
RIO, João do. Os urubus. In: ANTELO, Raúl (Org). A alma encantadora do Rio. São Paulo: Companhia das Letras, 1977.
No contexto do último período do texto, o sentido da expressão destacada em “Dois olhavam COM AVIDEZ os bondes que vinham da rua do Passeio” é equivalente ao da expressão:
Alternativas
Respostas
36: C
37: B
38: D
39: B
40: D