Questões de Concurso Sobre português para técnico de apoio

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Q2233497 Português
O presságio de minha sogra

    Dizem que Clara era a alegria em pessoa. Fazia amizades no clube, na igreja e até na parada de ônibus. Todos a conheciam pela erudição e simpatia. Foi professora e catequista.
     Ela faleceu de fulminante leucemia duas semanas depois do meu início de namoro com Beatriz.
     Eu somente tive a alegria de falar com ela por telefone. Foi meio de susto. Estávamos no saguão de um teatro em São Paulo. Beatriz falava com sua mãe ao celular enquanto eu esperava que terminasse a ligação para procurar nossos assentos, e ela, do nada, me passou o aparelho:
      — Minha mãe quer falar com você!
      Eu estranhei, já que o gesto era meio precoce para um relacionamento que recém havia começado. Parecia uma oficialização do namoro antes da hora, antes do pedido formal entre nós.
    Fiquei sabendo que a sogra lia meus textos e que meu livro pousava como predileto na sua cabeceira. Talvez viesse estudando o temperamento do futuro genro.
      A ligação foi profética, nem um pouco comum e banal. Até hoje, lembro-me exatamente do que ouvi. Ela me encorajou, ela me incentivou, ela me amparou. Não se restringiu a uma troca amistosa de palavras entre dois desconhecidos. Existia uma mensagem poderosa sendo ditada para mim:
      — Você é um sonhador, Fabrício. Você enxerga longe. Leve Beatriz para seus sonhos: ela está precisando de uma nova realidade.
       Pego de surpresa com tamanha intimidade, eu apenas consenti, apenas aceitei a missão: “Pode deixar!”.
        Aquilo mexeu comigo por dentro. Como alguém que não me conhecia me conhecia tão bem?
       Nunca iria imaginar que seria o nosso primeiro e último diálogo. Mas, possivelmente, eu senti algo de diferente no ar. Um aviso do destino.
       Fiquei transtornado naquela noite. Beatriz questionou meu olhar perdido. Era um olhar voando para longe.
        Na manhã seguinte, eu acordei e logo a chamei para conversar:
        — Não sei explicar, mas a sua mãe precisa de você. Volte para Belo Horizonte hoje.
     Beatriz não entendeu a urgência. Ela ficaria em São Paulo por mais uma semana, de férias. Imaginou que Clara tivesse dito algo para mim em particular.
        — De onde isso? 
        Esclareci que se tratava de um pressentimento, não existiu nenhuma confidência.
      O mais incrível é que Beatriz acatou o meu conselho. Confiou em mim. Trocou as passagens e chegou à capital mineira na mesma noite. Voltei para Porto Alegre, onde morava.
        Ao desembarcar, Beatriz descobriu que a mãe não se encontrava em casa. Havia sido internada no hospital por tontura e fraqueza naquele dia. 
      Ela teve a chance de se despedir de sua mãe, de permanecer ao lado dela nos seus últimos momentos. Pôde cuidá-la, viver mais um pouco o seu brilho para se abastecer de saudade e não sofrer da culpa da distância.
          Eu compareci ao enterro, já como namorado de Beatriz.
          Coloquei a minha mão no caixão e reafirmei a promessa para Clara:
      — Pode deixar comigo. Vá em paz, minha sogra sonhadora!

(Fonte: Fabrício Carpinejar — adaptado.)
Em “Beatriz falava com sua mãe ao celular”, o verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o do sublinhado está na frase:
Alternativas
Q2075010 Português


Imagem associada para resolução da questão


Disponível em: https://tirasarmandinho.tumblr.com/post/163269348904/tirinha-original Acesso em 18 dez. 2022

Nas falas da tirinha de Armandinho, percebe-se uma diferença na forma de se referir à mandioca. A essa variação linguística dá-se o nome de

Alternativas
Q2075009 Português
A pontuação está INCORRETA em:
Alternativas
Q2075008 Português
A concordância nominal está INCORRETA em: 
Alternativas
Q2075004 Português
APRENDER COM AS DERROTAS
Marcos Davi Melo

      Talvez por estar acompanhando os jogos da Copa do Mundo do Catar em casa, com a família, incluindo os netos, alguns ainda muito verdinhos, entre tantas imagens emocionantes nas arenas e seus arredores, uma delas marcou-me muito: a do excelente goleiro da Polônia Wojcech Szczesny (Ufa!!!), que, depois de defender um pênalti cobrado por Messi, saiu de campo derrotado, necessitando em seguida consolar o filho pequeno, ainda no túnel que os conduz do gramado para os vestiários. Nesse caso, a derrota veio logo depois da glória.
      Quem está preparado para as derrotas? Quem não sofre com elas?
     Nélson Rodrigues (sempre ele!) em uma crônica “Freud no futebol”, escreveu que, nos EUA, todos tinham um psicanalista e que esse profissional tinha se tornado tão necessário quanto uma namorada. E o sujeito que, por qualquer razão eventual, deixava de vê-lo, de ouvi-lo, de farejá-lo, ficava incapacitado para os amores, os negócios e as bandalheiras. Nelson reclamava que o futebol brasileiro tinha tudo, menos um psicanalista: “Cuida-se das integridades das canelas, mas ninguém se lembra de preservar a saúde interior, o delicadíssimo equilíbrio emocional do jogador”. Coincidência ou não, logo depois da eliminação precoce da nossa seleção da Copa de 1966 na Inglaterra, os psicólogos passaram a ser uma peça essencial nas equipes nacionais.
        Pensando nos nossos filhos e netos, diante de uma indesejável, mas sempre possível derrota na Copa, segundo os psicólogos, quatro coisas podem se aprender em uma partida de futebol, um jogo de xadrez, ou um simples par ou ímpar, que podem servir para outros momentos da vida: primeiro, quando se chega ao lugar mais alto do pódio, quantas vezes ele precisou perder para chegar lá? Os fracassos nos ensinam como vencer. Perdemos a Copa de 50 em casa e vencemos em 58 na Suécia. Sempre há outra chance, Cristiano Ronaldo pode estar no ocaso de sua vitoriosa carreira como jogador, mas as portas estão abertas para se consagrar como técnico.
        Aprender sobre Empatia: sempre que vemos atletas profissionais comemorando uma conquista, percebemos a intensidade com que pulam, gritam para mostrar que, enfim, conquistaram algo bastante almejado. Mas como se sente o rival derrotado, vendo tudo aquilo? Nossos filhos e netos podem até ficar tentados a imitá-los, mas precisamos orientá-los para que tomem cuidado com as celebrações exageradas, afinal de contas, no outro dia, podemos estar do outro lado.
       Finalmente, não é só ganhar. Jogos e esportes não são só para mostrar quem pode mais, mas para demonstrar amor pela atividade, estimular a empatia, o trabalho em equipe e o respeito por quem está ao seu lado e pelo adversário. É fundamental saber perder, por mais duro que seja, embora não seja fácil lidar com derrotas e fracassos. As derrotas nos ensinam que nem tudo são glórias. Elas são importantes, porque nos trazem novas visões e muito aprendizado. Apropriar-se de um fracasso trazendo isso para o lado pessoal faz sofrer mais. Não se devem criar expectativas além do nosso limite e a derrota acaba sendo previsível. Saber perder é apenas uma prova de maturidade, por isso é impróprio cobrá-la das crianças, mas é indispensável aos adultos saber administrá-la.
Disponível em: https://d.gazetadealagoas.com.br/opiniao/393942/aprender-com-as-derrotasAcesso em: 14 dez. 2022 (Adaptado)
Em: “Nossos filhos e netos podem até ficar tentados a imitá-los, mas precisamos orientá-los para que tomem cuidado com as celebrações exageradas, afinal de contas, no outro dia, podemos estar do outro lado.”, os verbos destacados estão flexionados, respectivamente, nos seguintes tempos:
Alternativas
Respostas
36: E
37: A
38: B
39: D
40: B