Questões de Concurso Sobre formas nominais do verbo (particípio, gerúndio, infinitivo) em português

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Ano: 2015 Banca: FUNCAB Órgão: PC-AC Prova: FUNCAB - 2015 - PC-AC - Perito Criminal |
Q576198 Português
                                                      Desenredo

      Do narrador seus ouvinte:

      - Jó Joaquim, cliente, era quieto, respeitado, bom como o cheiro de cerveja. Tinha o para não ser célebre. Como elas quem pode, porém? Foi Adão dormir e Eva nascer. Chamando-se Livíria, Rivília ou Irlívia, a que, nesta observação, a Jó Joaquim apareceu.

      Antes bonita, olhos de viva mosca, morena mel e pão. Aliás, casada. Sorriram-se, viram-se. Era infinitamente maio e Jó Joaquim pegou o amor. Enfim, entenderam-se. Voando o mais em ímpeto de nau tangida a vela e vento. Mas tendo tudo de ser secreto, claro, coberto de sete capas.

      Porque o marido se fazia notório, na valentia com ciúme; e as aldeias são a alheia vigilância. Então ao rigor geral os dois se sujeitaram, conforme o clandestino amor em sua forma local, conforme o mundo é mundo. Todo abismo é navegável a barquinhos de papel.

      Não se via quando e como se viam. Jó Joaquim, além disso, existindo só retraído, minuciosamente. Esperar é reconhecer-se incompleto. Dependiam eles de enorme milagre. O inebriado engano.

      Até que deu-se o desmastreio. O trágico não vem a conta-gotas. Apanhara o marido a mulher: com outro, um terceiro... Sem mais cá nem mais lá, mediante revólver, assustou-a e matou-o. Diz-se, também, que a ferira, leviano modo.

      [...]

      Ela - longe - sempre ou ao máximo mais formosa, já sarada e sã. Ele exercitava-se a aguentar-se, nas defeituosas emoções.

      Enquanto, ora, as coisas amaduravam. Todo fim é impossível? Azarado fugitivo, e como à Providência praz, o marido faleceu, afogado ou de tifo. O tempo é engenhoso.

      [...]

      Sempre vem imprevisível o abominoso? Ou: os tempos se seguem e parafraseiam-se. Deu-se a entrada dos demônios.

      Da vez, Jó Joaquim foi quem a deparou, em péssima hora: traído e traidora. De amor não a matou, que não era para truz de tigre ou leão. Expulsou-a apenas, apostrofando-se, como inédito poeta e homem. E viajou a mulher, a desconhecido destino.

      Tudo aplaudiu e reprovou o povo, repartido. Pelo fato, Jó Joaquim sentiu-se histórico, quase criminoso, reincidente. Triste, pois que tão calado. Suas lágrimas corriam atrás dela, como formiguinhas brancas. Mas, no frágio da barca, de novo respeitado, quieto. Vá-se a camisa, que não o dela dentro. Era o seu um amor meditado, a prova de remorsos. Dedicou-se a endireitar-se.

      [...]

      Celebrava-a, ufanático, tendo-a por justa e averiguada, com convicção manifesta. Haja o absoluto amar- e qualquer causa se irrefuta.

      Pois produziu efeito. Surtiu bem. Sumiram-se os pontos das reticências, o tempo secou o assunto. Total o transato desmanchava-se, a anterior evidência e seu nevoeiro. O real e válido, na árvore, é a reta que vai para cima. Todos já acreditavam. Jó Joaquim primeiro que todos.

      Mesmo a mulher, até, por fim. Chegou-lhe lá a notícia, onde se achava, em ignota, defendida, perfeita distância. Soube-se nua e pura. Veio sem culpa. Voltou, com dengos e fofos de bandeira ao vento.

      Três vezes passa perto da gente a felicidade. Jó Joaquim e Vilíria retomaram-se, e conviveram, convolados, o verdadeiro e melhor de sua útil vida.

      E pôs-se a fábula em ata.

  ROSA, João Guimarães. Tutameia - Terceiras estórias. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967,p.38-40.

Vocabulário

frágio: neologismo criado a partir de naufrágio,
ufanático: neologismo: ufano+fanático. 
“Celebrava-a, ufanático, tendo-a por justa e averiguada, com convicção manifesta. Haja o absoluto amar - e qualquer causa se irrefuta." Sobre as formas verbais desse segmento do texto, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
Ano: 2012 Banca: CCV-UFC Órgão: UFC Prova: CCV-UFC - 2012 - UFC - Assistente Administrativo |
Q570179 Português
Como o particípio de pagar em “e não precisaríamos ser pagos para fazer” (linha 03), está empregada conforme a regra gramatical a forma grifada em:
Alternativas
Q569909 Português

                   Como o celular influencia no comportamento das formigas?

                                                                                                                         Por Heverton Paulo

    Podemos afirmar com toda certeza que, hoje em dia, o celular é para as pessoas o que a água é para uma planta: completamente essencial. O aparelho eletrônico tornou-se quase um “membro” extra de indivíduos de toda e qualquer faixa etária, sexo, ou escolaridade. Para enviar mensagens, fazer ligações, ouvir música e assistir vídeos, acessar a internet, tirar fotos e até se localizar em algum lugar – GPS -, o celular é usado para quase tudo que se possa imaginar.

    Entretanto, já parou para pensar que esse aparelho, aparentemente inofensivo, também pode afetar a sua saúde? Pois saiba que a radiação (mesmo que mínima) e as ondas magnéticas emitidas por um telefone celular podem alterar o cérebro de uma pessoa.

    Segundo um estudo norte-americano conduzido pela Doutora Nora Volkow, em 2009, reuniu 47 voluntários que tiveram dois celulares desligados colocados em cada orelha e, logo depois, seus cérebros foram escaneados usando o método PET scan. Depois desse um segundo escaneamento foi feito, mas dessa vez com o celular da orelha direita ligado e com uma chamada ativa durante 50 minutos.

    Constatou-se que a área perto da antena do celular sofreu um aumento de 7% em consumo de glicose em relação ao escaneamento anterior, se tornando um pouco mais ativa. Como a ligação era sem áudio, a área do cérebro que apresentou atividade no segundo escaneamento não estava relacionado com o interlocutor pensando ou conversando com uma pessoa do outro lado da linha.

    Que as ondas do celular podem afetar mesmo que minimamente o cérebro humano, isso já foi comprovado cientificamente. Mas será que o aparelho também pode afetar animais? Bem, as formigas parecem provar que sim, segundo um recente vídeo que está viralizando nas redes sociais.

    O vídeo mostra um iPhone no chão com uma certa ‘multidão’ de formigas ao redor dele. O comportamento dos insetinhos é aparentemente normal, correndo confusas e desordenadas. Entretanto, assim que o celular recebe uma ligação e começa a tocar, algo incrível acontece: as formigas imediatamente, como que comandadas por um ser invisível, entram em uma formação circular e começam a rodear o celular organizada e metodicamente, de maneira veloz e precisa.

    Não existe uma explicação 100% concreta de tal fenômeno, mas algumas teorias fazem sentido. Segundo o site Ciência Hoje, as formigas possuem partículas magnéticas em suas antenas, que as fazem seguir caminhos de acordo com a orientação magnética da Terra. O sinal do iPhone teria interferido nesse sistema, confundido os insetos e fazendo com que eles agisse da maneira vista no vídeo.

                      Texto adaptado. Fonte: http://www.ultracurioso.com.br/como-o-celular-influencia-no-

                                                                                                            comportamento-das-formigas/

“Constatou-se que a área perto da antena do celular sofreu um aumento de 7% em consumo de glicose em relação ao escaneamento anterior, se tornando um pouco mais ativa.”Considere as regras gramaticais da língua padrão culta e assinale a alternativa correta quanto ao que se afirma a respeito da colocação pronominal e do verbo que se encontra em destaque.
Alternativas
Q569316 Português
O homem que conheceu o amor  

1º Do alto de seus oitenta anos, me disse: “Na verdade, fui muito amado.". E __________ isto com tal plenitude como quem dissesse: sempre me trouxeram flores, sempre comi ostra .......... beira-mar.

2º Não havia arrogância em sua frase, mas algo entre a humanidade e a petulância sagrada. Parecia um pintor, que olhando o quadro terminado assina seu nome embaixo. Havia um certo fastio em suas palavras gestos. Se retirava de um banquete satisfeito. Parecia pronto para morrer, já que sempre estivera pronto para amar.

3º Aquele homem me confessou que amava sem nenhuma coerção. Não lhe encostei .......... faca no peito cobrando algo. Ele é que tinha algo a me oferecer. Foi muito diferente daqueles que não confessam seus sentimentos nem mesmo debaixo de um “pau-de-arara": estão ali se afogando de paixão, levando choques de amor, mas não se entregam. E, no entanto, basta ler-lhes a ficha que está tudo lá: traficante ou guerrilheiro do amor.

4º Uns dizem: casei várias vezes. Outros assinalam: fiz vários filhos. Outro dia li numa revista um conhecido ator dizendo: tive todas as mulheres que quis. Outros, ainda, dizem: não posso viver sem fulana (ou fulano). Na Bíblia está que Abraão gerou Isac, Isac gerou Jacó e Jacó gerou as doze tribos de Israel. Mas nenhum deles disse: “Na verdade, fui muito amado.".

5º Mas quando do alto de seus oitenta anos aquele homem desfechou sobre mim aquela frase, me senti não apenas como o filho que quer ser engenheiro como o pai. Senti-me um garoto de quatro anos, de calças curtas, se dizendo: quando eu crescer quero ser um homem de oitenta anos que diga: “Amei muito, na verdade, fui muito amado.". Se não pensasse isto, não seria digno daquela frase que acabava de me ser ofertada. E eu não poderia desperdiçar uma sabedoria que levou oitenta anos para se formar. É como se eu não visse o instante em que a lagarta se transformaria em libélula.

6º Ouvindo-o, por um instante, suspeitei que a psicanálise havia fracassado; que tudo aquilo que Freud sempre disse de que o desejo nunca é preenchido, que se o é, o é por frações de segundos, e que a vida é insatisfação e procura, tudo isto era coisa passada. Sim, porque sobre o amor há muitas frases inquietantes por aí.

7º Frase que se pode atualizar: eu era amado e não sabia. Porque nem todos sabem reconhecer quando são amados. Flores despencam em arco-íris sobre sua cama, um banquete real está sendo servido e, sonolento, olha noutra direção.

8º Sei que vocês vão me repreender, dizendo: deveria ter-nos apresentado o personagem, também o queríamos conhecer, repartir tal acontecimento. E é justa a reprimenda. Porque quando alguém está amando, já nos contamina de jasmins. Temos vontade de dizer, vendo-o passar: ame por mim, já que não pode se deter para me amar a mim. Exatamente como se diz a alguém que está indo .......... Europa: por favor, na Itália, coma e beba por mim.

9º Ver uma pessoa amando é como ler um romance de amor. É como ver um filme de amor. Também se ama por contaminação na tela do instante. A estória é do outro, mas passa das páginas e telas para a gente.

10° Reconhece-se a cinquenta metros um desamado, o carente. Mas reconhece-se a cem metros o bem-amado. Lá vem ele: sua luz nos chega antes de suas roupas e pele. Sinos batem nas dobras de seu ser. Pássaros pousam em seus ombros e frases. Flores está colorindo o chão em que pisou.

11° O que ama é um disseminador.

12° O bem-amado é uma usina de luz. Tão necessário .......... comunidade, que deveria ser declarado bem de utilidade pública.

                                                                                                    Affonso Romano de Sant'Anna.
Os verbos destacados no terceiro parágrafo (cobrando, afogando e levando) são formas nominais do: 
Alternativas
Q567365 Português

                                                        Desenredo

      Do narrador seus ouvintes:

      – Jó Joaquim, cliente, era quieto, respeitado, bom como o cheiro de cerveja. Tinha o para não ser célebre. Como elas quem pode, porém? Foi Adão dormir e Eva nascer. Chamando-se Livíria, Rivília ou Irlívia, a que, nesta observação, a Jó Joaquim apareceu.

      Antes bonita, olhos de viva mosca, morena mel e pão. Aliás, casada. Sorriram-se, viram-se. Era infinitamente maio e Jó Joaquim pegou o amor. Enfim, entenderam-se. Voando o mais em ímpeto de nau tangida a vela e vento. Mas tendo tudo de ser secreto, claro, coberto de sete capas.

      Porque o marido se fazia notório, na valentia com ciúme; e as aldeias são a alheia vigilância. Então ao rigor geral os dois se sujeitaram, conforme o clandestino amor em sua forma local, conforme o mundo é mundo. Todo abismo é navegável a barquinhos de papel.

      Não se via quando e como se viam. Jó Joaquim, além disso, existindo só retraído, minuciosamente. Esperar é reconhecer-se incompleto. Dependiam eles de enorme milagre. O inebriado engano.

      Até que deu-se o desmastreio. O trágico não vem a conta-gotas. Apanhara o marido a mulher: com outro, um terceiro... Sem mais cá nem mais lá, mediante revólver, assustou-a e matou-o. Diz-se, também, que a ferira, leviano modo.

      [...]

      Ela – longe – sempre ou ao máximo mais formosa, já sarada e sã. Ele exercitava-se a aguentar-se, nas defeituosas emoções.

      Enquanto, ora, as coisas amaduravam. Todo fim é impossível? Azarado fugitivo, e como à Providência praz, o marido faleceu, afogado ou de tifo. O tempo é engenhoso.

      [...]

      Sempre vem imprevisível o abominoso? Ou: os tempos se seguem e parafraseiam-se. Deu-se a entrada dos demônios.

      Da vez, Jó Joaquim foi quem a deparou, em péssima hora: traído e traidora. De amor não a matou, que não era para truz de tigre ou leão. Expulsou-a apenas, apostrofando-se, como inédito poeta e homem. E viajou a mulher, a desconhecido destino.

      Tudo aplaudiu e reprovou o povo, repartido. Pelo fato, Jó Joaquim sentiu-se histórico, quase criminoso, reincidente. Triste, pois que tão calado. Suas lágrimas corriam atrás dela, como formiguinhas brancas. Mas, no frágio da barca, de novo respeitado, quieto. Vá-se a camisa, que não o dela dentro. Era o seu um amor meditado, a prova de remorsos.

          Dedicou-se a endireitar-se.

          [...]

      Celebrava-a, ufanático, tendo-a por justa e averiguada, com convicção manifesta. Haja o absoluto amar – e qualquer causa se irrefuta.

      Pois produziu efeito. Surtiu bem. Sumiram-se os pontos das reticências, o tempo secou o assunto. Total o transato desmanchava-se, a anterior evidência e seu nevoeiro. O real e válido, na árvore, é a reta que vai para cima. Todos já acreditavam. Jó Joaquim primeiro que todos.

      Mesmo a mulher, até, por fim. Chegou-lhe lá a notícia, onde se achava, em ignota, defendida, perfeita distância. Soube-se nua e pura. Veio sem culpa. Voltou, com dengos e fofos de bandeira ao vento.

      Três vezes passa perto da gente a felicidade. Jó Joaquim e Vilíria retomaram-se, e conviveram, convolados, o verdadeiro e melhor de sua útil vida.

      E pôs-se a fábula em ata.

ROSA, João Guimarães.Tutameia – Terceiras estórias . Rio de Janeiro: José Olympio, 1967. p. 38-40. 

Vocabulário

frágio: neologismo criado a partir de naufrágio.

ufanático: neologismo: ufano+fanático. 

“Celebrava-a, ufanático, tendo-a por justa e averiguada, com convicção manifesta. Haja o absoluto amar – e qualquer causa se irrefuta.” Sobre as formas verbais desse segmento do texto, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
Respostas
501: D
502: C
503: C
504: E
505: C