Questões de Concurso Sobre vocativo e termos acessórios da oração: adjunto adnominal, diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal, adjunto adverbial e aposto em português

Foram encontradas 1.948 questões

Resolva questões gratuitamente!

Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!

Q1786836 Português

"Tudo em ’Torto arado’ é presente no mundo rural do Brasil. Há pessoas em condições análogas à escravidão"


     Quando Bibiana e Belonísia nasceram, tinham outros nomes. O baiano Itamar Vieira Junior tinha 16 anos quando começou a escrever Torto arado (Todavia), que ganhou nesta quinta-feira o Prêmio Jabuti de melhor romance, e suas protagonistas tinham outras identidades. A essência da narrativa, no entanto, permaneceu inalterada: a história de duas irmãs, contada a partir de sua relação com o pai e com a terra onde viviam. O título, retirado do poema Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, tampouco mudou. O que veio depois foi a vontade de levar a história para o sertão da Chapada Diamantina, longe da capital ou do Recôncavo Baiano, onde a maioria dos seus conterrâneos ambientam suas narrativas. "A gente fala do sertão, do semiárido, parece que se trata de uma coisa só, mas o sertão da Chapada tem uma regularidade de chuva, uma diversidade de paisagem, de mato, que salta aos olhos", conta Vieira Junior, hoje com 41 anos, ao EL PAÍS, por telefone.

    

    Profundamente influenciado pelas leituras de Graciliano Ramos, Jorge Amado e Rachel de Queiroz, ele escreveu as primeiras 80 páginas da obra, mas o manuscrito se perdeu durante uma mudança da família. Vieira Junior só retomaria a história vinte anos depois, quando, formado geógrafo e funcionário público do INCRA, conheceu as realidades de indígenas, quilombolas, ribeirinhos e assentados no sertão baiano e maranhense. "Ao longo de 15 anos, aprendi muito sobre a vida no campo e vi um Brasil muito diverso do que vivemos cotidianamente nas cidades. Existe uma vida muito pulsante no campo, uma vida que está em risco, porque essas pessoas vivem em constante conflito na defesa de seus territórios. Tudo isso reacendeu a chama de escrever Torto arado", conta o escritor, que lembra que o Brasil é um dos países com maiores índices de violência no campo. No ano passado, foram registrados 1.883 conflitos, incluindo 32 assassinatos, de acordo com o levantamento anual realizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).

    

    Em 2017, quando escrevia a segunda - e definitiva - versão do romance, nove trabalhadores rurais com os quais Vieira Junior teve contato foram assassinados, seis deles em uma chacina. "Foi um ano brutal", lembra. São as vidas e lutas dessa gente que estão contadas em sua obra, que acompanha a família das irmãs Bibiana e Belonísia no cotidiano de Água Negra, uma fazenda onde os trabalhadores aram a terra sem receber salário, tendo apenas o direito de construir casebres de barro que precisam ser reconstruídos a cada chuva, pois o fazendeiro não autoriza construções de alvenaria. Quando não estão plantando e colhendo nas terras do patrão, cultivam roças nos próprios quintais para comer e ganhar um pouco dinheiro vendendo abóbora, feijão e batata na feira. São quase todos negros, descendentes de escravizados libertos havia poucas décadas, como é o próprio autor. Descendente de negros escravizados vindos de Serra Leoa e da Nigéria e de indígenas Tupinambás, Vieira Junior construiu um sertão real, que tem vida e verde, graças, em parte, às histórias dos avós paternos, que viveram no campo, na região de Coqueiros do Paraguaçu, no Recôncavo Baiano.

    

    O torto arado que dá nome ao livro é um objeto que, usado pelos antepassados das protagonistas na lida com a terra, atravessa o tempo para representar essa herança escravocrata de tantas desigualdades. Narrado primeiramente por Bibiana, depois por Belonísia e, na terceira parte, por outra personagem, o romance já começa com o clímax de um acidente: crianças, as duas irmãs ? filhas de Zeca Chapéu Grande, um líder comunitário e espiritual encontram uma faca da avó Donana. A partir daí, a linguagem, central na narrativa desde a prosa melodiosa com que o autor escreve, torna-se ainda mais importante. O não dito é tão importante quanto o que está impresso no papel. Uma irmã torna-se a voz da outra, e, como estão descritos os gestos, mas não as palavras das personagens, o leitor não sabe quem foi mutilada até chegar a um terço do romance. 


(FONTE: El País. Texto de Joana Oliveira. Disponível em https://brasil.elpais.com/cultura/2020-12- 02/tudo-em-torto-arado-ainda-e-presente-no-mundo-rural-brasileiro-ha-pessoas-em-condicoes-analogas-a-escravidao.html)

No trecho "Vieira Junior só retomaria a história vinte anos depois, quando, formado geógrafo e funcionário público do INCRA, conheceu as realidades de indígenas, quilombolas, ribeirinhos e assentados no sertão baiano e maranhense.", temos um emprego de vírgula exigido:
Alternativas
Q1786765 Português
Leia o texto para responder a questão.


Um ano após ataque em escola em Suzano, túmulo de
assassino recebe visitas de admiradores
Um ano após o ataque que matou dez pessoas na Escola
Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, o
túmulo de um dos jovens responsáveis pelo massacre volta
e meia recebe admiradores que até velas acendem em sua
homenagem
André Vargas De Suzano para a BBC News Brasil
  Os funcionários do cemitério São João Batista, a quase 10 quilômetros da escola, desconversam, mas admitem que ficam de olho nos visitantes.
  O túmulo abriga Guilherme Taucci Monteiro, o idealizador do ataque, conforme revelaram as conversas por aplicativo de celular e e-mails encontrados pela Polícia Civil.
  Ele tinha 17 anos quando, junto de Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, invadiu a escola numa manhã do dia 13 de março de 2019, uma quarta-feira. Eles tentavam imitar o massacre na escola de Columbine, no Estado americano do Colorado, em 1999, quando dois alunos assassinaram 13 pessoas e feriram 24.
  Dias antes, Taucci agradeceu pelas dicas que obteve no fórum da deep web Dogolachan: "Nascemos falhos, mas partiremos como heróis".
  Virtualmente impossível de ser rastreado, é no Dogolachan que os autoproclamados incels fermentam seu ódio contra mulheres e figuras de autoridade, como professores e parentes.
  Incel é a contração em inglês para "celibatários involuntários", termo com o qual homens jovens, solitários, misóginos e rancorosos costumam se apresentar. Castro também escreveu no mesmo fórum: "Depois estaremos diante de Deus com nossas 7 virgens".
  Armados com um revólver, uma machadinha, uma besta com dardos, coquetéis molotov e bombas falsas, os brasileiros estudaram o ataque em Columbine.
  Depois de cerca de 15 minutos, prestes a serem cercados pela polícia, os jovens executaram a segunda parte do plano. Após atirar contra um policial militar à paisana que mora nas proximidades e ouviu os disparos, Taucci matou Castro e cometeu suicídio.
  Foi o segundo maior ataque em escolas brasileiras. O maior ocorreu em 2011, quando 12 crianças foram mortas e 13 ficaram feridas na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro. O assassino, Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, cometeu suicídio após ser baleado por um policial.
  [...]
Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-51880555
Assinale a alternativa que apresenta um aposto.
Alternativas
Ano: 2018 Banca: EDUCA Órgão: Prefeitura de Patos - PB Provas: EDUCA - 2018 - Prefeitura de Patos - PB - Advogado SUAS | EDUCA - 2018 - Prefeitura de Patos - PB - Assistente Social - SEMUDES | EDUCA - 2018 - Prefeitura de Patos - PB - Bioquímico | EDUCA - 2018 - Prefeitura de Patos - PB - Contador | EDUCA - 2018 - Prefeitura de Patos - PB - Educador Físico | EDUCA - 2018 - Prefeitura de Patos - PB - Enfermeiro | EDUCA - 2018 - Prefeitura de Patos - PB - Engenheiro Civil | EDUCA - 2018 - Prefeitura de Patos - PB - Farmacêutico | EDUCA - 2018 - Prefeitura de Patos - PB - Fisioterapeuta | EDUCA - 2018 - Prefeitura de Patos - PB - Médico do Trabalho | EDUCA - 2018 - Prefeitura de Patos - PB - Médico Neurologista | EDUCA - 2018 - Prefeitura de Patos - PB - Médico Psiquiatra | EDUCA - 2018 - Prefeitura de Patos - PB - Nutricionista - SEMUSA | EDUCA - 2018 - Prefeitura de Patos - PB - Psicólogo | EDUCA - 2018 - Prefeitura de Patos - PB - Terapeuta Ocupacional | EDUCA - 2018 - Prefeitura de Patos - PB - Professor de Educação Básica II - Português | EDUCA - 2018 - Prefeitura de Patos - PB - Professor de Educação Básica II - Matemática | EDUCA - 2018 - Prefeitura de Patos - PB - Professor de Educação Básica II - Geografia | EDUCA - 2018 - Prefeitura de Patos - PB - Professor de Educação Básica II - História | EDUCA - 2018 - Prefeitura de Patos - PB - Professor de Educação Básica II - Língua Inglesa | EDUCA - 2018 - Prefeitura de Patos - PB - Pedagogo | EDUCA - 2018 - Prefeitura de Patos - PB - Procurador Municipal |
Q1784585 Português
Leia o texto e responda à questão.


Novidade criada na reforma trabalhista, contrato
intermitente ainda não decolou

    Criado com a reforma trabalhista com a promessa de formalizar o trabalhador sem jornada fixa, o contrato intermitente ainda decepciona. No acumulado deste ano, o saldo de vagas de emprego desse tipo – a diferença entre os postos que foram abertos e fechados – representa 5% do saldo total de postos entre janeiro e julho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
   O Caged de julho aponta que o saldo de vagas era de 47,3 mil para todos os tipos de contratação, mas apenas 3,4 mil deles eram contratos intermitentes.
  O intermitente surgiu com a reforma trabalhista, em novembro, como uma maneira de formalizar quem trabalha sob demanda. Esse empregado é chamado para prestar serviços de tempos em tempos, sendo convocado pela empresa para trabalhar com até três dias de antecedência e recebendo por hora trabalhada. É diferente do trabalhador temporário, contratado por até 180 dias e que são prorrogáveis por mais 90.
   Por envolver ocupações específicas, é até natural que o contrato intermitente não represente a maioria dos novos postos e, na saída da recessão, o mercado de trabalho anda a passos lentos. Mas, segundo o economista Bruno Ottoni, do Ibre/FGV e da consultoria IDados, já era para o intermitente estar mais consolidado.
   Um outro dado, do IBGE, dá pistas sobre o baixo crescimento dos intermitentes, afirma Ottoni. No fim do ano passado, 12 milhões de brasileiros diziam estar satisfeitos em ter jornadas de trabalho reduzidas, mesmo sendo informais. 
   “A reforma quis formalizar o trabalho que não tem jornada contínua, mas os números decepcionam. Temos de entender por que os informais não estão virando intermitentes mais rapidamente e o que faz com que essa forma de contratar ainda não esteja funcionando direito.”
   Em outubro do ano passado, o governo havia estimado que a reforma trabalhista geraria 6 milhões de empregos. Só de intermitentes, a previsão era criar 2 milhões de ocupações em três anos.
   A evolução do trabalho intermitente, ainda que tímida, também é inflada. Os dados do Caged consideram contratos assinados, mas o empregado não necessariamente foi chamado para trabalhar naquele mês. Como o trabalhador também pode ter contratos com várias empresas, isso daria a impressão de que há mais intermitentes empregados do que na realidade.
   Quando a reforma trabalhista entrou em vigor, as grandes varejistas foram as primeiras a celebrar o trabalho intermitente. Segundo advogados, como as grandes empresas têm uma estrutura jurídica mais consolidada, o que aliviaria a insegurança para contratar, a abertura de vagas intermitentes vai ocorrer antes nessas companhias.
https://economia.estadao.com.br/noticias, 11/09/2018
Analise sintaticamente o fragmento “Quando a reforma trabalhista entrou em vigor, as grandes varejistas foram as primeiras a celebrar o trabalho intermitente” e assinale a resposta INCORRETA:
Alternativas
Q1784396 Português
Entrevista com Mia Couto

Prestes a completar 62 anos, o escritor moçambicano Mia Couto é uma das poucas pessoas no mundo capaz de juntar com beleza e propriedade assuntos que vão da medicina à ecologia, da biologia à poesia, da prosa à política.

Quais seus principais interesses como cientista?

Sou biólogo e ecologista. O que me fascina é a fronteira entre a descoberta científica e a margem de mistério que sempre subsiste. Mas sobretudo a Biologia me ajudou a repensar-me como pessoa solidária e de identidades partilhadas. A Biologia ensinou-me a entender outras linguagens, ensinou-me a fala das árvores, a fala dos que não falam. Hoje em nenhum lugar me sinto uma criatura solitária. Mais do que tudo ela me trouxe a saúde de pensar que faço parte de uma epopeia partilhada por milhões de criaturas, e nessa antiga saga não existe nunca um ator principal.

De que maneira a ciência ajuda na sua obra literária e vice-versa?

Confirmei na ciência o que suspeitava como poeta: a certeza de um parentesco perdido com o mundo natural, seja ele tido como vivo ou inorgânico. Não imaginamos, nós seres humanos, o quanto somos feitos de material não humano. E mesmo nesse lugar sagrado onde se acreditava estar registrado o nosso pedigree distinto de todas as outras espécies, mesmo no nosso genoma mora a vida inteira.

As palavras que existem na língua portuguesa já não bastam para expressar o que se quer?

Os idiomas são entidades vivas e raramente são os escritores que criam mudanças que se tornam registro corrente. São as pessoas comuns. Não podemos abdicar do direito (e sobretudo do prazer) de sermos coprodutores desse corpo social. Não se trata de uma questão literária. Mas da possibilidade de ver no idioma um modo de assumirmos uma identidade solidária e coletiva e em permanente construção.

Qual sua palavra favorita (inventada ou existente) e o que ela tem de especial?

Um dia um desconhecido num aeroporto em Moçambique abordou-me para me dizer que queria oferecer uma palavra. Estranhei mas ele explicou-se: era um engenheiro de obras e numa certa ocasião teve que chamar a atenção de um operário sobre algo que não estava bem feito. E o homem respondeu: esta é uma coisa “improvisória”. Este termo é genial. Porque reúne muito do que somos em Moçambique (e possivelmente no Brasil): improvisamos na lógica do provisório. Numa única palavra se exprime um modo de uma cultura se dizer a si mesma.

Como conduzir o leitor entre o real e o imaginário sem confundi-lo?

Talvez o leitor precise mesmo de ficar confuso, de perder o pé e ser convidado a procurar um novo chão. Se a obra de arte não fizer isso ela não cumpre a sua função de nos conduzir a uma viagem, a saltar fronteiras e a desobedecer certezas. E talvez seja necessário questionar essa construção de literatura do “mágico” e do “fantástico”. Não existe literatura que não caminhe com um pé no fantástico e outro no real.

PEREIRA, C.; MASSON, C. Revista Isto É. Edição 15/06/2017 - nº 2479. Disponível em: <https://istoe.com.br/teremos-que-inventar-um-ou-tro-modo-de-fazer-politica/#> [Adaptado]. Acesso: 05/set/2018.
Considere as frases abaixo em seu contexto.
1. “Mia Couto é uma das poucas pessoas no mundo capaz de juntar com beleza e propriedade assuntos que vão da medicina à ecologia, da biologia à poesia, da prosa à política.” (1º parágrafo) 2. “Confirmei na ciência o que suspeitava como poeta: a certeza de um parentesco perdido com o mundo natural, seja ele tido como vivo ou inorgânico.” (2ª resposta) 3. “E mesmo nesse lugar sagrado onde se acreditava estar registrado o nosso pedigree distinto de todas as outras espécies, mesmo no nosso genoma mora a vida inteira.” (2ª resposta) 4. “Um dia um desconhecido num aeroporto em Moçambique abordou-me para me dizer que queria oferecer uma palavra.” (4ª resposta)
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) em relação as frases acima.
( ) Em 1, o verbo ir tem o mesmo significado de deslocamento espacial que em: “viajantes que vão do Rio a São Paulo”. ( ) Em 2, há uma relação lógico-semântica de disjunção em “seja ele tido como vivo ou inorgânico”. ( ) Em 3, a palavra “mesmo” funciona, nas duas ocorrências, como operador argumentativo que realça um argumento, direcionando o sentido para determinada conclusão. ( ) Em 3, “a vida inteira” funciona como adjunto adverbial temporal. ( ) Em 4, as duas ocorrências do pronome “me” são correferenciais e desempenham a mesma função sintática: objeto direto.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Alternativas
Q1784175 Português
Caso fosse solicitada a um aluno do quarto ciclo do ensino fundamental a identificação dos elos semânticos nesta citação de Vladimir Nabokov* – “Um pensamento, quando é escrito, é menos opressor, embora, às vezes, se comporte como um tumor maligno: mesmo se extirpado ou arrancado, volta a desenvolver-se, tornando-se pior do que antes”, a qual conclusão ele NÃO poderia chegar?
*In https://www.pensador.com/autor/vladimir_nabokov/ (acesso em 14/03/2021).
Alternativas
Respostas
996: B
997: C
998: A
999: C
1000: D