Questões de Concurso Sobre crase em português

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Q2745537 Português

Texto para responder às questões de 01 a 14.


Uma velhinha


Quem me dera um pouco de poesia, esta manhã, de simplicidade, ao menos para descrever a velhinha do Westfálial E uma velhinha dos seus setenta anos, que chega todos os dias ao Westfália (dez e meia, onze horas), e tudo daquele momento em diante começa a girar em torno dela. Tudo é para ela. Quem nunca antes a viu, chama o garçom e pergunta quem ela é. Saberá, então, que se trata de uma velhinha “de muito valor”, professora de inglês, francês e alemão, mas “uma grande criadora de casos”.

Não é preciso perguntar de que espécie de casos, porque, um minuto depois, já a velhinha abre sua mala de James Bond, de onde retira, para começar, um copo de prata, em seguida, um guardanapo, com o qual começa a limpar o copo de prata, meticulosamente, por dentro e por fora. Volta à mala e sai lá de dentro com uma faca, um garfo e uma colher, também de prata. Por último o prato, a única peça que não é de prata. Enquanto asseia as “armas” com que vai comer, cnama o garçom e manda que leve os talheres e a louça da casa. Um gesto soberbo de repulsa.

O garçom (brasileiro) tenta dizer alguma coisa amável, mas ela repele, por considerar (tinha razão) a pronúncia defeituosa. E diz, em francês, que é uma pena aquele homem tentar dizer todo dia a mesma coisa e nunca acertar. Olha-nos e sorri, absolutamente certa de que seu espetáculo está agradando, Pede um filete recomenda que seja mais bem do que malpassado. Recomenda pressa, enquanto bebe dois copos de água mineral. Vem o filet e ela, num resmungo, manda voltar, porque está cru. Vai o filet, volta o filet e ela o devolve mais uma vez alegando que está assado demais. Vem um novo filet e ela resolve aceitar, mas, antes, faz com os ombros um protesto de resignação.

Pela descrição, vocês irão supor que essa velhinha é insuportável. Uma chata. Mas não. É um encanto. Podia ser avó da Grace Kelly. Uma mulher que luta o tempo inteiro pelos seus gostos. Não negocia sua comodidade, seu conforto. Não confia nas louças e nos talheres daquele restaurante de aparência limpíssima. Paciência, traz de sua casa, lavados por ela, a louça, os talheres e o copo de prata. Um dia o garçom lhe dirá um palavrão? Não acredito. A velhinha tão bela e frágil por fora, magrinha como ela é, se a gente abrir, vai ver tem um homem dentro. Um homem solitário, que sabe o que quer e não cede “isso” de sua magnífica solidão.


(MARIA, Antônio. “Com Vocês, Antônio Maria”. Rio de Janeiro: Editora Paze Terra, 1964, p. 262.)

“Volta à mala e sai lá de dentro com uma faca..." (§ 2)


No fragmento acima, o acento indicativo da crase é de emprego obrigatório, pelas normas da língua culta. Das alterações feitas na redação do fragmento, é facultativo empregar o acento indicativo da crase em:

Alternativas
Q2744642 Português

Leia o próximo texto para resolver as questões 7 a 9:


LEITURA NAS DIVERSAS DISCIPLINAS


Heloisa Amaral


O ensino, na escola, não existe sem a leitura. Ou é leitura direta pelo aluno, ou explicações do professor sobre textos que ele, o professor, leu. Ou seja, a linguagem falada pelo professor é uma didatização do conhecimento acumulado pela escrita (em letras ou números e sinais) na disciplina que ele leciona. Quando a fala é uma transposição de leituras, ela não é uma fala similar a uma conversa casual, como as que usamos no cotidiano. Ao contrário, está carregada de conceitos e de relações complexas entre os conceitos provenientes de estudos sobre os diferentes conhecimentos, seja qual for a matéria que esteja sendo ensinada. E em geral é preciso acrescentar, para complementar as aulas expositivas ou dialogadas feitas pelos professores, textos (didáticos ou não) relacionados às disciplinas ministradas.

Assim, o que se tem como prática constante em todas as disciplinas escolares é a leitura de textos. Antes ou depois da aula expositiva, leituras. Leitura de textos escritos, de imagens, de gráficos, mas leitura. Isso significa que sem desenvolver capacidades de leitura o aluno não consegue aprender as disciplinas escolares na dimensão proposta pelos conteúdos programáticos. Significa, também, que os professores das diversas disciplinas precisam ensinar o aluno a ler os gêneros próprios de suas matérias, uma vez que eles são gêneros textuais produzidos de forma particular em cada área de conhecimento. Ler literatura, por exemplo, não é o mesmo que ler enunciados de problemas; ler textos de história não é o mesmo que ler gráficos em geografia. O aluno não lê textos de cada uma das disciplinas com facilidade sem ter compreendido os conceitos e as relações entre eles, do modo particular como são abordados nelas. Seja qual for a disciplina, a leitura se dá de forma particular, e exige conhecimentos específicos para ser bem-sucedida.

Então, ler é uma competência indispensável para a aprendizagem em cada uma das áreas, uma competência que precisa ser ensinada pelos professores de cada uma delas. Mas, o que é necessário para que os alunos leiam verdadeiramente em qualquer disciplina, compreendendo o que leem? A compreensão dos textos de diferentes gêneros está relacionada a dois aspectos: primeiramente, à natureza dos próprios textos e, em segundo lugar, às capacidades de leitura desenvolvidas pelo leitor.

Em primeiro lugar, não há como ler textos, gráficos ou imagens, sem ter compreendido bem a natureza dos gêneros textuais das diferentes áreas de conhecimento, ou seja, a situação particular em que textos, gráficos ou imagens foram produzidos. A situação de produção de um texto é sempre histórica, isto é, está ligada ao momento histórico atual e, ao mesmo tempo, faz referências a um conhecimento produzido em um dado momento da história da humanidade. Em matemática, por exemplo, o professor pode ensinar a situação de produção de um gênero textual matemático trabalhando com o nascimento de conceitos a eles relacionados, registrados na história da matemática.

Em segundo lugar, não há leitores que leiam bem sem ter suas capacidades de leitura, necessárias para ler qualquer gênero de texto, bem desenvolvidas. As capacidades de leitura, portanto, podem e devem ser desenvolvidas em qualquer disciplina escolar. (...)


Publicado originalmente no site da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro

(Disponível em: https://dialogosassessoria.wordpress.com/2014/09/11/leitura-nas-diversas-disciplinas/)

Quanto ao uso da crase, analise esta citação: “A compreensão dos textos de diferentes gêneros está relacionada a dois aspectos: primeiramente, à natureza dos próprios textos e, em segundo lugar, às capacidades de leitura desenvolvidas pelo leitor. ”


Agora, marque a melhor explicação sobre o tema em questão:

Alternativas
Q2744593 Português

Considere a figura apresentada e as afirmativas formuladas a partir dela. Em se tratando da compra responsável da madeira, as obras da construção civil, empregando apenas 14% da produção, são um segmento com grande potencial de expansão.

Imagem associada para resolução da questão

Em polos opostos, estão o setor moveleiro, com somente 6% do destino da madeira certificada, e a indústria do papel e celulose, com 80% do consumo. Para a mudança desse quadro, um dos desafios é alterar a tendência de os empresários substituírem a madeira por receio de estarem consumindo umproduto ilegal.

Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) em cada afirmativa.

Imagem associada para resolução da questão

A sequência correta é

Alternativas
Ano: 2018 Banca: IBADE Órgão: CAERN Prova: IBADE - 2018 - CAERN - Economista |
Q2744540 Português

O ZELADOR DO LABIRINTO


Tem também a história do zelador do labirinto. Todos os dias ele saía de casa cedo, com sua marmita, e entrava no labirinto. Seu trabalho era percorrer todo o labirinto, inspecionando as paredes e o chão, vendo onde precisava um retoque, talvez uma mão de tinta, etc.

Era um homem metódico. Pela manhã, fazia a ronda do labirinto, anotando tudo que havia para ser consertado, depois saía do labirinto, almoçava, descansava um pouquinho, e entrava de novo no labirinto, agora com o material que necessitaria para seu trabalho. Quando não havia nada para ser consertado, ele apenas varria todo o labirinto e, ao anoitecer, ia para casa. Um dia, enquanto fazia a sua ronda , o zelador encontrou um grupo de pessoas apavoradas. Queriam saber como sair dali. O zelador não entendeu bem.

- Como, sair?

- A saída! Onde fica a saída?

- É por ali - apontou o zelador, achando estranha a agitação do grupo.

Mais tarde, no mesmo dia, enquanto varria um dos corredores, o zelador encontrou o mesmo grupo. Não tinham encontrado a saída. Estavam ainda mais apavorados. Alguns choravam. Alguém precisava lhes mostrar a saída! Com uma certa impaciência, o zelador começou a dar a direção. Era fácil.

- Saiam por ali e virem à esquerda. Depois à direita, depois à esquerda outra vez, direita, direita, esquerda .... - Espere! - gritou alguém. - Ponha isso num papel.

Sacudindo a cabeça com divertida resignação, o zelador pegou seu caderno de notas e toco de lápis e começou a escrever.

- Deixa eu ver. Esquerda, direita, esquerda, esquerda ... Hesitou.

- Não, direita. É isso. Direita, direita, esquerda ... Ou direita outra vez?

O zelador atirou o papel e o lápis no chão como se estivesse pegando fogo. Saiu correndo, com todo o grupo atrás. Também estava apavorado. Aquilo era terrível. Ele nunca tinha se dado conta de como aquilo era terrível. Corredores davam para corredores que davam para corredores que davam numa parede. Era preciso voltar pelos mesmos corredores, mas como saber se eram os mesmos corredores? A saída! Onde fica a saída?

A administração do labirinto teve que procurar um novo zelador, depois que o desaparecimento do outro completou um mês. Podia adivinhar o que tinha acontecido. O novo zelador não devia ter muita imaginação. Era preferível que nem soubesse ler e escrever. E em hipótese alguma devia falar com estranhos.


O Zelador do Labirinto. Revista lcaro, 230, RMC Editora, Setembro de 2003, p. 34.Questão 01

"- Saiam por ali e virem à esquerda. Depois à direita, depois à esquerda outra vez, direita, direita, esquerda .... - Espere! - gritou alguém. - Ponha isso num papel."


No trecho, o autor faz uso corretamente do sinal indicativo de crase. Assinale a opção que preenche , correta e respectivamente, as lacunas do período:


Para evitar ___ evasão escolar, ___ escolas não punem os alunos que faltam ___ aulas. Espera-se que daqui ___ alguns anos tudo esteja mudado.

Alternativas
Q2744049 Português

Indique a opção correta em relação ao uso da crase:

Alternativas
Q2743551 Português

Leia o texto abaixo para responder às questões de 1 a 4.


Quem liga para os transgênicos?


__É interessante como certos assuntos chamam a atenção de todo mundo e ninguém de fato sabe nada sobre eles. No Brasil há de existir gente que entende de soja transgênica, nos diversos aspectos do problema, desde os que envolvem a criação de seres transgênicos até as consequências que seu surgimento e disseminação podem trazer. Mas é um grupo minúsculo e sem uniformidade de convicção, pois, segundo depreendo do que leio por aí, há os que entendem e são a favor e os que também entendem e são contra. E, claro, os militantes de um lado acham que o grupo oposto está errado e vice-versa.

__Na verdade mesmo, ninguém deve entender muito bem sobre os efeitos causados no meio ambiente e nos organismos que consomem os transgênicos. Isso não é ajudado pelos constantes vaivéns da misteriosa comunidade que a mídia aglomera sob o nome de "cientistas", pois um dia ela diz uma coisa, outro dia diz coisa diferente ou oposta. Em relação ______ saúde, temas aparentemente pacíficos sofrem contestações inesperadas. Faz uns meses, por exemplo, li o artigo de um médico que se opunha vigorosamente ______ realização de exercícios físicos, por constituírem séria ameaça ______ saúde. Tenho testemunhas, não é possível que somente eu leia esse tipo de coisa. E não é preciso ir tão longe, pois creio que todo mundo sabe da recente descriminalização do ovo, embora relativa, e da menos recente criminalização da antes louvada margarina, agora considerada maior vilã do que a ainda condenabilíssima manteiga.

__Os "cientistas" não formam uma comunidade ______ parte do resto da Humanidade, como a mídia - palavrinha que detesto, mas à qual já me rendi - parece pintar. São gente como nós e a ciência não é um corpo de conhecimento coeso e inequívoco. É, ao contrário, palco de batalhas às vezes furibundas, _______ respeito de quem tem razão quanto _____ um número infindável de fenômenos, dos naturais aos sociais. Os cientistas, como qualquer ser humano em todas as áreas, não estão acima de certos interesses, que vão da glória ao dinheiro. De resto, como já se disse algumas vezes, o debate sobre a soja transgênica virou ideológico. Salvo melhor juízo, a soja transgênica é de direita, a natural é de esquerda. Ninguém faz ideia do que realmente se trata, mas vai na trilha dos políticos com quem costuma concordar. E, por aí marchamos, assistindo bestamente a decisões que podem afetar de maneira radical nosso futuro, sem saber nada sobre elas, a não ser que Fulano é contra e Beltrano a favor.

__Mas não faz diferença apoiarmos os transgênicos ou não. Cada vez faz menos diferença o que pensamos, até porque o que pensamos é por seu turno cada vez mais dirigido. Seremos o que "eles" quiserem. Política e ciência só interessam a políticos e cientistas, não é verdade?


João Ubaldo Ribeiro - O Estado de S. Paulo- Caderno 2 [adaptado].

Os vocábulos que completam corretamente as lacunas, na sequência em que aparecem no texto, são

Alternativas
Q2742303 Português
Assinale o item em que obrigatoriamente deveria ser empregado o acento indicativo de crase:
Alternativas
Q2741685 Português

Leia o texto abaixo e responda às questões que se seguem.


O que constrói o elo social, o que faz existirem tantos vínculos? Está ficando cada vez mais difícil viver em sociedade, bem sabemos. Nossos tempos privatizaram muito do que era público. “A praça é do povo, como o céu é do condor”: o verso de Castro Alves parece, hoje, estranho. Quem vai à praça? A praça, aliás, era já uma herdeira pobre da ágora, da praça ateniense, que não foi lugar do footing ou da conversa mole, mas da decisão política. A ágora era praça no sentido forte, onde as questões cruciais da coletividade eram debatidas e decididas.

Mas mesmo a praça, na acepção de espaço em que as pessoas se socializam, se enfraqueceu. É significativo que Roberto DaMatta, ao analisar a oposição entre o mundo doméstico e o público na sociedade brasileira, oponha à casa a rua, e não a praça. A praça favorece a circulação, no sentido quase etimológico, do círculo, da ida e vinda, do encontro e reencontro: quem se lembra do que se chamava footing nas cidades do interior (os rapazes e moças dando voltas na praça, uns no sentido do relógio e outros no contrário, de modo a se cruzarem seguidas vezes) sabe do que falo. Já a rua é caminho de ida sem volta. Fica-se na praça, anda-se na rua. Vai-se, sai-se.

Ou tomemos outro lado da mesma questão. Como puxamos assunto com um estranho? Alfred Jarry, o autor de Ubu rei, dizia que um dia encontrou uma moça linda, na sala de espera de um médico. Não sabia como abordá-la – como iniciar a conversa. Sacou então de um revólver, deu um tiro no espelho que havia ali, voltou-se para ela e disse: Mademoiselle, agora que quebramos la glace(palavra que quer dizer tanto o gelo quanto o espelho)... É óbvio que era uma brincadeira; a piada valia mais para ele do que a conquista amorosa; imagino a moça gritando, fugindo; mas a questão fica: como quebrar o gelo, como criar um elo?

Stendhal, no seu ensaio “A comédia é impossível em 1836”, diz que os cortesãos, reunidos em Versalhes por Luís XIV, obrigados a ficar lá o dia todo, ou achavam assunto – ou morreriam de tédio. Assim, diz ele, nasceu a arte da conversa. Temas pequenos, leves, mas sobretudo agradáveis começaram a constituir um ponto de encontro de seus desejos e interesses. É nesse mesmo século XVII, segundo Peter Burke [...], que franceses, ingleses e italianos reivindicam a invenção da conversa como arte. Regra suprema: não falar de negócios ou trabalho. Regra suplementar: agradar às mulheres. A arte da conversa é uma retórica do dia a dia. Ela se abre até mesmo para uma dimensão segunda, que é a arte da sedução. Casanova era grande conversador e sedutor renomado.

Eis a questão: uma sociedade que se civiliza precisa de assuntos que sirvam de ponto de encontro para as pessoas, e sobretudo para os estranhos que assim entram em contato. No campo, conheço quase todos os vizinhos; na cidade grande, porém, a maioria é de estranhos. Sai-se do mundo rural quando se começa a conhecer o diferente, o outro – e a aceitá-lo. Isso se dá mediante a oferta de assuntos que abram uma conversa.

Daí a importância de expressões que minimizam ou mesmo aparentemente humilham essa conversa mole, como o small talk, o papo furado ou a bela expressão “jogar conversa fora”, que é muitíssimo sutil, porque dilapidamos palavras justamente para construir amizades, isto é, dissipamos nosso tempo, como num potlatch indígena, precisamente para criar o que há de melhor na vida.

(RIBEIRO, Renato J. )

Preserva-se o esquema de oposições observado em: “...oponha à casa a rua, e não a praça.” (§ 2) com a seguinte distribuição de acentos graves:

Alternativas
Q2741094 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.


Sentimentos Femininos


  1. Se estou conversando com uma mulher e os olhos dela se enchem de lágrimas – isso acontece
  2. frequentemente com amigas, colegas de trabalho e namoradas – tenho a sensação, tristíssima, de ser um
  3. humano defeituoso. É como se faltasse alguma coisa em mim que me impedisse de expressar meus
  4. sentimentos e emoções da mesma forma. Enquanto elas choram, abraçam, suspiram, tremem, riem, gritam
  5. e coram, eu tenho apenas o silêncio constrangido ou a racionalidade. Diante da algaravia exuberante dos
  6. sentimentos femininos, quase nada.
  7. A sensação não é minha apenas. A perplexidade dos homens frente ao repertório de emoções das
  8. mulheres é antiga e disseminada. Meu sentimento mais comum é de inveja – como elas conseguem ir tão
  9. fundo e tão rápido dentro de si mesmas, enquanto eu me sinto preso numa espécie de insensibilidade? –
  10. mas é possível também ter medo e raiva. É fácil ser frustrado ou afogado por essa aluvião de emoções. É
  11. comum que, por causa de sentimentos ou da ausência deles, a conversa entre homens e mulheres
  12. descambe para a mútua incompreensão.
  13. Houve um tempo, que terminou recentemente, em que era possível passar a vida no universo
  14. seguro das emoções masculinas. Nós ditávamos o mundo e estabelecíamos as regras de acordo com a
  15. nossa objetividade. Fora da intimidade do casal ou da família, não havia espaço para o vasto vocabulário
  16. das sensações femininas. Agora, isso mudou. As emoções das mulheres transbordaram para fora do
  17. ambiente doméstico e exigem ser levadas a sério. Isso criou, para todos nós, um mundo mais justo, mas
  18. muito mais complicado.
  19. Antes, uma mulher chorando no trabalho era motivo de escárnio e piada. Agora, é pelo menos tão
  20. sério quanto um cara esbravejando. Chefes perplexos passam horas administrando mágoas, inseguranças e
  21. ressentimentos que não são capazes de entender. É um mundo novo de sutilezas e sensibilidades que se
  22. impôs, a despeito da resistência dos homens. Se pudessem, eles diriam ___ mulheres que parassem de mimi-
  23. mi e voltassem ao trabalho, mas não podem. Elas conquistaram o direito de ser elas mesmas durante o
  24. expediente. Portanto, há que sentar, ouvir, conversar e acomodar sentimentos que aos homens,
  25. frequentemente, parecem exagerados e injustos, mas que se tornaram parte da realidade. Os homens - ao
  26. menos esta geração de homens - não compreendem, apenas aceitam. Este é outro motivo pelo qual as
  27. mulheres tendem ___ prosperar nas organizações modernas. Elas compreendem, e compreensão tornou-se
  28. essencial a qualquer projeto.
  29. Fora do trabalho, quando as pessoas não têm obrigação de se entender, as coisas se tornaram
  30. ainda mais difíceis. As mulheres querem colocar seus sentimentos na mesa e nós, homens, reagimos. Não é
  31. apenas o fiu-fiu que incomoda as moças nas calçadas e que os homens terão de aprender a suprimir. Há
  32. coisas mais sutis que emperram o convívio.
  33. É óbvio que um mundo que responda aos sentimentos de metade da população é um mundo mais
  34. justo. É evidente, até para o mais xucro dos homens, que não se pode construir uma sociedade, uma
  35. família ou uma relação de casal harmônicas ignorando a sensibilidade feminina. As mulheres oferecem ao
  36. planeta um olhar sutil, capaz de distinguir matizes de sentimentos e sensações que a cultura masculina não
  37. percebe. Com esse olhar ganha-se inteligência, amplitude e profundidade, mas não só. Há confusão
  38. também.
  39. A cultura em preto e branco do universo masculino funciona como proteção. A objetividade é um
  40. escudo contra o caos dos sentimentos. A cultura feminina permite a expressão de um leque maior de
  41. emoções e a percepção de um mundo mais complexo em seus detalhes, mas tem um lado B. Como se
  42. desliga a sensibilidade quando ela começa a se tornar autodestrutiva? Como se faz para lidar de forma
  43. organizada com o mundo exterior quando uma multidão de vozes contraditórias grita dentro de nós,
  44. exigindo expressão?
  45. O silêncio interior dos homens é uma coisa triste – como as lágrimas das mulheres frequentemente
  46. me fazem notar - mas ele permite ouvir o mundo com mais clareza. É um mundo mais simples esse que os
  47. homens habitam e enxergam, mas ele vem funcionando há milênios. Agora, as mulheres nos propõem o
  48. desafio de fazer funcionar um mundo mais parecido com elas – com mais cores, mais dimensões, mais
  49. detalhes e muitos mais sentimentos. Não vai ser fácil, mas não há alternativa. O mundo que os homens
  50. construíram ___ sua imagem e semelhança está ruindo. É necessário começar um mundo novo.


(Ivan Martins – Revista Época, 9 de março de 2016 – disponível em http://www.epoca.globo.com - adaptação)

Considerando o acento indicativo de crase, assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas das linhas 22, 27 e 50.

Alternativas
Q2740596 Português

Para responder às questões de 6 a 10, leia os quadrinhos a seguir.


(http://unasp-ec.com/fisica/index.php/questoes-de-vestibular-fisica/ufabc-fisica/)

Em “Embora esta condição vá facilitar diagnósticos médicos futuros, ela torna a presença de Calvin à mesa uma provação nojenta”:

Alternativas
Q2740363 Português

Leia o texto e responda o que se pede nos comandos das questões.


A força das palavras


Palavras assustam mais do que fatos: às vezes é assim.

Descobri isso quando as pessoas discutiam e lançavam palavras como dardos sobre a mesa de jantar. Nessa época, meus olhos mal alcançavam o tampo da mesa e o mundo dos adultos me parecia fascinante. O meu era demais limitado por horários que tinham de ser obedecidos (por que criança tinha de dormir tão cedo?), regras chatas (por que não correr descalça na chuva? por que não botar os pés em cima do sofá, por quê, por quê, por quê ... ?), e a escola era um fardo (seria tão mais divertido ficar lendo debaixo das árvores no jardim de casa ...).

Mas, em compensação, na escola também se brincava com palavras: lá, como em casa, havia livros, e neles as palavras eram caramelos saborosos ou pedrinhas coloridas que a gente colecionava, olhava contra a luz, revirava no céu da boca. E, às vezes, cuspia na cara de alguém de propósito para machucar ( ).

A palavra faz parte da nossa essência: com ela, nos acercamos do outro, nos entregamos ou nos negamos, apaziguamos, ferimos e matamos. Com a palavra seduzimos num texto; com a palavra, liquidamos - negócios, amores. Uma palavra confere o nome ao filho que nasce e ao navio que transportará vidas ou armas.

"Vá"," Venha"," Fique"," Eu vou"," Eu não sei"," Eu quero, mas não posso", "Eu não sou capaz", "Sim, eu mereço" - dessa forma, marcamos as nossas escolhas, a derrota diante do nosso medo ou a vitória sobre o nosso susto. Viemos ao mundo para dar nome às coisas: dessa forma, nos tornamos senhores delas ou servos de quem as batizar antes de nós.

Fonte: Lya Luft. Ponto de Vista. Veja, 14/07/04.

"Viemos ao mundo para dar nome às coisas: ( ... )". Observe o uso do acento grave, indicativo da crase, em "às coisas", e assinale a alternativa correta:

Alternativas
Q2739351 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões de 11 a 16.


Nós e os brasileiros

Gostamos muito de falar dos brasileiros.


Alguns de nós, mais inclinados para a pureza, reclamamos muito por causa da suposta brasileirização da cultura portuguesa, a começar no excesso de telenovelas brasileiras (tópico na moda há uns anos, entretanto apagado por via duma dieta prolongada de novelas da TV) e a terminar no horror ao Acordo Ortográfico, para muitos uma cedência imperdoável da nossa alma linguística ao Brasil.

Outros de nós gostamos do Brasil porque nos dá uma sensação de grandeza, chamemos-lhe lusofonia ou a tal pátria que é a língua portuguesa. Sem o Brasil, a lusofonia seria uns pedacinhos de terra europeus e africanos. Quem gosta de sentir uma identidade mais misturada em direcção ao sul gosta muito do Brasil e não se importa com miscigenações culturais e linguísticas. Fica até aliviado, que isto da pureza cansa muito.

Há ainda quem misture um pouco as coisas e goste que os brasileiros falem a nossa língua, mas gostava mais se não tivessem esse desplante de a falar doutra maneira.

Para o mal e para o bem, o Brasil é uma das balizas da nossa identidade: pelo medo ou pelo fascínio, está bem presente nas discussões sobre o que é ser português.

Ora, para os brasileiros, somos pouco mais do que um povo europeu como os outros (que por obra do mero acaso lhes deu o nome à língua e aparece nos livros de história). Enfim, também lhes demos alguns imigrantes, umas boas anedotas e, agora, alguns actores desempoeirados. Pouco mais do que isso.

Os brasileiros conhecem Portugal, até têm avós transmontanos, mas estamos longe de ser uma das balizas da identidade brasileira. Somos uma curiosidade histórica.

A língua portuguesa é parte, claro, da identidade brasileira, mas sem que por isso os brasileiros sintam uma ligação especial ao longínquo país donde a língua veio (e donde vieram os brasileiros quase todos, claro). Para os brasileiros, o nome da língua é um pormenor: o importante é não ser a mesma língua dos vizinhos.

Em suma, o que para nós é um foco de tensão identitária, para eles não aquece nem arrefece.

[...]

NEVES, Marco. Blog da Parábola Editorial. Disponível em: < https://goo.gl/qWPdWy >. Acesso em: 20 out 2017.

Releia o trecho a seguir.

“[...] que por obra do mero acaso lhes deu o nome à língua e aparece nos livros de história [...]”

Sobre o acento indicativo de crase nesse trecho, assinale as afirmativas a seguir.

I. É obrigatório.

II. Nessa acepção, o verbo “dar” é bitransitivo e rege o acento.

III. Ocorre devido à determinação do substantivo “língua”.

Estão corretas as afirmativas:

Alternativas
Q2739185 Português

Qual das alternativas abaixo contem um trecho em total acordo com as regras que regem a ocorrência da crase?

Alternativas
Q2738336 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.


Os processos decisórios do ser


01---------Ana acorda todos os dias às 7 horas da manhã, toma seu café acompanhado de algumas

02--torradas com requeijão, checa a previsão do tempo, se veste de acordo com a temperatura, olha

03--como está o trânsito – se a avenida principal de sua cidade está parada, não é uma boa ir de

04--carro hoje. Pega o metrô, para em um restaurante para o seu segundo café do dia, entra no

05--prédio onde trabalha, sobe pela escada porque hoje não vai dar tempo de ir ____ academia,

06--senta ao computador, abre a página de notícias, se desespera com a violência na cidade (talvez

07--seja melhor se mudar para um lugar mais tranquilo). Envia alguns e-mails, responde alguns

08--outros. Chega a hora do almoço, hoje ela está com vontade de comida japonesa. Vai ao

09--restaurante mais gostoso, porque o vale-refeição caiu nessa mesma semana. Parte para o terceiro

10--café do dia. Tem reunião ___ tarde, é melhor reservar alguns minutos antes para se preparar. A

11--reunião corre sonolenta, mas alguns pontos são resolvidos. Ana vê as redes sociais e faz alguns

12--testes do Buzzfeed. Ela volta ___ responder alguns e-mails e depois foca na grande apresentação

13--que tem de fazer na próxima semana. Os amigos da faculdade mandam mensagens no WhatsApp,

14--ela responde na hora. O que vão fazer neste fim de semana? Chega o final do dia, o trânsito está

15--mais tranquilo, Ana pede um Uber para casa, já que o metrô está caótico. Chega, alimenta os

16--gatos, liga a televisão, fica 30 minutos procurando o que assistir na Netflix, vê alguns episódios

17--daquela série que a chefe recomendou. Não gosta muito, mas é bom ter assunto com a chefia. É

18--melhor ir dormir para não perder a hora amanhã. Corre a mão pelo feed do Facebook. Sua prima

19--se casou. Agora é melhor ir dormir mesmo. Bota o celular para despertar às 7 horas.

20---------Identificou-se com Ana? Provavelmente há vários pontos em seu dia que são comuns aos

21--dela. Mas tem uma coisa que se repete durante toda a rotina de Ana, assim como na sua e na

22--minha, e que de tão intrínseco nem todos percebem: a necessidade constante de tomar decisões.

23--Sim, desde o acordar até a hora de ir dormir, desde o seu nascimento até o fim de sua vida. Tudo

24--isso é feito e construído por meio das suas decisões, sejam elas grandes ou pequenas,

25--conscientes ou inconscientes. Mas não se assuste ou se deixe levar pela ansiedade. “Cada vez,

26--cada dia, nós tomamos decisões. E em nossa mente acontece um verdadeiro conflito entre lógica,

27--intuição e racionalidade. Todas as nossas ações são distintas, caracterizadas por esse

28--acontecimento”, revela o psiquiatra e filósofo italiano Mauro Maldonato.

29---------Claro que, senão todas, muitas dessas decisões do cotidiano acontecem no âmbito de

30--nosso inconsciente, ou seja, não estamos o tempo inteiro refletindo sobre cada ação que devemos

31--tomar, o que acarretaria um fluxo insano de informações ___ mente. “Quando tomamos uma

32--decisão, muitas vezes acreditamos que estamos fazendo algo consciente, quando na verdade é

33--totalmente inconsciente. Todo esse processo ocorre numa camada abaixo do consciente. O que

34--acontece é que nesse momento o seu cérebro começa a calcular muitas coisas e possibilidades e

35--você não está nem ciente de toda essa atividade que está acontecendo nele”, descreve o

36--neurocientista argentino Mariano Sigman.

37---------Segundo ele, apesar de não acompanharmos esse processo na íntegra, nosso corpo nos

38--comunica sobre o momento decisório: “Toda essa atividade de nossa mente, tudo isso manda um

39--sinal para o seu corpo, o batimento cardíaco aumenta, a pele começa a suar. Enfim, é como se o

40--seu cérebro estivesse preparando o seu corpo para alguma coisa, algum acontecimento”.

41---------É interessante notar, como atesta o professor de filosofia da USP Roberto Bolzani Filho,

42--que as “deliberações que preparam tomadas de decisões resultam da maneira como vemos o

43--mundo e os valores que encontramos nele, ao mesmo tempo em que, inevitavelmente, levamos

44--em conta, de forma prioritária, nossos interesses pessoais”.

45---------É nessa conjuntura que formamos uma bagagem emocional e psíquica acerca de nossas

46--escolhas, as quais se acumulam e crescem, dando sentido à trajetória de vida. Assim como nos

47--conhecermos como indivíduos frente aos problemas e questões que a vida nos propõe. “A tomada

48--de decisões faz com que entendamos o modo como lidamos com situações cotidianas. Se somos

49--mais impulsivos e tomamos decisões mais rapidamente, somos considerados mais ativos perante

50--a vida, do contrário, somos mais conservadores em nosso modo de reagir e considerados mais

51--passivos. No entanto, essas características não são estanques e podem mudar de acordo com as

52--situações que passamos. O ser humano é sempre capaz de se adaptar e se transformar, e os

53--processos decisórios nos indicam o quanto podemos ser diferentes em cada situação”, finaliza

54--Clarice Paulon, psicologa membro do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo.


(Fonte: Renata Volmério – Revista da C+ultura – disponível em:

https://www.livrariacultura.com.br/revistadacultura/reportagens/decisoes – adaptação)

Considerando o emprego do acento indicativo de crase, assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas das linhas 05, 10, 12 e 31.

Alternativas
Q2738092 Português

Marque a opção na qual o uso da crase é facultativo.

Alternativas
Q2737403 Português

Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas das frases:


1. Quanto ...... mim, pode ficar sossegado.

2. Ficamos ....... escondidas.

3. Gota ....... gota o balde ia enchendo no quintal.

4. Mamãe fez arroz ..... grega.


Respeitando a ordem em que aparecem, temos:

Alternativas
Q2736978 Português

Leia o texto “Mania de comer bem” e responda às questões de números 01 a 08.


Após perder 27 kg e finalmente conquistar uma barriga “tanquinho”, Thaís, 32, passou a controlar rigidamente a alimentação. O desejo de comer de forma saudável era tanto que passou a prejudicar sua vida pessoal.

“Uma refeição fora de casa, mesmo na casa da minha avó, gerava um estresse enorme. Sentia culpa e ansiedade. Não conseguia fazer concessões”, explica.

Julia, 25, excluiu tantos grupos alimentares que, após dois anos de dieta, viu seu cardápio reduzido praticamente só a proteínas e hortaliças. Desenvolveu pânico de comer na frente de conhecidos e chegou a levar marmita para a festa de casamento da irmã.

Ambas sofreram com a chamada ortorexia: um comportamento obsessivo em relação à comida.

Além de pôr em risco a saúde, com a falta de nutrientes essenciais, a ortorexia ainda atrapalha significativamente as relações sociais e afetivas.

“A preocupação excessiva com a alimentação passa a dominar a vida da pessoa. Torna-se uma obsessão”, explica a médica Sandra Carvalhais, do Instituto de Pesquisa e Ensino Médico, em São Paulo.

Para os especialistas, a onda de blogs e redes sociais que disseminam informações sobre nutrição e dietas, muitas vezes equivocadas, acaba criando o ambiente ideal para paranoias alimentares.

Ainda que muitas vezes também cause emagrecimento excessivo, a ortorexia é diferente da anorexia. Para a médica nutróloga Maria del Rosario, diretora da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia), que tem longa experiência em transtornos alimentares, a principal questão é a autoimagem corporal.

“Quem tem anorexia se olha no espelho e se enxerga gordo, mesmo estando muito magro. O ortoréxico não costuma ter esse problema. Ele se vê magro, mas muda a alimentação por uma questão de saúde.” A ortorexia pode, inclusive, estar associada a outros distúrbios, sobretudo a transtornos compulsivos.

Além disso, a pessoa ortoréxica se impõe tantas restrições que acaba sem conseguir comer com a família e os amigos. Esse isolamento pode levar à ansiedade e à depressão, segundo del Rosario.

Recém-formada em administração, Julia diz que teve dificuldade em participar dos eventos da universidade. “Eu passava horas buscando na internet a maneira mais pura de me alimentar. Depois de um tempo, perdi a capacidade de comer algo que tivesse sido preparado por outra pessoa”, diz ela, que está em tratamento para a ortorexia há quatro meses.

Os especialistas indicam tratamento multidisciplinar, com psicólogo, psiquiatra e acompanhamento nutricional.

Hoje recuperada, Thaís diz que o apoio do marido e da família foram fundamentais. “Tem sido uma batalha em busca do equilíbrio, mas já consigo ir a uma festa e comer normalmente”, conta.


(Giuliana Miranda. Folha de S.Paulo, 08.12.2015. Adaptado)

Observe o emprego do sinal indicativo de crase nas frases do texto.


Ambas sofreram com a chamada ortorexia: um comportamento obsessivo em relação à comida. (4o parágrafo)


Esse isolamento pode levar à ansiedade e à depressão, segundo del Rosario. (10o parágrafo)


Assinale a alternativa em que o sinal indicativo de crase está corretamente empregado nas duas frases de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa.

Alternativas
Q2736699 Português

Instrução: As questões de números 01 a 15 referem-se ao texto abaixo.


A inclusão de profissionais com deficiência no mercado de trabalho: um panorama positivo para uma mudança necessária


Jaques Haber


01 ___ É indiscutível a importância das contratações de profissionais com deficiência para a

02 economia do Brasil. Além da geração de emprego, a inclusão dessas pessoas no mercado de

03 trabalho contribui para trazer-lhes dignidade. Ao incluí-las, não estamos apenas ofertando um

04 salário, mas também a oportunidade de se reabilitarem socialmente e psicologicamente.

05 ___ É sabido que o exercício profissional traz consigo a interação com outras pessoas, o

06 sentimento de cidadão produtivo, a possibilidade de fazer amigos, de encontrar um amor, de

07 pertencer a um grupo social. Até o status adquirido junto _____ própria família muda para

08 melhor, sem contar que a presença de pessoas com deficiência no mercado de trabalho contribui

09 para humanizar mais a empresa e enriquecer o ambiente corporativo com visões e experiências

10 diversificadas.

11 ___ Ao incluir pessoas com deficiência no mercado de trabalho, configura-se um novo grupo de

12 consumidores, até então excluído da economia. Com a geração de renda, esse grupo passa a

13 consumir avidamente, já que apresenta muitas carências, desde elementos essenciais, como o

14 acesso a planos e serviços de saúde, até a concretização de desejos não tão de primeira ordem,

15 como a compra de um tablet ou um smartphones, por exemplo. Com a renda, essas pessoas

16 passam a circular mais, e isso ................. maior convivência com pessoas sem deficiência, o

17 que desperta a atenção para oportunidades de se criarem mais produtos, serviços e ambientes

18 que atendam às necessidades específicas dessa parcela da população.

19 ___ Nessa perspectiva, a inclusão de profissionais com deficiência no ambiente de trabalho cria

20 oportunidades, também, para as empresas gerarem mais negócios. Uma pessoa que está

21 acostumada a enfrentar desafios diários por falta de acessibilidade ou sensibilização da

22 população, em geral, .............. se adapta ao mundo do trabalho. Nesse sentido, essa pessoa

23 está mais preparada para lidar com situações críticas e a resolver problemas, além de trazer uma

24 visão diferente para o grupo, o que contribui para o processo de criação ou tomada de decisões.

25 ___ Em relação _____ qualificação das pessoas com deficiência, podemos afirmar que segue

26 basicamente o mesmo padrão da população brasileira em geral, e é falacioso generalizar a falta

27 de qualificação desse grupo. É fato que, por questões de exclusão histórica, há uma maioria

28 pouco qualificada, mas essa baixa qualificação também incide no restante da população e não

29 significa que não existam pessoas com deficiência qualificadas. Por exemplo: no banco de

30 currículos da i.Social, mais de 80% dos 30.000 profissionais cadastrados têm ao menos ensino

31 médio completo, e há muitos com graduação, mestrado e doutorado.

32 ___ Observamos, então, que o maior empecilho para a inclusão desses profissionais ainda é

33 cultural. Ou seja, as relações interpessoais ainda estão muito calcadas em estereótipos e

34 preconceitos, além do fato de as vagas oferecidas _____ essas pessoas ainda serem muito

35 operacionais e pouco atrativas. Os líderes e gestores das empresas ainda não consideram incluir

36 esses profissionais em cargos mais estratégicos, pois tendem a achar que são menos produtivos

37 ou geram mais custos com acessibilidade, o que não é verdade. Dessa forma, não é exagero

38 afirmar que a questão cultural ainda é o maior desafio. A falta de acessibilidade é reflexo da falta

39 de cultura inclusiva. Enquanto não transformarmos a mentalidade antiga de que as pessoas com

40 deficiência são menos qualificadas, menos produtivas e exigem muitos investimentos, não

41 daremos um salto de qualidade no processo de inclusão.


(Fonte: http://blog.isocial.com.br/a-inclusao-de-profissionais-com-deficiencia-no-mercado-de-trabalho-um- panorama-positivo-para-uma-mudanca-necessaria - Texto adaptado especialmente para esta prova)


Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas tracejadas das linhas 07, 25 e 34.

Alternativas
Q2736222 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões de números 14 a 20.


Eu fico realmente impressionado ao perceber como os colunistas políticos da grande mídia sentem prazer em pintar o país em cores sombrias: tudo está sempre “terrível”, “desesperador”. Nunca estivemos “tão mal” ou numa crise “tão grande”.

Em primeiro lugar, é preciso perguntar: estes colunistas não viveram os anos 90?! Mas, mesmo que não tenham vivido e realmente acreditem que “crise” é o que o Brasil enfrenta hoje, outra indagação se faz necessária: não leem as informações que seus próprios jornais publicam, mesmo que escondidas em pequenas notas no meio dos cadernos?

Vejamos: a safra agrícola é recordista, o setor automobilístico tem imensas filas de espera por produtos, e os aeroportos estão lotados. Passe diante dos melhores bares e restaurantes de sua cidade no fim de semana e perceberá que seguem lotados.

Aliás, isso é sintomático: quando um país se encontra realmente em crise econômica, as primeiras indústrias que sofrem são as de entretenimento. Sempre. Famílias com o bolso vazio não gastam com o que é supérfluo – e o entretenimento não consegue competir com a necessidade de economizar para gastos em supermercado, escola, saúde, água, luz etc. Portanto, é revelador notar, por exemplo, como os cinemas brasileiros estão tendo seu melhor ano desde 2011. Público recorde. “Apesar da crise”. A venda de livros aumentou 7% no primeiro semestre. “Apesar da crise”.

Se banissem a expressão “apesar da crise” do jornalismo brasileiro, a mídia não teria mais o que publicar. Faça uma rápida pesquisa no Google pela expressão “apesar da crise”: quase 400 mil resultados.

“Apesar da crise, produção de batatas atrai investimentos em Minas”

“Apesar da crise, brasileiros pretendem fazer mais viagens internacionais.”

“Apesar da crise, Piauí registra crescimento na abertura de empresas.”

Apesar da crise. Apesar da crise. Apesar da crise.

Uma coisa é dizer que o país está em situação maravilhosa, pois não está; outra é inventar um caos que não corresponde à realidade. A verdade, como de hábito, reside no meio do caminho: o país enfrenta problemas sérios, mas está longe de viver “em crise”. E certamente teria mais facilidade para evitá-la caso a mídia em peso não insistisse em semear o pânico na mente da população – o que, aí, sim, tem potencial de provocar uma crise real.

(Apesar da crise. Disponível em: www.pragmatismopolítico. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase e a colocação pronominal foram empregados de acordo com a norma padrão da língua portuguesa.

Alternativas
Respostas
421: C
422: C
423: E
424: C
425: A
426: D
427: B
428: A
429: C
430: B
431: E
432: D
433: D
434: D
435: B
436: A
437: A
438: C
439: A
440: E