Questões de Concurso Sobre pronomes relativos em português
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Voluntários respondem a cartas enviadas para Julieta
Junto à Casa de Julieta fica a sala do Clube de Julieta. O projeto existe oficialmente faz 30 anos e tem voluntários para responder, em diversas línguas, a cartas enviadas de todo o mundo para Julieta, conhecida personagem da obra de Shakespeare.
As cartas normalmente são tristes e sobre problemas em relacionamentos amorosos. Afinal, por mais que a famosa história seja romântica, também é bastante trágica.
Para os casos mais delicados, envolvendo, por exemplo, risco de suicídio, o clube tem a contribuição de um médico especialista.
Desde os anos de 1930, cartas são enviadas a Verona; mas só nos anos de 1980 a entidade foi criada oficialmente com apoio do governo.
O projeto ficou ainda mais famoso com o filme “Cartas para Julieta” (2010), em que a protagonista se junta aos voluntários do grupo e tenta ajudar pessoalmente a mulher a quem aconselhou. No ano que se seguiu ao filme, quase 4.000 cartas foram recebidas, segundo o Clube.
Há caixas de correio e computadores na Casa de Julieta para enviar mensagens. Por outro lado, uma placa na entrada alerta que escrever nas paredes – a exemplo de inúmeras pichações no hall de entrada – pode ser punido com multa de até € 1.039 ou prisão por até um ano.
(MK. http://www1.folha.uol.com.br/fsp/turismo/fx2909201111.htm. Adaptado)
Com o sucesso do filme “Cartas para Julieta”, o Clube recebeu inúmeras cartas e prontamente enviou a todos os remetentes respostas detalhadas.
Os pronomes substituem corretamente as expressões destacadas na frase e respeitam a colocação pronominal estabelecida pela norma-padrão na alternativa:
A quem pertence um país e quem tem o direito de morar nele? Com um passado incomparável e camadas históricas extraordinariamente variadas, inclusive em seus momentos de fluxo e refluxo populacional, a Itália já fechou o debate. A lotação está esgotada. Foram mais de 180000 pessoas, na maioria absoluta vindas da África, no ano passado. Até organizações humanitárias dizem que não dá mais para acomodar gente em cidadezinhas minúsculas, vilarejos medievais ou bairros distantes de uma metrópole como Roma.
As ondas humanas criaram situações sem precedentes. As ONGs para as quais sempre cabem muitos mais tornaram-se colaboradoras dos traficantes que ganham com o comércio de gente, um escândalo ético espantoso. Começaram a fazer o bem e se transformaram em parte integrante de um processo de imensa perversidade, cujos promotores praticam abusos indescritíveis. Embora cruel, o sistema é de uma eficiência impressionante. Até os botes de borracha, cujos passageiros pagam para ser resgatados por navios de ONGs, da Marinha italiana ou de outros países europeus, são fabricados especificamente para esse tipo de transporte. Cada passagem custa por volta de 1500 euros, ou 5500 reais. O negócio foi calculado em 390 milhões de dólares no ano passado.
A questão dos grandes deslocamentos humanos vindos do mundo pobre, encrencado, conflagrado ou simplesmente com menos benefícios sociais, em direção ao mundo rico, já provocou conhecidas reações políticas, das quais a mais estrondosa foi a eleição de Donald Trump. A palavra-chave no fenômeno atual é benefícios. Ao contrário dos imigrantes que vieram para o Novo Mundo, entre os quais tantos de nossos antepassados, com uma malinha, muitos carimbos nos documentos e esperança de emprego, as ondas humanas atuais chegam aos países ricos com abrigo, saúde e educação providos pelo Estado de bem-estar social. Organizações supranacionais, como a própria União Europeia, também têm verbas para dar garantias inimagináveis pelos imigrantes do passado. O problema, como sabemos, é que o dinheiro não aparece magicamente nos cofres dos Estados ou seus avatares.
(Vilma Gryzinski, Lotou ou ainda cabe mais? Veja, 26.07.2017. Adaptado)
Começaram a fazer o bem e se transformaram em parte integrante de um processo de imensa perversidade, cujos promotores praticam abusos indescritíveis.
No trecho “... cujos promotores praticam abusos indescritíveis...”, o pronome destacado
A gente ainda não sabia
A gente ainda não sabia que a Terra era redonda.
E pensava-se que nalgum lugar, muito longe,
deveria haver num velho poste uma tabuleta qualquer
– uma tabuleta meio torta
e onde se lia, em letras rústicas: FIM DO MUNDO.
Ah! depois nos ensinaram que o mundo não tem fim
e não havia remédio senão irmos andando às tontas
como formigas na casca de uma laranja.
Como era possível, como era possível, meu Deus,
viver naquela confusão?
Foi por isso que estabelecemos uma porção de fins de mundo...
(Mário Quintana, A vaca e o hipogrifo)
Atenção às frases a seguir:
Eles compraram meus bilhetes para as próximas viagens.
Ele jamais procurou seus pertences no setor de Achados e Perdidos.
Não perguntem para ele onde fica a saída da estação; ele não é daqui.
Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, os pronomes substituem corretamente as expressões em destaque.
Geração Cibernética
Os computadores ficaram mais fáceis. Uso um computador como uma supermáquina de escrever. Recentemente, o filho de um amigo, de 11 anos, estava em casa. Em segundos, trocou a imagem de “papel de parede”. Descobriu jogos. Baixou arquivos. Apagou alguns, depois de me mostrar que tornavam meu laptop mais lento. Impossível eu não me sentir um asno quando um moleque dá com simplicidade lições sobre uma máquina que me acompanha há anos. A verdade é que me sinto um asno até mesmo diante de um micro-ondas de última geração, com múltiplas funções. Sonho com os aparelhos antigos, com uma única função. Bastava apertar um botão e pronto!
A questão é que as crianças de hoje em dia já nascem sabendo. Ou quase. Qualquer uma pega um celular e aprende as funções em segundos! Tablet e laptop nem se fala. Pesquisam, descobrem jogos, quebram senhas. Para essa geração que vem aí, a cibernética é simples. Fico tentando achar explicações. Terá havido uma mudança cerebral? Não digo física, embora acredite na evolução das espécies. Mas na forma de usar os neurônios? Surgiram diferentes formas de pensar e analisar o mundo, a partir da cibernética? É um novo tipo de inteligência que desponta?
Seja o que for, essa ligação umbilical com celulares e computadores terá efeitos no futuro próximo. Como serão essas crianças quando adultas? Sem dúvida, mais informadas, com mais ferramentas de pesquisa e conhecimento. Quais serão, porém, seus valores, na medida em que a internet é uma terra de ninguém?
Estamos diante de um novo jeito de ser, viver e pensar. E como tudo o que é novo, por mais correções que sejam necessárias, também implicará um passo à frente, em termos de civilização. Não tenha dúvidas: seu filho será muito diferente de você.
(Walcyr Carrasco. Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ walcyr-carrasco/noticia/2016/10/geracao-cibernetica.html. Publicado em 27 out. 2016. Acesso em: 03 jun. 2017. Adaptado)
Considere a frase reescrita a partir do texto:
O garoto apagou alguns arquivos que tornavam meu laptop mais lento.
Assinale a alternativa em que, ao se substituir o termo em destaque, a frase permanece com seu sentido original e de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.