Questões de Concurso
Sobre crase em português
Foram encontradas 6.700 questões
Resolva questões gratuitamente!
Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!
Leia o texto a seguir para responder às questões de números 14 a 20.
Eu fico realmente impressionado ao perceber como os colunistas políticos da grande mídia sentem prazer em pintar o país em cores sombrias: tudo está sempre “terrível”, “desesperador”. Nunca estivemos “tão mal” ou numa crise “tão grande”.
Em primeiro lugar, é preciso perguntar: estes colunistas não viveram os anos 90?! Mas, mesmo que não tenham vivido e realmente acreditem que “crise” é o que o Brasil enfrenta hoje, outra indagação se faz necessária: não leem as informações que seus próprios jornais publicam, mesmo que escondidas em pequenas notas no meio dos cadernos?
Vejamos: a safra agrícola é recordista, o setor automobilístico tem imensas filas de espera por produtos, e os aeroportos estão lotados. Passe diante dos melhores bares e restaurantes de sua cidade no fim de semana e perceberá que seguem lotados.
Aliás, isso é sintomático: quando um país se encontra realmente em crise econômica, as primeiras indústrias que sofrem são as de entretenimento. Sempre. Famílias com o bolso vazio não gastam com o que é supérfluo – e o entretenimento não consegue competir com a necessidade de economizar para gastos em supermercado, escola, saúde, água, luz etc. Portanto, é revelador notar, por exemplo, como os cinemas brasileiros estão tendo seu melhor ano desde 2011. Público recorde. “Apesar da crise”. A venda de livros aumentou 7% no primeiro semestre. “Apesar da crise”.
Se banissem a expressão “apesar da crise” do jornalismo brasileiro, a mídia não teria mais o que publicar. Faça uma rápida pesquisa no Google pela expressão “apesar da crise”: quase 400 mil resultados.
“Apesar da crise, produção de batatas atrai investimentos em Minas”
“Apesar da crise, brasileiros pretendem fazer mais viagens internacionais.”
“Apesar da crise, Piauí registra crescimento na abertura de empresas.”
Apesar da crise. Apesar da crise. Apesar da crise.
Uma coisa é dizer que o país está em situação maravilhosa, pois não está; outra é inventar um caos que não corresponde à realidade. A verdade, como de hábito, reside no meio do caminho: o país enfrenta problemas sérios, mas está longe de viver “em crise”. E certamente teria mais facilidade para evitá-la caso a mídia em peso não insistisse em semear o pânico na mente da população – o que, aí, sim, tem potencial de provocar uma crise real.
(Apesar da crise. Disponível em: www.pragmatismopolítico. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a expressão “apesar da crise”, foi corretamente substituída, mantendo-se seu sentido original.
Eu sei, mas não devia
Marina Colassanti
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma ___ não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, ___ medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez vai pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir ____ comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma ____ poluição. ____ salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter _________ uma planta.
A gente se acostuma ____ coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e ____ no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não ____ muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar ____ pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
Assinale a alternativa que completa CORRETAMENTE as lacunas do texto, na ordem em que aparecem.
Analise as proposições abaixo, adaptadas do texto:
I. As descobertas científicas são sempre fonte de inspiração e alento ________nossas próximas gerações.
II. Os transumanistas seriam fiéis e não realizariam intervenções inadequadas________ necessidades das pessoas.
III. Muitas famílias gostariam de escolher as características dos filhos semelhantes __________que possuem algumas celebridades.
IV. É necessário estender essas inovações científicas ______todas as classes sociais.
No que diz respeito à regência verbal e à nominal, mais especificamente, ao uso do sinal indicativo da crase, assinale a única alternativa que contém a sequência CORRETA, que completa as lacunas, de cima para baixo, de acordo com a norma culta padrão da gramática da língua portuguesa.
Polícia acha Cézanne roubado na Sérvia
A polícia de Belgrado, na Sérvia, conseguiu recuperar um quadro pintado por Paul Cézanne que havia sido roubado em Zurique, na Suíça. Autoridades francesas foram chamadas e confirmaram a autenticidade da obra, avaliada em US$ 110 milhões.
O Estado de São Paulo, 16 abr 2012, p. A14.
Complete adequadamente os espaços das frases abaixo.
1. O lixo urbano, ............................ problema é imenso no país, preocupa todos nós. (cujo / cujo o)
2. Essa é uma questão ............................ os políticos não gostam. (que / de que)
3. A melhor solução para o lixo diz respeito ............ mudança de comportamento das pessoas. (a / à)
4. Essa mudança, ......................... confio, é a saída mais econômica para o problema. (que / em que)
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas dos textos.
Em se tratando de relação entre os termos que estabelecem a regência verbal no enunciado, julgue cada uma das afirmativas abaixo:
I- Em ambas as placas, não obstante o fato de haver transgressões formais no uso (ou omissão) do acento marcador da crase, na Cena I, o efeito final de sentido no uso indevido do acento marcador de crase é irrelevante para esta situação comunicativa.
II- Da forma como construído, isto é, com a omissão do acento marcador de crase, o enunciado da Cena I revela-se de caráter unissêmico e não se permite mais que uma interpretação semântica.
III- Os enunciados presentes em ambas as placas apresentam rigorosamente predicados apenas nominais.
IV- A expressão “à entidades assistenciais” (Cena I) exerce a função sintática, neste contexto, de complemento nominal de “revertido”.
É VERDADE o que se afirma em:
TEXTO
Risco de despejo
Apaixonado é um atentado, uma fábrica de vazios, uma usina de distrações. Não peça nenhum favor a ele. Não lembrará nem que você existe. Nem que ele existe. É uma ausência feliz. Só pensa em beijar e rebobinar os beijos com os suspiros.
O apaixonado colecionará desatenções, das mais banais às sublimes. Eu consegui esquecer uma mala na recepção da TV Gazeta, em São Paulo. Uma mala não é pouca coisa. Simplesmente fiz de conta que não era minha, e abandonei a cena sem nenhum tormento. Não fiquei desesperado quando descobri o extravio. Concluí que poderia comprar mudas de roupas e buscaria de volta na semana seguinte. Beatriz esqueceu a chave de casa num táxi. Ela não transparecia a menor preocupação. Primeiro me deu carinho, depois telefonou para o motorista e perguntou calmamente se tinha a possibilidade de entregar o molho na residência de uma amiga. Não surtou imaginando furtos. Confiava nas casualidades e na amizade dos anjos da guarda.
O apaixonado não está nem aí para o mundo material, na posse e nos seus pertences. Tudo pode ser acomodado, reposto, transferido, adiado, substituído. O sexo é o seu Rivotril. Nenhuma tragédia é significativa para lhe arrancar da paciência e do olhar boiando fixamente ao infinito.
Eu e Beatriz, somando as nossas duas últimas semanas, perdemos quatro voos. Perdemos livros. Perdemos sacolas de roupas em restaurantes. Perdemos um celular no bar. Perdemos dezenas de carregadores. Perdemos o vencimento das contas. Perdemos promoções no trabalho. Perdemos filmes, shows, peças de teatro. Perdemos consultas, aulas na academia, alguns amigos nos esperando em cafés.
Perdemos o mundo porque ganhamos um ao outro.
É a gente se encontrar que as horas voam, o vento rasteja, a noite não avisa que chegou, e não escutamos mais nada, a não ser os próprios pensamentos.
Corremos o risco de despejo, de entrar no SPC, de ser fichado pelo Serasa. Sorte que não temos cachorros e gatos.
A força da paixão é diretamente proporcional ao tamanho do esquecimento dos apaixonados.
CARPINEJAR. Fabrício. Risco de despejo. Disponível em:
http://blogs.oglobo.globo.com/fabricio−carpinejar/post/risco−de−
despejo.html. Acessado em: 27 mar. 2016.
Em “O apaixonado colecionará desatenções, das mais banais às sublimes.”, o sinal indicativo da crase foi corretamente utilizado nesse fragmento, o que NÃO ocorre em:
Questões de 01 a 05
Texto para as questões de 01 a 05
O Coração Roubado
Eu cursava o último ano do primário e como já estava com o diplominha garantido, meu pai me deu um presente muito cobiçado: O coração, famoso livro do escritor italiano Edmondo de Amicis, Best-seller mundial do gênero infanto-juvenil. Na página de abertura lá estava a dedicatória do velho, com sua inconfundível letra esparramada. Como todos os garotos da época, apaixonei-me por aquela obra-prima, é tanto que a levava ao grupo escolar da Barra Funda para reler trechos do recreio.
Justamente no último dia de aula, o das despedidas, depois da festinha de formatura, voltei para a classe a fim de reunir meus cadernos e objetos escolares, antes do adeus. Mas onde estava O coração? Onde? Desaparecera. Tremendo choque. Algum colega na certa o furtara. Não teria coragem de aparecer em cfasa sem ele. Ia informar a diretoria quando, passando pelas carteiras, vi a lombada do livro, bem escondido sob uma pasta escolar. Mas... era lá que se sentava o Plínio, não era? Plínio, o primeiro da classe em aplicação e comportamento, o exemplo para todos nós. Inclusive o mais limpinho, o mais bem penteadinho, o mais tudo. Confesso, hesitei. Desmascarar um ídolo? Podia ser até que não acreditassem em mim. Muitos invejavam o Plínio. Peguei o exemplar e o guardei em minha pasta. Caladão. Sem revelar a ninguém o acontecido. Lembro do abraço que Plínio me deu à saída. Parecia estar segurando as lágrimas. Balbuciou algumas palavras emocionadas. Mal pude retribuir, meus braços se recusavam a apertar o cínico.
Chegando em casa minha mãe estranhou que eu não estivesse muito feliz. Não, eu amargava minha primeira decepção. Afinal, Plínio era um colega que devíamos imitar pela vida afora, como costumava dizer a professora. Seria mais difícil sobreviver sem o seu exemplo. Por outro lado, considerava se não errara em não delatá-lo. “Vocês estão todos enganados, e a senhora também, sobre o caráter de Plínio. Ele roubou meu livro e depois ainda foi me abraçar...”
Passados muitos anos reconheci o retrato de Plínio num jornal. Advogado, fazia rápida carreira na Justiça. Recebia cumprimentos. Brrr. Magistrado de futuro o tal que furtara meu presente de fim de ano! Que toldara muito cedo minha crença na humanidade! Decidi falar a verdade. Caso alguém se referisse a ele, o que passou a acontecer, eu garantia que se tratava de um ladrão. Se roubava já no curso primário, imaginem agora... Sempre que o rumo de uma conversa levava às grandes decepções, aos enganos de falsas amizades, eu contava, a quem quisesse ouvir, o episódio do embusteiro do Grupo Escolar Conselheiro Antônio Prado, em breve desembargador ou secretário de Justiça.
– Não piche assim o homem – advertiu-me minha mulher.
– Por que não? É um ladrão!
– Mas quando pegou seu livro era criança.
– O menino é o pai do homem – rebatia, vigorosamente.
Plínio fixara-se como um marco para mim. Toda vez que o procedimento de alguém me surpreendia, a face oculta de uma pessoa era revelada, lembrava-me irremediavelmente dele. Limpinho. Penteadinho. E com a mão de gato se apoderando de meu livro.
Certa vez tomaram a sua defesa:
– Plínio, um ladrão? Calúnia! Retire-se da minha presença!
Quando o desembargador Plínio já estava aposentado, mudei-me para meu endereço atual. Durante a mudança alguns livros despencaram de uma estante improvisada. Um deles O coração, de Amicis. Saudades. Havia quantos anos que não o abria? Quarenta ou mais? Lembrei da dedicatória de meu falecido pai. Ele tinha boa letra. Procurei-a na página de rosto. Não a encontrei. Teria a tinta se apagado? Na página seguinte havia uma dedicatória. Mas não reconheci a caligrafia paterna:
“Ao meu querido filho Plínio, com todo amor e carinho de seu pai.”
In: REY, Marcos. O coração roubado e outras crônicas. Ática: São Paulo, 1994.
O emprego da crase em “Lembro do abraço que Plínio me deu à saída.” segue a mesma regra presente em
Todos os períodos a seguir foram retirados da revista ISTO É, de 17 jun. 2009. Propositadamente se retiraram os acentos indicativos de crase . Assinale a opção em que tal acento é proibido.
Em qual das frases a seguir, encontramos aplicação correta para o uso da crase:
1 A terceira grande guerra ocorre a todo momento, em cada canto, casa, relação humana, encruzilhada. Uma ideia diferente, um jeito diferente e discordante da média é suficiente para fazer brotar o ódio e a violência. Soa natural censurar e abolir debates que anunciam a necessidade de tratar de questões que afetam direitos fundamentais
Não deveria haver sinal indicador de crase em qual das frases?
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
Contar mentirinhas vicia o cérebro, revela estudo
Por Felipe Germano Bruno Garattoni
01 Mentir não faz o nariz crescer – mas pode ............, de outra forma, com o seu corpo. De
02 acordo com um novo estudo realizado pela Universidade de Londres, contar mentirinhas leves
03 provoca alterações físicas no cérebro, que se torna mais propenso __ optar por mentiras em
04 momentos importantes.
05 Quando contam alguma mentira, as pessoas geralmente se sentem um pouco mal. Essa
06 reação é provocada pela amígdala, uma região cerebral que também é ligada __ sensações de
07 medo, e funciona como uma espécie de freio natural, limitando a quantidade de mentiras que as
08 pessoas contam. Mas os cientistas descobriram que, se você contar uma sequência de pequenas
09 mentiras, sem muita importância (na linha ‘o seu penteado ficou ótimo’ ou ‘não vi o email’), esse
10 freio vai ficando mais fraco.
11 Para calcular isso, os pesquisadores reuniram 80 voluntários e escanearam o cérebro deles
12 enquanto eles jogavam um jogo. A brincadeira consistia em adivinhar quantas moedas havia em
13 um pote e transmitir, por meio de um computador, a estimativa a outra pessoa. O jogo tinha
14 várias modalidades. Numa delas, você era estimulado a dar uma ‘mentidinha’, superestimando a
15 quantidade de moedas do pote, ............ isso fazia você ganhar mais pontos, e a outra pessoa
16 menos. Conforme o jogo avançava, os voluntários eram estimulados a mentir cada vez mais – e a
17 atividade na amígdala se tornava cada vez menor. Era como se o cérebro estivesse se adaptando
18 ao ato de mentir.
19 “A amígdala limita a ................ do quanto mentimos”, diz a psicóloga Tali Sharot, líder do
20 estudo. “Mas essa resposta vai diminuindo conforme as mentiras ficam maiores. Isso pode levar a
21 uma reação em cadeia, em que pequenos atos de desonestidade acabam levando a mentiras
22 maiores”, acredita.
23 Para os pesquisadores, a capacidade que o cérebro tem de se acostumar não se aplica
24 apenas __ mentiras. “Nós só testamos a desonestidade das pessoas nesse experimento, mas o
25 mesmo princípio talvez seja aplicável a outras ações, como se expor __ riscos ou ter
26 comportamentos violentos”, afirma o cientista Neil Garrett, coautor do estudo.
(http://super.abril.com.br/comportamento/contar-mentirinhas-vicia-o-cerebro-revela-estudo/– Adaptação)
Considerando o contexto de ocorrências do vocábulo ‘a’ no texto, as lacunas tracejadas das linhas 03, 06, 24 e 25 devem ser preenchidas, correta e respectivamente, por:
Em qual dos casos abaixo o emprego do acento grave é facultativo?
Texto para as questões 1 e 2:
O homem não é o único animal... .
... que constrói casa, mas é o único animal que precisa de fechadura
... que foge dos outros, mas é o único que chama de retirada estratégica
... que se ajoelha, mas é o único que faz isto voluntariamente
... que trai, polui a aterroriza, mas é o único que se justifica depois
... que engole sapo, mas é o único que não faz isso pelo valor nutricional
... que faz sexo, mas é o único que precisa de manual de instruções.
**Luis Fernando Verissimo (** Poesia numa hora dessas?. Porto Alegre: L&PM. p.19)
Em uma das frases abaixo, o acento indicativo de crase está empregado em DESACORDO com a norma culta da Língua Portuguesa. Assinale essa frase.
Completa corretamente as lacunas:
O pai se pôs _________ a dialogar com os filhos, percebeu que estava sendo ignorado e disse _________ filha que eles estavam sendo ingratos. Ela, assim, respondeu que era devido _________ contradição explícita no que foi dito.
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
Famílias postiças contra a sigilosa epidemia da solidão
- Rosa enviuvou em agosto e desde então carrega nos ombros um pesado silêncio. Só o
- telefonema de uma amiga todos os dias ___ nove da noite diminui um pouco o seu vazio. Rosa
- vive na Galícia, uma região chuvosa no norte da Espanha, onde impera o caráter introspectivo
- e estoico. Além disso, ela mora em uma aldeia, em Betanzos (província de A Coruña) que há
- anos não para de perder população. Esse telefonema é praticamente o único momento em que
- se comunica com alguém. “Conversamos durante meia hora. Não criticamos ninguém, mas
- comentamos coisas e a faço rir”, conta Pilar, a voz amiga de Rosa e uma das colaboradoras do
- projeto de iniciativa da ordem religiosa dos franciscanos na Galícia para combater a epidemia
- silenciosa da solidão, que se estende sem freio nos lares ocidentais.
- Enquanto no Reino Unido o Governo acaba de criar uma Secretaria de Estado contra a
- Solidão, em Betanzos foi colocado ___ disposição o convento de San Francisco de Betanzos –
- sem vida desde que ...... dois anos as últimas freiras residentes cruzaram a porta – para criar
- uma família com pessoas “que estejam ou se sintam sozinhas”. Os participantes passariam o
- dia nas instalações, tomando café da manhã, almoçando e jantando, compartilhando a
- lavanderia e os gastos, fazendo companhia uns aos outros.
- “Não se trata de uma unidade de atendimento ___ terceira idade nem de beneficência,
- nem de um local social, mas de um espaço de autogestão que não se financia com subvenções
- e no qual queremos imitar o ambiente de uma família qualquer, com liberdade para entrar e
- sair sem compromisso e sem exigências de vínculo religioso”, explica o frei Enrique Roberto
- Lista sobre um projeto aberto ___ moradores de qualquer prefeitura e cujos responsáveis
- gostariam de estender no futuro a outros edifícios eclesiásticos vazios, como as casas
- sacerdotais das paróquias.
- Se no Brasil o número de pessoas que vivem sós duplicou entre 2005 e 2015, sobretudo
- entre as com mais de 60 anos, segundo o IBGE, na Espanha a situação não é melhor. Ali vivem
- sozinhas cerca de 4,5 milhões de pessoas, segundo os dados apresentados pelos franciscanos.
- Mais de 70% das almas que habitam esses lares sofrem de solidão, um problema que afeta
- igualmente mais da metade de quem tem companhia em suas casas.
- O projeto começou a ser posto em prática em Betanzos com nove mulheres e, conforme
- explica a trabalhadora social Antía Leira, vem enfrentando dificuldades para superar “o estigma
- da solidão, a vergonha”. “É difícil para as pessoas que a sofrem reconhecer a situação e até
- mesmo identificá-la porque muitas vezes convivem com alguém”, afirma Leira. “É uma
- necessidade oculta: todo mundo admite o problema, e as notícias de idosos que morrem sem
- que ninguém fique sabendo se multiplicam, mas custa dar o passo para combatê-la.”
- Uma solidão mais uma solidão é companhia, o remédio para o problema está nas pessoas
- que sofrem esse ......”, observa o frei Lista, criador do projeto, enquanto no refeitório deste
- convento do século XIV os primeiros membros passam um ao outro a cafeteira e as bandejas
- de biscoitos e bolos. A amiga de Pilar que se sente tão sozinha ainda não deu o passo para se
- integrar ___ essa família postiça: “É desconfiada e retraída, e isso lhe custa, mas eu digo que
- isto seria fantástico para ela se oxigenar.”
- A tristeza pelo isolamento social não é um achaque só da idade. “Há pessoas muito jovens
- que também estão sós”, diz Adriana García, colaboradora do projeto. “Esta sociedade te
- empurra para a solidão. Há menos filhos, a família se dispersa, por um lado as tecnologias te
- conectam, mas por outro te levam a se fechar. E ...... jornadas de trabalho que não te deixam
- tempo para a amizade e a família. Racionalizar os horários seria uma grande contribuição para
- combater isso.”
(Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/02/internacional/1517571336_119656.html – Texto adaptado)
A respeito do uso do acento de crase, assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas tracejadas das linhas 02, 11, 16, 20 e 38.
Texto II para responder às questões de 11 a 20.
Jornalismo robotizado
Computadores treinados escrevem sobre jogos, terremotos e crimes.
O uso de algoritmos na confecção de textos não é algo novo. A companhia americana Narrative Science treina computadores para escreverem sumários de jogos de diferentes modalidades desde 2012 com grande sucesso. Os resumos são publicados online nos jornais que compram seu serviço logo depois do fim do jogo, com uma velocidade impossível para um redator humano. Embora sejam informativos, os textos com uma descrição dos gols da rodada ou das cestas marcadas no clássico regional são corriqueiros e pouco importantes.
Uma tecnologia criada pelo Los Angeles Times pode mudar os rumos do “robô-jornalismo”. Escrito pelo jornalista e programador Ken Schwencke, um algoritmo usado pelo jornal é capaz de gerar um texto sobre terremotos com base nos dados divulgados eletronicamente pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) sempre que o tremor ultrapassa um limite mínimo de magnitude. Assim, o jornal foi capaz de colocar na sua página de internet um texto sobre o terremoto que atingiu Los Angeles na segunda-feira 17, três minutos depois de receber os dados do USGS. O jornalista conta que o terremoto o assustou e o fez levantar-se da cama, quando caminhou até seu computador e encontrou o texto pronto. O único trabalho que teve foi apertar o botão para publicar o texto no site do Los Angeles Times.
Schwencke, que também criou um algoritmo que escreve notícias sobre criminalidade na região de Los Angeles, disse à revista eletrônica Slate (www.slate.com) que o “robô-jornalismo” não chegou para acabar com os jornalistas humanos. “É algo suplementar. As pessoas ganham tempo com isso e para alguns tipos de notícias a informação é disseminada de um modo como qualquer outra. Eu vejo isso como algo que não deve acabar com o emprego de ninguém, mas que deixa o emprego de todo mundo mais interessante”, disse o jornalista. “Assim a redação pode se preocupar mais em sair às ruas e verificar se há feridos, se algum prédio foi danificado ou entrevistar o pessoal do USGS”, explicou Schwencke, acrescentando que o texto inicial foi atualizado 71 vezes por repórteres e editores até se tornar a matéria de capa do dia seguinte.
(Carta Capital, 26 de março de 2013.)
Considerando a função do acento grave em “disse à revista eletrônica Slate” (3º§), é correto afirmar que
Leia o texto abaixo e responda às questões propostas de 01 a 20.
RECICLAGEM DE POLUIÇÃO
Cientistas avançam na busca para converter CO2 em combustível de forma eficaz e barata
1 ___ Um dos principais gases causadores do efeito estufa, o dióxido de carbono (CO2), é alvo de diversas estratégias que procuram reduzir sua concentração na atmosfera para combater o aquecimento global. Uma delas é justamente convertê-lo de volta nos combustíveis de cuja queima ele se originou, como a gasolina e o óleo diesel, numa espécie de “reciclagem”. Este processo, no entanto, enfrenta dois grandes obstáculos: o alto custo e a baixa eficiência; isto é, normalmente se gasta muito mais energia para completá-lo do que a que será fornecida pelo combustível resultante. Assim, nos últimos anos, grupos de cientistas espalhados pelo mundo têm buscado formas de tornar esta reação mais eficiente e barata, como mostram dois estudos publicados recentemente nas revistas científicas “Nature” e “Science”.
2 ___ No primeiro deles, pesquisadores liderados por Ted Sargent, professor da Faculdade de Ciências e Engenharia Aplicadas da Universidade de Toronto, no Canadá, lançaram mão da nanotecnologia para aumentar a concentração de CO2 junto às superfícies catalisadoras que transformam o gás em monóxido de carbono (CO), primeiro passo para sua conversão em combustíveis, num tipo de reação química conhecida como redução. A solução adotada pelos cientistas foi fabricar redes com agulhas de ouro extremamente pequenas, com pontas dez mil vezes menores que a espessura de um fio de cabelo, de forma que, quando submetidas a uma pequena corrente elétrica, elas criassem um campo que atraísse o CO2, acelerando sua redução em CO.
3 ___ — A redução do CO2 é um grande desafio devido à inatividade da molécula — lembra Min Liu, pesquisador da Universidade de Toronto e um dos coautores do artigo que relata o desenho e uso das nanoagulhas de ouro nos conversores do gás, publicado pela “Nature” — E as nanoagulhas funcionam como para-raios para catalisar essa reação.
4 ___ Já outra equipe de cientistas, da Universidade de Illinois, em Chicago, nos EUA, foi buscar inspiração nas plantas por um processo mais eficiente para esta conversão de CO2 em combustível. E a escolha não é por menos, já que há milhões de anos os vegetais fazem isso, transformando o dióxido de carbono que tiram do ar e a água que sugam do solo em açúcares com ajuda da luz do Sol, na conhecida fotossíntese. Assim, eles criaram o que apelidaram de “folhas artificiais”, um modelo de células solares que agem de forma integrada na captação de energia, CO2 e água para novamente reduzir o gás do efeito estufa em monóxido de carbono e fornecer o chamado syngas (sigla em inglês para “gás de síntese”), uma inflamável mistura de CO e hidrogênio que pode ser queimada diretamente ou transformada nos combustíveis propriamente ditos, como metano, etanol e diesel, por meio de processos químicos adicionais com água.
5 ___ — A nova célula solar não é fotovoltaica, é fotossintética — resume Amin Salehi-Khojin, professor da universidade americana e autor sênior do estudo publicado pela revista “Science” — No lugar de produzirmos energia em uma via de mão única insustentável, de combustíveis fósseis para um gás do efeito estufa, podemos agora reverter este processo e reciclar o carbono da atmosfera em combustível usando a luz do Sol.
6 ___ Para tanto, Salehi-Khojin e seus colegas desenvolveram e analisaram novos compostos catalisadores para converter o CO2 em CO. No lugar de usarem metais preciosos e caros como ouro, platina e prata, que têm sido a base dos catalisadores mais efi cientes na redução do dióxido de carbono, eles se focaram em uma família de compostos nanoestruturados chamados metais de transição dicalcogenetos (TMDCs, também na sigla em inglês), que uniram a um incomum líquido iônico como eletrólito na célula da “folha artificial” montada em dois compartimentos com três eletrodos.
7 ___ Entre esses compostos, os que mais se destacaram foram nanoflocos de disseleneto de tungstênio que, segundo os pesquisadores, promoveu a redução do CO2 mil vezes mais rápido que os catalisadores feitos com metais nobres, com um custo cerca de 20 vezes menor.
8 ___ — O novo catalisador é mais ativo e mais capaz de quebrar as ligações químicas do dióxido de carbono — diz Mohammad Asadi, primeiro autor do artigo na “Science”.
9 ___ Professor de química da Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais, Antônio Otávio de Toledo Patrocínio está otimista com os avanços na área. Segundo ele, a fotossíntese natural, mesmo que não tenha uma eficiência gigantesca, é prova de que usar o CO2 para produzir combustíveis é algo perfeitamente viável, tanto que ela garante a sustentação de toda a biomassa do planeta.
10 ___ — Do ponto de vista ambiental, é crítico o desenvolvimento de tecnologias de reaproveitamento de CO2 — justifica. — Primeiramente, o mundo precisa reduzir as emissões, mas, em segundo lugar, o que nós estamos tentando fazer agora é recapturar o CO2 gerado pela ação antropogênica, que desbalanceou o ciclo natural do carbono. Mas não adianta só ter um processo eficiente, é preciso que ele se encaixe nos processos industriais existentes. Senão, não existe viabilidade econômica — finaliza.
(BAIMA, Cesar & MATSUURA, Sergio. O Globo, 22/08/16, p. 20.)
“A redução do CO2 é um grande desafio devido à inatividade da molécula” (3º §)
No fragmento acima, o acento indicativo da crase foi corretamente empregado.
Das alterações feitas na redação do fragmento, aquela em que o emprego do acento indicativo da crase é FACULTATIVO:
Leia os trechos para responder à questão 19.
“...sua dedicação à invenção de neologismos...”
“Mas voltemos à história do galo de Malaquias.”
Assinale a alternativa que justifique o uso da crase nessa ocorrência.
O emprego do acento indicativo de crase está INCORRETO em:
O QUE É... DEMISSÃO
É cuidar da carreira em outra empresa e descobrir que seus amigos do trabalho não eram tão amigos assim.
(1º§) No início de maio, o São Paulo Futebol Clube dispensou o técnico Oswaldo de Oliveira. Convidados a opinar sobre os potenciais substitutos, os conselheiros do clube elaboraram uma lista de 30 técnicos renomados. E nela não constava o nome do técnico do Cruzeiro, Wanderlei Luxemburgo. Numa entrevista ao UOL, o diretor de futebol do São Paulo, o senhor Carlos Augusto Barros e Silva, explicava por quê: "Há rejeição a ele no clube. Acho ruim essa cultura dos técnicos de trocar de emprego durante a vigência de seus contratos". Traduzindo: em 2002, Luxemburgo havia pedido demissão do Palmeiras, apesar do prestígio de que gozava no clube e de um bom ambiente de trabalho. Mais adiante, na mesma entrevista, o senhor Carlos Augusto comentava a importância que qualquer técnico brasileiro daria a um possível convite para dirigir o São Paulo: "Da lista de 30 nomes, 20 estão empregados e aceitariam deixar seus clubes para vir para cá". Ou seja, nas próprias palavras do senhor diretor, a "cultura" de romper contratos em vigência não seria um empecilho para contratar um técnico que estivesse regularmente empregado em outro clube, mas seria vista como "ruim" caso um técnico resolvesse deixar o São Paulo pelo mesmo motivo. Isso é típico do futebol? Ao contrário. O senhor diretor estava verbalizando uma opinião corrente no mercado de trabalho: ainda existem empresas que reagem emocionalmente quando seus bons funcionários pedem demissão.
(2º§) Se você está bem empregado e, de repente, recebe um convite melhor, certamente começará a pensar: "Como a empresa reagirá? Qual será o efeito de médio prazo em minha carreira?" E, caso você nunca tenha passado por uma situação dessas, acredite: um dia você passará. E as respostas, como você descobrirá (ou já descobriu), são: De cada dez "amigos do peito" de sua ex-empresa, nove mandarão dizer que estão em reunião quando você telefonar.
(3º§) Quais nove você só irá descobrir depois de sair.
(4º§) Palavras que você nunca ouvira, como "ingrato" ou "mercenário", passarão a acompanhar seu nome nas conversas de corredor. Caso você vá para uma empresa concorrente, o termo usado para defini-lo será "traidor". Na melhor das hipóteses, seu nome deixará de ser mencionado, como se você nunca tivesse trabalhado ali.
(5º§) A maioria de suas realizações pessoais será atribuída a outros ou ao sistema. Suas falhas serão amplificadas. O que antes era mérito vira culpa. Empresas que solicitarem informações sobre você irão esbarrar nas reticências: "Não, ele era um funcionário até que razoável, mas..."
(6º§) Sua ex-empresa estará torcendo pelo seu fracasso. Ele será o melhor exemplo a ser usado internamente de que pedir demissão é um erro.
(7º§) Vale chorar na saída, declarar amor eterno, tentar deixar as portas abertas? Bom, se fosse numa empresa profissional, manifestações sentimentais como essas não fariam nenhum sentido. Já para empresas emocionais, declarações do tipo "Eu adoraria ficar, mas tenho de ir" soam irremediavelmente falsas, quando não ofensivas. Logo, o melhor, sempre, é sair bem quietinho. Mas há uma última dica, a mais importante: nunca, em circunstância nenhuma, fale mal de sua ex empresa. Às vezes, o mercado de trabalho pode até emudecer. Mas jamais ficará surdo.
Max Gehringer é administrador de empresas e escritor, autor de diversos livros sobre carreiras e gestão empresarial.
As questões 09 e 10 referem-se ao conteúdo do (7º§).
Analise as proposições com o código V(Verdadeiro) ou F(Falso). Em seguida, marque a sequência correta.
Em:“Logo, o melhor, sempre, é sair bem quietinho”, temos: “logo” com ideia de “assim”; “sempre”; “bem” e “quietinho” exemplificando adjuntos adverbiais.( )
A crase de “Às vezes” faz parte da expressão adverbial. ( )
Em: “soam irremediavelmente falsas, quando não ofensivas” concordam em pessoa e número com “declarações do tipo”. ( )
Em: “sentimentais” e “irremediavelmente”, temos exemplos respectivos de ditongos decrescente e crescente, ambos orais. ( )
As palavras: “circunstância e última” pertencem à mesma regra de acentuação. ( )