Questões de Concurso
Sobre crase em português
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INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto a seguir para responder às questões que a ele se referem.
Texto 01
Você nunca termina suas tarefas?
O problema pode não ser gestão de tempo
1Todo mundo já deixou uma tarefa chata ou complexa para o dia seguinte — e não há nada de errado nisso.
Muitas vezes até precisamos de um tempo extra para tomar uma decisão importante, refletir sobre um ponto de vista
ou avaliar um projeto da empresa.
A procrastinação só vira de fato um problema quando acontece com frequência e impacta negativamente
5a saúde física e mental.
“É o atraso de um ato voluntário, que ocorre apesar de sabermos que ele vai nos prejudicar”, define Timothy
A. Pychyl, professor de psicologia na Carleton University, no Canadá, em seu livro Solving the Procrastination Puzzle
(“Solucionando o quebra-cabeça da procrastinação”, em tradução livre, sem edição no Brasil).
De acordo com Timothy, que estuda o assunto há mais de 20 anos, o hábito de “empurrar com a barriga” não
10está ligado à lassidão ou à má administração da agenda, como a maioria de nós acredita.
“A procrastinação constante é uma inabilidade para gerenciar emoções e impulsos”, afirma. Por isso, segundo
ele, é fundamental descobrir quais gatilhos psicológicos dão origem a seu “depois eu faço” antes de combater esse
inimigo da produtividade.
Pesquisas indicam que cerca de 20% dos adultos são procrastinadores crônicos, ou seja, vivem postergando
15o início ou o término de uma atividade, mesmo sabendo que esse comportamento provoca algum desconforto
(estresse, arrependimento, frustração, ansiedade, culpa) e geralmente causa danos aos estudos, à carreira e aos
relacionamentos.
Ora, se a procrastinação prejudica nosso bem-estar, por que promovemos essa autossabotagem? “Ao protelar
algo que nos parece desagradável, usufruímos uma súbita sensação de prazer”, diz Christian Dunker, psicanalista e
20professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Só que esse alívio é temporário, pois em
algum momento teremos de resolver as pendências.
Como é uma necessidade humana buscar a satisfação e fugir do sofrimento, quem cultiva o hábito de
“transferir para outro dia” entra num círculo vicioso, do qual é difícil se libertar.
Portanto, a procrastinação constante não está ligada à má gestão do tempo — ela nada mais é do que uma
25estratégia do cérebro para lidar com as emoções negativas. “Sendo assim, é preciso aceitar o problema e entender o
que está por trás dele para começar a superá-lo”, afirma Tânia Campanharo, psicóloga clínica de São Paulo.
Quando se transforma num estilo de vida, a procrastinação pode ser um sintoma de ansiedade — estado
emocional que aparece ao encararmos algo que provoca medo, expectativa ou dúvida. “As pessoas ansiosas não
pensam nem agem”, diz Christian.
30Como geralmente estão com a cabeça voltada para o futuro, elas têm dificuldade de realizar algumas
atividades e acabam jogando-as para a frente. A ansiedade também é um dos fatores que desencadeiam a
depressão, outra mola propulsora do adiamento ou do atraso frequentes.
Quem apresenta essa condição sofre com pensamentos negativos, sensação de inutilidade e sentimento de
culpa. Qualquer tarefa se torna incômoda e complicada. “O depressivo não tem vontade nem energia para agir”, diz
35Tânia. Vale dizer que a procrastinação e a depressão se retroalimentam — e nem sempre é fácil apontar qual delas
surgiu primeiro.
Outro elemento é o estresse, que também está relacionado a quadros de depressão e ansiedade. Nesse
estado de ânimo, a pessoa vive nervosa e frustrada, se distrai com facilidade e, como se cobra demasiadamente, às
vezes tem bloqueios mentais.
40Ela costuma deixar de lado uma tarefa relevante, priorizando as secundárias como forma de alívio. Aliás, essa
é uma característica do procrastinador de carteirinha: avaliar a realização de uma atividade pela satisfação que ela
proporciona, e não pelo nível de importância que ela tem para si mesmo ou para os outros.
“A procrastinação também pode estar associada a transtornos de personalidade e ao déficit de atenção”, diz
Rita Martins, psicanalista e professora na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
45Há mais fatores emocionais que podem sustentar o comportamento. Um deles é o medo — do fracasso ou do
sucesso, por exemplo.
Pessoas com esse perfil postergam decisões e tarefas sobretudo por três motivos: primeiro, porque desejam
evitar a crítica alheia; segundo, porque as coisas podem não sair do jeito que gostariam; e terceiro, porque acham
que não vão “dar conta do recado”.
50“O medo é uma das maiores travas que enfrentamos na vida”, afirma José Roberto Marques, presidente do
Instituto Brasileiro de Coaching.
Um exemplo disso foi o que aconteceu com o designer gráfico David Arty, de 31 anos. Na última empresa em
que atuou, ele fazia home office e tinha dificuldade de organizar a rotina — acabava deixando tudo para a última
hora. “Dormia mal, vivia estressado e não me sentia produtivo”, diz.
55Nessa época, David já sonhava em trabalhar por conta própria, mas o receio de fracassar fez com que adiasse
esse projeto. Depois que tomou coragem e virou freelancer, aprendeu a estabelecer prioridades e a administrar a
agenda. “Também passei a lidar melhor com o perfeccionismo, outra razão pela qual eu procrastinava”, afirma.
A mania de perfeição, aliás, pode andar de mãos dadas com o atraso frequente. Além do medo de ser
julgado, quem sofre desse mal presta tanta atenção nos detalhes que conclui os trabalhos só no último segundo.
60Isso faz com que o perfeccionista cometa erros, mantendo-se preso à ciranda da procrastinação.
A desmotivação também costuma estar por trás do adiamento constante — quando a pessoa não vê sentido
naquilo que faz, fica propensa a “empurrar com a barriga”. Segundo Timothy A. Pychyl, esse comportamento pode
indicar problemas maiores, como falta de direção na vida ou de identidade.
Esse era o caso de Sousete Silva, de 50 anos, coordenadora de compras do Minas Tênis Clube. Embora
65atuasse nessa mesma área, ela se sentia frustrada no emprego anterior e vivia cheia de pendências.
“Procrastinava no escritório e na vida pessoal”, diz. Ao se desligar da empresa, Sousete buscou o
autoconhecimento frequentando cursos de filosofia.
“Descobri que o antigo trabalho não estava alinhado com meus valores, daí o motivo da insatisfação”, afirma.
Hoje ela fez as pazes com a rotina e mantém a procrastinação sob controle focando três princípios: organização,
70disciplina e eficiência.
LIMA, Paula. Você nunca termina suas tarefas? O problema pode não ser getão de tempo. Disponível em:<https://exame.abril.com.br/carreira/voce-nunca-termina-suas-tarefas-o-problema-pode-nao-ser-gestao-de-tempo/. >Acesso em: 20 ago. 2019.
Assinale a alternativa em que o uso do sinal indicativo de crase se justifica por regra diferente da regra geral (fusão do “a” preposição com o “a” / “as” artigo definido feminino).
Leia com atenção a tira de “Garfield”, criada pelo cartunista Jim Davis, para responder às questões 1 e 2 a seguir.
Considere o sentido da tira acima e a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, para assinalar a alternativa incorreta.
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
Arte, música, poemas e histórias: crianças precisam disso?
01 As crianças precisam de arte, histórias, poemas e música tanto quanto precisam de amor,
02 comida, ar fresco e brinquedos. Prive uma criança de alimento e os danos rapidamente se
03 tornarão visíveis. Prive uma criança de ar fresco e brinquedos e os danos se tornarão também
04 visíveis, mas não tão rapidamente. Prive uma criança de amor e os danos, embora possam
05 permanecer ocultos por alguns anos, serão permanentes.
06 Mas prive uma criança de arte, histórias, poemas e música e os danos não serão vistos
07 facilmente. Entretanto, eles estarão lá. Essas crianças, com seus corpos saudáveis, podem
08 correr, pular, nadar e comer vorazmente e fazer muito barulho, como as crianças sempre fizeram
09 – mas algo lhes falta.
10 É verdade que algumas pessoas crescem sem nenhum contato com arte de qualquer tipo
11 e são perfeitamente felizes, vivem vidas boas e preciosas; pessoas em ......... casas não há
12 livros, e que não ligam muito para pinturas, e não entendem para que serve música. Tudo bem.
13 Conheço pessoas assim. São bons vizinhos e bons cidadãos.
14 Mas outras pessoas, em algum ponto de sua infância, ou na juventude, ou talvez em seus
15 anos de maturidade, deparam-se com algo com que jamais sonharam – algo que lhes é tão
16 estranho quanto o lado oculto da lua. Um dia, elas são surpreendidas por uma voz no rádio
17 declamando um poema; ou passam por uma casa de janelas abertas e escutam alguém tocando
18 piano; ou .......... a reprodução de uma certa pintura pendurada na parede de alguém e aquilo
19 lhes atinge como uma pancada tão forte e tão gentil, que elas sentem como que uma vertigem.
20 Nada as havia preparado para aquilo. Elas de repente se dão conta de uma fome enorme que
21 existia por dentro, embora não tivessem ideia disso um minuto atrás; fome de alguma coisa tão
22 doce e saborosa que chega a doer-lhes o coração. Quase choram. Sentem-se tristes e felizes,
23 sozinhas e acolhidas por conta desta experiência sumamente estranha e nova – e anseiam
24 avidamente por ouvir aquela voz do rádio mais de perto, demoram-se ali ao pé da janela, não
25 conseguem desgrudar os olhos da pintura. É isso que queriam, é disso que precisavam – como
26 um homem faminto precisa de alimento –, e não o sabiam. Nem imaginavam.
27 É isso que acontece a uma criança que precisa de música, pinturas ou poesia, ao se deparar
28 com essas coisas por acaso. Não fosse esse acaso, talvez o encontro jamais ocorresse, e ela
29 passaria a vida inteira num estado de inanição cultural da qual nem teria ideia.
30 Os efeitos da inanição cultural não fazem alarde, nem são passageiros. Não são facilmente
31 visíveis. E, como eu sempre digo, algumas pessoas, pessoas boas, bons amigos e bons cidadãos,
32 jamais chegam a viver essa experiência. Estão perfeitamente bem sem isso. Se todos os livros
33 e toda a música e todas as pinturas do mundo desaparecessem da noite para o dia, elas não
34 sentiriam falta; elas nem notariam.
35 Mas essa fome existe em muitas crianças e, muitas vezes, jamais chega a ser satisfeita,
36 porque jamais foi despertada. Muitas crianças em todos os cantos do mundo estão passando
37 fome pela falta de algo que alimenta e nutre suas almas de uma maneira que nada mais no
38 mundo poderia.
39 Dizemos, e com razão, que toda criança tem direito ____ alimentação, ____ abrigo, ____
40 educação, ____ assistência médica e assim por diante. Mas temos de entender que todas elas
41 ......... direito a vivenciar a cultura. Temos de entender verdadeiramente que sem histórias,
42 poemas, pinturas e música, as crianças também passarão fome.
Fonte: https://www.revistaprosaversoearte.com/arte-musica-poemas-e-historias-criancas-precisam-disso/ – Texto adaptado para esta prova.
A respeito do uso da crase, preencha, correta e respectivamente, as lacunas tracejadas das linhas 39 e 40.
Disponível em: https://www.naotemcrase.com/2014/10/contruir-as-margens-de.html Acesso em jan, 2024.
I. Existem erros, em relação à norma-culta, na placa.
II. A ausência do acento indicativo de crase altera o sentido da placa.
III. A presença do acento indicativo de crase denotaria uma expressão adverbial feminina.
IV. A placa refere-se à construção das margens da rodovia somente.
V. É possível inferir dois significados distintos à placa.
Selecione a alternativa que apresenta a opção correta.
Leia o texto para responder às questões de números 11 a 20.
União, gente
___Nunca se despreze o poder de uma ideia cuja hora chegou. Minha rebelião contra a salsinha ganha adeptos e, a julgar pela correspondência que recebo, esta era uma causa à espera do primeiro grito. Só não conseguimos ainda nos organizar e partir para a mobilização – manifestações de rua, abraços a prédios públicos – porque persiste uma certa indefinição de conceitos. Eu sustento que “salsinha” é nome genérico para tudo que está no prato só para enfeite ou para confundir o paladar, o que incluiria até aqueles galhos de coisa nenhuma espetados no sorvete, o cravo no doce de coco, etc. Outros, com mais rigor, dizem que salsinha é, especificamente, o verdinho picadinho que você não consegue raspar de cima da batata cozida, por exemplo, por mais que tente. Outros, mais abrangentes até do que eu, dizem que salsinha é o nome de tudo que é persistentemente supérfluo em nossas vidas, da retórica ao porta-aviões, passando pelo cheiro-verde. Meu conselho é que evitemos a metáfora e a disputa semântica e, unidos pela mesma implicância, passemos à ação.
___Mas, como se esperava, começou a reação dos pró-salsinhas. Alegam que a salsinha não é uma inconsequência culinária, mas tem importância gastronômica reconhecida, tanto que na cozinha francesa faz parte do nome de um prato – isto é, eles não só usam a salsinha como a anunciam! E não podia faltar: um salsófilo renitente, o jornalista Reali Jr., alega que a salsinha é, inclusive, afrodisíaca. Agora só falta dizerem que o verde intrometido tem vitamina V.
(Luis Fernando Verissimo. A mesa voadora. Rio de Janeiro,
Objetiva, 2010, Adaptado)
Respeitando-se o emprego do sinal indicativo de crase, o trecho destacado em – Só não conseguimos ainda nos organizar e partir para a mobilização... (1o parágrafo) – está corretamente substituído por
Leia os textos l e Il e responda o que se pede no comando das questões.
Texto I
O Emblema da Sirene.
Um dos maiores especialistas em acidentes do mundo, o professor Charles Perow, da Universidade de Yale, diz que existem tragédias virtualmente inevitáveis, que decorrem de falhas de sistema. São o que ele chama de “acidentes normais”. Praticamente impossíveis de antecipar, como um terremoto ao qual se segue um tsunami, são, por isso mesmo, os mais desafiadores. É possível, embora improvável, que o rompimento da barragem de Brumadinho, cuja causa ainda não foi esclarecida, venha a ser incluído na categoria dos “acidentes normais” precisam resultar em catástrofes com tamanhas perdas humanas. Aí, entra o descaso.
Tome-se o exemplo das sirenes de Brumadinho. Depois do desastre de Mariana, que deixou dezenove mortos, a lei passou a exigir que as operadoras de barragens instalassem sirenes para alertar os trabalhadores e moradores das cercanias em caso de rompimento. Cumprindo a lei, a Vale instalou sirenes em Brumadinho e orientou a população sobre rotas de fuga e locais mais seguros para se abrigar. Acontece que, na tarde da sexta-feira 25, a sirene da barragem que se rompeu não tocou. A medida de segurança mais básica, e talvez a mais eficaz para salvar vidas, simplesmente não funcionou. Por quê?
A assessoria de imprensa da Vale explica que a sirene não tocou “devido à velocidade com que ocorreu o evento”. Parece piada macabra, e não deixa de sê-lo, mas sobretudo descaso letal. Ou alguém deveria acreditar que a Vale instalou um sistema de alerta capaz de funcionar apenas no caso de acidentes que se anunciam cerimoniosamente a si mesmos, aguardam que sejam tomadas as providências de segurança e só então liberam sua fúria?
O descaso não é órfão. É filho dileto de uma mentalidade que mistura atraso com impunidade. O atraso foi o que levou as empresas de mineração a ignorar as lições de Mariana. Pior: elas trabalharam discretamente, sempre nos bastidores, para barrar iniciativas que, visando a ampliar a segurança nas barragens ,as levariam a gastar algum tempo e algum dinheiro. A impunidade é velha conhecida dos brasileiros. Três anos depois, dos 350 milhões de reais em multas aplicadas pelo Ibama à Samarco, responsável pelo desastre de Mariana, a mineradora não pagou nem um centavo até hoje.
Acidentes acontecem e voltarão a acontecer. Há os que decorrem de falha humana, os que resultam de erro de engenharia, os produzidos por falhas sistêmicas. Alguns são mais complexos do que outros. Nenhum deles, porém mesmo os inevitáveis “acidentes normais” de Perow, precisa ceifar tantas vidas. Eliminando-se o atraso e a impunidade, pode-se começar com uma sirene que toca.
Fonte: Veja,16 de fevereiro de 2019.
Texto II
I
O Rio? É doce.
A Vale? Amarga
Ai, entes fosse
Mais leve a carga.
II
Entre estatais
E multinacionais
Quantos ais!
III
A divida interna
A dívida externa
A divida eterna
IV
Quantas toneladas exportamos
De ferro
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro?
Fonte: 1984, Lira Itabirana, Carlos Drummond de Andrade.
Em: “(...)dos 350 milhões de reais em multas aplicadas pelo lbama à Samarco, (...)'', o emprego do acento grave como exemplificado nessa estrutura se repetiria em:
Quanto ao uso da crase, assinalar a alternativa INCORRETA:
Leia o texto a seguir para responder as questões de 1 a 10:
O PORTA DOS FUNDOS E OS LIMITES À LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Por Gazeta do Povo
[22/12/2019] [00:01]
No programa do Porta dos Fundos, entre outros conteúdos questionáveis, Jesus é retratado como homossexual.
- ___É amplamente conhecida a história contada pelos humoristas do grupo inglês Monty Python a respeito da origem de
- um de seus longas-metragens. Interessados em satirizar Jesus Cristo, eles vasculharam os Evangelhos à procura de algo que
- rendesse piadas, mas acabaram desistindo. “Não há como tirar sarro do que ele [Cristo] diz, é coisa muito digna”, afirmou
- Eric Idle, um dos membros da trupe. O resultado foi A vida de Brian, cujo enredo gira em torno de uma outra pessoa,
- contemporânea de Jesus e que é confundida com o Messias. Já os brasileiros do Porta dos Fundos não tiveram a mesma
- sensibilidade em seu especial de Natal. A primeira tentação de Cristo, que começou a ser exibido em 3 de dezembro pelo
- serviço de streaming Netflix, mostra Jesus em sua festa de 30 anos (ou seja, prestes a iniciar sua vida pública), na qual fica
- sabendo que é adotado e que seu pai verdadeiro não é José, e sim o próprio Deus. Um ponto que se tornou especialmente
- ofensivo para cristãos de diversas denominações é o fato de Jesus ser retratado como homossexual, pois leva um namorado
- para a festa.
- __Boa parte das reações ao vídeo, até o momento, tem se concentrado no boicote à Netflix e no pedido para que as
- pessoas cancelem sua assinatura do serviço. Não é nosso objetivo, no momento, avaliar se esta é uma reação acertada ou
- não, mas é importante lembrar que, em sociedades democráticas, o boicote é uma expressão de liberdade individual em que
- a pessoa avalia os prós e contras de consumir determinado produto ou serviço. No caso em questão, trata-se de avaliar se
- vale a pena abrir mão dos demais conteúdos oferecidos – e que incluem obras com mensagens que muitos cristãos veem
- como positivas – para não acabar financiando também o que se considera uma ofensa grave. O boicote, inclusive, é ferramenta
- amplamente utilizada por minorias e outros grupos de pressão, e não pode ser deslegitimado única e simplesmente com base
- em quem organiza e quem é atingido pela ação.
- ___O tema que nos interessa, aqui, é outro: discutir se, quando o tema é religião, há limites ao alcance da liberdade de
- expressão e possíveis consequências jurídicas. Diversos países usam abordagens diferentes para o tema. Em uma ponta, está
- o ordenamento legal norte-americano, que consagra a liberdade quase irrestrita; no entanto, a maioria das outras democracias
- do Ocidente segue a tradição pós-vestfaliana, surgida com o encerramento das guerras de religião que varreram a Europa nos
- séculos 16 e 17, e que defende o respeito às diferentes confissões religiosas, inclusive como ferramenta de pacificação da
- sociedade. A Alemanha, por exemplo, criminaliza a mera ofensa às religiões, o que faria dela uma lei bastante restritiva se
- não fosse pelo detalhe de exigir que a ofensa possa “perturbar a paz pública”. Isso cria uma divisão entre religiões que podem
- ser ofendidas, pois seus membros reagem de forma não agressiva, e religiões que não podem ser ofendidas, pois a resposta
- de seus fiéis é violenta – o que nos remete à resposta que um dos membros do Porta dos Fundos, Fábio Porchat, deu em
- entrevista de 2013 ao jornal O Estado de S.Paulo: “não faço piada com Alá e Maomé, porque não quero morrer! Não quero
- que explodam a minha casa só por isso”.
- __O Brasil, no artigo 208 do Código Penal, adota uma régua mais liberal, pois o ato definido como crime é o de
- “vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”. Não basta o simples ataque ou crítica; o vilipêndio vai muito além
- disso, sendo um grau mais forte de ofensa, e que precisa ser dirigido a um “ato ou objeto de culto”, o que inclui cerimônias
- e também personagens veneradas como sagradas por cada fé. Também não é nosso objetivo, neste espaço, avaliar se o vídeo
- do Porta dos Fundos efetivamente incorreu em desrespeito ao artigo 208 do Código Penal; mas, havendo quem considere
- que houve crime, é natural que os ofendidos recorram à Justiça, a quem cabe resolver a questão.
- ___Até o momento, no entanto, as ações contrárias ao vídeo têm sido propostas na esfera cível, não na penal, embasadas,
- entre outros pontos, em textos constitucionais como o artigo 221, que inclui o “respeito aos valores éticos e sociais da pessoa
- e da família” como princípios da programação de emissoras de rádio e televisão no Brasil. O Ministério Público do Rio de
- Janeiro, por exemplo, emitiu parecer pela suspensão da veiculação, enquanto no Mato Grosso, onde houve pedido
- semelhante, a posição do MP foi contrária. Tribunais fluminenses e paulistas, até agora, têm decidido pela manutenção do
- vídeo na plataforma de streaming.
- ___A liberdade de expressão, como sabemos, não é absoluta. Ninguém pode se escorar nela, por exemplo, para caluniar
- outra pessoa ou defender posturas ofensivas à dignidade humana, como o racismo. O ordenamento jurídico brasileiro decidiu,
- além disso, colocar alguns outros limites a essa liberdade, protegendo outros valores, como o sentimento religioso, mas
- estabelecendo a necessidade de a ofensa se revestir de maior gravidade que a mera crítica ou sátira. É por isso que não se
- pode simplesmente acusar de “censuradores” os cristãos que, ofendidos pelo conteúdo do vídeo, recorram à Justiça – direito,
- aliás, exercido por muitos outros grupos quando se julgam atacados –, e o epíteto tampouco serviria a um magistrado que,
- eventualmente, considerasse haver crime ou violação a princípios constitucionais. Essa atitude leva a uma banalização do
- termo “censura” (hoje usado levianamente até para descrever situações como a retirada de incentivo estatal a certas
- manifestações artísticas) e vai lentamente apagando a noção de, por mais valiosa que seja a liberdade de expressão, ela não
- legitima um “vale tudo”.
https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/o-porta-dos-fundos-e-os-limites-a-liberdade-de-expressao/ acesso em 27/12/2019.
Analise as afirmações a seguir.
I) O vocábulo “embasadas” (l. 36) pode ser substituído, sem prejuízo de sentido, pela palavra sustentadas.
II) O acento indicativo de crase na expressão “ofensivas à dignidade” (l. 43) marca a união da preposição “a” ao artigo definido, introduzindo um adjunto adnominal.
III) O conectivo “além disso” (l. 44) marca uma contraposição entre as orações.
Está (ão) correta (s)
Exposição no Palácio dos Bandeirantes convida a viajar
para o passado
A exposição “Arte e história nas coleções públicas
paulistas”, em cartaz no Palácio dos Bandeirantes, sede
do governo paulista, convida o visitante a passear pelo
passado. São mais de 200 peças trazidas do Museu
Paulista (mais conhecido como Museu do Ipiranga), da
Pinacoteca do Estado e do Acervo Artístico-Cultural dos
Palácios do Governo. Uma coleção de ferros de passar
roupa, uma carruagem do século XIX, mobiliário da elite
paulista e telas de pintores como Benedito Calixto e
Antonio Ferrigno contam episódios da história do Brasil
desde os tempos coloniais. É a primeira vez que uma
exposição reúne peças dos três mais antigos acervos
culturais paulistas num único espaço.
Para ajudar os visitantes ___ viajar para o
passado, a exposição começa com uma apresentação do
grupo de teatro do Instituto Histórico e Geográfico de São
Vicente. Vestidos ___ moda do século XIX, cerca de 20
atores interpretam personagens típicos do Brasil _____
vésperas da Independência: escravos, capitães do mato,
padeiros portugueses, aristocratas indolentes, polemistas
da imprensa e sinhás. Alguns personagens históricos
também entram em cena, como a escritora negra Maria
Firmina dos Reis, o jornalista Manoel Bastos Tigre e Dona
Leopoldina, mulher de Dom Pedro I.
Os personagens conversam sobre dilemas do
Brasil de 1822: uma escrava exige sua liberdade e o
senhor diz que razões econômicas impedem a Abolição;
uma portuguesa maldiz as ideias independentistas de
certos brasileiros; um menino jornaleiro anuncia notícias
da época. A pecinha termina com o grito “Independência
ou morte!”, bradado por um Dom Pedro de no máximo 6
anos de idade.
Depois da apresentação, os atores passeiam pela
exposição com os visitantes. Boa parte do espaço da
exposição é dedicada ____ iconografia produzida sobre
os bandeirantes, que foram glorificados em pinturas
acadêmicas e bucólicas. No início do XX, membros da
elite paulista costumavam encomendar obras de arte de
temática bandeirante para o Museu do Ipiranga. A
exposição tenta problematizar os bandeirantes e lembra
as brutalidades cometidas por eles contra populações
indígenas. Mas a história que os quadros contam é outra:
paulistas orgulhosos, com barbas longas e chapéus de
aba larga, índios sempre em segundo plano.
https://epoca.globo.com... - adaptado.
Considerando-se o uso ou não da crase, assinalar a alternativa que preenche as lacunas do texto CORRETAMENTE:
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
Por que você precisa se tornar um professor empreendedor?
01 O professor como conhecemos hoje, exclusivamente atrelado ___ uma instituição de
02 ensino, aos poucos, dará espaço a um profissional capaz de preencher a lacuna existente entre o
03 docente tradicional, o administrador e o formulador de políticas educacionais. Estamos falando do
04 chamado teacherpreneur, ou professor-empreendedor em tradução livre. Afirmo isto diante da
05 realidade de que, apesar dos avanços tecnológicos, a maioria das escolas conta com uma
06 hierarquia que separa as pessoas que criam políticas educacionais (administradores) daquelas
07 que realmente entregam a educação (professores)
08 Essa história de compartimentalização muda com o professor-empreendedor, que além de
09 estar no dia ___ dia no ambiente escolar, sai da sala de aula para interagir com múltiplos
10 domínios da educação. Assim, em termos gerais, um professor-empreendedor envolve-se na
11 liderança educacional, escreve seus próprios currículos, pesquisa metodologias educacionais,
12 aprende a usar diferentes tecnologias, cria cursos próprios e os vende ou disponibiliza
13 gratuitamente em plataformas digitais, educa outros professores e até trabalha para reformar as
14 políticas educacionais oficiais.
15 Esse novo educador tem como característica fundir a imagem do professor inovador com a
16 liderança empreendedora que assume riscos para criar seu próprio lugar no mundo profissional.
17 São pessoas empenhadas em criar uma cultura de criatividade e reflexão na sala de aula, mas
18 que também pensam suas ações para além deste espaço, pois têm consciência de que o
19 aprendizado e lições valiosas não devem ficar restritos aos bancos escolares.
20 A possibilidade de se tornar um professor-empreendedor pode ser uma das soluções para
21 reverter o crescente desinteresse pela carreira e conter o êxodo para o mundo administrativo,
22 movimento geralmente resultante de salários pouco competitivos, dificuldades em lidar com os
23 alunos e até mesmo o esgotamento físico e mental que muitos alegam ao deixar a educação. É
24 um caminho possível para ajudar aqueles professores talentosos e dedicados a permanecerem
25 entusiasmados com sua profissão e a compartilharem suas melhores práticas. A chave aqui é que
26 o educador crie uma maneira diferente de navegar na profissão sem abandoná-la ou perder a
27 vontade de ensinar.
28 Mas o que os teacherpreneurs estão produzindo agora?
29 Como exemplo de professores-empreendedores, podemos nos pautar por vários cases de
30 sucesso, tanto no exterior como aqui mesmo no Brasil. São educadores que resolveram criar seu
31 próprio produto ou serviço para solucionar problemas que eles ou seus colegas encontraram na
32 sala de aula, desenvolvendo soluções criativas para educação.
33 Este é o caso do professor de História de uma escola pública localizada no Bronx, Charles
34 Best, que fundou o site DonorsChoose.org, uma plataforma de financiamento coletivo de projetos
35 escolares direcionados ___ rede pública norte-americana. Em 2000, Charles Best propôs que
36 seus alunos lessem “Little House on the Prairie”. Enquanto fazia fotocópias do único livro
37 disponível na escola, pensou em todo o dinheiro que ele e seus colegas gastavam em livros e
38 materiais de apoio para lecionar. Foi então que ele imaginou que talvez houvesse pessoas que
39 gostariam de colaborar com projetos educacionais, desde que pudessem acompanhar para onde
40 seu dinheiro estava indo.
41 Best esboçou um site onde os professores poderiam postar solicitações de projetos de sala
42 de aula e os doadores poderiam escolher os que desejariam apoiar. Seus colegas postaram os
43 primeiros onze pedidos. Hoje, a plataforma é utilizada em todo os Estados Unidos. Quando o
44 projeto atinge a meta de doações em dinheiro, a organização do DonorsChoose entrega os
45 materiais necessários – que vão desde livros e giz de cera até microscópios e equipamentos
16 esportivos – e envia para os doadores um extrato detalhado, indicando como cada dólar foi
47 utilizado.
48 Como se tornar um professor empreendedor?
49 Os exemplos mostram o quanto os professores empreendedores têm a oportunidade de
50 afetar a política educacional, impactando a sociedade e gerando inovação no ensino, sem
51 estarem necessariamente atrelados a uma instituição ou sala de aula convencional. Eles geram
52 renovação e entusiasmo, além de experiências mais eficazes e enriquecedoras para todo o
53 sistema educacional. Em certo sentido, eles dão um passo adiante para alcançar um estado de
54 aprendizado mais engajado e simplificado.
55 Abrir-se para a possibilidade de se transformar num professor-empreendedor é
56 importante porque traz um novo olhar sobre o ensino-aprendizado e sobre suas próprias
57 possibilidades como educador e pessoa. A profissão de professor não vai acabar, mas vai se
58 transformar profundamente. É importante se perguntar se você quer acompanhar esta mudança
59 ou não. Pelo que já estamos vendo, será uma ótima jornada. Você não vai querer ficar fora
60 desta, vai?
(Luciana Allan – Revista Exame – 14/02/2019 – disponível em: https://exame.abril.com.br/ - adaptação)
Considerando o emprego do acento indicativo de crase, assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas das linhas 01, 09 e 35.
Como se sabe, em algumas palavras femininas não se utiliza a crase. Nesse sentido, assinale a alternativa que se apresenta INCORRETA:
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
Por que 2019 poderá ser o melhor ano da história da humanidade?
- O início de cada ano nos inunda com uma aura de otimismo, não é mesmo? Acreditar que
- tudo vai dar certo nos dá ânimo e coragem para seguir adiante. Afinal, quem não deseja ver um
- mundo mais justo, onde seja possível realizar sonhos, alcançar metas, ter uma vida mais
- próspera, digna e saudável?
- Mas, ao longo do ano, o bombardeio de notícias ruins vai enfraquecendo esse otimismo,
- chegando ao ponto de muitas pessoas perderem o ânimo e até a esperança na humanidade. Mas
- será que a humanidade não tem jeito mesmo? Estamos retrocedendo?
- Para acender uma luz sobre esse paradigma tão arraigado em nossas mentes, o jornalista
- Nicholas Kristof do New York Times, através da compilação de dados de pesquisas, publicou o
- artigo Why 2018 Was the Best Year in Human History! (Porque 2018 foi o melhor ano na história
- da humanidade!). O trabalho do autor foi elencar números que sustentam um otimismo legítimo
- e mostram como estamos evoluindo globalmente em questões essenciais.
- Compartilho aqui alguns desses números, para entendermos como foi possível essa
- afirmação tão positiva:
- -Segundo Max Roser, da Oxford University, durante 2018, a cada dia do ano, em média, 295.000
- pessoas tiveram acesso ___ eletricidade pela primeira vez em suas vidas;
- -Por dia, outras 305.000 pessoas desfrutam de água tratada e 602.000 pessoas acessaram ___
- internet pela primeira vez;
- -Nunca antes tantas pessoas foram alfabetizadas e alcançaram tamanha longevidade;
- -Em 2018, menos de 10% da população mundial viveu em situação de extrema pobreza, em
- comparação com a década de 80, quando 44% viviam nessa triste situação.
- Confesso que me entusiasmei ao ler o artigo. Em seguida, ao ampliar minhas pesquisas
- sobre o assunto, encontrei o trabalho brilhante do psicólogo Steven Pinker – nomeado em 2004
- como uma das pessoas mais influentes pela Revista Time.
- Pinker compartilha da mesma visão de Nicholas, o que fica claro ao assistir
- ao TED gravado por Pinker em abril de 2018, no qual ele traz uma quantidade impressionante de
- dados que comprovam o nosso progresso como humanidade em vários quesitos. A mensagem
- fica clara: podemos, sim, desconstruir uma visão pessimista de mundo. Isso não significa perder
- noção da realidade ou fechar os olhos para problemas, pelo contrário, valorizar essas conquistas
- nos dá mais inspiração para melhorar! Muitos outros passos ainda precisam ser dados
- globalmente nas mais variadas áreas, mas saber dessas informações nos reabastece de
- otimismo.
- Me pergunto, se houvesse uma pesquisa sobre qual a percepção das pessoas sobre a
- situação global, talvez tivéssemos números muito mais desanimadores do que os reais,
- apresentados por Nicholas e Pinker. Não acha próprio celebrarmos esse degrau que subimos em
- direção ___ mais civilidade? Principalmente por ser resultado de esforços individuais e de um
- grande esforço coletivo, afinal cocriamos dia a dia nossa própria realidade.
- Justiça, equidade, civilidade, tolerância e fraternidade são alguns exemplos de valores que
- estão por trás dos avanços apresentados nas pesquisas citadas, mas que ainda precisam
- ser aperfeiçoados para contemplarmos cada vez mais nossas necessidades, respeitarmos as
- diferenças e celebrarmos o que nos une: nosso senso de humanidade. Filosofia ___ parte,
- tangibilizar esses conceitos melhoram na prática a vida dos seres humanos em qualquer canto
- desse mundo.
- Meu desejo este ano é que a gente consiga manter o otimismo vivo, para realizar ainda
- mais sonhos individuais e coletivos, permanecendo atentos à realidade e não ao sensacionalismo.
- Assim será mais fácil fazermos nossa parte e contribuirmos para que 2019 seja o melhor ano da
- história da humanidade!
- Idealizadores do Walk and Talk, Luah Galvão e Danilo España deram uma Volta ao Mundo
- por mais de 2 anos e visitaram 28 países para entender o que motiva pessoas. Em seguida
- fizeram o Caminho de Compostela, entrevistando peregrinos sobre superação. Fecharam a tríade
- de viagens pesquisando “Resiliência” no projeto que batizaram de “Expedição Perú” e
- compartilham suas descobertas através de palestras e workshops por todo o Brasil.
Danilo España – Revista Exame – 16/01/2019 – Disponível em https://exame.abril.com.br/ - Adaptação)
Considerando o emprego do acento indicativo de crase, assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas das linhas 16, 17, 36 e 41.
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.
Previsões de Um Futuro Passado: 30 Anos de Internet
- Há 30 anos, o mundo era outro. Não, eu não estou falando da queda do muro de Berlim,
- da eleição de Collor ou dos protestos na Praça da Paz Celestial. Quero dizer que, em 1989, a
- internet mal existia. Foi só naquele ano que Tim Berners-Lee deu forma final a seu conceito de
- World Wide Web, quando ainda trabalhava na Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear em
- Genebra. Provedores de internet para o grande público só engatinhavam nos Estados Unidos e na
- Europa.
- Ainda que fosse um cenário bastante distinto da nossa web de redes sociais, conexão
- sem-fio e emojis, ali estavam as bases da rede mundial de computadores que conhecemos hoje.
- Em homenagem ___ três décadas dessa invenção que mudou o mundo, mergulhei nos acervos
- de O Globo para conferir quais eram as previsões dos jornais sobre o futuro da Internet entre
- 1989 e 1995, ano em que o serviço chegou oficialmente ao Brasil e pudemos enfim conferir seu
- funcionamento ao vivo e a (poucas) cores. Separei, a seguir, três das mais interessantes
- previsões, deixando de lado outras como e-commerce e internet banking.
- "Quem quer ler tanta notícia?"
- Em 1991, a internet já alcançava um número decente de usuários. Pelo menos 3 milhões,
- segundo uma reportagem que descrevia as cada vez mais conectadas redes de computadores,
- até então, principalmente, acadêmicas. E um dado chama a atenção: quem se conectasse ___
- rede poderia ter acesso ___ mais de “200 conferências internacionais, sem sair de casa”. Mais do
- que isso, era possível ler até 100 páginas de notícias por dia! O número hiperbólico levou a
- repórter a se questionar: “Quem quer ler tanta notícia?!”
- Pois bem... quase 30 anos depois, o panorama é outro. Só nos EUA, dois terços das
- pessoas acessam notícias online , e a tendência é que esse número ainda cresça. O volume de
- publicações então, é imensurável. Certeza só de que são muito mais do que 100 páginas diárias
- de notícias por aí. A casa, com certeza, está nos milhões de artigos, reportagens, gráficos, vídeos
- e análises noticiosos por dia. Mas a pergunta continua de pé: “Quem quer ler tanta notícia?!”
- “Dono de videolocadora, o tempo é de começar a se preocupar”
- O aviso alarmista estampado em uma das reportagens analisadas não poderia ter sido
- mais certeiro, ainda que um pouco precipitado. Em outubro de 1994 a gigante americana Time-
- Warner anunciava o lançamento de um serviço de “Video On Demand” para alguns assinantes. O
- objetivo era de fornecer notícias, filmes e entretenimento em uma “rede digital multimídia”. Os
- arquivos eram comprimidos, enviados em até 450bps para receptores (que poderiam ser TVs) e
- então vistos pelos assinantes. Naquela altura, até 1000 pessoas eram capazes de assistir filmes
- simultaneamente.
- Com tamanhas aspirações, não surpreende que o repórter tenha visto a medida da Time-
- Warner (e de sua concorrente, a Oracle) como uma péssima notícia para as videolocadoras.
- Quase 30 anos depois, a preocupação era mais do que justificada. Vivemos uma era de
- streaming, a Blockbuster que o diga. Descansem em paz, videolocadoras.
- O rosto do seu computador
- Nem toda previsão é acertada. Inclusive uma feita pelo New York Times, que cravou, em
- 11 de julho de 1994, que a próxima grande tendência da informática seria dar caras aos
- computadores. E da maneira mais assombrosa possível: gerando rostos que interagissem e
- dessem recados aos usuários sobre o funcionamento dos PCs. A ideia, que talvez parecesse
- natural na época, felizmente, nunca foi para frente. Em 2019, ninguém recebe uma tela azul
- acompanhada de uma cara triste. :(
- A ideia, porém, não é de todo incoerente. A tentativa de humanização dos computadores
- ainda está na moda, como mostram filmes como “Her” e assistentes digitais como a “Alexa” e a
- “Siri”, da Amazon e Apple, respectivamente. A tentativa é válida e pode facilitar a vida dos
- usuários. Só, por favor, não deem rostos ___ máquinas. Não queremos pesadelos.
Daniel Salgado – 08/02/2019 – Disponível em: https://epoca.globo.com – adaptação.
Considerando o emprego do acento indicativo de crase, assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas das linhas 09, 17, 18 e 48.
As questões de 1 a 10 dizem respeito ao texto. Leia-o atentamente antes de respondê-las.
Por que dar á luz era muito mais fácil dois milhões de anos atrás
1 O parto humano pode ser um processo, longo,
doloroso e prolongado, que necessita assistência e,
às vezes, chega a durar dias. Então, por que
parentes dos humanos como os chimpanzés têm
5 um trabalho de parto mais fácil, dando à luz em
horas e por conta própria? Na tentativa de
responder a essa pergunta sobre evolução, os
cientistas observaram como os membros antigos
da árvore genealógica humana davam à luz. Para
10 nossos parentes de dois milhões de anos atrás, era
"bastante fácil", de acordo com uma reconstituição
do nascimento. No caso do Australopithecus
sediba, que viveu 1,95 milhão de anos atrás na
África do Sul, vemos "um processo de nascimento
15 relativamente fácil", diz a pesquisadora Natalie
Laudicina. " A largura da cabeça fetal e dos ombros
tem amplo espaço para atravessar até as
dimensões mais apertadas do canal de parto
materno", diz ela. Hoje é diferente, pois o tamanho
20 e a forma da pélvis moderna (uma mudança
necessária para caminhar na posição vertical) e o
tamanho grande da cabeça de um bebê tornam
esse ajuste apertado.
(Fonte adaptada: https://g1.globo.com>acesso em 29 de Setembro de 2019)
“O parto humano pode ser um processo longo, doloroso e prolongado, que necessita assistência e, às vezes, chega a durar dias.” (linhas 1 a 3).
A crase foi empregada no trecho retirado do texto pela seguinte regra:
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
https://super.abril.com.br/c iencia/confianca-da-populacao-nos- cientistas-cai-no-brasil- e-sobe-noseua/
Considerando o contexto das ocorrências do vocábulo ‘a’ no texto, as lacunas tracejadas das linhas 05, 15 e 24 devem ser preenchidas, correta e respectivamente, por:
A reforma da Previdência pesará mais sobre os mais pobres ou os mais ricos?
Heloísa Mendonça – 03/06/2019 – 16:22 BRT
1 A reforma da previdência é o assunto
2 que está mexendo com o Brasil. O ministro da
3 Economia, Paulo Guedes, tem repetido que a
4 nova Previdência irá remover privilégios e
5 reduzir as desigualdades entre as
6 aposentadorias do setor privado e público. Já
7 a oposição argumenta que as mudanças
8 atingirão principalmente os mais pobres. Mas
9 quem de fato vai ter de encarar mudanças
10 com a reforma que está no Congresso?
11 Para destrinchar algumas das mudanças
12 mais polêmicas propostas pela reforma, o EL
13 PAÍS escutou três economistas: Paulo Tafner,
14 um dos maiores especialistas em Previdência
15 no país, o pesquisador Marcelo Medeiros,
16 vinculado à Universidade de Princeton nos
17 Estados Unidos, e Denise Lobato Gentil,
18 professora do Instituto de Economia da
19 Universidade Federal do Rio de Janeiro
20 (UFRJ).
21 Contribuição maior para funcionários
22 públicos e da iniciativa privada
23 Dentre as diversas mudanças, há um
24 consenso entre os especialistas de uma
25 medida que ajudará a melhorar a distribuição
26 de renda: a criação de alíquotas de
27 contribuição progressiva para o setor privado
28 e os servidores. Hoje, os empregados da
29 iniciativa privada recolhem de 8% a 11%,
30 dependendo do salário. A nova regra prevê
31 alíquotas que variam de 7,5% a 14%,
32 distribuídas em mais faixas salariais. Para o
33 funcionalismo, cuja cobrança padrão é de
34 11%, a cobrança pode chegar a 22% para
35 quem recebe 39 mil reais ou mais. O modelo
36 foi pensado para garantir que quem ganha
37 mais pagará mais que os que ganham menos.
38 "A contribuição progressiva é correta e
39 positiva, já surte efeito no curto prazo. Mas
40 deve ser pedida para todas as categorias,
41 inclusive para os militares", aponta Medeiros.
42 A proposta de reforma para os militares -
43 apresentada à parte pelo Governo - unifica a
44 contribuição de todos os beneficiários do
45 sistema e passa a ser de 10,5% sobre o valor
46 integral do rendimento bruto a partir de
47 2022. Cabos e soldados estarão isentos dessa
48 contribuição durante o serviço militar
49 obrigatório. Hoje ativos e inativos contribuem
50 com 7,5% sobre o rendimento bruto.
51 Mas afinal, as mudanças vão pesar mais
52 para algum grupo?
53 Ainda que individualmente a reforma
54 piore a situação de todos os trabalhadores
55 brasileiros com regras mais rígidas, Tafner
56 defende que quando olhamos o coletivo, a
57 mudança será positiva para a sociedade como
58 um todo. "A partir do momento em que o
59 Governo consiga controlar as contas públicas,
60 o Estado terá maior capacidade de investir
61 recursos em educação e saúde, duas áreas
62 que, quando sofrem cortes, atingem muito
63 mais os mais pobres", afirma.
64 Para o economista, não há dúvida de
65 que na equação das novas regras
66 da aposentadoria serão os segmentos mais ricos
67 os mais punidos. "Pegue o exemplo de um
68 funcionário público, hoje ele se aposenta com
69 53, 54 anos. Com a reforma, para chegar ao
70 salário integral do benefício, ele terá que
71 trabalhar até os 65 anos, 10 anos mais. Já a
72 alíquota dele pode chegar a 18%, enquanto o
73 trabalhador urbano mais pobre será de
74 7,5%", diz.
75 Outro aspecto que pune os mais ricos,
76 segundo o economista, é que, com a reforma,
77 todos os servidores, inclusive deputados,
78 senadores ou juízes, vão ganhar no máximo
79 5.800 reais de aposentadoria.
80 "Proporcionalmente, o custo individual é
81 muito maior dessas pessoas e nesse sentido a
82 reforma é justa. Todo mundo está sendo
83 punido, mas os mais ricos mais. Não é a toa
84 que os servidores estão contra", explica
85 Tafner.
86 A visão de Denise Gentil é
87 completamente oposta. Para a economista, a
88 reforma é desalentadora e não combate
89 privilégios. "Se quisesse combater, não usaria
90 a Previdência como estratégia, e sim a
91 reforma tributária. O que o projeto quer é
92 desconstitucionalizar toda a proteção social.
93 Sem segurança jurídica, as pessoas irão
94 trabalhar sem perspectiva de se aposentar",
95 afirma Gentil. Na avaliação da professora da
96 UFRJ, as mulheres, professoras, os
97 trabalhadores rurais e os
98 beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC)
99 serão os maiores prejudicados. "Pensando em
100 cortes, a estratégia é de eliminação. Eliminar
101 as pessoas de alcançar a sobrevivência na
102 velhice".
103 Na avaliação de Medeiros, dizer que
104 quem pagará mais o ônus das mudanças na
105 aposentadoria serão os pobres é equivocado.
106 "Muita gente vai pagar. O que precisamos
107 fazer é uma reforma que alie
108 responsabilidade fiscal com responsabilidade
109 social. Esse projeto foi desenhado de tal
1110 maneira em que todo mundo sai perdendo,
111 mas o ideal é fazer mudanças para que os
112 pobres percam menos", diz.
113 Para o pesquisador, a distribuição das
114 aposentadorias é hoje extremamente
115 concentrada, e é ainda maior que a
116 desigualdade do mercado de trabalho. "Isso
117 traz uma mensagem importante. Se você
118 economizar no topo, você economiza a maior
119 parte dos recursos. Se você não fizer
120 concessões para as categorias que estão no
121 topo, você consegue economizar muito mais
122 que apertando as pessoas da parte de baixo",
123 explica Medeiros.
124 Apesar de avaliar que a reforma traz
125 uma série de medidas positivas, o
126 pesquisador afirma que o Governo continua
127 lançando medidas que protegem professores,
128 militares, policiais, mas não está interessado
129 em propor medidas para ajudar os mais
130 pobres. "A reforma mira a economia fiscal,
131 mas não se preocupa em melhorar a
132 aposentadoria de ninguém. Ela só tira. É
133 compreensível dado o rombo nas contas, mas
134 para os mais pobres é necessário criar
135 mecanismos de proteção um pouco
136 melhores", conclui.
Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/05/13/politica/15 57776028_131882.html Acesso em 11/07/2019. Texto adaptado
Justifica-se o uso da crase em “...o pesquisador Marcelo Medeiros, vinculado à Universidade de Princeton nos Estados Unidos...” (linhas 15-17) por uma regra de
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
Os principais tipos de relacionamentos ioiô
- Um tema de imensa importância e que se costuma não dar a devida atenção são os
- chamados relacionamentos ioiô. O que são esses relacionamentos? São aqueles em que o casal
- vive se separando e voltando poucos dias ou semanas depois. Esse tipo de relacionamento é
- dominado pela insegurança, medos, carências e, principalmente, pela imaturidade. Os casais
- que costumam fazer isso podem estar passando por diversos problemas ou dificuldades. Os
- maiores motivos para se embarcar nesses relacionamentos são a falta de sinceridade
- e transparência.
- Um caso clássico são aquelas pessoas que ___ uma autoestima infinitesimal ou tendendo a
- zero. Muitas dessas pessoas namoram alguém só para não ficarem sozinhas. Já ouviu aquela
- frase? “Ruim contigo, pior semtigo”? Pois é! É dessas pessoas que estou falando! Os
- relacionamentos ioiô nesses casos acontecem assim, um dos dois termina e tenta “encontrar
- alguém melhor”. Como encontrar alguém melhor se você mesmo não consegue ser melhor?
- Não se esforça para ser melhor? Não dá, meu amigo! Aí a pessoa fica carente e depois de
- tentativas em vão volta para a pessoa que não ama de verdade, volta só para não ficar sozinha
- e vive assim um pseudorrelacionamento. Para esses casos, a melhor saída é a busca de uma
- ajuda psicológica, para melhorar a autoestima, juntamente com a busca incessante pelo
- autoconhecimento.
- Um dos casos mais comuns são os namorados pilantras. Isso mesmo! Pilantras! Quem são
- os namorados pilantras? São aqueles que terminam dois ou três dias antes do carnaval e
- querem voltar dois ou três dias depois do carnaval. Por que será que eles fazem isso, hein?
- Acho que nem preciso responder, não é mesmo? Pois é! Esses são os namorados pilantras. Mas
- sabe de uma coisa! Muitos casais aceitam isso. Eu digo ___ você que o mais importante é se
- amar primeiro. Se você se ama e consegue ser feliz e equilibrado sozinho, pode ter certeza que
- isso que acabei de citar jamais acontecerá, porque você jamais permitirá que aconteça,
- entende?
- Outra possibilidade é a das pessoas com problemas mal resolvidos do passado. Esse pode
- ser um grande “abacaxi”, porque muitas delas sofrem de algo que denomino “medo de revelar
- os medos”. São pessoas que sentem que quando alguém está prestes a adentrar em seus
- territórios feridos das emoções, ou se fecha no seu mundo de sombras, ou muda totalmente o
- assunto. Vários relacionamentos ioiô passam por essas situações. O indivíduo que sofre desse
- medo se sente sufocado pelo outro, como se ele ou ela quisesse fazer um interrogatório sobre o
- seu passado. Para esse tipo de casal e situação, o meu conselho é simples e precioso. Evite
- conversar sobre o passado da outra pessoa! Lembre-se sempre da frase do grande Roberto
- Carlos: “o que passou não quero mais lembrar, só quero ter você aqui…”. Dessa forma, a
- pessoa se sentirá muito mais confortável e segura.
- Outro caso um pouco mais sutil e complexo acontece com as pessoas nostálgicas. Esse tipo
- de relacionamento ioiô mexe com o inconsciente do indivíduo, por isso ele é mais complexo.
- Como acontecem esses casos? Um dos dois termina e aquele mais nostálgico fica sofrendo em
- demazia ao lembrar os melhores momentos que o casal passou junto, e como a nostalgia
- sempre é a lembrança de algo bom e carregado de emoções positivas, a pessoa desvia seus
- pensamentos daquilo que foi conflituoso e levou ao rompimento amoroso e volta a pensar no
- relacionamento em suas fases mais iniciais, que certamente estavam carregadas de emoções
- positivas e, acima de tudo, de paixão. Dessa forma, a pessoa também fica carente
- e “louca” para voltar o relacionamento, o que acaba acontecendo. Porém, a realidade mostra
- que já não existe mais paixão e dentro de pouco tempo um dos dois decide terminar mais uma
- vez, e fica um ciclo quase interminável de terminar-voltar-terminar-voltar! Você se identificou
- com essa possibilidade? Ela é mais comum do que se imagina…
- Existem outras possibilidades, mas acho que falei as principais. Evite os relacionamentos
- ioiô, pois eles só revelam medos, inseguranças, carências e, principalmente, infantilidades.
Texto adaptado especialmente para esta prova. Disponível em: https://www.contioutra.com/os-principais-tipos-derelacionamentos-ioio/. Acesso em 26 mar. 2019.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas tracejadas das linhas 08 e 22.
Analise os enunciados abaixo e assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente as lacunas.
I. O casal foi colocado frente ___ frente, no tribunal, após diversas denúncias de agressões.
II. Aquela família estava ___ espera de um milagre.
III. Todos querem ir ___ cidade de Itu onde aconteceu o inusitado caso da cesta de ouro.
Assinale a opção em que o emprego do sinal indicativo de crase é facultativo.