Texto 01- Dia das Mães: pouca reivindicação
e muito consumismo.
A data perdeu sua origem reivindicativa para se tornar um negócio com grande carga sentimental. (David Bernal)
Um colar feito com macarrões coloridos, uma moldura
enfeitada com pregadores de roupa ou um cinzeiro com
migalhas de pão. Quando éramos pequenos fazer o presente
do Dia das Mães era todo um acontecimento. O importante não era o valor material, mas o amor e o entusiasmo com que
fazíamos na escola. Depois, quando crescemos, puxamos o
cartão de crédito, enviamos flores, ligamos com um “amo você”
ou – se a distância permite – um almoço com um aperto de
mão.
Ao contrário do Dia dos Pais ou do Dia dos Namorados,
datas um pouco controversas, todo mundo comemora o Dia
das Mães. O que poucos sabem é __________ (I- o porquê
/ o por quê) de ele ser comemorado, já que sobre essa data
existem algumas falsas crenças.
O primeiro erro que as pessoas cometem é pensar que
o planeta inteiro comemora no mesmo dia. Países tão diversos
quanto Espanha, Romênia, Lituânia, África do Sul e Hungria
comemoram no primeiro domingo de maio. Mas outros, como
Estados Unidos, China, Cuba, Nova Zelândia e Brasil, no
segundo. Do outro lado estão a Argentina e a Bielorrússia, que
só homenageiam as mães em outubro.
O segundo mito é a crença de que se trata de uma
celebração religiosa. A Igreja comemora em 8 de dezembro,
coincidindo com a festa da Imaculada Conceição. E na
Espanha, por exemplo, foi assim até que em 1965 __________
(II- houveram / houve) mudança.
Os primeiros sinais desta festa são encontrados na
Antiguidade. No Egito todos os anos era celebrada a deusa
Ísis, mãe de todos os faraós, e na Grécia clássica o mesmo era
feito com Rea, mãe dos deuses Júpiter, Netuno e Plutão. Os
romanos herdaram essa tradição e na primavera reverenciavam
por três dias a deusa Cibele em um festival chamado Hilária.
Mas para encontrar sua verdadeira origem, devemos
voltar ao século XVII na Inglaterra, __________ (III- aonde/
onde) um evento chamado Domingo das Mães que começou
com a oferta de flores das crianças para suas mães na saída
da Missa, acabou como um dia de folga no trabalho.
Em 1870, nos EUA, a poeta e ativista Julia Ward Howe
escreveu a Proclamação do Dia das Mães. “Levantem-se,
mulheres de hoje!”, exclamou. Embora a verdadeira mãe dessa
festa, como a conhecemos hoje, foi Anna Reeves Jarvis, uma
dona de casa que em 12 de maio de 1907 organizou um Dia
das Mães para comemorar a morte da sua, ocorrida dois anos
antes, e reconhecer seu inestimável trabalho. Mas não só isso:
começou uma campanha para que o resto do país também
__________ (IV- comemora-se/ comemorasse). E funcionou,
pois, em 1914, o presidente Woodrow Wilson definiu a data no
segundo domingo de maio. A ideia se espalhou para o resto do
mundo. Até hoje.
Com esta origem tão difusa e dispersa não é de
estranhar que seu caráter reivindicativo tenha se perdido ao
longo do caminho para se tornar uma (outra) desculpa para
que os comércios vendam.
[Texto adaptado de BERNAL, David. Jornal El País (Brasil). Disponível em
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/05/01/estilo/1462053874_986350.htm]