Questões de Concurso Sobre análise sintática em português

Foram encontradas 8.791 questões

Resolva questões gratuitamente!

Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!

Ano: 2008 Banca: FCC Órgão: MPE-RS Prova: FCC - 2008 - MPE-RS - Psicólogo |
Q2923246 Português

Atenção: As questões de números 41 a 46 referem-se ao texto que segue.


Perversão da Aufklärung*

Os países da América Latina realizaram a sua independência política sob o influxo da Ilustração. Os seus promotores assumiram alguns princípios desta, que atuaram como fator de unidade dentro da grande diversidade das culturas existentes entre o México e a Terra do Fogo. Um desses princípios pode ser expresso por meio das seguintes proposições: 1) o saber trará a felicidade dos povos; 2) este saber é aquele que veio da Europa, trazido pelo colonizador; 3) os detentores deste saber formam uma elite que deve orientar o destino das jovens nações.

A principal conseqüência foi a idéia de que o saber seria difundido entre todos, a partir das luzes de uns poucos. Esta era a missão das elites, como se elas dissessem: “Devemos possuir os instrumentos do poder, porque sabemos, e como sabemos, levaremos os outros ao saber, que é a felicidade. Confiem em nós.”

Mas essas convicções e atitudes de cunho acentuadamente ideológico tiveram, ao contrário, a conseqüência de fechar e restringir a iniciação na cultura intelectual, bem como o seu uso social e político. De ideal ilustrado, teoricamente universal e altruísta, ele se tornou em boa parte um saber de classe e de grupo, um instrumento de dominação que serviu por sua vez para segregar o povo e mantê-lo em condição inferior pela privação do saber.

(Antonio Candido, Textos de intervenção)


* Aufklärung: termo alemão que designa a Ilustração, movimento intelectual do século XVIII, caracterizado pela centralidade do conhecimento racional e da idéia de progresso.

Os elementos sublinhados em


Alternativas
Ano: 2008 Banca: FCC Órgão: MPE-RS Prova: FCC - 2008 - MPE-RS - Psicólogo |
Q2923239 Português

Atenção: As questões de números 31 a 40 referem-se ao texto que segue.


Beethoven e a tartaruga


A biologia estuda todos os seres vivos e não explica a origem mesma da vida, nem parece que a isso se devota: restringe- se (e não é pouca coisa) à descrição e à compreensão dos processos vitais, seja de um protozoário, da máquina humana ou de outras espécies. Talvez por isso aquele jovem biólogo, que conheço desde que nasceu, nunca deixe de me fazer sérias advertências quando lhe falo do “diferencial” humano. Ainda outro dia manifestava eu a convicção de que Beethoven é infinitamente superior a uma tartaruga, e a réplica veio na hora: “Superior em quê?” Perguntei-lhe se ele já havia se comovido com alguma sinfonia composta por um ovíparo de carapaça, e ele contra-atacou querendo saber quantos ovos Beethoven seria capaz de botar numa única noite. Ponderei que compor uma sinfonia é tarefa indiscutivelmente mais complexa do que ovular, mas aí percebi que caíra na armadilha do jovem biólogo: no plano da natureza não funciona o juízo de valor. Disse-lhe isso, para me antecipar a ele, e busquei triunfar: “Pois é, o juízo de valor é uma propriedade exclusivamente humana!” Novo contra-ataque: “Você já foi uma tartaruga, um símio, uma planta carnívora, para ter tanta certeza?”

E a conversa prosseguiu nesse compasso, tentando eu me valer de conceitos como “espiritualidade”, “consciência de si”, “livre-arbítrio”, “subjetividade”, “capacidade crítica” e coisas que tais, ao que ele se contrapunha descrevendo a fotossíntese, o mimetismo dos camaleões, as táticas de sobrevivência dos parasitas etc. etc. Ao fim da discussão, parecíamos empatados: ele não me convencera de que um dromedário pudesse vir a desenvolver aguda sensibilidade para a pintura, e eu não o demovera da idéia de que o homem é um ser tão natural como um antúrio, que também nasce, vive e morre. Para não perder em definitivo a autoridade, sugeri ainda que o vinho que eu lhe

oferecera, e que estávamos bebendo tão prazerosamente, não apenas ditava o rumo da nossa conversa como propiciava um deleite físico e espiritual de que seria incapaz uma borboleta. Ao que ele retrucou: "Quantas vezes você já foi uma lagarta?"

Achei melhor ir dormir. Dormir, sonhar talvez... (A propósito: com o que será que costumam sonhar as bactérias?)


(Nicolau Ramasco, inédito)

São exemplos de uma mesma função sintática os elementos sublinhados em:

Alternativas
Ano: 2011 Banca: FADESP Órgão: CREA-PA Prova: FADESP - 2011 - CREA-PA - Auxiliar Técnico |
Q2921497 Português

COM BASE NA LEITURA DO TEXTO ABAIXO, ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA QUE COMPLETA CORRETAMENTE AS QUESTÕES DE 1 A 9. ;


INFORMAÇÃO NÃO BASTA


Muitas vezes o jovem esquece ou abandona

tudo o que sabe em algum lugar da cabeça.

E isso o coloca cara a cara com o risco


1 Um ponto que une a atual geração de jovens é a grande quantidade de

2 informação a que ela é exposta desde muito cedo. O conhecimento está sempre ali, à

3 distância de poucos toques e tecladas dos dedos. O jovem aprende, de forma

4 surpreendente e precoce, a lidar com várias fontes de informação ao mesmo tempo.

5 Ele funciona como uma grande antena, sempre ligada, sempre captando. E faz tudo

6 isso muito bem.

7 O quarto de dormir virou uma espécie de quartel-general da informação. De

8 posse de controles remotos, botões, teclado e mouse, o mundo das notícias e das

9 novidades se abre para o jovem de hoje como os adultos, no passado, descascavam

10 uma banana. Ficou muito mais fácil ter o conhecimento.

11 Por outro lado, o que se vê é que muito pouco dessa informação é

12 aproveitada pelo jovem para a construção de um mundo melhor e mais seguro para

13 ele mesmo. Não que a informação não esteja ali, fincada de forma definitiva em seus

14 neurônios. Mas, muitas vezes, ela é esquecida ou propositadamente abandonada, ali

15 mesmo, dentro da cabeça. Do saber para o fazer, cria-se um abismo, diversas vezes,

16 intransponível. E essa distância pode colocar o jovem cara a cara com o risco. [...]

17 Como trabalhar a informação de maneira que ela seja acessada e utilizada na

18 hora em que for necessária? Se apenas a informação e a razão não parecem segurar

19 o ímpeto desafiador e imprudente do jovem, o que fazer? As apostas se voltam para o

20 impreciso e pantanoso mundo das emoções. Pode ser que aí repouse a chave para o

21 entendimento do que se passa. [...]

22 A informação traz o mundo da razão, o mundo das regras, o mundo do real

23 para a vida do jovem. Talvez em alguns momentos ele queira justamente esquecer

24 esse mundo real para viver em outro, mais livre, sem limites, mais lúdico, mais

25 emocional, onde possa fazer o que bem quiser. Dentro dessa percepção distorcida,

26 ele vê a informação como empecilho, como obstáculo, não como apoio e ajuda.

27 Nessa hora, ele entende que a informação atrapalha e, assim, desliga esse filtro e

28 deixa a vida exposta ao risco acontecer. [...]


Jairo Bouer

Psiquiatra e apresentador do programa

diário Ao Ponto, no Canal Futura

Disponível em:<http://veja.abril.com.br/especiais/jovens>

Em “o que se vê” (linha 11), a palavra destacada é uma

Alternativas
Ano: 2011 Banca: FADESP Órgão: CREA-PA Prova: FADESP - 2011 - CREA-PA - Auxiliar Técnico |
Q2921496 Português

COM BASE NA LEITURA DO TEXTO ABAIXO, ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA QUE COMPLETA CORRETAMENTE AS QUESTÕES DE 1 A 9. ;


INFORMAÇÃO NÃO BASTA


Muitas vezes o jovem esquece ou abandona

tudo o que sabe em algum lugar da cabeça.

E isso o coloca cara a cara com o risco


1 Um ponto que une a atual geração de jovens é a grande quantidade de

2 informação a que ela é exposta desde muito cedo. O conhecimento está sempre ali, à

3 distância de poucos toques e tecladas dos dedos. O jovem aprende, de forma

4 surpreendente e precoce, a lidar com várias fontes de informação ao mesmo tempo.

5 Ele funciona como uma grande antena, sempre ligada, sempre captando. E faz tudo

6 isso muito bem.

7 O quarto de dormir virou uma espécie de quartel-general da informação. De

8 posse de controles remotos, botões, teclado e mouse, o mundo das notícias e das

9 novidades se abre para o jovem de hoje como os adultos, no passado, descascavam

10 uma banana. Ficou muito mais fácil ter o conhecimento.

11 Por outro lado, o que se vê é que muito pouco dessa informação é

12 aproveitada pelo jovem para a construção de um mundo melhor e mais seguro para

13 ele mesmo. Não que a informação não esteja ali, fincada de forma definitiva em seus

14 neurônios. Mas, muitas vezes, ela é esquecida ou propositadamente abandonada, ali

15 mesmo, dentro da cabeça. Do saber para o fazer, cria-se um abismo, diversas vezes,

16 intransponível. E essa distância pode colocar o jovem cara a cara com o risco. [...]

17 Como trabalhar a informação de maneira que ela seja acessada e utilizada na

18 hora em que for necessária? Se apenas a informação e a razão não parecem segurar

19 o ímpeto desafiador e imprudente do jovem, o que fazer? As apostas se voltam para o

20 impreciso e pantanoso mundo das emoções. Pode ser que aí repouse a chave para o

21 entendimento do que se passa. [...]

22 A informação traz o mundo da razão, o mundo das regras, o mundo do real

23 para a vida do jovem. Talvez em alguns momentos ele queira justamente esquecer

24 esse mundo real para viver em outro, mais livre, sem limites, mais lúdico, mais

25 emocional, onde possa fazer o que bem quiser. Dentro dessa percepção distorcida,

26 ele vê a informação como empecilho, como obstáculo, não como apoio e ajuda.

27 Nessa hora, ele entende que a informação atrapalha e, assim, desliga esse filtro e

28 deixa a vida exposta ao risco acontecer. [...]


Jairo Bouer

Psiquiatra e apresentador do programa

diário Ao Ponto, no Canal Futura

Disponível em:<http://veja.abril.com.br/especiais/jovens>

Quanto aos fatos gramaticais da língua, é correto afirmar que

Alternativas
Ano: 2011 Banca: FADESP Órgão: CREA-PA Prova: FADESP - 2011 - CREA-PA - Auxiliar Técnico |
Q2921494 Português

COM BASE NA LEITURA DO TEXTO ABAIXO, ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA QUE COMPLETA CORRETAMENTE AS QUESTÕES DE 1 A 9. ;


INFORMAÇÃO NÃO BASTA


Muitas vezes o jovem esquece ou abandona

tudo o que sabe em algum lugar da cabeça.

E isso o coloca cara a cara com o risco


1 Um ponto que une a atual geração de jovens é a grande quantidade de

2 informação a que ela é exposta desde muito cedo. O conhecimento está sempre ali, à

3 distância de poucos toques e tecladas dos dedos. O jovem aprende, de forma

4 surpreendente e precoce, a lidar com várias fontes de informação ao mesmo tempo.

5 Ele funciona como uma grande antena, sempre ligada, sempre captando. E faz tudo

6 isso muito bem.

7 O quarto de dormir virou uma espécie de quartel-general da informação. De

8 posse de controles remotos, botões, teclado e mouse, o mundo das notícias e das

9 novidades se abre para o jovem de hoje como os adultos, no passado, descascavam

10 uma banana. Ficou muito mais fácil ter o conhecimento.

11 Por outro lado, o que se vê é que muito pouco dessa informação é

12 aproveitada pelo jovem para a construção de um mundo melhor e mais seguro para

13 ele mesmo. Não que a informação não esteja ali, fincada de forma definitiva em seus

14 neurônios. Mas, muitas vezes, ela é esquecida ou propositadamente abandonada, ali

15 mesmo, dentro da cabeça. Do saber para o fazer, cria-se um abismo, diversas vezes,

16 intransponível. E essa distância pode colocar o jovem cara a cara com o risco. [...]

17 Como trabalhar a informação de maneira que ela seja acessada e utilizada na

18 hora em que for necessária? Se apenas a informação e a razão não parecem segurar

19 o ímpeto desafiador e imprudente do jovem, o que fazer? As apostas se voltam para o

20 impreciso e pantanoso mundo das emoções. Pode ser que aí repouse a chave para o

21 entendimento do que se passa. [...]

22 A informação traz o mundo da razão, o mundo das regras, o mundo do real

23 para a vida do jovem. Talvez em alguns momentos ele queira justamente esquecer

24 esse mundo real para viver em outro, mais livre, sem limites, mais lúdico, mais

25 emocional, onde possa fazer o que bem quiser. Dentro dessa percepção distorcida,

26 ele vê a informação como empecilho, como obstáculo, não como apoio e ajuda.

27 Nessa hora, ele entende que a informação atrapalha e, assim, desliga esse filtro e

28 deixa a vida exposta ao risco acontecer. [...]


Jairo Bouer

Psiquiatra e apresentador do programa

diário Ao Ponto, no Canal Futura

Disponível em:<http://veja.abril.com.br/especiais/jovens>

Julgue as afirmações abaixo quanto às relações de sentido:


I. A conjunção “e” (linha 5) introduz uma conclusão.

II. O pronome “ela” (linha 2) é uma referência à “informação”.

III. O advérbio “aí” (linha 20) refere-se ao “mundo das emoções” (linha 20).

IV. A oração “Mas, muitas vezes, ela é esquecida ou propositadamente abandonada” (linha 14) poderia ser assim reescrita “entretanto, frequentemente, ela é deixada de lado ou intencionalmente abandonada”.


Está correto o que se afirma em

Alternativas
Respostas
151: E
152: D
153: B
154: A
155: B