Questões de Concurso Sobre adjetivos em português

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Q1856801 Português

Texto para a questão. 

Carolina Fioratti. O formato do corpo de animais está mudando para

lidar com mudanças climáticas, diz estudo. In: Revista

Superinteressante, set./2021.

Internet:<super.abril.com.br>  (com adaptações).

A palavra “sanguíneo”, empregada no trecho “As aves, por sua vez, desviam o fluxo sanguíneo para o bico” (linhas 14 e 15), no segundo parágrafo do texto, pertence à mesma classe gramatical da palavra 
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Q1856798 Português

Texto para a questão.

Internet: <https://www.opovo.com.br> (com adaptações).


No texto, o adjetivo “arrastados” (linha 18) expressa o estado 
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Q1856121 Português
Filosofia em dois desenhos

    Fui caminhar. E na calçada me deparei com um estranho indivíduo. Carregava um saco plástico enorme que, pelo perfil do conteúdo, calculei estivesse cheio de latinhas. Mal acabei de pensar, o homem se acocorou na calçada. Extraiu de alguma parte uma pedra branca parecendo ser cal prensada, e com ela começou a desenhar no cimento.
    Parei para ver, atraída pelo ritual que se esboçava. O homem desenhou dois círculos um diante do outro, quase encostados, e dentro deles desenhou duas setas convergentes.
    Levantou-se, olhou sua obra com satisfação, andou cinco ou seis passos e, novamente, se acocorou. Continuava com a pedra de cal na mão.
    Mas o desenho que fez foi diferente. Riscou dois traços, colocados na mesma distância dos dois círculos, e atrás deles desenhou duas setas que apontavam uma para a outra.
    Segui adiante refletindo sobre o que havia presenciado. A primeira coisa que me veio à cabeça foi a Serra da Capivara, que visitei numa ida a Teresina para algum congresso ou palestra. Trouxe de volta a louça que a arqueóloga franco-brasileira Niéde Guidon, há muitos anos responsável pelo sítio arqueológico, ensinou os locais a fazerem para terem uma fonte de subsistência. Louça com impressos os mesmos desenhos estampados na rocha, que se acredita serem vestígios de uma cultura paleoamericana. Pois, como um ser primitivo, o homem havia estampado seus pensamentos e sua visão interior na mais moderna das rochas: o cimento.
    Havia reparado que o homem estava muito sujo e desgrenhado. Calçava havaianas de sola já bem fininha e roupas indefinidas. Provavelmente era mais um morador de rua. E como morador de rua, usava a mesma calçada em que dormia para se expressar. Usava a calçada, único bem que lhe pertencia, como se fosse papel para desenhar ou escrever. Porque não há dúvida de que, ao desenhar, aquele homem estava escrevendo.
    Estava escrevendo a sua dificuldade para se comunicar. Preso dentro de um círculo, pouco adiantava que as setas apontassem em direção uma da outra. Ele não conseguia obedecer à ordem das setas, pois continuava contido pela linha que delimitava o círculo.
    Coisa idêntica dizia o segundo desenho, agora com um traço, uma parede, um muro, impedindo-o de obedecer ao comando das setas.
    Pode até ser que o homem, através de seus desenhos estivesse desenvolvendo uma teoria filosófica sobre a incomunicabilidade dos seres humanos. Que, se por um lado não conseguem viver sozinhos (significado das setas instando à comunicação), por outro lado não conseguem se entender (significado dos círculos e dos traços impeditivos).
    Avançando nessa teoria, chegaríamos à conclusão de que tudo o que é coletivo resvala no pessoal. Assim como os desenhos do homem, tão íntimos e pessoais, destinavam-se a quem quer que passasse naquela exata calçada de Ipanema.

Adaptado de: https://www.marinacolasanti.com/2021/09/filosofiaem-dois-desenhos.html [Fragmentos]. Acesso em: 18 set. 2021.

Considerando os aspectos linguísticos do texto de apoio e os sentidos por eles expressos, julgue o seguinte item. 


Para atender às normas de concordância, a flexão no plural de “a arqueóloga franco-brasileira” deve ser “as arqueólogas franco-brasileiras”, visto que, em casos de adjetivos compostos por adjetivo mais substantivo, o primeiro termo deve ser invariável.

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Q1855926 Português
Animais têm sotaques   

    Os  biólogos  chamam  essas  diferenças  regionais  de dialetos. Essa  é  uma  descoberta  antiga:  dois  mil  anos  atrás,  Plínio,  o  naturalista  romano,  já  havia  observado  que  exemplares  da  mesma  espécie  de  pássaro  provenientes  de  lugares diferentes não soam iguais. Isso é possível ________  as vocalizações  de  um  sabiá  ou  bem‐te‐vi  não vêm  prontas  no DNA:  precisam  ser  aprendidas  pelos  bebês, exatamente  como  as  linguagens  humanas.  Quando  há  aprendizado,  a  variação se torna inevitável.    
    Os  dialetos  não  se  limitam  a  pássaros.  Baleias,  golfinhos  e  algumas  espécies  de  macaco  também  exibem  dialetos.  Os  pinípedes  –  grupo  que  inclui  leões‐marinhos,  focas,  morsas  e  outros  mamíferos  aquáticos  –  têm  tratos  vocais  bastante  complexos  e  seus  chamados  mudam  um  bocado de uma praia para a outra.   
    É  importante  diferenciar  dialetos  (que  são  algo  de  origem  cultural)  de  variações genéticas. Galinhas  brasileiras  e  chinesas  provavelmente  não  pertencem  à  mesma  linhagem.  E  pequenas  variações  anatômicas  significam  que  elas vão  cacarejar  diferente. Mas essa é,  por assim  dizer, a  “voz” dessas aves – não o sotaque.    
  Outra  possibilidade  é  que  vocalizações  diferentes  evoluam  por  seleção  natural  conforme  as  necessidades  de  cada população. Um grupo de pássaros pode passar a cantar  diferente dos demais membros da espécie com o passar de  milhares de anos, _______ indivíduos que cantavam de um  jeito, e não de outro, tiveram vantagens de sobrevivência e  reprodução. Essas são adaptações genéticas, e não variações  culturais.  

(Site: Abril ‐ adaptado.)
Na  frase  “Outra  possibilidade é  que  vocalizações  (...)”,  o  termo sublinhado é classificado gramaticalmente como:  
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Q1855884 Português

DOCE

    Lembrasse antes quanto tempo gastaria na beira do fogão mexendo o doce de abóbora e Maria talvez nem tivesse começado. Mas não é assim que funciona, a coisa vem de trás pra frente: primeiro o gosto no fundo da lembrança, na garganta, daí a saliva na língua. Depois, o cheiro de algo que nem recordava parece que está aqui, dentro das narinas. Os ingredientes, todos comprados, a panela na mão. Só na hora de mexer o doce é que a gente lembra, com esse misto de cansaço e tristeza, que o doce é feito de mexer o doce. É feito do braço girando, girando, o outro braço solto escorado na anca, o peso do corpo passando da perna de cá pra de lá.

    O doce já começado é doce inteiro na imaginação, não tem volta. E Maria nunca foi de voltar atrás, mesmo com o que era bom só na primeira mordida e depois deixava um retrogosto amargo – na boca ou no jeito de olhar. Maria que nem puxa-puxa, presa às escolhas e caminhos e ao que por vezes não foi tão escolha quanto foi acaso.

    Bem que às vezes queria ser pássaro solto, escolher caminhos. A cozinha fica pequena da falta que voar livre faz, as paredes suam. Tudo o que é sonho vai evaporando do seu corpo, a pele fica grossa, dura. O açúcar carameliza angústias. E Maria pensa se não seria melhor ter virado cambalhota por sobre um ou outro acontecimento, em vez de vivê-los todinhos.

    O marido mesmo. Ela cansava de topar com ele encostado no sofá, vendo TV. Ia de um canal para o outro, como se não estivesse ali. Queria que estivesse. Que contasse uma bobagem que aconteceu no trabalho ou na rua, que atentasse ao gosto novo no doce que ela fez, “cê colocou coco?”, “que cheiro diferente, que foi que cê botou aí?”, qualquer coisa. Qualquer coisa que fizesse com que os dois parecessem vivos, que parecessem ligados, nem que pelo diferente do hoje no doce sempre igual.

    Tomasse uma atitude agora, talvez a coisa toda desembrulhasse diferente. Ela botaria uma roupa bonita e dançaria pela casa, pintaria a cara toda faceira e vibrante e mostraria para ele que ainda era mulher, poxa vida, ainda sou bem mulher! [...] 

    Também podia ir embora, pegar as meninas e as próprias coisas e voltar para a casa da mãe. Ou podia queimar esse doce, derrubar panela, fazer escândalo. Pedir tenência, uma mudança, alguma coisa que mostrasse que ainda estava viva, viva! Vibrante como esse corde-laranja borbulhando na panela. [...]

PRETTI, Thays. A mulher que ri. São Paulo: Editora Patuá, 2019.

Em “[...] poxa vida, ainda sou bem mulher!”, o item em destaque
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Respostas
1691: D
1692: B
1693: C
1694: C
1695: C