Questões de Concurso Sobre português

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Q3023816 Português
Leia o texto e responda à questão.

Internos resgatados de comunidade terapêutica na Paraíba relatam abusos: 'me pegaram pelo pescoço e pelos pés'

Um dos 38 internos que foram resgatados nessa quinta-feira (14) de uma comunidade terapêutica de Lagoa Seca, no interior da Paraíba, confirmou que eles eram vítimas de violências físicas enquanto permaneceram no local. E que, no caso dele, a transferência para o imóvel foi feita de forma coercitiva, contra a sua vontade. Uma situação que, segundo o Ministério Público da Paraíba e a Polícia Civil da Paraíba, se configurava em tortura e cárcere privado.

O homem, que pediu para não ser identificado, disse que na época três funcionários da comunidade chegaram de repente e o abordaram sem nenhum tipo de diálogo prévio.

"Quando eu dei por mim, três pessoas grandonas me pegaram pelo pescoço e pelos pés, me botaram dentro do carro e não falaram mais nada. Machucaram o meu pescoço. Eu pedindo para soltarem o meu pescoço e aí é que eles arrochavam mais", relata.

O resgate aconteceu durante uma fiscalização de rotina realizada pelo Ministério Público da Paraíba em parceria com outros órgãos públicos ligados à saúde mental. Foi nessa fiscalização que as irregularidades teriam sido constatadas, o que ocasionou no fechamento da comunidade terapêutica e na prisão em flagrante de sete pessoas entre proprietários e funcionários. Depois, uma dessas pessoas foi liberada.

A defesa da comunidade terapêutica, contudo nega as denúncias. E se diz tranquila com o desenrolar das investigações.

"A gente não teve acesso ainda a essas ditas irregularidades, mas eles estão muito tranquilos. Eles já prestam serviços há algum tempo, já tiveram outras fiscalizações anteriores, sem nenhum problema. A atuação deles é completamente regular", declarou o advogado Felipe Torres.

De toda forma, o delegado Elias Rodrigues, da Polícia Civil da Paraíba em Lagoa Seca, classificou como graves as irregularidades identificadas. De acordo com ele, um único interno resolveu falar a princípio. E, a partir daí, quebrou-se a sensação de medo que rondava o local.

"Quando um deles disse que estava ali sem querer, que estava interno compulsoriamente, outros se encorajaram. E disseram que também estavam lá sem querer, muitos sem o conhecimento da família. E a clínica não tem a autorização para funcionar com esse tipo de internamento", denunciou o delegado.

A promotora de Justiça Fabiana Lobo, que estava à frente da fiscalização, fala em "cárcere privado, sequestro e tortura praticada contra internos". Ela disse que foram encontradas manchas de sangue nas paredes e pacientes sedados de forma irregular.

Todos os internos foram levados para a Central de Polícia de Campina Grande e prestaram depoimentos sobre o caso.

https://g1.globo.com/pb, 15/08/2024.

A promotora de Justiça Fabiana Lobo, que estava à frente da fiscalização, fala em "cárcere privado..."


O emprego das vírgulas, no trecho destacado, é justificado adequadamente em:

Alternativas
Q3023815 Português
Leia o texto e responda à questão.

Internos resgatados de comunidade terapêutica na Paraíba relatam abusos: 'me pegaram pelo pescoço e pelos pés'

Um dos 38 internos que foram resgatados nessa quinta-feira (14) de uma comunidade terapêutica de Lagoa Seca, no interior da Paraíba, confirmou que eles eram vítimas de violências físicas enquanto permaneceram no local. E que, no caso dele, a transferência para o imóvel foi feita de forma coercitiva, contra a sua vontade. Uma situação que, segundo o Ministério Público da Paraíba e a Polícia Civil da Paraíba, se configurava em tortura e cárcere privado.

O homem, que pediu para não ser identificado, disse que na época três funcionários da comunidade chegaram de repente e o abordaram sem nenhum tipo de diálogo prévio.

"Quando eu dei por mim, três pessoas grandonas me pegaram pelo pescoço e pelos pés, me botaram dentro do carro e não falaram mais nada. Machucaram o meu pescoço. Eu pedindo para soltarem o meu pescoço e aí é que eles arrochavam mais", relata.

O resgate aconteceu durante uma fiscalização de rotina realizada pelo Ministério Público da Paraíba em parceria com outros órgãos públicos ligados à saúde mental. Foi nessa fiscalização que as irregularidades teriam sido constatadas, o que ocasionou no fechamento da comunidade terapêutica e na prisão em flagrante de sete pessoas entre proprietários e funcionários. Depois, uma dessas pessoas foi liberada.

A defesa da comunidade terapêutica, contudo nega as denúncias. E se diz tranquila com o desenrolar das investigações.

"A gente não teve acesso ainda a essas ditas irregularidades, mas eles estão muito tranquilos. Eles já prestam serviços há algum tempo, já tiveram outras fiscalizações anteriores, sem nenhum problema. A atuação deles é completamente regular", declarou o advogado Felipe Torres.

De toda forma, o delegado Elias Rodrigues, da Polícia Civil da Paraíba em Lagoa Seca, classificou como graves as irregularidades identificadas. De acordo com ele, um único interno resolveu falar a princípio. E, a partir daí, quebrou-se a sensação de medo que rondava o local.

"Quando um deles disse que estava ali sem querer, que estava interno compulsoriamente, outros se encorajaram. E disseram que também estavam lá sem querer, muitos sem o conhecimento da família. E a clínica não tem a autorização para funcionar com esse tipo de internamento", denunciou o delegado.

A promotora de Justiça Fabiana Lobo, que estava à frente da fiscalização, fala em "cárcere privado, sequestro e tortura praticada contra internos". Ela disse que foram encontradas manchas de sangue nas paredes e pacientes sedados de forma irregular.

Todos os internos foram levados para a Central de Polícia de Campina Grande e prestaram depoimentos sobre o caso.

https://g1.globo.com/pb, 15/08/2024.

"Quando um deles disse que estava ali sem querer, que estava interno compulsoriamente, outros se encorajaram...”


Sobre as palavras destacadas, assinale a alternativa FALSA. 

Alternativas
Q3023814 Português
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Internos resgatados de comunidade terapêutica na Paraíba relatam abusos: 'me pegaram pelo pescoço e pelos pés'

Um dos 38 internos que foram resgatados nessa quinta-feira (14) de uma comunidade terapêutica de Lagoa Seca, no interior da Paraíba, confirmou que eles eram vítimas de violências físicas enquanto permaneceram no local. E que, no caso dele, a transferência para o imóvel foi feita de forma coercitiva, contra a sua vontade. Uma situação que, segundo o Ministério Público da Paraíba e a Polícia Civil da Paraíba, se configurava em tortura e cárcere privado.

O homem, que pediu para não ser identificado, disse que na época três funcionários da comunidade chegaram de repente e o abordaram sem nenhum tipo de diálogo prévio.

"Quando eu dei por mim, três pessoas grandonas me pegaram pelo pescoço e pelos pés, me botaram dentro do carro e não falaram mais nada. Machucaram o meu pescoço. Eu pedindo para soltarem o meu pescoço e aí é que eles arrochavam mais", relata.

O resgate aconteceu durante uma fiscalização de rotina realizada pelo Ministério Público da Paraíba em parceria com outros órgãos públicos ligados à saúde mental. Foi nessa fiscalização que as irregularidades teriam sido constatadas, o que ocasionou no fechamento da comunidade terapêutica e na prisão em flagrante de sete pessoas entre proprietários e funcionários. Depois, uma dessas pessoas foi liberada.

A defesa da comunidade terapêutica, contudo nega as denúncias. E se diz tranquila com o desenrolar das investigações.

"A gente não teve acesso ainda a essas ditas irregularidades, mas eles estão muito tranquilos. Eles já prestam serviços há algum tempo, já tiveram outras fiscalizações anteriores, sem nenhum problema. A atuação deles é completamente regular", declarou o advogado Felipe Torres.

De toda forma, o delegado Elias Rodrigues, da Polícia Civil da Paraíba em Lagoa Seca, classificou como graves as irregularidades identificadas. De acordo com ele, um único interno resolveu falar a princípio. E, a partir daí, quebrou-se a sensação de medo que rondava o local.

"Quando um deles disse que estava ali sem querer, que estava interno compulsoriamente, outros se encorajaram. E disseram que também estavam lá sem querer, muitos sem o conhecimento da família. E a clínica não tem a autorização para funcionar com esse tipo de internamento", denunciou o delegado.

A promotora de Justiça Fabiana Lobo, que estava à frente da fiscalização, fala em "cárcere privado, sequestro e tortura praticada contra internos". Ela disse que foram encontradas manchas de sangue nas paredes e pacientes sedados de forma irregular.

Todos os internos foram levados para a Central de Polícia de Campina Grande e prestaram depoimentos sobre o caso.

https://g1.globo.com/pb, 15/08/2024.
De toda forma, o delegado Elias Rodrigues, da Polícia Civil da Paraíba em Lagoa Seca, classificou como graves as irregularidades identificadas. De acordo com ele, um único interno resolveu falar a princípio.”

Os termos destacados são responsáveis pelo mecanismo de
Alternativas
Q3023813 Português
Leia o texto e responda à questão.

Internos resgatados de comunidade terapêutica na Paraíba relatam abusos: 'me pegaram pelo pescoço e pelos pés'

Um dos 38 internos que foram resgatados nessa quinta-feira (14) de uma comunidade terapêutica de Lagoa Seca, no interior da Paraíba, confirmou que eles eram vítimas de violências físicas enquanto permaneceram no local. E que, no caso dele, a transferência para o imóvel foi feita de forma coercitiva, contra a sua vontade. Uma situação que, segundo o Ministério Público da Paraíba e a Polícia Civil da Paraíba, se configurava em tortura e cárcere privado.

O homem, que pediu para não ser identificado, disse que na época três funcionários da comunidade chegaram de repente e o abordaram sem nenhum tipo de diálogo prévio.

"Quando eu dei por mim, três pessoas grandonas me pegaram pelo pescoço e pelos pés, me botaram dentro do carro e não falaram mais nada. Machucaram o meu pescoço. Eu pedindo para soltarem o meu pescoço e aí é que eles arrochavam mais", relata.

O resgate aconteceu durante uma fiscalização de rotina realizada pelo Ministério Público da Paraíba em parceria com outros órgãos públicos ligados à saúde mental. Foi nessa fiscalização que as irregularidades teriam sido constatadas, o que ocasionou no fechamento da comunidade terapêutica e na prisão em flagrante de sete pessoas entre proprietários e funcionários. Depois, uma dessas pessoas foi liberada.

A defesa da comunidade terapêutica, contudo nega as denúncias. E se diz tranquila com o desenrolar das investigações.

"A gente não teve acesso ainda a essas ditas irregularidades, mas eles estão muito tranquilos. Eles já prestam serviços há algum tempo, já tiveram outras fiscalizações anteriores, sem nenhum problema. A atuação deles é completamente regular", declarou o advogado Felipe Torres.

De toda forma, o delegado Elias Rodrigues, da Polícia Civil da Paraíba em Lagoa Seca, classificou como graves as irregularidades identificadas. De acordo com ele, um único interno resolveu falar a princípio. E, a partir daí, quebrou-se a sensação de medo que rondava o local.

"Quando um deles disse que estava ali sem querer, que estava interno compulsoriamente, outros se encorajaram. E disseram que também estavam lá sem querer, muitos sem o conhecimento da família. E a clínica não tem a autorização para funcionar com esse tipo de internamento", denunciou o delegado.

A promotora de Justiça Fabiana Lobo, que estava à frente da fiscalização, fala em "cárcere privado, sequestro e tortura praticada contra internos". Ela disse que foram encontradas manchas de sangue nas paredes e pacientes sedados de forma irregular.

Todos os internos foram levados para a Central de Polícia de Campina Grande e prestaram depoimentos sobre o caso.

https://g1.globo.com/pb, 15/08/2024.

“Machucaram o meu pescoço.”


Sobre o trecho, estão falsas as alternativas, EXCETO:

Alternativas
Q3023812 Português
Leia o texto e responda à questão.

Internos resgatados de comunidade terapêutica na Paraíba relatam abusos: 'me pegaram pelo pescoço e pelos pés'

Um dos 38 internos que foram resgatados nessa quinta-feira (14) de uma comunidade terapêutica de Lagoa Seca, no interior da Paraíba, confirmou que eles eram vítimas de violências físicas enquanto permaneceram no local. E que, no caso dele, a transferência para o imóvel foi feita de forma coercitiva, contra a sua vontade. Uma situação que, segundo o Ministério Público da Paraíba e a Polícia Civil da Paraíba, se configurava em tortura e cárcere privado.

O homem, que pediu para não ser identificado, disse que na época três funcionários da comunidade chegaram de repente e o abordaram sem nenhum tipo de diálogo prévio.

"Quando eu dei por mim, três pessoas grandonas me pegaram pelo pescoço e pelos pés, me botaram dentro do carro e não falaram mais nada. Machucaram o meu pescoço. Eu pedindo para soltarem o meu pescoço e aí é que eles arrochavam mais", relata.

O resgate aconteceu durante uma fiscalização de rotina realizada pelo Ministério Público da Paraíba em parceria com outros órgãos públicos ligados à saúde mental. Foi nessa fiscalização que as irregularidades teriam sido constatadas, o que ocasionou no fechamento da comunidade terapêutica e na prisão em flagrante de sete pessoas entre proprietários e funcionários. Depois, uma dessas pessoas foi liberada.

A defesa da comunidade terapêutica, contudo nega as denúncias. E se diz tranquila com o desenrolar das investigações.

"A gente não teve acesso ainda a essas ditas irregularidades, mas eles estão muito tranquilos. Eles já prestam serviços há algum tempo, já tiveram outras fiscalizações anteriores, sem nenhum problema. A atuação deles é completamente regular", declarou o advogado Felipe Torres.

De toda forma, o delegado Elias Rodrigues, da Polícia Civil da Paraíba em Lagoa Seca, classificou como graves as irregularidades identificadas. De acordo com ele, um único interno resolveu falar a princípio. E, a partir daí, quebrou-se a sensação de medo que rondava o local.

"Quando um deles disse que estava ali sem querer, que estava interno compulsoriamente, outros se encorajaram. E disseram que também estavam lá sem querer, muitos sem o conhecimento da família. E a clínica não tem a autorização para funcionar com esse tipo de internamento", denunciou o delegado.

A promotora de Justiça Fabiana Lobo, que estava à frente da fiscalização, fala em "cárcere privado, sequestro e tortura praticada contra internos". Ela disse que foram encontradas manchas de sangue nas paredes e pacientes sedados de forma irregular.

Todos os internos foram levados para a Central de Polícia de Campina Grande e prestaram depoimentos sobre o caso.

https://g1.globo.com/pb, 15/08/2024.
Sobre "Quando eu dei por mim, três pessoas grandonas me pegaram pelo pescoço e pelos pés, me botaram dentro do carro e não falaram mais nada”, julgue as assertivas a seguir.

( ) Em “deu por mim”, há próclise, pois o pronome pessoal oblíquo tônico está após o verbo.
( ) Em “me pegaram”, a posição do pronome é proclítica.
( ) Em “me botaram”, há mesóclise, pois o pronome pessoal oblíquo átono aparece no meio da oração.
( ) Em “me botaram”, a posição do pronome pessoal oblíquo átono está conforme as regras da ênclise. 
Alternativas
Q3023811 Português
Leia o texto e responda à questão.

Internos resgatados de comunidade terapêutica na Paraíba relatam abusos: 'me pegaram pelo pescoço e pelos pés'

Um dos 38 internos que foram resgatados nessa quinta-feira (14) de uma comunidade terapêutica de Lagoa Seca, no interior da Paraíba, confirmou que eles eram vítimas de violências físicas enquanto permaneceram no local. E que, no caso dele, a transferência para o imóvel foi feita de forma coercitiva, contra a sua vontade. Uma situação que, segundo o Ministério Público da Paraíba e a Polícia Civil da Paraíba, se configurava em tortura e cárcere privado.

O homem, que pediu para não ser identificado, disse que na época três funcionários da comunidade chegaram de repente e o abordaram sem nenhum tipo de diálogo prévio.

"Quando eu dei por mim, três pessoas grandonas me pegaram pelo pescoço e pelos pés, me botaram dentro do carro e não falaram mais nada. Machucaram o meu pescoço. Eu pedindo para soltarem o meu pescoço e aí é que eles arrochavam mais", relata.

O resgate aconteceu durante uma fiscalização de rotina realizada pelo Ministério Público da Paraíba em parceria com outros órgãos públicos ligados à saúde mental. Foi nessa fiscalização que as irregularidades teriam sido constatadas, o que ocasionou no fechamento da comunidade terapêutica e na prisão em flagrante de sete pessoas entre proprietários e funcionários. Depois, uma dessas pessoas foi liberada.

A defesa da comunidade terapêutica, contudo nega as denúncias. E se diz tranquila com o desenrolar das investigações.

"A gente não teve acesso ainda a essas ditas irregularidades, mas eles estão muito tranquilos. Eles já prestam serviços há algum tempo, já tiveram outras fiscalizações anteriores, sem nenhum problema. A atuação deles é completamente regular", declarou o advogado Felipe Torres.

De toda forma, o delegado Elias Rodrigues, da Polícia Civil da Paraíba em Lagoa Seca, classificou como graves as irregularidades identificadas. De acordo com ele, um único interno resolveu falar a princípio. E, a partir daí, quebrou-se a sensação de medo que rondava o local.

"Quando um deles disse que estava ali sem querer, que estava interno compulsoriamente, outros se encorajaram. E disseram que também estavam lá sem querer, muitos sem o conhecimento da família. E a clínica não tem a autorização para funcionar com esse tipo de internamento", denunciou o delegado.

A promotora de Justiça Fabiana Lobo, que estava à frente da fiscalização, fala em "cárcere privado, sequestro e tortura praticada contra internos". Ela disse que foram encontradas manchas de sangue nas paredes e pacientes sedados de forma irregular.

Todos os internos foram levados para a Central de Polícia de Campina Grande e prestaram depoimentos sobre o caso.

https://g1.globo.com/pb, 15/08/2024.
“A defesa da comunidade terapêutica, contudo nega as denúncias.”
Assinale a alternativa que pode substituir a palavra destacada, mantendo a mesma relação semântica estabelecida no texto.
Alternativas
Q3023810 Português
Leia o texto e responda à questão.

Internos resgatados de comunidade terapêutica na Paraíba relatam abusos: 'me pegaram pelo pescoço e pelos pés'

Um dos 38 internos que foram resgatados nessa quinta-feira (14) de uma comunidade terapêutica de Lagoa Seca, no interior da Paraíba, confirmou que eles eram vítimas de violências físicas enquanto permaneceram no local. E que, no caso dele, a transferência para o imóvel foi feita de forma coercitiva, contra a sua vontade. Uma situação que, segundo o Ministério Público da Paraíba e a Polícia Civil da Paraíba, se configurava em tortura e cárcere privado.

O homem, que pediu para não ser identificado, disse que na época três funcionários da comunidade chegaram de repente e o abordaram sem nenhum tipo de diálogo prévio.

"Quando eu dei por mim, três pessoas grandonas me pegaram pelo pescoço e pelos pés, me botaram dentro do carro e não falaram mais nada. Machucaram o meu pescoço. Eu pedindo para soltarem o meu pescoço e aí é que eles arrochavam mais", relata.

O resgate aconteceu durante uma fiscalização de rotina realizada pelo Ministério Público da Paraíba em parceria com outros órgãos públicos ligados à saúde mental. Foi nessa fiscalização que as irregularidades teriam sido constatadas, o que ocasionou no fechamento da comunidade terapêutica e na prisão em flagrante de sete pessoas entre proprietários e funcionários. Depois, uma dessas pessoas foi liberada.

A defesa da comunidade terapêutica, contudo nega as denúncias. E se diz tranquila com o desenrolar das investigações.

"A gente não teve acesso ainda a essas ditas irregularidades, mas eles estão muito tranquilos. Eles já prestam serviços há algum tempo, já tiveram outras fiscalizações anteriores, sem nenhum problema. A atuação deles é completamente regular", declarou o advogado Felipe Torres.

De toda forma, o delegado Elias Rodrigues, da Polícia Civil da Paraíba em Lagoa Seca, classificou como graves as irregularidades identificadas. De acordo com ele, um único interno resolveu falar a princípio. E, a partir daí, quebrou-se a sensação de medo que rondava o local.

"Quando um deles disse que estava ali sem querer, que estava interno compulsoriamente, outros se encorajaram. E disseram que também estavam lá sem querer, muitos sem o conhecimento da família. E a clínica não tem a autorização para funcionar com esse tipo de internamento", denunciou o delegado.

A promotora de Justiça Fabiana Lobo, que estava à frente da fiscalização, fala em "cárcere privado, sequestro e tortura praticada contra internos". Ela disse que foram encontradas manchas de sangue nas paredes e pacientes sedados de forma irregular.

Todos os internos foram levados para a Central de Polícia de Campina Grande e prestaram depoimentos sobre o caso.

https://g1.globo.com/pb, 15/08/2024.
“O resgate aconteceu durante uma fiscalização de rotina realizada pelo Ministério Público da Paraíba em parceria com outros órgãos públicos ligados à saúde mental.”
Assinale a opção que contém a explicação ADEQUADA para o emprego da crase.
Alternativas
Q3023809 Português
Leia o texto e responda à questão.

Internos resgatados de comunidade terapêutica na Paraíba relatam abusos: 'me pegaram pelo pescoço e pelos pés'

Um dos 38 internos que foram resgatados nessa quinta-feira (14) de uma comunidade terapêutica de Lagoa Seca, no interior da Paraíba, confirmou que eles eram vítimas de violências físicas enquanto permaneceram no local. E que, no caso dele, a transferência para o imóvel foi feita de forma coercitiva, contra a sua vontade. Uma situação que, segundo o Ministério Público da Paraíba e a Polícia Civil da Paraíba, se configurava em tortura e cárcere privado.

O homem, que pediu para não ser identificado, disse que na época três funcionários da comunidade chegaram de repente e o abordaram sem nenhum tipo de diálogo prévio.

"Quando eu dei por mim, três pessoas grandonas me pegaram pelo pescoço e pelos pés, me botaram dentro do carro e não falaram mais nada. Machucaram o meu pescoço. Eu pedindo para soltarem o meu pescoço e aí é que eles arrochavam mais", relata.

O resgate aconteceu durante uma fiscalização de rotina realizada pelo Ministério Público da Paraíba em parceria com outros órgãos públicos ligados à saúde mental. Foi nessa fiscalização que as irregularidades teriam sido constatadas, o que ocasionou no fechamento da comunidade terapêutica e na prisão em flagrante de sete pessoas entre proprietários e funcionários. Depois, uma dessas pessoas foi liberada.

A defesa da comunidade terapêutica, contudo nega as denúncias. E se diz tranquila com o desenrolar das investigações.

"A gente não teve acesso ainda a essas ditas irregularidades, mas eles estão muito tranquilos. Eles já prestam serviços há algum tempo, já tiveram outras fiscalizações anteriores, sem nenhum problema. A atuação deles é completamente regular", declarou o advogado Felipe Torres.

De toda forma, o delegado Elias Rodrigues, da Polícia Civil da Paraíba em Lagoa Seca, classificou como graves as irregularidades identificadas. De acordo com ele, um único interno resolveu falar a princípio. E, a partir daí, quebrou-se a sensação de medo que rondava o local.

"Quando um deles disse que estava ali sem querer, que estava interno compulsoriamente, outros se encorajaram. E disseram que também estavam lá sem querer, muitos sem o conhecimento da família. E a clínica não tem a autorização para funcionar com esse tipo de internamento", denunciou o delegado.

A promotora de Justiça Fabiana Lobo, que estava à frente da fiscalização, fala em "cárcere privado, sequestro e tortura praticada contra internos". Ela disse que foram encontradas manchas de sangue nas paredes e pacientes sedados de forma irregular.

Todos os internos foram levados para a Central de Polícia de Campina Grande e prestaram depoimentos sobre o caso.

https://g1.globo.com/pb, 15/08/2024.
Sobre o gênero textual, é CORRETO afirmar que é
Alternativas
Q3023786 Português

A conjunção sublinhada no enunciado abaixo é uma conjunção:


Fiz como foi instruído.

Alternativas
Q3023785 Português
Qual das palavras abaixo mudaria completamente o significado do enunciado caso substituísse a palavra sublinhada?
O laço entre eles, dois países intrinsecamente ligados por relações econômicas e financeiras, foi abalado pela guerra.
Alternativas
Q3023784 Português
Dado que oxítonas com sílaba tônica terminada em ditongo aberto são acentuadas, qual das palavras abaixo deve receber acento por causa disso?
Alternativas
Q3023783 Português

Qual é a ideia geral da tirinha abaixo, do cartunista argentino Quino?



Imagem associada para resolução da questão

Alternativas
Q3023781 Português

A intertextualidade e a literatura

    O termo intertextualidade foi cunhado na década de 1960, no âmbito da teoria literária, por Julia Kristeva e referia-se ao universo dos textos literários e do diálogo entre esses textos ao longo da história da literatura. Quando a intertextualidade se dá entre dois textos literários efetivamente escritos e se manifesta de forma direta, clara, explícita, podemos dizer que se trata de intertextualidade em sentido restrito.

    Quando um determinado autor recorre a outros textos para compor os próprios, certamente tem um motivo muito claro — fazer uma crítica, uma reflexão ou uma releitura desses textos. Percorrer o caminho inverso, ou seja, buscar esse motivo e reconstruir o processo de produção desses textos leva a desvendar seus significados específicos. Assim, o conhecimento das relações entre os textos é um poderoso recurso de produção e apreensão de significados.

    Esse conhecimento, porém, não se dá por acaso nem por obra da intuição, ____ por meio de um trabalho bastante específico: o exercício da leitura. Quanto ____ experiente for o leitor (entenda-se como leitor experiente aquele que leu muito e bem), ____ possibilidades terá de compreender os caminhos percorridos (e os textos visitados) por um outro autor em sua produção e de percorrer o próprio caminho em suas criações.

   Portanto, nossos processos de leitura podem ser mais proveitosos devido aos numerosos caminhos de leitura que percorremos. Nossas produções podem aprimorar-se à medida que incorporamos essas leituras a nossos textos. E não é exagero dizer que esses procedimentos se ampliam de tal forma que atingem uma outra área, bem mais ampla – a que diz respeito à própria leitura do mundo.


Painel da literatura em língua portuguesa – José de Nicola.
Adaptado.
Com base na norma-padrão da língua portuguesa, assinalar a alternativa que preenche as lacunas no texto CORRETAMENTE.
Alternativas
Q3023779 Português

A intertextualidade e a literatura

    O termo intertextualidade foi cunhado na década de 1960, no âmbito da teoria literária, por Julia Kristeva e referia-se ao universo dos textos literários e do diálogo entre esses textos ao longo da história da literatura. Quando a intertextualidade se dá entre dois textos literários efetivamente escritos e se manifesta de forma direta, clara, explícita, podemos dizer que se trata de intertextualidade em sentido restrito.

    Quando um determinado autor recorre a outros textos para compor os próprios, certamente tem um motivo muito claro — fazer uma crítica, uma reflexão ou uma releitura desses textos. Percorrer o caminho inverso, ou seja, buscar esse motivo e reconstruir o processo de produção desses textos leva a desvendar seus significados específicos. Assim, o conhecimento das relações entre os textos é um poderoso recurso de produção e apreensão de significados.

    Esse conhecimento, porém, não se dá por acaso nem por obra da intuição, ____ por meio de um trabalho bastante específico: o exercício da leitura. Quanto ____ experiente for o leitor (entenda-se como leitor experiente aquele que leu muito e bem), ____ possibilidades terá de compreender os caminhos percorridos (e os textos visitados) por um outro autor em sua produção e de percorrer o próprio caminho em suas criações.

   Portanto, nossos processos de leitura podem ser mais proveitosos devido aos numerosos caminhos de leitura que percorremos. Nossas produções podem aprimorar-se à medida que incorporamos essas leituras a nossos textos. E não é exagero dizer que esses procedimentos se ampliam de tal forma que atingem uma outra área, bem mais ampla – a que diz respeito à própria leitura do mundo.


Painel da literatura em língua portuguesa – José de Nicola.
Adaptado.
Com base nas informações presentes no texto, avaliar se as afirmativas são certas (C) ou erradas (E) e assinalar a sequência correspondente.

( ) A quantidade de livros que uma pessoa leu durante a vida interfere na sua capacidade de compreender a intertextualidade.
( ) Intertextualidade é o termo dado a obras que possuem autorreferências, mas não referências a outros textos.
( ) O conhecimento das relações entre textos é uma forma poderosa de produção e apreensão de significados.
Alternativas
Q3023578 Português
Quem tem olhos

      Eu vinha andando na rua e vi a mulher na janela. Uma mulher como as de antigamente. De cabeça branca e braços pálidos apoiados no peitoril. Sentada, olhava para fora. Uma mulher como as de antigamente, posta à janela, espiando o mundo.
      Mas a janela não era ao nível da rua, como as de antigamente. Nem era de uma casa. Era acima da entrada do prédio, acima da garagem, acima do playground. Era lá no alto. E diante daquela janela a única coisa que havia para se ver era, do lado oposto da rua, a parede cega de um edifício.
      Não havia árvores. Ou outras janelas. Somente a parede lisa e cinzenta, manchada de umidade. Alta, muito alta.
      De onde estava, assim sentada, a mulher não podia ver a rua, o movimento da rua, as pessoas passando. Teria tido que debruçar-se, para vê-los. E não se debruçava.
      Também não via o céu. Teria tido que esticar o pescoço e torcer a cabeça para vê-lo lá no alto, acima da parede cinzenta e do seu próprio edifício, faixa de céu estreita como uma passadeira. E a mulher mantinha-se composta, o olhar lançado para a frente. Serena, a mulher olhava a parede cinzenta.
      Não era como nas pequenas cidades onde ficar à janela é estar numa frisa ou camarote para ver e ser vista, é maneira astuciosa de estar na rua sem perder o recato da casa, de meter-se na vida alheia sem expor a própria. Não era uma forma barricada de participação. Ali ninguém falava com ela, ninguém a cumprimentava ou via – a não ser eu que parada na calçada a observava – e não havia nada para ela ver.
      A mulher olhava para a parede cinzenta. E parecia estar bem.
      E por um instante o bem-estar dela me doeu, porque acreditei que sorrisse em plena renúncia à vitalidade, que se mantivesse serena debaixo da canga de solidão e cimento que a cidade lhe impunha, tendo aberto mão de qualquer protesto. Desejei tirá-la dali ou dar-lhe outra vista. Depois, entendi.
      A mulher olhava a parede cinzenta, mas diante dela não havia uma parede cinzenta. Havia um telão. Um telão imenso, imperturbável, onde histórias se passavam. Que ela própria projetava, mas das quais era devotada espectadora e eventual personagem. Suas fantasias, suas lembranças, seus desejos moviam-se sobre a parede que já não era cinzenta, que era o suporte do mundo, ao vivo e a cores. Só ela os via. Mas com que nitidez! (...)
      Quem tem ouvidos ouça, disse o profeta. E, Ele não disse, mas digo eu, quem tem olhos veja.

(COLASANTI, Marina. In: PINTO, Manuel da Costa (Org.). Crônica brasileira contemporânea: antologia de crônicas. São Paulo: Moderna, 2005. Fragmento.)
A alegação feita pelo narrador no final da crônica foi retirada do texto bíblico. Jesus teria dito aos apóstolos “Quem tem ouvidos ouça”, quando contava a eles as parábolas e esperava que eles extraíssem delas significados mais sutis, como ensinamentos. Dessa forma, podemos perceber que a autora utiliza um recurso intertextual ao trazer elementos de outras obras para dentro da sua, estabelecendo, assim, uma relação entre elas. Ao fazer a afirmação “Quem tem olhos veja”, depreende-se que: 
Alternativas
Q3023577 Português
Quem tem olhos

      Eu vinha andando na rua e vi a mulher na janela. Uma mulher como as de antigamente. De cabeça branca e braços pálidos apoiados no peitoril. Sentada, olhava para fora. Uma mulher como as de antigamente, posta à janela, espiando o mundo.
      Mas a janela não era ao nível da rua, como as de antigamente. Nem era de uma casa. Era acima da entrada do prédio, acima da garagem, acima do playground. Era lá no alto. E diante daquela janela a única coisa que havia para se ver era, do lado oposto da rua, a parede cega de um edifício.
      Não havia árvores. Ou outras janelas. Somente a parede lisa e cinzenta, manchada de umidade. Alta, muito alta.
      De onde estava, assim sentada, a mulher não podia ver a rua, o movimento da rua, as pessoas passando. Teria tido que debruçar-se, para vê-los. E não se debruçava.
      Também não via o céu. Teria tido que esticar o pescoço e torcer a cabeça para vê-lo lá no alto, acima da parede cinzenta e do seu próprio edifício, faixa de céu estreita como uma passadeira. E a mulher mantinha-se composta, o olhar lançado para a frente. Serena, a mulher olhava a parede cinzenta.
      Não era como nas pequenas cidades onde ficar à janela é estar numa frisa ou camarote para ver e ser vista, é maneira astuciosa de estar na rua sem perder o recato da casa, de meter-se na vida alheia sem expor a própria. Não era uma forma barricada de participação. Ali ninguém falava com ela, ninguém a cumprimentava ou via – a não ser eu que parada na calçada a observava – e não havia nada para ela ver.
      A mulher olhava para a parede cinzenta. E parecia estar bem.
      E por um instante o bem-estar dela me doeu, porque acreditei que sorrisse em plena renúncia à vitalidade, que se mantivesse serena debaixo da canga de solidão e cimento que a cidade lhe impunha, tendo aberto mão de qualquer protesto. Desejei tirá-la dali ou dar-lhe outra vista. Depois, entendi.
      A mulher olhava a parede cinzenta, mas diante dela não havia uma parede cinzenta. Havia um telão. Um telão imenso, imperturbável, onde histórias se passavam. Que ela própria projetava, mas das quais era devotada espectadora e eventual personagem. Suas fantasias, suas lembranças, seus desejos moviam-se sobre a parede que já não era cinzenta, que era o suporte do mundo, ao vivo e a cores. Só ela os via. Mas com que nitidez! (...)
      Quem tem ouvidos ouça, disse o profeta. E, Ele não disse, mas digo eu, quem tem olhos veja.

(COLASANTI, Marina. In: PINTO, Manuel da Costa (Org.). Crônica brasileira contemporânea: antologia de crônicas. São Paulo: Moderna, 2005. Fragmento.)
O fragmento de texto a seguir relacionado que denota ideia de intensificação é: 
Alternativas
Q3023576 Português
Quem tem olhos

      Eu vinha andando na rua e vi a mulher na janela. Uma mulher como as de antigamente. De cabeça branca e braços pálidos apoiados no peitoril. Sentada, olhava para fora. Uma mulher como as de antigamente, posta à janela, espiando o mundo.
      Mas a janela não era ao nível da rua, como as de antigamente. Nem era de uma casa. Era acima da entrada do prédio, acima da garagem, acima do playground. Era lá no alto. E diante daquela janela a única coisa que havia para se ver era, do lado oposto da rua, a parede cega de um edifício.
      Não havia árvores. Ou outras janelas. Somente a parede lisa e cinzenta, manchada de umidade. Alta, muito alta.
      De onde estava, assim sentada, a mulher não podia ver a rua, o movimento da rua, as pessoas passando. Teria tido que debruçar-se, para vê-los. E não se debruçava.
      Também não via o céu. Teria tido que esticar o pescoço e torcer a cabeça para vê-lo lá no alto, acima da parede cinzenta e do seu próprio edifício, faixa de céu estreita como uma passadeira. E a mulher mantinha-se composta, o olhar lançado para a frente. Serena, a mulher olhava a parede cinzenta.
      Não era como nas pequenas cidades onde ficar à janela é estar numa frisa ou camarote para ver e ser vista, é maneira astuciosa de estar na rua sem perder o recato da casa, de meter-se na vida alheia sem expor a própria. Não era uma forma barricada de participação. Ali ninguém falava com ela, ninguém a cumprimentava ou via – a não ser eu que parada na calçada a observava – e não havia nada para ela ver.
      A mulher olhava para a parede cinzenta. E parecia estar bem.
      E por um instante o bem-estar dela me doeu, porque acreditei que sorrisse em plena renúncia à vitalidade, que se mantivesse serena debaixo da canga de solidão e cimento que a cidade lhe impunha, tendo aberto mão de qualquer protesto. Desejei tirá-la dali ou dar-lhe outra vista. Depois, entendi.
      A mulher olhava a parede cinzenta, mas diante dela não havia uma parede cinzenta. Havia um telão. Um telão imenso, imperturbável, onde histórias se passavam. Que ela própria projetava, mas das quais era devotada espectadora e eventual personagem. Suas fantasias, suas lembranças, seus desejos moviam-se sobre a parede que já não era cinzenta, que era o suporte do mundo, ao vivo e a cores. Só ela os via. Mas com que nitidez! (...)
      Quem tem ouvidos ouça, disse o profeta. E, Ele não disse, mas digo eu, quem tem olhos veja.

(COLASANTI, Marina. In: PINTO, Manuel da Costa (Org.). Crônica brasileira contemporânea: antologia de crônicas. São Paulo: Moderna, 2005. Fragmento.)
Mas a janela não era ao nível da rua, como as de antigamente.” (2º§) As expressões destacadas podem ser substituídas, sem alterar o sentido do texto, respectivamente, por: 
Alternativas
Q3023575 Português
Quem tem olhos

      Eu vinha andando na rua e vi a mulher na janela. Uma mulher como as de antigamente. De cabeça branca e braços pálidos apoiados no peitoril. Sentada, olhava para fora. Uma mulher como as de antigamente, posta à janela, espiando o mundo.
      Mas a janela não era ao nível da rua, como as de antigamente. Nem era de uma casa. Era acima da entrada do prédio, acima da garagem, acima do playground. Era lá no alto. E diante daquela janela a única coisa que havia para se ver era, do lado oposto da rua, a parede cega de um edifício.
      Não havia árvores. Ou outras janelas. Somente a parede lisa e cinzenta, manchada de umidade. Alta, muito alta.
      De onde estava, assim sentada, a mulher não podia ver a rua, o movimento da rua, as pessoas passando. Teria tido que debruçar-se, para vê-los. E não se debruçava.
      Também não via o céu. Teria tido que esticar o pescoço e torcer a cabeça para vê-lo lá no alto, acima da parede cinzenta e do seu próprio edifício, faixa de céu estreita como uma passadeira. E a mulher mantinha-se composta, o olhar lançado para a frente. Serena, a mulher olhava a parede cinzenta.
      Não era como nas pequenas cidades onde ficar à janela é estar numa frisa ou camarote para ver e ser vista, é maneira astuciosa de estar na rua sem perder o recato da casa, de meter-se na vida alheia sem expor a própria. Não era uma forma barricada de participação. Ali ninguém falava com ela, ninguém a cumprimentava ou via – a não ser eu que parada na calçada a observava – e não havia nada para ela ver.
      A mulher olhava para a parede cinzenta. E parecia estar bem.
      E por um instante o bem-estar dela me doeu, porque acreditei que sorrisse em plena renúncia à vitalidade, que se mantivesse serena debaixo da canga de solidão e cimento que a cidade lhe impunha, tendo aberto mão de qualquer protesto. Desejei tirá-la dali ou dar-lhe outra vista. Depois, entendi.
      A mulher olhava a parede cinzenta, mas diante dela não havia uma parede cinzenta. Havia um telão. Um telão imenso, imperturbável, onde histórias se passavam. Que ela própria projetava, mas das quais era devotada espectadora e eventual personagem. Suas fantasias, suas lembranças, seus desejos moviam-se sobre a parede que já não era cinzenta, que era o suporte do mundo, ao vivo e a cores. Só ela os via. Mas com que nitidez! (...)
      Quem tem ouvidos ouça, disse o profeta. E, Ele não disse, mas digo eu, quem tem olhos veja.

(COLASANTI, Marina. In: PINTO, Manuel da Costa (Org.). Crônica brasileira contemporânea: antologia de crônicas. São Paulo: Moderna, 2005. Fragmento.)
Assinale a alternativa em que a expressão grifada NÃO pertence à classe gramatical das demais. 
Alternativas
Q3023574 Português
Quem tem olhos

      Eu vinha andando na rua e vi a mulher na janela. Uma mulher como as de antigamente. De cabeça branca e braços pálidos apoiados no peitoril. Sentada, olhava para fora. Uma mulher como as de antigamente, posta à janela, espiando o mundo.
      Mas a janela não era ao nível da rua, como as de antigamente. Nem era de uma casa. Era acima da entrada do prédio, acima da garagem, acima do playground. Era lá no alto. E diante daquela janela a única coisa que havia para se ver era, do lado oposto da rua, a parede cega de um edifício.
      Não havia árvores. Ou outras janelas. Somente a parede lisa e cinzenta, manchada de umidade. Alta, muito alta.
      De onde estava, assim sentada, a mulher não podia ver a rua, o movimento da rua, as pessoas passando. Teria tido que debruçar-se, para vê-los. E não se debruçava.
      Também não via o céu. Teria tido que esticar o pescoço e torcer a cabeça para vê-lo lá no alto, acima da parede cinzenta e do seu próprio edifício, faixa de céu estreita como uma passadeira. E a mulher mantinha-se composta, o olhar lançado para a frente. Serena, a mulher olhava a parede cinzenta.
      Não era como nas pequenas cidades onde ficar à janela é estar numa frisa ou camarote para ver e ser vista, é maneira astuciosa de estar na rua sem perder o recato da casa, de meter-se na vida alheia sem expor a própria. Não era uma forma barricada de participação. Ali ninguém falava com ela, ninguém a cumprimentava ou via – a não ser eu que parada na calçada a observava – e não havia nada para ela ver.
      A mulher olhava para a parede cinzenta. E parecia estar bem.
      E por um instante o bem-estar dela me doeu, porque acreditei que sorrisse em plena renúncia à vitalidade, que se mantivesse serena debaixo da canga de solidão e cimento que a cidade lhe impunha, tendo aberto mão de qualquer protesto. Desejei tirá-la dali ou dar-lhe outra vista. Depois, entendi.
      A mulher olhava a parede cinzenta, mas diante dela não havia uma parede cinzenta. Havia um telão. Um telão imenso, imperturbável, onde histórias se passavam. Que ela própria projetava, mas das quais era devotada espectadora e eventual personagem. Suas fantasias, suas lembranças, seus desejos moviam-se sobre a parede que já não era cinzenta, que era o suporte do mundo, ao vivo e a cores. Só ela os via. Mas com que nitidez! (...)
      Quem tem ouvidos ouça, disse o profeta. E, Ele não disse, mas digo eu, quem tem olhos veja.

(COLASANTI, Marina. In: PINTO, Manuel da Costa (Org.). Crônica brasileira contemporânea: antologia de crônicas. São Paulo: Moderna, 2005. Fragmento.)
Analise as transcrições textuais a seguir e o tipo de circunstância que elas expressam no texto. A indicação NÃO está correta em: 
Alternativas
Q3023573 Português
Quem tem olhos

      Eu vinha andando na rua e vi a mulher na janela. Uma mulher como as de antigamente. De cabeça branca e braços pálidos apoiados no peitoril. Sentada, olhava para fora. Uma mulher como as de antigamente, posta à janela, espiando o mundo.
      Mas a janela não era ao nível da rua, como as de antigamente. Nem era de uma casa. Era acima da entrada do prédio, acima da garagem, acima do playground. Era lá no alto. E diante daquela janela a única coisa que havia para se ver era, do lado oposto da rua, a parede cega de um edifício.
      Não havia árvores. Ou outras janelas. Somente a parede lisa e cinzenta, manchada de umidade. Alta, muito alta.
      De onde estava, assim sentada, a mulher não podia ver a rua, o movimento da rua, as pessoas passando. Teria tido que debruçar-se, para vê-los. E não se debruçava.
      Também não via o céu. Teria tido que esticar o pescoço e torcer a cabeça para vê-lo lá no alto, acima da parede cinzenta e do seu próprio edifício, faixa de céu estreita como uma passadeira. E a mulher mantinha-se composta, o olhar lançado para a frente. Serena, a mulher olhava a parede cinzenta.
      Não era como nas pequenas cidades onde ficar à janela é estar numa frisa ou camarote para ver e ser vista, é maneira astuciosa de estar na rua sem perder o recato da casa, de meter-se na vida alheia sem expor a própria. Não era uma forma barricada de participação. Ali ninguém falava com ela, ninguém a cumprimentava ou via – a não ser eu que parada na calçada a observava – e não havia nada para ela ver.
      A mulher olhava para a parede cinzenta. E parecia estar bem.
      E por um instante o bem-estar dela me doeu, porque acreditei que sorrisse em plena renúncia à vitalidade, que se mantivesse serena debaixo da canga de solidão e cimento que a cidade lhe impunha, tendo aberto mão de qualquer protesto. Desejei tirá-la dali ou dar-lhe outra vista. Depois, entendi.
      A mulher olhava a parede cinzenta, mas diante dela não havia uma parede cinzenta. Havia um telão. Um telão imenso, imperturbável, onde histórias se passavam. Que ela própria projetava, mas das quais era devotada espectadora e eventual personagem. Suas fantasias, suas lembranças, seus desejos moviam-se sobre a parede que já não era cinzenta, que era o suporte do mundo, ao vivo e a cores. Só ela os via. Mas com que nitidez! (...)
      Quem tem ouvidos ouça, disse o profeta. E, Ele não disse, mas digo eu, quem tem olhos veja.

(COLASANTI, Marina. In: PINTO, Manuel da Costa (Org.). Crônica brasileira contemporânea: antologia de crônicas. São Paulo: Moderna, 2005. Fragmento.)
A respeito da acentuação das palavras, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) A mesma regra de acentuação que vale para “próprio” vale também para a palavra “única”.
( ) As palavras “renúncia” e “céu” recebem acento porque são paroxítonas terminadas em ditongo.
( ) A palavra “ninguém” é uma palavra oxítona terminada em ditongo nasal.

A sequência está correta em 
Alternativas
Respostas
7721: A
7722: E
7723: A
7724: D
7725: B
7726: C
7727: E
7728: D
7729: B
7730: A
7731: C
7732: D
7733: C
7734: B
7735: C
7736: A
7737: D
7738: C
7739: B
7740: B