Questões de Concurso Sobre análise sintática em português

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Q2902737 Português

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.


Crimes na Floresta


(...) Para comemorar os seus 12 anos, a menina Hakani pediu a sua mãe adotiva, Márcia Suzuki, que decorasse a mesa do bolo com figuras do desenho animado Happy Feet. O presente de que ela mais gostou foi um boneco de Mano, protagonista do filme. Mano é um pinguim que não sabe cantar, ao contrário de seus companheiros. Em vez de cantar, dança. Por isso, é rejeitado por seus pais. A história de Hakani também traz as marcas de uma rejeição. Nascida em 1995, natribo dos índios suruuarrás, que vivem semi-isolados no sul do Amazonas, Hakani foi condenada à morte quando completou 2 anos, porque não se desenvolvia no mesmo ritmo das outras crianças. Escalados para ser os carrascos, seus pais prepararam o timbó, um veneno obtido a partir da maceração de um cipó. Mas, em vez de cumprirem a sentença, ingeriram eles mesmos a substância.

O duplo suicídio enfureceu a tribo, que pressionou o irmão mais velho de Hakani, Aruaiji, então com 15 anos, a cumprir a tarefa. Ele atacou-a com um porrete. Quando a estava enterrando, ouviu-a chorar. Aruaji abriu a cova e retirou a irmã. Ao ver a cena, Kimaru, um dos avôs, pegou seu arco e flechou a menina entre o ombro e o peito. Tomado de remorso, o velho suruuarrás também se suicidou com timbó. A flechada, no entanto, não foi suficiente para matar a menina. Seus ferimentos foram tratados às escondidas pelo casal de missionários protestantes Márcia e Edson Suzuki, que tentavam evangelizar os suruuarrás. Eles apelaram à tribo para que deixasse Hakani viver. A menina, então, passou a dormir ao relento e comer as sobras que encontrava no chão. “Era tratada como um bicho”, diz Márcia. Muito fraca, ela já contava 5 anos quando a tribo autorizou os missionários a levá-la para o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, em São Paulo. Com menos de 7 quilos e 69 centímetros, Hakanitinha a compleição de um bebê de 7 meses. Os médicos descobriram que o atraso no seu desenvolvimento se devia ao hipotireoidismo, um distúrbio contornável por meio de remédios.

Márcia e Edson Suzuki conseguiram adotar a indiazinha. Graças a seu empenho, o hipotireoidismo foi controlado, mas os maus-tratos e a desnutrição deixaram sequelas. Aos 12 anos, Hakani mede 1,20 metro, altura equivalente à de uma criança de 7 anos. Como os suruuarrás aignoravam, só viria a aprendera falar na convivência com os brancos. Ela pronunciou as primeiras palavras aos 8 anos. Hoje, tem problemas de dicção, que tenta superar com a ajuda de uma fonoaudióloga. Um psicólogo recomendou que ela não fosse matriculada na escola enquanto não estivesse emocionalmente apta a enfrentar outras crianças. Hakani foi alfabetizada em casa pela mãe adotiva. Neste ano, o psicólogo autorizou seu ingresso na 2a série do ensino fundamental.

A história da adoção é um capítulo à parte. (...) O processo ficou cinco anos emperrado na Justiça do Amazonas, porque o antropólogo Marcos Farias de Almeida, do Ministério Público, deu um parecer negativo à adoção. No seu laudo, o antropólogo acusou os missionários de ameaçar a cultura suruuarrá ao impediro assassinato de Hakani. Disse que semelhante barbaridade era uma prática cultural repleta de significados.

(...)

Entre os índios brasileiros, o infanticídio foi sendo abolido à medida que se aculturavam. Mas resiste, principalmente, em tribos remotas — e com o apoio de antropólogos e a tolerância da Funai. E praticado por, no mínimo, treze etnias nacionais.

(...)

Há três meses, o deputado Henrique Afonso apresentou um projeto de lei que prevê pena de um ano e seis meses para o “homem branco” que não intervier para salvar as crianças indígenas condenadas à morte. O projeto classifica a tolerância ao infanticídio como omissão de socorro e afirma que o argumento de “relativismo cultural” fere o direito à vida, garantido pela Constituição.

Leonardo Coutinho, in VEJA, 15 de agosto de 2007.

Assinale a opção que apresenta a oração desenvolvida que corresponde à reduzida grifada em:


Ao ver a cena, Kimaru, um dos avôs, pegou seu arco e flechou a menina...”

Alternativas
Q2902594 Português

O seguinte trecho diz respeito às questões 04 e 05.


“muitas das tecnologias de que dispomos hoje nós sabemos usar, embora não saibamos como elas se produziram nem saibamos explicá-las.”

No que se refere às regras de regência verbal, esse trecho estaria igualmente correto se fosse alterado para:

Alternativas
Q2901060 Português

Leia o texto.


A urbanização tem várias faces, as quais não são controladas por forças externas e sim pela sociedade ao se tornar agente produtor do espaço urbano. Influencia diretamente no processo de crescimento das cidades, seguindo um conjunto de interesses que nem (ou quase) sempre representam um crescimento na qualidade de vida dos cidadãos. Ainda mais: interfere positivamente na promoção do bem-estar social tão propagado no discurso do desenvolvimento.


<http://www.jaenoticia.com.br/noticia/2599/4%C2%AA-Semana-de-Arquitetura-e-Urbanismo>, acesso em 04.10.2013 - adaptado.


Analise as afirmativas relacionadas ao texto.


1. A sociedade controla as várias faces da urbanização.

2. A expressão “ainda mais”, na última frase do texto, incorpora um dado a mais no argumento a favor da urbanização.

3. A expressão “as quais” sublinhada no texto é pronome relativo, pode ser substituído pela palavra “que” e tem valor de retomada de uma palavra já dita.

4. A palavra “que” sublinhada no texto é uma conjunção que introduz a ideia de crescimento da qualidade de vida dos cidadãos pela urbanização.

5. A expressão: “forças externas” é composta por um adjetivo e um substantivo respectivamente.


Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

Alternativas
Q2901055 Português

Leia o texto.


O advento da informática modificou a vida da sociedade em geral. No caso da prática profissional dos arquitetos, ela se dá, talvez mais expressivamente, no âmbito da concepção arquitetônica que está se deslocando de um apoiamento por instrumentos de desenho como o lápis e o papel para o apoiamento em máquinas eletrônicas utilizando programas de desenho que não dão o mesmo tempo de reflexão que os instrumentos convencionais davam, isto é, o arquiteto produz de um modo direto por sobre as técnicas de informática sem a possibilidade de uma reflexão ao longo do processo produtivo. Isso constitui um modo diferente de produção arquitetônica que, do meu ponto de vista, se reflete em uma redução das complexidades compositivas que um trabalho artesanal de desenho, muitas vezes, significa. E de outro lado, também paradoxalmente, a utilização da informática permite que edifícios possam oferecer respostas tecnológicas, respostas compositivas e respostas formais até mais complexas do que aquelas que se alcançavam numa concepção convencional.


Sérgio Magalhães.


<http://www.caurj.org.br/?p=8245> acesso em 02.10.2103.


Sobre o enunciado retirado do texto:


“O advento da informática modificou a vida da sociedade em geral. No caso da prática profissional dos arquitetos, ela se dá, talvez mais expressivamente, no âmbito da concepção arquitetônica”,


Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Q2900991 Português

Jeitinho

O jeitinho não se relaciona com um sentimento revolu-

cionário, pois aqui não há o ânimo de se mudar o status quo.

O que se busca é obter um rápido favor para si, às escondidas e

sem chamar a atenção; por isso, o jeitinho pode ser também

5 definido como "molejo", "jogo de cintura", habilidade de se "dar

bem" em uma situação "apertada".

Em sua obra O Que Faz o Brasil, Brasil?, o antropólogo

Roberto DaMatta compara a postura dos norte-americanos e a

dos brasileiros em relação às leis. Explica que a atitude

10 formalista, respeitadora e zelosa dos norte-americanos causa

admiração e espanto aos brasileiros, acostumados a violar e a

ver violadas as próprias instituições; no entanto, afirma que é

ingênuo creditar a postura brasileira apenas à ausência de

educação adequada.

15 O antropólogo prossegue explicando que, diferente das

norte-americanas, as instituições brasileiras foram desenhadas

para coagir e desarticular o indivíduo. A natureza do Estado é

naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, é inadequada

à realidade individual. Um curioso termo – Belíndia – define

20 precisamente esta situação: leis e impostos da Bélgica, realidade

social da Índia.

Ora, incapacitado pelas leis, descaracterizado por uma

realidade opressora, o brasileiro buscará utilizar recursos que

vençam a dureza da formalidade se quiser obter o que muitas

25 vezes será necessário à sua sobrevivência. Diante de uma

autoridade, utilizará termos emocionais, tentará descobrir alguma

coisa que possuam em comum - um conhecido, uma cidade da

qual gostam, a “terrinha” natal onde passaram a infância - e

apelará para um discurso emocional, com a certeza de que a

30 autoridade, sendo exercida por um brasileiro, poderá muito bem

se sentir tocada por esse discurso. E muitas vezes conseguirá o

que precisa.

Nos Estados Unidos da América, as leis não admitem

permissividade alguma e possuem franca influência na esfera

35 dos costumes e da vida privada. Em termos mais populares, diz-

se que, lá, ou “pode” ou “não pode”. No Brasil, descobre-se que

é possível um “pode-e-não-pode”. É uma contradição simples:

acredita-se que a exceção a ser aberta em nome da cordialidade

não constituiria pretexto para outras exceções. Portanto, o

40 jeitinho jamais gera formalidade, e essa jamais sairá ferida após

o uso desse atalho.

Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é também

exercida por esferas de influência superiores. Quando uma

autoridade "maior" vê-se coagida por uma "menor",

45 imediatamente ameaça fazer uso de sua influência; dessa forma,

buscará dissuadir a autoridade "menor" de aplicar-lhe uma

sanção.

A fórmula típica de tal atitude está contida no golpe

conhecido por "carteirada", que se vale da célebre frase "você

50 sabe com quem está falando?". Num exemplo clássico, um

promotor público que vê seu carro sendo multado por uma

autoridade de trânsito imediatamente fará uso (no caso, abusivo)

de sua autoridade: "Você sabe com quem está falando? Eu sou

o promotor público!". No entendimento de Roberto DaMatta, de

55 qualquer forma, um "jeitinho" foi dado.

(In: www.wikipedia.org - com adaptações.)

Assinale a alternativa em que a vírgula está corretamente empregada.

Alternativas
Respostas
206: B
207: C
208: A
209: C
210: C