Questões de Concurso Sobre classificação dos verbos (regulares, irregulares, defectivos, abundantes, unipessoais, pronominais) em português
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Leia o texto 4 para responder às questões de 12 a 18.
Texto 4
Aquela velha carta de A B C dava arrepios. Três faixas verticais borravam a capa, duras,
antipáticas; e, fugindo a elas, encontrávamos num papel de embrulho o alfabeto, sílabas,
frases soltas e afinal máximas sisudas.
Suportávamos esses horrores como um castigo e inutilizávamos as folhas percorridas,
05 esperando sempre que as coisas melhorassem. Engano: as letras eram pequeninas e
feias; o exercício da soletração, cantado, embrutecia a gente; os provérbios, os graves
conselhos morais ficavam impenetráveis, apesar dos esforços dos mestres arreliados,
dos puxavantes de orelhas e da palmatória.
“A preguiça é a chave da pobreza”, afirmava-se ali. Que espécie de chave seria aquela?
10 Aos seis anos, eu e os meus companheiros de infelicidade escolar, quase todos pobres,
não conhecíamos a pobreza pelo nome e tínhamos poucas chaves, de gavetas, de
armários e de portas. Chave de pobreza para uma criança de seis anos é terrível.
Nessa medonha carta, que rasgávamos com prazer, salvam-se algumas linhas. “Paulina
mastigou pimenta.” Bem. Conhecíamos pimenta e achávamos natural que a língua de
15 Paulina estivesse ardendo. Mas que teria acontecido depois? Essa história contada em
três palavras não nos satisfazia, precisávamos saber mais alguma coisa a respeito da
aventura de Paulina.
O que ofereciam, porém, à nossa curiosidade infantil eram conceitos idiotas: “Fala pouco
e bem: ter-te-ão por alguém”. Ter-te-ão! Esse Terteão para mim era um homem, e nunca
20 pude compreender o que ele fazia na última página do odioso folheto. Éramos realmente
uns pirralhos bastante desgraçados.
Marques Rebelo enviou-me há dias um A B C novo. Recebendo-o, lembrei-me com
amargura da chave da pobreza e do Terteão, que ainda circulam no interior.
A capa da brochura que hoje me aparece tem uns balões — e logo aí o futuro cidadão
25 aprende algumas letras. Na primeira folha, em tabuleiros de xadrez de casas brancas e
vermelhas, procurou-se a melhor maneira de impingir aos inocentes essa coisa
desagradável que é o alfabeto. O resto do livro encerra pedaços de vida de um casal de
crianças. João e Maria regam flores, bebem leite, brincam na praia, jogam bola,
passeiam em bicicleta, nadam, apanham legumes, vão ao Jardim Zoológico.
30 Tudo isso é dito em poucas palavras, como na história de Paulina, que mastigava
pimentas na velha carta de A B C. Mas enquanto ali o caso se narrava com letras miúdas
e safadas, em papel de embrulho, aqui as brincadeiras e as ocupações das personagens
se contam em bonitas legendas e principalmente em desenhos cheios de pormenores
que a narração curta não poderia conter.
35 As legendas são de Marques Rebêlo, as ilustrações, de Santa rosa, dois artistas que há
tempo tiveram livros premiados no concurso de literatura infantil realizado pelo Ministério
da Educação. Onde andam esses livros? Premiados e inéditos, exatamente como se não
tivessem sido premiados.
Marques Rebêlo e Santa Rosa fizeram agora um pequeno álbum e a Companhia Nestlé
40 editou-o, espalhou quinhentos mil volumes entre os garotos do Brasil. Está certo. A
Companhia Nestlê não se dedica a negócios de livros, mas isto não tem importância:
parece que a melhor edição de obra portuguesa foi feita por um negociante de vinhos.
Graciliano Ramos. Linhas tortas. Obra póstuma.13. ed., Rio de Janeiro: Record,1986. p.174-175 (Adaptado).
Observe o fragmento: “[...] a melhor edição de obra portuguesa foi feita por um negociante de vinhos.” (linha 42).
A forma ativa dessa frase é
Leia o texto 2 para responder às questões de 06 a 10.
Texto 2
Arqueologia Machadiana do Rio de Janeiro
Toda grande cidade tem seu cronista por excelência, aquele que melhor a define e caracteriza,
de forma explícita ou não. Londres, por exemplo, teve em Charles Dickens seu mais perfeito
tradutor, o homem que soube da maneira mais incisiva desvendar cada mistério de suas ruas e
bairros. O mesmo pode ser creditado a Kafka com Praga, Fernando Pessoa com Lisboa e
05 Joyce com Dublin. Esses autores não descreveram uma cidade idealizada ou maquiada, mas
sim as mostravam como de fato eram, ao mesmo tempo belas e ásperas, quase que um
personagem a mais em suas obras. Essa persona de concreto e asfalto, o pano de fundo de
uma ou de várias obras que vai aos poucos ficando cada vez mais denso até se inserir
substantivamente em um romance, pode também ser o Rio de Janeiro que Machado de Assis
10 tão bem conheceu. É nas obras do criador de Brás Cubas que um Rio fin-de-siècle melhor se
descortina e é melhor caracterizado. Poucos usaram e abusaram da Cidade Maravilhosa como
Machado, fazendo seus personagens se inserirem de tal forma à paisagem que cada um de
seus livros bem poderia servir de um guia para um Rio que, para muitos, infelizmente não
existe mais. Mas se essa cidade ficou no passado, o guia para ela pode ser encontrado na
15 forma de Rio de Assis (Editora Casa da Palavra), uma interessante viagem até a grande
metrópole brasileira do século XIX concebida pela designer Aline Carrer e um dos mais belos
lançamentos do ano passado.
[...]
ROLLEMBERG, Marcello. Arqueologia machadiana do Rio de Janeiro. Revista Cult. São Paulo: Editora Bregantini, ago. 2000, p. 21- 23.
Dentre os verbos irregulares há aqueles que apresentam alguma variação no radical, ou seja, na “base” da palavra.
Um exemplo de verbo irregular encontra-se no seguinte exemplo do texto:
A internet, os smartphones e os jogos interativos ____________ para a qualidade de vida da população, porém _________ risco de dependência se algumas dessas ferramentas ____________ utilizadas de forma incontrolada.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto acima.
Assinalar a alternativa em que a forma verbal sublinhada está CORRETAMENTE empregada:
Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 1 a 3.
Empreendedor vende garrafas de ar puro inglês a R$ 450,00 para cidades poluídas na China
O empresário Leo De Watts, de 27 anos, vende ar coletado no interior do Reino Unido e despacha para cidades poluídas da China, onde elites pagam quantias consideráveis por poucos segundos de inalação.
A China enfrenta problemas crônicos de poluição atmosférica. Em 2015, pela primeira vez na história, a capital do país, Pequim, declarou alerta vermelho − o mais grave em uma escala de quatro níveis − por causa da poluição. Escolas permaneceram fechadas e fábricas interromperam a produção.
“Qualquer pessoa que, por exemplo, viva perto de um lago cristalino e comece a engarrafar água e vender pode ser considerada meio maluca, mas é algo incrível para locais que não possuem uma grande oferta dessas coisas, e o ar puro pode ser vendido como item de luxo”, disse Watts à BBC.
Cada garrafa – de 580 mL – de ar exportada por Watts custa 80 libras (cerca de R$ 450,00).
Para oferecer produtos com características distintas, o empresário diz coletar ar de áreas diferentes, como o interior do País de Gales e as regiões de Dorset e Somerset, na Inglaterra. O processo de coleta é feito com jarros acoplados a redes – atividade que Watts define como “agricultura aérea”.
(Adaptado de: “Empreendedor vende garrafas de ar puro inglês a R$ 450,00 para cidades poluídas na China”. Disponível em: www.bbc.com/ portuguese/noticias/2016/02/160209_venda_arpuro_tg)
. ... elites pagam quantias consideráveis por poucos segundos de inalação. (1o parágrafo) Essa passagem do texto está corretamente reescrita com a forma verbal na voz passiva em: